quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Histórias do Bandiolo - Quase...

Quase ganhou um parabéns por quase ter ajudado uma velhinha a atravessar a rua. Quase tirou nota máxima em uma prova de Matemática. Quase ganhou uma escova de dentes usada no bingo. Quase saiu no soco com um colega que havia chamado-o de idiota. Quase marcou um golaço na educação física. Quase foi campeão do torneio municipal de xadrez.

Quase comeu uma bergamota. Quase subiu no pé para pegar a tal bergamota. Quase correu de medo dos xebas que estavam vindo em sua direção. Quase morreu de tanto apanhar para os mesmos xebas. Quase saiu com seus amigos. Quase foi atrás daquela guria linda que tanto sorria para ele. Quase fez um amigo verdadeiro. Quase foi sincero e quase falou que esse amigo estava sendo idiota por fazer o que fazia. Quase se arrependeu. Quase sofreu por tudo.

Quase se apaixonou. Quase amou. Quase chorou por nunca ter feito isso. Por nunca ter sentido aquilo. Quase comprou um buquê de flores para a sua quase namorada. Quase matou-a quando a viu com outro. Quase terminou de ler um livro de auto-ajuda. Quase escreveu um livro. Um blog. Um texto. Uma frase. Quase pensou no que seria melhor para sua vida.

Quase sofreu. Quase foi feliz. Quase quis ser feliz. Quase sentiu saudade. Quase compôs uma música. Quase declarou seu amor por aquela que era quase o amor de sua vida. Quase viajou. Quase correu uma maratona. Quase arriscou sua vida para salvar um cachorro. Quase subiu em uma árvore para salvar um gatinho. Quase ajudou outras pessoas. Quase deu sua vida por aquela que quase amou.

Quase morrendo, percebeu que não havia vivido. Aliás, que quase havia vivido. Sua vida tinha sido um completo quase. Por culpa do mundo. Por culpa das outras pessoas. Mentira. Por sua culpa. Pela primeira vez não era quase. Era só sua a culpa da sua quase vida quase vivida. Quase morto, quase sem vida, quase sem forças, quase sem nada.

A única coisa que não tinha sido quase em sua vida foi o seu nascimento. E a sua morte. A morte daquele que quase existiu. Daquele que quase viveu.


*desejo para quem lê o blog, um 2009 com saúde, paz e sabedoria

Frase do dia

Sem tática, sem técnica, sem padrão de jogo... só na vontade, na raça, no coração.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Os 10 textos que eu mais gostei de escrever em 2008

Diferentemente dos outros que fazem retrospectivas para lembrar, eu faço essa lista, que não é uma retrospectiva mesmo, para mostrar aos que não tiveram(talvez felizmente) a oportunidade de ler esses textos, os que eu considerei os melhores escritos nesse blog. Só uma frase para cada, porque senão ia ficar monstruoso este texto.

10 - Histórias de bergamota(1) - 09/07/08 - A prova de que uma linha pode ser um texto.

9 - O eu e o nós - 07/07/08 - Uma das primeiras histórias com alguma moral no final das contas.

8 - A cada dia um recomeço(5) - 12/05/08 - Uma saga que foi encerrada com um bom texto, porém, algumas vezes me arrependo de tê-la encerrado(claro que eu posso continuar, mas enfim)

7 - 10 passos para ser odiado - 17/06/08 - Uma lista como essa não podia faltar na eleição.

6 - Vamos logo para o inferno - 12/08/08 - Mais uma das "histórias do Bandiolo", mais uma viagem, uma loucuragem, uma bobagem.

5 - Quando uma conversa é só uma conversa - 15/10/08 - O Billi J. não poderia faltar nessa lista, então, um dos mais simples, e curtos, dos seus textos, entra aqui.

4 - E a estrada é longa mesmo - 03/08/08 - Uma analogia à história do blog e uma relação com o número de visitantes, mas ninguém entendeu.

3 - É tão frio quanto pisar no chão, descalço, no inverno - 16/05/08 - Só o primeiro parágrafo valeria um lugar nessa lista.

2 - Uma luta, um sonho(2) - 07/09/08 - Um desabafo alternativo, um retrato de uma sociedade, de um mundo, de um sonho. Um sonho não dito, implícito. Uma luta. Que acredito que ninguém tenha entendido plenamente.

1 - Porque o tudo não passa de um nada disfarçado... - 31/07/08 - Um dos textos mais loucos, insanos e sinceros que já escrevi.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O blog é mesmo do maluco...

Os meus pensamentos são teus
Os meus sonhos são teus
As minhas palavras são tuas
Os meus sentimentos são por ti.




Eu disse... tem coisas que só acontecem no blog do maluco...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Frase do dia:

Um erro não faz um perdedor

É a tecnologia a serviço do...

De todos os computadores usados pelas pessoas, não digo no mundo, mas pelo menos no brasil, o meu deve ser um dos mais estranhos. Sinceramente, não consigo pensar que outro computador consiga superar a ignorância do meu.

O fato em si é que ele funciona bem no inverno e mal no verão. Pelo calor, pelos raios de Sol que sequer chegam perto dele, pela vontade dele em estar à beira da praia, sendo visto(e vendo) belas garotas de biquíni desfilando na areia, seja por qualquer outro motivo pateticamente tosco, ele não funciona bem no verão.

Não chego à conclusão nenhuma com isso. Até porque, sempre começo a suar quando uso-o por mais de meia hora. É um absurdo o calor que essa porcaria emite ao ambiente. E não adianta colocar um ventilador nele, o calor continua sendo absurdo*.

E eu, dependente deste eletroeletrônico muito popular nos países que possuem recursos financeiros que lhe permitam importá-los, fico sem saber o que fazer para poder melhorar o desempenho desta porcaria.

Porque ele começa a travar, começa a ficar mais lento que corredor quando quer perder, começa a não responder aos meus comandos(o bocó quer ser independente... nanana), enfim, começa a ser um simples computador fabricado em algum país subdesenvolvido. Sem preconceito, claro.

Ainda procuro uma explicação para o fato de ele só não funcionar direito no verão. E digo, é o único que eu tenha usado que consegue ser mais lento no verão do que no inverno.

E tenho dito.

*não me perguntem por que uma pessoa colocaria um ventilador apontado para um computado ao invés de apotar para o próprio corpo... não me perguntem

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tinha tudo para ser...

Fim de ano. Natal na casa dos parentes que moram longe. Vó, tia, tia, tia e mais algumas outras pessoas da família.

Tinha tudo para ser mais um Natal monótono, sem qualquer coisa interessante para ser feita. Tinha tudo para ser mais uma viagem engraçada. Tinha tudo para ser mais uma viagem com as mesmas perguntas das tias, as mesmas respostas do sobrinho e as mesmas piadas sem graça da prima.

Tinha tudo para ser mais um Natal farto de comida. Tinha tudo para ser um Natal farto de desejos de felicidade e afins. Tinha tudo para ser um Natal cheio de horas de monotonia e tédio. Tinha tudo para ser mais um encontro desmotivado com os familiares.

E foi. Foi tudo isso. Foi mais um pouco.

Não que eu não goste da família por parte de mãe, mas é que, não adianta, quando você não se sente em família mesmo, não adianta insistir. Quando você não quer estar onde está, não adianta fingir sorriso.

Meu Natal foi legal. Senti o tal espírito de Natal, o que talvez tenha sido muito melhor do que se tivesse me dado muito bem com os parentes. Amo a minha família, respeito todos os meus familiares, mas não consigo me sentir plenamente feliz passando alguns poucos dias lá. Se a minha mãe lesse isso, ficaria decepcionada comigo, mas não posso fazer nada.

Mas foi legal rir e xingar a mesma coisa em menos de dois minutos. Foi legal conhecer um pouco mais meus pais e minha irmã. Foi legal.

É. Foi legal.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

25 de Dezembro, Natal

Esses dias, minha mãe perguntou o que eu gostaria de ganhar de presente de Natal. Eu disse que nada. Então ela perguntou o que eu precisava. Eu disse que nada mais uma vez. Ela então, como toda mãe, insistiu, argumentando que eu já não havia ganho presente em outra oportunidades(como no meu aniversário), portanto, deveria ganhar um presente de Natal. Me perguntou o que eu queria ganhar.

Então, até por ser minha mãe, disse a ela que não precisava de nada, que não gostaria de ganhar presente e que o que eu queria ela não poderia me dar. E aliás, nem correndo o mundo inteiro conseguiria o que hoje eu mais quero. Mais uma vez tenho que ficar no meio do caminho. "No meio do deserto de tudo e de nada"*

A questão toda não sou eu. E nem o que eu estou vivendo. Nem os motivos disso. A questão toda que eu escrevo hoje, mesmo sem estar em casa, é que, eu não gosto disso. Dessa necessidade de presente. Desse consumismo, esse capitalismo, essa babação de ovo em cima de um velho gordo que só se tornou importante em virtude de uma campanha publicitária.

Não gosto de ver a origem do Natal esquecida. De ver que as pessoas só vão na missa**, quando vão, para pedir por um bom Natal, pedir por felicidade, pedir por isso e por aquilo, pedir isso e aquilo, enfim. Não gosto de toda essa festa fútil, de todo esse apego material, de todos esses presentes.

Como a páscoa e seu maldito coelho branco, o Natal e seu papai noel tiveram seus sentidos completamente mudados, banalizados e quase extinguidos por uma sociedade fútil e hipócrita. Mais uma vez tenho que dizer que existem sim exceções, que não virão ao caso agora.

Um professor foi demitido por dizer a uma criança que o papai noel não existe. Que sacanagem. Ele disse a verdade. Por que ser demitido? Por acabar, corretamente, com uma ilusão besta que acaba fazendo a pessoa se arrepender no futuro de ter sido tola em acreditar que alguém que dá presentes para todo mundo no Natal existe mesmo.

O nascimento de Jesus é simplesmente ignorado. Ninguém mais sabe que ele nasceu nesta data. Que Ele é a origem do Natal. Festa familiar, festa de amor, de paz. Infelizmente isso é passado. E o mais engraçado é que só lembram das crianças, pobres ou não, só lembram das pessoas que passam dificuldades, em datas como essa.

Hoje eu queria poder dizer mesmo que desejo a todos um Feliz Natal. Mas não posso fazer isso. Estaria sendo mais um que, por um ou dois dias, se esquece do que acontece no resto do ano para viver(ou aparentar viver) um dia de paz completa. Estaria sendo mentiroso se dissesse que desejo à todos um Feliz Natal.

Espero um dia mudar. Poder fazê-lo, sinceramente, à todos. Espero mesmo.

Rezo para que aqueles que merecem, recebam Dele tudo o que precisam. De um jeito ou de outro, a recompensa para aqueles que lutam por um mundo mais justo, um mundo melhor, chegará. Provavelmente não hoje. Talvez não amanhã. Mas um dia. O importante é não ficar sentado esperando que o Natal do ano que vem chegue.

À todos que merecem, desejo paz, saúde e amor. E nada mais.

*está entre aspas pois copiei de outro texto meu, que pode ser visto clicando na própria frase.
**respeito todas as religiões, mas cito o exemplo do qual tenho conhecimento e vivo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Histórias de uma vida não vivida(2)

*O que alguém já viveu, em outra década, em outro século. O que alguém vai viver, hoje ou amanhã. Quem ou quando são perguntas cujas respostas são tão enigmáticas quanto a origem de tudo o que será escrito. Mas toda mentira parte de algo verdadeiro... ou não. É apenas mais uma história, sem moral, sem intenção, sem pregação. Apenas mais uma história...

Ele tinha uma das histórias mais comoventes que alguém já ouvira. Aliás, não era mais comovente porque ele mesmo não deixou que fosse. Mesmo tendo, no dia em que completou 11 anos, perdido seus pais em um acidente de carro(comprovada a culpa da fabricante do veículo, que pagou uma indenização milionária, mesmo que as perdas tenham sido irreparáveis), nunca se fez de coitadinho.

Nem todos que o conheciam sabiam disso. Morava com seus avós. Ajudava-os nas tarefas. Sim, pois eles viviam no interior da cidade. Plantavam milho, criavam vacas para produção de leite. Árvores frutíferas nunca faltaram. Aprendeu assim a gostar do que é simples. Do básico.

Sempre teve poucos amigos. Talvez a sua melhor amiga fosse mesmo a sua gaita, também ganha no dia do seu aniversário de 11 anos. O trágico dia.

Decidiu, depois de muito choro, de muito sofrimento e de muita tristeza, que viveria para fazer valer o esforço que seus pais tinham feito por ele. Por terem ensinado-o a se cuidar, a respeitar os outros e amar tudo aquilo que lhe fazia bem.

Exemplo de superação. Freqüentava a igreja toda a semana. Geralmente para tocar gaita na missa do domingo. As pessoas gostam dele. Do jeito simples e educado dele, mesmo que ele não fosse de muitos sorrisos, de muitas piadas, de muitas palavras.

Tudo para ele estava bem. Estava certo. Porém, seu mundo desabou, mais uma vez, quando descobriu que as pessoas não o queriam bem por quem ele era, mas sim, por terem pena dele. Porque afinal ele era um pobre coitado que havia perdido os pais em um acidente de carro. Nem todos os que o conheciam, que tinham a mesma idade que a sua, sabiam, mas os mais velhos sabiam sim. Aquele acidente foi manchete nacional.

Nunca conseguiu algo usufruindo da sua tristeza, da sua maior tristeza. Sequer algum dia tentou se fazer de fraco para conseguir algo. Porque afinal, ele era muito mais forte do que aquela gente que só tinha pena dele. Malditos. "Eu tenho pena de vocês" começou a resmungar, sozinho, enquanto voltava para casa.

Ele achou que já havia perdido muito tempo lá. Sentiria muita falta de seus amigos, de sua família, mas não poderia viver mais em uma sociedade que tinha pena dele. Nunca quis que tivessem pena, nunca quis ser o centro das atenções, nunca quis nada de alguém. Sempre lutou para conseguir. E descobriu que ainda assim era julgado como "coitadinho". Malditos.

Pegou sua gaita, se despediu de seus avós e partiu. Sozinho.

Talvez porque a vida o quisesse sozinho. Talvez porque o mundo o quisesse ver sozinho. Talvez porque Deus quisesse que ele ficasse sozinho por um tempo. Talvez porque ele precisasse ficar sozinho.

Mesmo sendo um grande gaiteiro, não virou músico. A música era sua arte, seu prazer pessoal, onde ele conseguia aliviar todas as suas mágoas.

Ele mudou de cidade. Permaneceu algum tempo sozinho, mas pelo menos agora, ninguém o conhecia, ninguém sabia da sua história. Não seria mais alvo de pena.

Sorriu e começou a tocar, sozinho, sua gaita.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Histórias de bergamota(6)

Um certo dia, um certo homem foi a feira comprar algumas frutas. Acabou comprando 6 quilos de maçã e nada mais. Porque ele gostava mesmo de maçã.

Então ele voltou para casa, cumprimentou alguns conhecidos no caminho, parou embaixo de uma sombra, puxou seu canivete e começou a descascar e comer algumas maçãs.

Depois que comeu mais ou menos umas 15 maçãs, o que dá em torno de 800 gramas(maçãs grandes), resolveu voltar pra casa.

E o fez.


*se alguém perguntar onde está a bergamota nisso, eu digo que ela estava no pé que fez sombra para o homem comer as maçãs

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mais um desabafo, se não quiser ler, pule para o próximo texto ou leia "os melhores" que estão listados na barra ao lado

Eu escrevi um baita texto. Decidi apagar tudo. O que eu escrevi pode ser resumido em frases.

Odeio pessoas medíocres. Elas são piores do que qualquer hipócrita ou egocêntrico. Porque elas se contentam em existir, em não ter planos, sonhos ou objetivos. Se contentam apenas com uma mera participação como coadjuvantes em suas próprias vidas.

Pessoas medíocres são tão ridículas quanto esse texto.

Só digo de mais que continuo na minha busca por algo que sei mas não quero saber o que é.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Da série: Não é bem assim(5)

Essa série tem como intenção diminuir a excessiva valorização(obviamente na opinião do autor) de algumas frases, tanto escritas, lidas e elogiadas(ou não) em redes sociais, flogs, blogs e afins.

Por mais que seja um trecho de uma autora famosa(se é que é mesmo de uma autora famosa), que(talvez) traga uma visão de mundo louca e vida muito bem vivida, um sentimento de coragem para encarar o que vier, há de se admitir que há um grande exagero na exaltação do trecho:

"Gosto dos venenos mais lentos! Das bebidas mais fortes! Das festas mais poderosas! Dos cafés mais amargos! Das vitórias mais difíceis! Das paixões mais inesperadas! Tenho um apetite voraz. E um coração bobo. Dou os melhores beijos. E os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: E daí? Eu adoro voar!!!"

Começando, digo que veneno lento, tecnicamente, não é veneno. Porque veneno em si é mortal, e quase tudo o que é mortal é bem efetivo, ou seja, rápido. Acabou a história. Se for lento, é porque não é, tecnicamente, veneno, mas claro, pode ser um composto orgânico derivado de ervas muito loucas encontradas entre populações de fungos atrás da orelha de um xeba encardido. Mas não é veneno(2). E se for, a pessoa vai para o inferno por gostar de ver outras morrendo envenenadas(como aqueles fanáticos muito loucos, digo, idiotas que tomaram veneno e morreram, aqueles lá, acho que na Guiana, que moravam em uma comunidade excluída da sociedade, isso há uns 30 anos).

As bebidas fortes são gosto da maioria. Porque a maioria gosta mesmo é de encher a cara, se com estilo, com bebidas fortes, melhor ainda. Então nem precisa ser comentada esse trecho.

Festas poderosas = carnaval?

Café amargo... vai do gosto de cada um, ou seja, não é tudo isso não.

As vitórias mais difíceis são as melhores, isso todo mundo já sabe.

Apetite voraz? Qualquer pessoa que se deixe levar pela gula tem um apetite voraz. O meu amigo Tunder tem um apetite voraz.

Coração bobo. Bom, aí depende de vários fatores. Passado, vida, idéias, convicções e um monte de coisa. Coração bobo talvez sejam todos aqueles que amam, todos aqueles que sentem, todos aqueles que já pulsaram mais rápido por alguém. Coração bobo não vê nada. Pois é. Também não é uma coisa muito difícil de se ter ou de se saber.

As pessoas querem o melhor do que se pode ter. Então melhores beijos também não é uma coisa do outro mundo. Todo mundo quer os melhores, que certamente são aqueles... enfim, para não ficar uma coisa muito melosa, eu não completarei aquela frase.

...

E sobre a frase do penhasco lá, só vou dizer que, se a pessoa gosta de voar, que bom, pelo menos ela vai ter aproveitado os segundos antes de estourar a cabeça na terra, nas pedras, em alguma árvore ou até em um carro que passava por baixo do penhasco(damn!). Gosta de voar? Voe mesmo sabendo que no fim do penhasco a morte te espera. E se for para morrer com o corpo desmembrado, prefiro morrer já na primeira frase desse parágrafo.



O fato é que muita coisa foi escrita aqui. Mais uma vez a "ode" a esse tipo de frase foi, do meu jeito, reduzida(pelo menos para mim, óbvio). É bom sempre ler duas vezes a frase antes de colocar no orkut ou em qualquer outro lugar, porque sempre haverá um bocó que nem eu pra achar os erros. Hahaha

Mas foi legal escrever essa quantidade de bobagem.

Tão tá!

Frase do dia

Quanto mais detalhes forem pensados no início, menos problemas terão de ser pensados no fim.



*pensado antes de dormir

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Histórias do Bandiolo/Billi J. - tem culpa lá eu?

Ele era o Billi J.. Sim, essa história será uma mistura das duas maiores séries de textos do blog. Mas enfim, como é tudo original por aqui, não vou comentar mais nem uma palavra além deste ponto.

O fato é que o Billi J. vivia, no começo da faculdade, sentindo a falta da Renata, se arrependendo por não ter se declarado antes e cansado pela dura e cansativa rotina de faculdade. Ele já não agüentava mais ter que acordar cedo para andar de ônibus por mais de meia hora só para chegar ao ponto de ônibus que o levava à escola.

De certa forma, o Billi J. decidiu então, certo dia não definido pelo autor, repensar a sua vida. Isso foi antes daquela vez em que ele pegou a mochila e foi para uma cidade desconhecida, que no final descobriu-se ser um reallity show bem sacana.

E ao repensar sua vida ele tinha a esperança de entender todos os poréns, as demoras e as falhas de sua, curta mas bem estranha vida e do seu tosco e quase politicamente correto jeito de agir.

Uma das coisas que o Billi J. concluiu foi que ele havia sido covarde. Sim, apensar da surra que deu no seu ex-amigo, de ter tido a cara de pau de comprar uns grandalhões naquela festa e de ter saltado da janela de um restaurante, quebrando o vidro e quase se espatifando no chão, o Billi J. viu que tinha sido covarde boa parte de sua vida.

Tinha sido covarde todas as vezes em que suas notas nas provas não haviam sido boas e ele, com certa arrogância, dizia(mesmo que para si mesmo, já que não conversava com mais ninguém além de Renata) que havia ido mal porque tinha esquecido da prova(o que não deixou de ser verdade algumas vezes, mas enfim) ou porque estava cansado demais para estudar. Havia sido covarde por não admitir suas deficiências. Covarde também ao se esconder na sua visível timidez. Engulisse-a, jogasse-a no lixo, chamasse-a no tapa e desferisse nela um baita soco. Mas não, tinha sido covarde ao achar que o tempo lhe traria isso por merecimento.

O merecimento só vem para aqueles que lutam, como ele acabou lutando(não só fisicamente), por aquilo que querem. O mundo não deixava de ser injusto, mas agora era menos injusto pois ele percebeu que seus defeitos eram simples, mas grandes. Sentiu-se estranho. Como poderia ter pensado em tal coisa só naquele momento? Depois de amar, fingir amar, ser amado, ser triste e feliz, contente e decepcionado, conseguia entender o porquê de muitas coisas terem demorado muito para acontecerem na sua vida.

Já não tinha mais medo. Depois do que fizera por Renata já não tinha mais medo de nada. Já não se escondia na sua grande timidez. Afinal de contas, se fosse por ela, teria de viver sozinho para o resto de sua vida. Cansou de se esconder em frases e conceitos prontos para não se decepcionar mais. Cansou de fugir das coisas ruins com ideais bem definidos. Queria era sair gritando que sentia-se bem, mesmo não estando bem, só pelo fato de estar vivo.

Muito louco, meio bobo, meio idiota, meio tosco, meio fraco, meio forte. Esse era o Billi J.. Sentiu-se grande. Não fisicamente, mas emocionalmente. Sentia-se grande por saber reconhecer seus defeitos. Sentia-se grande por admitir ter sido covarde muitas vezes. Meio bocó o Billi J., mas não deixou de ter razão.

Depois de tudo isso, o ônibus parou e ele ficaria meia hora mais esperando o ônibus que, naqueledia, atrasou-se em 25 minutos em virtude de um congestionamento causado por um acidente.

Puts.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

E a sociedade gosta do que é implícito...

Procurei em vários blogs um texto sobre isso e só achei em um. O fato é que talvez seja uma coisa tão curta que vou escrever aqui, que nem poderá ser considerada opinião sobre o fato.

O fato daquele jornalista ter atirado, e infelizmente não acertado, os sapatos no Bush.

Eu fico pensando se no Brasil alguém fizesse isso.

Ah, porque seria um desrespeito com uma autoridade, porque seria uma falta de profissionalismo do repórter, porque seria um péssimo exemplo para a sociedade, porque mancharia a imagem do Brasil perante os outros países do mundo.

Ridículo é pensar que isso é uma coisa ruim.

Atirar sapatos, ou qualquer outra coisa, é a prova de que alguma coisa precisa ser mudada. É a maior prova de indignação que alguém pode dar a uma população sedenta por mudanças, mas covarde na hora de buscá-las.

Todos baixam a cabeça para o maldito sistema. Ninguém sabe o que é, ninguém sabe direito sequer se ele existe mesmo. Mas todos sabem que o sistema acaba com aqueles que tentam mudá-lo. Covardia. Medo.

O povo teve um ato, mesmo que apenas simbólico, interessante quando vaiou o Lula no Pan-Americano do Rio, no ano passado. Seria um começo se a imprensa nacional não reprimisse tal atitude e, incansavelmente, rebaixasse aqueles que tomaram tal atitude contra a tão importante pessoa do presidente da república(dos babacas) a meros idiotas mal-educados.

Seria então a imprensa o sistema?

O fato é que, principalmente durante a ditadura no Brasil, quem falava mal do governo era caçado, torturado, linchado, humilhado, enfim, muitos foram mortos depois do já citado. O fato é que, quando falam mal do governo, ele reage de alguma forma(acreditem ou não, o aumento nos impostos deve ser uma forma de fazer calar uma raiva, que pode até aumentar, mas não traz conseqüência alguma para o governo) e as coisas continuam do mesmo jeito, só que mais silenciosas, mais indiretas.

Seria então o governo o sistema?

O fato é que eu não quero chegar a uma resposta sobre quem é o sistema. Fique tudo implícito. Aliás, continue tudo implícito.

Todos sabemos o que é o sistema, quem é o sistema, o que o sistema faz.

Ou pelo menos achamos que sabemos.

Mas que seria bem legal acertar uma sapatada(ou um tiro*) no pior presidente da história do país(pelo menos o mais analfabeto ele é) não seria algo tão ruim. Mas daí o sistema...


*sem apologias(oficiais e declaradas) à violência

domingo, 14 de dezembro de 2008

Frase do dia:

De algum colega meu saiu a seguinte frase, que foi dita em contexto escolar mas que serve para muita coisa:

"Não adianta, tem sempre um pior que o cara."

Mais um lixo no blog

Eu esperei.

Por muito tempo esperei uma resposta.

Foram muitas as vezes em que corri atrás dela.

Mas nada ouvi.

Nada li.

Nada recebi.

Se esperar não adiantou.

Se buscar não adiantou.

Que mais posso fazer então?*

Chorar, gritar, cantar, pular, esbravejar ou simplesmente aceitar?

Um vazio sofrível.

Um nada terrível.

Uma perspectiva inexistente.*

Nunca achei que algum dia me encontraria sem saída.

Sem caminho.

Sem opção.

E talvez até, sem algo que me indicasse uma direção.

Não mais sozinho*.

Não mais querendo a solidão.

Porém, em uma despretensiosa comparação.

Não estou com quem gostaria de estar.



*eu tinha que colocar algo que acabasse com a rima.

O fato é que esse texto não demonstra muita coisa não, portanto não comentem coisas como "eu entendo como se sente" ou "você deve fazer isso ou aquilo".

O fato(2) é que escrevi porque precisava, porque queria escrever.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Histórias do Bandiolo - o amor é uma dor... então vamos acabar com ela

Estava o sujeito, mais uma vez sem nome, lá, no banco da praça, com a sua bela, inteligente(algo fundamental nos dias de hoje) e amada namorada. Estavam eles... namorando, eu acho. O fato é que ele amava aquela guria. Mas amava de amar mesmo. Mais do que paixão. Mais do que carinho. Talvez mais do que amor. Ela era para ele o que o gol é para o atacante. Tudo. Vida. Felicidade. Tudo. E mais um pouco.

E isso aumentou ainda mais quando ela disse que daria a sua vida por ele. Aí ele foi a loucura. Ela daria a vida por mim... pensava todo dia nisso. Um sorriso gigantesco se abria cada vez que ele pensava nela, e naquela frase dela.

A cidade inteira conhecia eles. Eram o casal mais conhecido da cidade inteira. Cidade que, mais uma vez, não era grande. Cidade de interior. Todo mundo conhece quase todo mundo. O que torna qualquer relacionamento particular algo muito público. E o que deixava mais feliz ainda aquele cara, já que a mais bela e inteligente de todas estava ao seu lado.

Só que um dia, por algum motivo, ela o traiu. Na praça. No banco onde os dois sentavam. O traiu sem precedentes, sem razões ou explicações. O traiu com o vendedor de sorvete do carrinho de sorvete mais imundo da cidade, talvez do mundo. Aquele maldito vendedor de sorvete era sujo, fedido, não sabia sequer falar o português direito, não sabia contar, não sabia nada. E tinha um bafo de nabo frito que ninguém agüentava. Por algum motivo ela, a amada do personagem principal dessa história, passou a agüentar.

O cara lá percebeu que tudo aquilo que ela lhe falara era bobagem. Daria a vida por mim e agora trocava beijos com o fedorento com bafo de nabo frito. Maldita.

Os dias foram passando e ela acabou contando para ele que só o queria como amigo. Mas precisava traí-lo daquela maneira? Não, não precisava. E ele, indignado, xingou-a. Como se fosse fácil depois de tudo o que vivemos(há que se colocar que esse tudo pode muito bem ter sido exagerado por ele, já que pouca coisa foi relatada) nos tornarmos apenas amigos.

Ele estava mal. Não conseguia parar de pensar nela, por mais que tentasse pensar em outra coisa como... futebol. Ela era o seu futebol, e esse tipo de pensamento só piorou o moral dele.

Mais alguns dias depois, já não agüentando(aproveitando antes que eu tenha que parar de usar a trema) mais o sofrimento, em um ato desesperado*, esticou seu braço direito para frente e rapidamente colocou sua mão em alta velocidade contra seu peito. Quem viu disse que não acreditou na velocidade da mão e no que aconteceria depois que a mão chegasse ao peito.

Querendo acabar com suas dores, arrancou seu coração. Um golpe. Ninguém entende como conseguiu arrancar o coração com um golpe só. Parecia um filme de tão inacreditável que tinha se tornado.

Já com o coração na mão, o olhou bem e jogou-o no chão. Pisou em cima. Cavou um buraco e jogou-o lá dentro. Tapou o buraco. Pisou em cima novamente. Pronto, sua dor por causa de sua namorada havia acabado. Não sofreria mais por amor.

Só que já era tarde. Percebeu, alguns segundos depois, que sem o seu coração, por mais que ele lhe trouxesse infelicidade, tristeza e lembranças de algo que não aconteceria mais, não conseguiria viver. Foi ao chão. Sem coração. Sem vida. Sem nada.

Estava morto. Porque não agüentou a dor de perder a amada. Pior ainda, para um vendedor de sorvete com bafo de nabo frito.



Alguns meses depois, ao fim do ano, sua morte foi considerada uma das 10 mais bizarras do planeta.



*como quase todos os personagens das minhas histórias

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Histórias de uma vida não vivida(1)

*Do subúrbio sofrível da minha mente, sairão o que não foi, não é e não será visto, ouvido, sentido, vivido. O resto não passa do que sobrar de tudo o que é visto, ouvido, sentido, vivido. O tudo e o nada não existirão plenamente aqui.

O telefone tocou. Levantei ligeiramente do sofá. A televisão continua sendo a pior porcaria existente, mas como não posso usar o computador deitado no sofá, só me resta a televisão. Droga, esqueci do telefone. Atendo e... é ela. Meu antigo amor. Aquela que me fez pensar que as estrelas eram uma coisa linda e que as flores podem ser sim uma fonte de inspiração. E agora ela estava na rodoviária, esperando que eu fosse buscá-la. Estou tão cansado, com tantos problemas da faculdade para resolver que não me lembrei que ela chegava hoje.

Nem me arrumei. Não precisava mais impressioná-la, pois agora somos só amigos. Então apenas coloquei o chinelo, que estava embaixo da cama, e saí. Claro, fechei as portas do apartamento antes. Estava um calorão na rua. Precisei pegar dois ônibus para chegar até a rodoviária, mas gostaria de voltar a pé com ela, para podermos conversar. Faz tempo que não nos falamos. Faz tempo que não nos vemos.

Aliás, fazia. Pois a vejo na entrada da rodoviária. Com muito esforço conseguiu carregar sua gigantesca mala até lá. Sim, me contou depois que recebera ajuda. E pudera, a mala era mais pesada do que ela mesma. Mas saindo da mala e falando do que realmente interessa, nada nela mudou. O olhar é o mesmo, porque aqueles lindos olhos verdes, felizmente, são os mesmos. O sorriso alegre. O jeito doce de pronunciar cada palavra. A espontaneidade. Entendo cada vez mais os motivos que levaram o meu coração a se apaixonar por aquela pessoa. Passado sim, mas um passado de boas lembranças, infelizmente, mais imaginárias do que reais.

Mas era passado aquele amor... de namorado. Aquela paixão que te faz acreditar que a vida vale a pena ser vivida. Mas era passado. Ou melhor, é passado. Não sinto mais o frio na barriga, não me inspiro mais da mesma maneira quando estou com ela ou penso nela. O fato é que voltamos, a pé, conversando. 25 minutos de caminhada, caminho que eu havia percorrido em 6 minutos de ônibus. Mas como valeu a pena aqueles 25 minutos. Conversamos sobre tudo o que nunca havíamos conversado. Bobagens não faltaram.

Entramos no meu apartamento, onde ela ficaria hospedada para fazer o vestibular de inverno da universidade federal da cidade. Como era bom ter alguém como ela por perto. Uma semana com quem conversar. Com quem conviver. Com quem viver. Mesmo que fosse só amizade. Uma semana que seria bem legal.

Só que o telefone tocou logo que entramos no meu apartamento. Agora sim a minha barriga avisou. A minha expressão de alegria boba e singela mudou. Gelei. Congelei. Esfriei. Transformei. Era ela. O meu... a minha paixão. Aquela que conseguia o que nenhuma pessoa mais conseguia. Nem mesmo aquela que estava no meu lado no momento conseguiu algum dia. Paixão talvez seja pouco. Mas pela situação já representa bem. Não a vejo há dois meses. Mas a minha mente, quando não concentrada em alguma ação ou aula de estrutura física, só consegue pensar nela. Melação de apaixonado dirão alguns. Mas não. Era verdade.

Falava com ela todos os dias pela internet. Quando ligava para ela, minha mão tremia ao telefone, meus pés gelavam, minha barriga era tomada pelas famosas "borboletas no estômago". Já havia sentido tal sensação, mas não tinha sido tão forte assim. Mas sem saber, ela conseguia fazer aquilo. Minha paixão, aquela por quem sairia correndo da faculdade se me pedisse um abraço de conforto, de carinho. A única.

Ela estava chegando também. E eu, mais uma vez, nem me dei conta do que estava por acontecer. Deixei que acontecesse porque... eu não sei. Não percebi que as duas chegariam no mesmo dia e quase, pelo menos quase, no mesmo horário. Mas chegaram. Disse à minha amiga que teria que sair para buscar uma pessoa na rodoviária. Ela disse que iria junto comigo. E foi.
Eu queria passar um tempo com a minha amiga. Conversaríamos bastante. Coisa de amigo mesmo. Mas mais do que isso, queria passar um tempo com a minha paixão. Quase namorada. Mas quase mesmo. Se ela passasse no vestibular de inverno, ficaria morando por lá e a nossa relação seria algo concreto mesmo. Não que a distância impessa algo, mas dificulta, pelo menos no começo.

Trouxe-a para meu apartamento. Ela também ficaria lá. As duas, e eu. A minha cabeça não sabia o que fazer. O meu coração não sabia o que sentir. Eu era todo amor, literalmente, mas não sabia para onde direcionar tudo aquilo que estava sentindo. Chegava a ser cômico. As duas, pelo menos aparentemente, entenderam a situação, a minha falta de memória e, por me conhecerem, sabiam que eu estava falando a verdade. E também, mesmo que eu lembrasse que ambas iriam se hospedar no meu apartamento, jamais diria não. Até porque, as duas significam muito para mim.

Uma situação cômica. Talvez nem tanto para quem fica sabendo disso agora, mas muito para quem viveu(?) isso. As únicas duas pessoas que conseguiram desfazer a minha barreira sentimental, criada por decepções passadas, estavam no mesmo lugar. Uma de cada lado. Rindo. Riso que eu não conseguia liberar pois não sabia o que pensar. O que fazer. O que dizer. Eu não sabia mais de nada.

E sabe do que mais? Eu nem queria nada mesmo. Eu só peguei uma jarra d'água, 3 copos, enchi os três e fui com as duas, uma de cada lado, assistir a porcaria do filme da tarde. Com um calor daqueles e nós 3, com propostas, desejos e sentimentos diferentes, juntos no mesmo sofá.
Até porque, só havia um sofá no meu apartamento. Sabe como é... começo de vida em outra cidade, as coisas não estão muito concretas e por aí vai.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Histórias de bergamota(5)

Estava no fundo do poço. Era um viciado. Ninguém mais olhava na sua cara. Sua família o abandonara. Seus amigos o abandonaram. Seu chefe o demitiu. Perdeu tudo. Ou quase tudo. Ainda restava a sua vida. Mas, de que adiantava viver?

Não ficou com remorso por ter perdido a família, os amigos, o emprego. Tudo isso era secundário. Ficou com remorso por ter perdido o direito de comer bergamota. Sim, o juiz lhe proibiu de comer bergamota. Pois ele comia todas. Todas as que apareciam. Gastou todo seu dinheiro por causa do seu vício. Magoou muita gente por causa de bergamota. Quase matou. Tudo por causa de bergamota.

Era um viciado(2).

Não tinha mais nada a perder. Viver daquele jeito não era mais possível. Então pulou o muro de uma casa e comeu uma bergamota. No mesmo instante, levou um tiro. Morreu na hora.

Não podia comer bergamota porque virava uma mistura de incrível Hulk com o lobisomem do arvoredo.

A sociedade perdeu uma de suas mais instigantes e indecifráveis criaturas. Mas ele não podia continuar barbarizando e roubando todas as bergamotas da cidade. Sim, quando se transformava, não matava, não machucava, não destruia. Apenas roubava bergamotas. Mas de uma maneira muito pior do que roubava quando estava... normal.

Esse foi o duro fim do homem que se transformava em um quase lobisomem, por causa de bergamota, para roubar bergamota.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Histórias do Billi J. - um monólogo incansável

"É Vini, a coisa não anda bem por aqui. Estou bem de saúde sim, quase me formando, e aliviado por isso. Mas sabe, tenho lido as coisas no teu blog e me vi nas tuas postagens. Cara, que merda mesmo é essa coisa de amor, de paixão, de convivência social né... que merda mesmo.

O cara conhece as pessoas, conversa com as pessoas, convive com as pessoas e por vezes nem ao menos sabe com quem está falando. A falsidade atinge níveis alarmantes hoje. Falsidade, hipocrisia, como queira. Eu já não conheço quem achava que conhecia.

E quanto ao amor. Que coisa mais estranha. Desde criança eu amei a Renata. Aquele olhar, aquela voz, aqueles cabelos balançando ao vento... e o caminhar angelical... Cara, que lembranças. Tantas vezes que olhei pra ela sem que ela soubesse. Tantas vezes que quis dizer o quanto a amava mas não consegui. Mas acabei conseguindo. Naquele baile. O melhor e o pior dia da minha vida. Quando descobri que ela iria para a Inglaterra, sem noção, pensei que Deus queria que eu abandonasse tudo por aqui.

Mas eu, ao contrário de muitos, os teus "A cada dia um recomeço", que, sinceramente, me ajudaram, mesmo os casos sendo bem diferentes. Porque o tempo passou e eu conheci outras gurias. Não foi a mesma coisa, mas esqueci daquela estapafúrtia idéia. E percebi que Ele me dá novas chances todos os dias.

Não sei se acredito nessa história de um amor na vida, amor verdadeiro é só um, tampa de panela, nosso destino está traçado e tal. Não sei mesmo. Não vivi tempo o suficiente para saber isso. Mas é complicado cara.

Ainda mais porque hoje eu conheci uma guria. Sim, mais uma guria na minha vida. E como as outras foram, ela é diferente. Mas mais do que as outras. Porque só a vi pessoalmente uma vez. É Vini... complicado. Não te digo que estou apaixonado, porque talvez estarei banalizando, coisa que sei que és totalmente contra.

Mas não sei cara. Eu não paro de sorrir quando converso com ela. Sério mesmo, e tu sabes que eu não gosto muito de rir e de sorrir. Eu conto o tempo quando estou na frente do computador, até ela entrar e conversar comigo. Talvez eu esteja sendo chato ao querer tanto conversar com ela, mas não consigo me segurar. Aparece a janelinha lá e eu nem penso duas vezes.

Conversamos bastante. Parece que a conheço há muito tempo.

Diferente das outras gurias, inclusive da Renata, não me encantei primeiramente pelo rosto ou por qualquer aparência física. Isso é que me faz pensar tanto no que passo hoje. Me encantei tanto com a pessoa que ela é que nem lembro direito do seu rosto. O pior é que não sei se ela sente alguma coisa por mim. Eu fico pensando. Às vezes parece, mas nem tudo o que parece é, não é Vini? O que eu não quero é criar expectativas para depois cair no chão, como já ocorreu outras vezes né.

Eu achava que me conhecia, entretanto, vejo que ainda preciso viver muita coisa para poder dizer que me conheço mesmo. Assim como você já escreveu uma vez aqui.

Enfim, por hoje é isso Vini.

Mas cara(eu sei que peguei essa mania de dizer cara na faculdade, mas não consigo parar de dizer... cara), eu vou terminar esse texto agora. Porque de tão grande ficou um texto mesmo. Mas valeu pela ajuda, pelos conselhos.

Amigos são para isso, eu sei.


Meus cumprimentos Vinícius Manfio!

Ass. Bilionarico Johansson, digo, Billi J."*


Com esse texto, o Blog do Maluco completa 700 postagens em quase 2 anos de existência. Talvez mereça, talvez não mereça algo melhor do que tenho hoje aqui no blog, mas, o que tenho é o que tenho. Talvez seja conformismo, mas não gosto de ficar divulgando o blog. Por isso decidi sair de todas as redes sociais de blog que participo. É postagem comemorativa, é mudança. É tradição do blog.

*as aspas indicam que o Billi J. escreveu e não que eu copiei de algum lugar

sábado, 6 de dezembro de 2008

5 vantagens de ser politicamente correto

Trazer as desvantagens foi fácil, agora, as vantagens serão mais complicadas, mas existem sim.

1 - Só o politicamente correto tem o direito de criticar outras pessoas por atos ilícitos. Sim, já que não comete as mesmas práticas ilegais e imorais, ele pode, livremente, criticar. Só que, o P.C. não critica. Ele apenas comenta, pois é errado criticar e desmoralizar alguém.

2 - Você pode se cobrar mais sendo um P.C., porém mantém sua auto-estima sempre muito boa, se consegue seguir todas as normas, as suas normas. O P.C. sabe que está fazendo o certo e acaba se sentindo bem por isso, pois é um diferente em um mundo de iguais.

3 - Além da auto-estima, o P.C. acaba ganhando, de quem percebe o seu jeito correto de ser, respeito, confiança. Sim, porque o aluno que não cola em provas livra-se dos olhares desconfiados do professor. O trabalhador que não desvia um centavo para o seu bolso, ganha a confiança do patrão. O cliente que devolve o excesso de troco, ganha a confiança do vendedor. Isso é bom. Confiança e respeito. Em casos extremos, admiração.

4 - O P.C. não comete erros banais. E isso por si só é uma vantagem. Não sentir-se sempre "sujo", "errado", "falso" é bom. O P.C. faz o que tem de ser feito e pronto. Sem desvios, sem prejudicar ninguém. Para quem acredita, isso será compensado em outra vida.

(5) - O P.C. ajuda o planeta a existir. É por existirem alguns P.C.'s que "a vaca não foi pro brejo", mesmo estando muito perto disso. Mesmo que não por completo, ainda há pessoas que possuem "o gene" P.C., e o mostram de diversas maneiras. Pensei bastante e não vi outra vantagem além das já citadas, mas, e precisa? Talvez. Porque o politicamente correto faz o certo porque é certo, não porque alguém pediu. E mesmo sendo criticado, como foi citado nas desvantagens, ele segue sendo assim, "chato", correto, idealista. Pronto, a 5ª vantagem é que o P.C. é por natureza, um idealista.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

5 desvantagens de ser politicamente correto

1 - Você tem que estar sempre atento ao que fala e faz, pois qualquer deslize, visto por outras pessoas, ou mesmo perceptível a si mesmo, poderá implicar em graves acusações de falta de moral e um sentimento de culpa sem igual. Por isso, o politicamente correto, que agora será chamado apenas por P.C., deve sempre pensar bem antes de falar ou fazer alguma coisa e nunca deve esquecer das conseqüências.

2 - Você não pode fazer o que todo mundo faz, porque afinal, o que todo mundo faz é, como regra geral, errado. Você não pode colar em provas, mesmo que precise; não pode jogar lixo no chão, mesmo que o lixo seja um chiclete e não haja uma lixeira por perto; não pode usar termos pejorativos para designar desconhecidos, como chamar aquele careca lá de algum apelido de careca; enfim, não pode fazer nada que não seja correto. Politicamente correto.

3 - Todo P.C. é, ou acaba sendo por natureza, um coitado. Porque afinal de contas, sendo assim, você acaba por ser taxado de idiota, de careta, de "se faz de diferente" e de tantos outros termos usados por aqueles que "seguem tendências" para designar aqueles que buscam as coisas do jeito certo. Ou seja, você sofre, externamente, por ser assim.

4 - Além de sofrer com provocações, e insultos, o P.C. deve sempre conhecer mais do que os outros, sejam leis ou palavras, regras ou condutas, história ou geografia, para poder se defender das mais diversas maneiras, sem se tornar repetitivo. Essa é outra exigência do jeito P.C. de ser, pois, quem o é, não pode ser repetitivo.

5 - Enfim, por último, outra desvantagem de ser P.C. é que, no final das contas, você nunca é valorizado por ser dessa maneira. Raríssimos são os elogios. Mais raras ainda são as recompensas, mas essa é uma desvantagem para os não-politicamente corretos, pois para eles, os P.C.'s, as coisas não são feitas por recompensas, mas sim, porque devem ser feitas. Os P.C.'s nunca recebem nada, pois não acham certo ganharem alguma coisa a mais por terem feito o que deviam fazer.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Um sorriso de criança

Tantas lembranças...

Não gosto de ficar lembrando, e principalmente escrevendo, coisas nostálgicas, que não voltam mais. Mas hoje eu vou ter que fazer isso.

Porque foram tantas lembranças que me vieram à mente hoje.

Foram 7 anos naquela humilde e pequena(agora nem tão pequena assim) escola. 7 anos de tantas coisas. Tantos momentos... não voltam mais. E nem precisam. Só a lembrança me faz bem.

Vi aquela gurizada, acho que era de 2ª série. Interpretavam "Branca de neve e os 7 anões". Não assisti toda a "apresentação", mas gostei do final. Não pela história, mas pela dedicação daqueles que, não tinham falas, mas se dedicaram inteiramente ao que estavam fazendo. E o fizeram com sorrisos enormes em seus rostos.

Depois veio o recreio. Bah, do tempo do recreio, da merenda... E lembrar que eu disputava corrida com meus colegas para sair antes da sala e chegar antes na fila da merenda.

E a gurizada brincando de pega-pega na grama. Descendo os barrancos, que agora são forrados por uma grama alta e verde, mas que na minha época(bah...) eram apenas terra. Nem por isso deixávamos de brincar. Chegar em casa limpo era um milagre. Milagre que eu não gostava.

Tempo em que eu corria. Livre. Descia. Sem medo. Subia. Para poder descer novamente.

Não senti que poderia ter aproveitado mais. Não senti tristeza por não poder viver aquilo de novo. Senti felicidade, por saber que mais crianças têm a oportunidade que eu tive, de ser feliz daquele jeito simples, e inocente, a que toda criança deve ter o direito.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Não que seja um grande texto, mas é um texto grande

Em um dos raros momentos em que consegui raciocinar com alguma clareza, cheguei a uma conclusão. Bem, não é uma conclusão, mas enfim, o fato é que algo foi pensado, e isso já é sim, uma grande coisa.

Geralmente a aparência de uma pessoa tem um grande peso na hora da decisão. Das decisões. Quais são essas fica a critério de vocês decidirem. O fato é que, infelizmente, a aparência é tem um grande poder de influência. Repito, geralmente, o que exclui as exceções.

Só que essas pessoas que deixam suas decisões serem influenciadas por aparências, esquecem-se que ninguém escolhe nascer com orelha grande ou cabelo liso. Ninguém escolhe os melhores genes disponíveis no mercado. Ninguém escolhe ter espinhas ou não. As coisas acontecem porque... a natureza é assim. As coisas acontecem porque, por algum motivo, tem que acontecer.

E levando em conta, primeiramente, as aparências físicas(agora que eu resolvi colocar esse termo no texto), algumas pessoas se esquecem que o fator que deve, e isso é opinião, influenciar em uma decisão, é o caráter da pessoa. A personalidade da mesma. Isso sim pode ser escolhido, moldado, criado ou adaptado. Pode também ser copiado, mas se for assim, merece ser ridicularizado.

O tal do livre-arbítrio, aquela coisa da livre escolha, direito de ir e vir pelo lugar que quiser, dá às pessoas esse direito. E só por ter a opção de formar o seu próprio caráter, a sua própria personalidade, a pessoa que o faz assim, por contra própria, mostra que aquelas aparências lá não são nem um pouco importantes.

Quem não conseguiu construir o seu mundo, acha muito mais fácil copiar o estilo do mundo do outro, as cores do mundo daquela fulana lá e julga-se no direito de achar que o seu mundo é uma grande coisa. Um mundo de remendos, por mais que pareça ser bem interessante, não é um mundo real. É uma imaginação. Um desejo irreal. Como se o planeta onde vivemos não tivesse água, terra, vento, nada. É como se ele fosse só uma bola, imaginária, com colagens que o fazem aparentar ser alguma coisa.

Um mundo de faz de conta.

Eu escrevi com tanta calma esse texto que acabei esquecendo de uma frase que eu iria colocar aqui, mas enfim. O fato é que eu acabei analisando bem e chegando, mais uma vez, à conclusão que o livre-arbítrio é sim a coisa mais interessante que existe no nosso planeta.

Não era para ser mais um daqueles textos do tipo "o que importa é o que temos dentro de nós", e não acabou sendo mesmo isso. Ainda bem. Mas é que, é interessante pensar que algumas pessoas acabam achando que foram espertas ao "escolher" nascerem com o mais belo rosto já visto ao invés de escolherem, mesmo, o que torna esse rosto realmente bonito.

Sem lição de moral, apenas mais um daqueles textos que merecem o marcador "só pra constar"

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Frase do dia:

Ridículo não é o diferente. Ridículo são todos os iguais.*


*eu nem sei bem o porquê desse asterisco, mas enfim. O fato é que eu precisava escrever algo desse tipo, ainda pelo mesmo motivo do texto abaixo, que, apesar das citações, não ficou bom. O fato(2) é que eu estou em férias, mas preciso estudar. A cabeça está cansada de tanto pedipalpo, cnidoblasto e hemácea anucleada. Chega de biologia. Inauguro a campanha: Socorro, preciso de motivação para estudar em casa! Pensar que posso ficar um ano sem fazer nada não é bem uma coisa que me motive a estudar...


Abraço!

domingo, 30 de novembro de 2008

Ainda não voltei, mas a vida segue

Eu já disse que o pior cego é aquele que não quer ver. Eu era esse maldito e miserável tipo de cego. Meu passado me persegue e me condena, mas mudei, para a felicidade geral da minha própria pessoa. Talvez o mundo agradeça por ter mais um diferente, mas não sei. A sociedade não agradece, pois vê em mim, como em todos os diferentes, motivo de chacota. "Eles são diferentes de nós, são idiotas, meros idiotas.". Que seja então.

Mas eu não quero xingar os normais. Pelo menos não hoje. Depois de um texto não-texto, pois não passou de um desabafo, não quero escrever algo que pareça despedida(né Jéssica?!) do blog. Hoje eu saí de casa com muita coisa ruim na cabeça. E as coisas só pioraram. Voltei para casa, tomei um banho(para tentar descarregar os problemas junto pelo ralo, né Sara?!) e saí novamente. Ajudar na janta do CLJ.

Por mais que eu tenha me irritado com a hipocrisia de alguns, a falsidade(não estou insistindo no mesmo sentido com palavras diferentes - redundância - ???) de outros e o maldito cinismo de outros, que pouco moveram seus miseráveis e tortuosos dedos para levantar a melhor carne de porco já servida em uma janta e que mesmo sem sequer saber o que acontecia, buscavam mandar e, conseqüentemente, desmoralizar o que era feito.

Mas nem tudo é coisa ruim.

Passei bons momentos, mesmo que muito poucos, ao lado de pessoas que merecem linhas aqui. Não preciso citar nomes, mas vejo nessas pessoas a mesma vontade que eu tenho de ajudar algo maior do que as pessoas, algo maior do que qualquer ação. Algo acima de qualquer ego e de qualquer ambição.

É tão bom chegar em casa com as pernas duras de tão cansadas, mas saber que o trabalho não foi em vão.

Por mais que o mundo seja constituído por, em maioria absoluta, covardes, eu sei que ainda há chance de mudar. O mundo não quer. Os covardes não querem. Os seus egos não deixam que façam algo melhor do que toda a sua burocracia egocêntrica atual.

Mas é como eu escrevi um dia, naquele marcador "frase do dia", "enquanto houver um sonho, ainda haverá esperança"(frase que está entre aspas pois é uma cópia de mim mesmo).

Eu comecei a escrever esse texto no sábado, às 23 e 55. Mas a internet parou de funcionar e só voltou a fazê-lo há alguns minutos, mas postarei o texto como se fosse domingo. Talvez não tenha algo muito concreto no texto, mas é que realmente eu perdi a vontade de escrever algo mais, pois só pensava em meios de xingar a brasil telecom.

sábado, 29 de novembro de 2008

Solidão, venha me buscar!

Vou embora daqui. Não que isso faça alguma diferença para alguém, mas para mim vai fazer. Espero.

Vou embora daqui. Porque já não agüento mais tanto roubo, tanta injustiça, tanta mentira, tanta hipocrisia.

Vou embora daqui. Mas não só por motivos externos. Minha mente já não se isola da mesma maneira, preciso recuperar a concentração.

Vou embora daqui. Talvez não seja a atitude mais correta, mas certamente é a que melhor me ajudará na minha recuperação.

Vou para longe daqui. Busco explicações para tanta coisa errada. Para tanto erro. Para tanta besteira. Para tanta distância.

Não vou em busca de um sonho. Não vou em busca de um recomeço. Muito menos de uma mudança. Vou embora, porque simplesmente preciso de ajuda. Ajuda que não encontro aqui. Ajuda, que só terei o dia em que conseguir entender tudo o que hoje me faz triste.

Vou em busca da solidão. Aquela que apavora, que gela, que distancia, que entristece. Aquela que mete medo e não tem pena de pobres coitados que não entendem sua importância.

Preciso ficar só. Isolado do resto do mundo. Uma ilha no meio da sociedade.

Voltarei. Não sei se recuperado ou piorado. Não sei se bem ou mal. Não sei se feliz ou triste. Porém voltarei sim, para terminar o que comecei.

Aliás, vou embora para tentar descobrir o que aqui deixei.

O triste fim foi do Policarpo Quaresma. O meu não é fim. Mas é triste. É meio. É só. E só.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A prova de que houve vida naquilo que parecia um buraco escuro


Só me restam os anos da faculdade. Talvez alguns meses de curso pré-vestibular, mas espero²³³³³³³ que não.
Hoje minhas aulas acabaram. Fim do ensino médio. Fim de um ciclo. Fim de uma parte da minha história.

Foram tantos problemas, tantas diferenças, tantas mudanças, tantos obstáculos, tantos pensamentos e tantas idéias, tantas certezas e argumentos. Tantos erros e acertos.

Não quero mais pensar no que de ruim aconteceu nesse meu caminho. Já não me importa mais esse passado. Aprendi a usar a meu favor tudo aquilo que me derrubava. Tudo aquilo que me fazia mal. Tudo aquilo que me forçou a mudar.

Talvez não tenham me entendido. Como talvez não tenha entendido-os. Os buracos foram tapados. As pedras, jogadas para longe. Os abutres já perderam a esperança. De cabeça erguida, olho para um céu azul. Coisa boa. Vento frio, que alivia o calor.

Ficam apenas as boas lembranças. Dos risos, das histórias, das conversas. Do que foi vivido mesmo. Do que foi bom mesmo. Do que foi proveitoso mesmo.

Ficam as lições aprendidas. Dos grandes, e põe grandes nisso, mestres que tive. Gente inteligente. Gente competente. Gente que é muito mais do que gente. São grandes. Foram grandes. Serão sempre grandes. Pelo menos para mim.

Um adeus. Um até logo. Tanto faz. As lembranças, só as boas, ficarão. Na mente, no coração. Talvez até no dedão. Ou em qualquer outro ão.

Obrigado por também fazerem parte da minha vida.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O céu é só promessa...

Relendo(palavra que levará hífen, segundo alguém, após as novas, e estúpidas, normas da língua portuguesa) o título, fica fácil perceber que não há plágio nenhum do trecho(que talvez seja até o título) daquela famosa música do Engenheiros do Hawaii.

Então posso começar a escrever, depois de explicar, usando o meu tosco jeito, o que poderia ser pensado.

Ontem, fui até a cozinha e olhei para fora. O céu estava azul. Um azul Grêmio, bonito de se ver. Aquele azul que acalma qualquer visão cansada e faz um cérebro irritado descansar e esquecer dos problemas, mesmo que por instantes.

Só que reparei bem, e na direção... sul(?), vinham várias e várias nuvens, para não dizer um "nuvão", escuro, indício de chuva. Alguns minutos se passaram e aquelas nuvens cobriram boa parte do céu. Saí de casa e fiquei imaginando que pegaria chuva na volta, ou até mesmo na ida, cujo caminho era longo.

Então imaginei, tolamente, que deveria pensar em todos os meus problemas, pois quando chovesse, eu poderia simplesmente descarregá-los junto com a chuva, que os levaria para o esgoto ou para qualquer buraco das esburacadas ruas da cidade onde vivo.

(eu não consigo mais agüentar esse meu jeito "certinho" de escrever, acho que vou dar um tapa na minha cabeça para voltar ao habitual bocó)

Então minha cabeça só pensou em coisas ruins. Problemas diretos e indiretos. Futuros certos(???) e incertos. Passados vividos e imaginados.

Eu já não agüentava mais.

O fato é que, resumindo a história(para o bem da humanidade), eu voltei para casa e não choveu. Ou seja, não consegui aliviar os meus problemas. Não consegui tomar um banho de chuva. Perdi tempo pensando em coisas ruins que só me deixaram irritado e decepcionado. E não pude sequer gritar para ninguém ouvir o que eu pensava(quem nunca tomou um banho de chuva e começou a gritar tudo aquilo que sentia, como se fosse um desabafo espiritual e, por que não, físico?).

O céu é muito mentiroso. Ele é maldoso, porque em alguns lugares não chove. Em outros chove demais. Mas tem que ver, que ele não agüenta a ingratidão de alguns, que reclamam quando chove e quando não chove.

Mas o céu é o céu... e o Billi J. resolveu reclamar um dia do vento, deu no que deu(clique aqui para ler mais detalhes sobre essa bisonha história do bocó-de-mola do Billi J.). Então eu decidi não reclamar da falta de chuva.

Mas isso não quer dizer que eu não olhei para o céu e disse "seu mentiroso".

Espero que ele não leve a mal... eu só estava brincando.



(falando em chuva, não poderia deixar passar a oportunidade de colocar uma música do Creedence, a mais conhecida deles, aqui: Creedence Clearwater Revival - Have you ever seen the rain)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

No ritmo da caminhada

Caminhar quase sempre é bom. Pensar é uma das coisas mais úteis e produtivas que pode-se fazer enquanto se caminha. E, indo para meu curso, acabei chegando a uma conclusão, que transformei em um parágrafo.

Uma rosa não faz um buquê.
Uma nuvem não faz chuva.
Uma laranja não faz salada de fruta.
Um sonho não muda o mundo.

Eu sei que há certas contradições, mas o fato é que, por cima, no geral, sem pensar muito, isso faz sentido.

E sim, um sonho pode mudar o mundo, mas se, e somente se, a coragem estiver presente também.

Não tenho nada mais para dizer hoje. Espero que alguém consiga entender o que eu quis dizer.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Sem risos

O contador de piada é um tipo de pessoa. O engraçado é outro tipo de pessoa. O divertido é outro tipo ainda. E o sem graça também, óbvio.

O contador de piadas está sempre pronto para contar alguma... piada. O engraçado fala coisas sem fundamento, o que o faz engraçado. O divertido se aproveita de situações atuais para soltar umas frases interessantes, que acabam sendo engraçadas, dependendo da situação. O sem graça é aquele que faz tudo isso, mas o faz sem qualquer qualidade.

O sem graça é o cara de pau. É o que solta a última, e sem graça, frase da conversa. O que pensa muito, mas mesmo assim acaba falando bobagem. É o que geralmente julga-se pronto para ser o centro das atenções, mas não consegue ser o centro de si mesmo. Quer agradar a todos mas muitas vezes nem ao menos sabe o que lhe agrada.

O sem graça é aquele que ri sozinho depois do que fala, porque ninguém mais acha graça.

Coitado.

Pelo menos ele tenta ser engraçado. Mas quando não se é, não adianta tentar.

Rir sozinho e depois mudar o assunto para "as ações da bolsa andam caindo muito né?!" na tentativa de diminuir a sua bisonhice(termo que vem de bisonho, que não é nada mais do que tosco).

O sem graça não é tão sem graça assim.

Só que infelizmente, para ele, a graça dele não é percebida no momento...

sábado, 22 de novembro de 2008

Histórias do ViNícULa - vamo que vamo gaúcho

Ele um dia quis bater o recorde mundial de caminhada. Era um gaúcho. Saiu de sua casa, na distante Uruguaiana(claro, gaúcho bagual tem que ser de uma cidade tipo Uruguaiana, ou Alegrete) e decidiu que caminharia até cansar.

Passou pela "gigantesca" Frederico Westphalen, por São Miguel do Oeste, por Cascavel, por Campo Grande, para caminhar mais foi até São Paulo, pegou a Via Dutra e foi para o Rio, depois Vitória, Salvador, e assim foi. Eu não consigo listar todas as cidades que o bagual passou, porque foram umas 2351 cidades nesse inutilmente gigantesco Brasil.

Ele foi caminhando, pegando barcos e caminhando, sem parar, sem dormir, sem descansar. Comendo e bebendo, mas em pé, sem sentar. Durante 6 anos. Quando chegou ao Canadá, com 14° negativos, disse um "Bah tchê, tá começando a ficar frio" e comprou uma camisa de manga longa.

Seguiu caminhando, passou até pelo Alaska, quando decidiu voltar. Tava com uma saudade do churrasco do tio Hélio que tinha que voltar. Mais 4 anos(em descida a coisa rende mais...) até chegar em Uruguaiana novamente.

E se passaram 10 anos e nada do nome dele estar gravado no tal livro dos recordes. Foi então que lhe avisaram que o fiscal que estaria com ele na viagem, decidiu dormir em uma capital e não o achou mais. Então, caminhando em busca do gaúcho gaudério dessa história, ele acabou registrando como seu o recorde mundial.

Filho da puta que dormiu no posto porque tava cansadinho. Era uma bixinha aquele fiscal. Uma bixa completa.

O gaúcho ficou tão louco da vida que decidiu ir atrás do idiota. Quando o achou, deu um tapão na raiz do ouvido e disse assim "mas tchê, por que tu não me avisastes que eu podia dormir um pouco?!!!".

(importada do Tosco por ser Tosco, mas de minha autoria, o que é perceptível pelo conteúdo)

3 coisas que não rendem

Agora que eu não tenho nada para escrever, pois me falta material complementar para tal(certas fotos tiradas ontem...), eu vou fazer mais uma lista. Então vamos aos fatos:

3 - Cortar a barba com lâmina sem fio.

Pára com isso também. É sacanagem, o cara lá, geralmente com pressa, e a lâmina do aparelho de barbear(não lembrei de outro termo que não fizesse referência a uma marca) está sem fio. Ou seja, tu tens que passar duzentos e cinqüenta vezes no mesmo lugar para poder cortar os dito cujos pêlos que habitam, e devem incomodar, o seu rosto. De 10 minutos, um tempo bem razoável que alia qualidade e velocidade, uma lâmina sem fio(porque dizer desafiada ficaria... estranho? e ninguém entenderia) não lhe permite fazê-lo em menos de 20 minutos. Uma porcaria.


2 - Comer um pacote de bolacha de água e sal

Sei que existem pessoas que o fazem, como eu um dia já fiz, mas é notável a dificuldade em conseguir comer um pacote inteiro(que seria metade do que se compra, já que elas vêm divididas em duas partes) de bolacha de água e sal. Mas demora. Muito mais do que comer a mesma quantidade de bolacha maria. E não rende também porque é uma bolacha meio sem gosto. Você começa a comer uma, aí vai pra duas, três, mas começa a ver que, aparentemente, quanto mais se come, mais se tem bolacha para comer. E isso entristece qualquer um, mesmo que a fome seja grande. Quem come meio pacote, no mínimo, fica alguns minutos sem comer e logo vai atrás de outra coisa, que tenha gosto.


1 - Matar pernilongo no verão

Eu já escrevi um texto cujo título era "... em meio a uma chacina pernilonguística", o que prova que sei do que estou falando. Pernilongo, mosquito, o raio que o parta. Ninguém gosta e ninguém sabe para que servem tais indivíduos, mas, também, ninguém defende-os de uma possível(na verdade impossível) extinção, pois... não acaba nunca. Vamos ao seguinte raciocínio, você mata 10 pernilongos, uma boa média, em uma noite. Você acabou de eliminar pelo menos uns 1254 outros que nasceriam a partir daqueles. Porém, eles já tinham se reproduzido, então diminua aquele 1000 e alguma coisa. Sempre haverá um pernilongo, seja dia ou seja noite. Quase sempre, porque no inverno esses desgraçados não aparecem. Mas a vida segue, e a caça a eles também.


Voltarei...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

5 maneiras para se tornar o centro das atenções(primeira parte)

Muitas pessoas confundem chamar a atenção com espontaneidade. Coisas parecidas na essência, mas diferentes, e muito diferentes, na realidade. Espontâneo é aquele que faz as coisas sem qualquer intenção de atrair olhares ou algo do tipo. Ele faz porque acha legal ou porque quer fazer. Tem sinceridade relacionada. Agora, quem quer chamar a atenção, faz de tudo para aparecer e nunca faz o que não lhe trará um olhar sequer. Vamos à lista:

5 - Quem quer chamar a atenção sobe, literalmente, em alguma coisa. Seja na cadeira, na mesa ou em na escada onde o pintor subiu para pintar a parede da escola. E não faz a menor menção de descer enquanto alguém não chamá-lo de "o cara" ou disser que o que ele está fazendo é legal. Quem quer chamar a atenção busca sempre estar mais alto do que as outras pessoas, pois só assim pode ser visto, e "admirado" por todos, em qualquer lugar que seja.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Frase do dia:

(lembrando e deixando bem claro que não copio essas frases de alguém ou de algum lugar. Escrevo-as.)

"Transformar o impossível em possível é o objetivo de vida dos malucos."

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Até os bocós evoluem

Há algum tempo, eu estaria escrevendo um texto sobre a minha falta de idéias, de assunto para ser escrito. Reclamaria de alguma coisa, que seria o motivo para tal "má fase" psicológica e criacionística(se é que se pode chamar de criação as minhas bobagens).

Não que eu reclamasse em vão. Muito pelo contrário, só escrevia reclamando da falta do que escrever quando não havia o que ser escrito. O cansaço prejudica mesmo. Atrapalha o raciocínio. E era cansaço físico e mental. Como hoje.

O fato é que não vou escrever isso porque não preciso mais. O tempo passa e aqueles que conseguem aprender alguma coisa com o passado, com aquilo que já foi, bem ou mal, vivido, evoluem. Não que eu tenha evoluído muito, mas enfim, o que eu quero dizer é que aprendi muita coisa.

Ninguém me ensinou. Ninguém tinha que, e o que, me ensinar na verdade. Coisas como essas a pessoa aprende, se achar necessário, sozinha. E acabei aprendendo muita coisa.

Como diria uma amiga minha "é bem legal na teoria, mas colocar em prática nos leva a uma outra dimensão". Não que ela tenha dito exatamente assim, mas adaptei a frase para um melhor entendimento. Ou não.

De tanto tentar, acabei aprendendo. De tanto errar, acabei aprendendo. De tanto ver, ouvir e escrever, acabei aprendendo. De tanto querer, acabei aprendendo.

Eu fazia o mesmo que faço hoje. Mas de um jeito diferente. Se há algum tempo eu ouvia música e vinha escrever aqui no blog(e o futebolista) sem deixar de ler os blogs que lia, hoje faço o mesmo. Só que com mais qualidade. Consigo prestar mais atenção ao que faço. Mesmo que sejam várias coisas ao mesmo tempo. Não é possível escrever dois textos ao mesmo tempo, mas ler um para a escrita futura de outro é possível sim. E sem deixar de cantar "...eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo...".

Definitivamente, e por incrível que pareça, até os bocós(como eu) evoluem, é só eles quererem(como eu quis)... (e ponto final).

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Frase do dia:

(eu sei que deve ser um saco fazer o esforço de abrir esta página e ler apenas uma frase, mas enfim, como são poucos os textos que tratavam de assuntos da realidade, é só olhar o histórico do blog, ou a parte que está no final da coluna à direita onde está a lista com alguns dos melhores(ou menos piores) textos escritos aqui, e achar algo a mais para ler.)

(ah, em virtude do falecimento de Dom Bruno, bispo emérito da nossa paróquia, o blog, assim como a cidade, está de luto, pois foram muitos os feitos alcançados por esse que deixou esse mundo ontem. E não é puxa-saquismo, pois devo, quase que diretamente, muita coisa a ele)


"A intensa atividade mental desgasta muito mais do que a intensa atividade física."

sábado, 15 de novembro de 2008

Mudando de idéia no meio do texto

Cansado.

Não da vida. Talvez do mundo. Sim da prática de futebol de hoje.

Não que alguém tenha interesse em saber isso, mas eu olho para minhas pernas e vejo uma mancha quase preta no joelho e uma bola inchada na canela.

Mas hoje eu queria xingar alguém.

Não, o juiz não merece ser xingando.

Tampouco meu time, que mesmo jogando várias partidas seguidas, contra adversários descansados, chegou a um honroso 4° lugar.

Muito menos ainda as pessoas que me cercam. Amigos e família.

Hoje eu queria xingar alguém.

Não pela injustiça cometida com alguém.

Também não pelas injustiças gerais que acontecem todos os dias. Depois de saber que meu amigo recebeu dois reais a mais no troco e, mesmo longe, voltou para devolver esses dois reais, passo a acreditar, mesmo que muito pouco, mais em uma possível mudança na mente daqueles que hoje destroem o planeta.

Voltando ao caso, eu queria xingar alguém por mim.

Não que pelas, poucas mas efetivas, pancadas recebidas. Nem por ter sido ofendido e subestimado. E não também por qualquer outra coisa que possam ter feito contra mim.

Pensando bem, eu não quero mais xingar alguém. Porque mesmo que alguém tenha culpa nesses pessimistas, ou melhor, realistas, pensamentos, eu não tenho o direito de fazê-lo.

Pois é.

Eu não quero mais xingar alguém. Ninguém. Qualquer ém existente.

Porque não faz diferença xingar ou não. Mas qualquer conseqüência negativa poderá ter grandes efeitos.

Fico quieto a partir deste ponto.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Frase do dia:

Entre tantos pensamentos que volta e meia surgem, ao mesmo tempo, na minha já complicada e estranha mente, uma frase foi pensada duas vezes, ganhando o direito de ser considerada como frase do dia:


Quando a mente não acompanha o corpo, nem os melhores continuam sendo os melhores.



*baseada em fatos reais

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Queimem as chapinhas!

Antigamente, tempo que corresponde há uns 20 anos, que é quase a minha idade, o simbolo da beleza eram os cabelos cacheados, voltuosos e volumosos. Mas como eu odeio a moda, não vou comentar mais sobre isso. Porque afinal, essa tendência mudou muito. Agora a onda é o cabelo liso(acredito não ter sido minha intenção esse infame e ridículo trocadilho). Aquelas que não o possuem, apelam para a chapinha.

Não sei, e também, nem quero saber quem criou tal objeto, mas se eu encontro o sujeito na rua, mesmo sendo eu um sujeito pacífico, ia dar uma tunda de laço nesse animal(o que seria uma surra, uns tapão na raiz do ouvido). Porque somente o dinheiro pode ter levado a tamanha inutilidade.

Agora vem o coro me xingando nos comentários. Porque chapinha é bem útil, porque isso e aquilo, e bababá e cacacá e merda acolá. Chupem o dedo então, porque repito, chapinha é uma ferramenta inútil.

Quer mudar a aparência e assim chamar a atenção? Bom, pinte a cara de rosa, o corpo de amarelo e desfile no centro da cidade. Chamarás muita atenção.

Sou contra o uso desse símbolo da futilidade pois, como colono(com orgulo) do quinto dos infernos do Rio Grande do Sul, aprendi a apreciar o natural. Por que algumas, mulheres e bixas, e até alguns, bixas também, acham que cabelos lisos são mais bonitos que os voltosos e irritativos como o meu?

Podem até ser, mas eu, repito, EU não abandono a minha idéia de uma busca constante por simplicidade e naturalidade, óbvio. O ser humano possui tantos detalhes, tantos sorrisos, tantos olhares, tantas voltas e linhas quase retas que mudar isso, tentar esconder ou disfarçar, é ser ingrato com aquilo que lhe fora proporcionado, quando nasceu e durante a vida.

Utópico, antigo, mais uma vez, colono, mas eu não consigo achar legal ficar se pintando, se mudando, se escondendo, daquilo que se é. Mais uma maneira de fugir. Mais uma maneira de mentir. Mais uma maneira de se enganar. Mais uma maneira de mostrar ao mundo o quanto a opinião dos outros e agradá-los influencia a sua maneira de viver. Lamentável.

Ninguém tira o meu direito de fazer essa crítica. Leitoras, que já são poucas, deixarão de passar por aqui. Nada posso fazer. Como também não posso obrigar alguém a não fazer. Se quiser, faça-o. Mas insisto... é mais uma maneira de fugir...

Pouco importam as aparências. Sim. Digo até que nada importam as aparências. Mas sabe... chapinha, gel, o raio que o parta... isso tudo seria muito mais útil na lata do lixo.

E olha lá.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Histórias do Bandiolo - cuidado com a chuva

Ele era o cara. Bonitão, gostosão e garanhão, menos do que isso não era chamado pelas mulheres que estavam por perto. Ele era o cara, não adianta. As mulheres se jogavam aos seus pés. Os amigos babavam seus ovos como se fossem mortos de fome olhando para aqueles frangos que ficam rodopiando na frente de mercados.

O cara era bom em tudo. Futebol, basquete, história, química. Incrível. Sabia sobre tudo, e todos. Conhecia a vida de todos os grandes, e até dos pequenos, da história, antiga, moderna ou contemporânea.

Só que ele tinha um problema, assim como o Aquiles teve o seu calcanhar, esse cara, que não ganha nome(eu insisto, nem todo idiota das minhas histórias precisa ganhar um nome) tinha um problema respiratório. Não, ele respirava normal, mas não podia andar na chuva sem guarda-chuva, se não se afogaria, pois suas narinas eram voltadas para cima(fenômeno da natureza, aberração? Vejam nas próximas linhas)(outra coisa, não me perguntem como um cara com as narinas voltadas para cima poderia ser tão lindo para as mulheres... não me perguntem...).

Só que um dia ele achou que era bom demais para ter medo de uma simples garoa, que não era bem mesmo uma garoa, mas enfim. Decidiu sair. 12 passos depois e menos de 10 ml de água respirados, ele caiu de costas, morto.

A arrogância leva pessoas do nível máximo para o medíocre.

E tenho dito.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Histórias de bergamota(4)

Não era época de bergamota. Não havia uma bergamota sequer nos mercados, da cidade, do estado e do país. Não havia uma bergamota sequer no mundo inteiro. Ele entrou em desespero. Seu estoque de bergamota para épocas como essa havia acabado. Teria que passar mais dois meses sem comer bergamota. Não poderia.

Alguém como ele não tinha a capacidade de agüentar mais de 1 dia sem comer bergamota. Só ele não conseguia ficar um dia sem comer bergamota. Era o fim. Não poderia viver mais naquele mundo em que não havia uma bergamota sequer.

Estava no inferno.

Em um ato de desespero, recorreu ao outro nome da bergamota, tangerina, para ver se alguém no mundo possuía uma tangerina para que ele pudesse comer.

Também não encontrou ninguém.

Era mesmo o fim, até que, foi conversar com o padre. Pediria a extrema unção para poder ir para o céu comer uma bergamota lá, afinal, as nuvens devem ser bem férteis.

O padre lhe ofereceu um suco. Ele, como que por instinto, sentiu que seu corpo estava ativo. Aquele era suco de bergamota. Mas como aquele maldito padre conseguiu uma bergamota para fazer suco e eu não?

O padre lhe respondeu:
-É suco de pacote meu filho, é artificial.

Para ele não importava, poderia passar dois meses apenas tomando suco de pacote de tangerina, que tinha o (quase) mesmo gosto de bergamota de mercado, e assim viveria até poder reencontrar seu verdadeiro amor: a bergamota pokãn.

Comprou 5.000 pacotinhos de suco artificial de tangerina e assim conseguiu viver, mesmo que em uma doce, e artificial, ilusão, pelos meses que se passaram sem bergamota.

domingo, 9 de novembro de 2008

Eu escolho o que me faz feliz



Se tem uma coisa cuja referência feita no blog sempre, mas sempre mesmo, foi positiva, é a tal da amizade. Porque é uma coisa tão inexplicável quanto o amor, até por ser uma forma de amor. No caso atual, do meu agora presente, mesmo que exausto e com dores nas pernas, quero simplesmente escrever. Porque gosto. Mesmo. E essa é outra coisa que não canso de escrever, mesmo sabendo que é um saco ler frases daquele, e também deste tipo.

Voltando à amizade, preciso dizer que hoje os meus amigos estavam diferentes. O motivo, e o contexto, para tal, não serão comentados aqui, até porque, não faz diferença, mesmo. Nunca fui tão ironizado e tão sacaneado quanto hoje. Nunca não, mas fazia tempo que não riam tanto da minha cara.

O pior da história é que isso me fez bem, mesmo que eu tenha desferido alguns poucos, e duros, golpes, que também não machucaram ninguém, felizmente. Me fez bem porque percebi o quanto algumas pessoas fazem a frase "o que importa é quem você tem na vida" ter algum sentido real.



Nem uma manada gigantesca de borrachudos(mosquitos menores, mais redondos e que chupam mais sangue), dentre as vítimas posso citar a minha orelha direita, nem um refrigerante de laranja sem gosto, nem as tentativas incansáveis de buscar a glória e a fama de alguns terceiros(que não serão citados pois seus nomes me fazem ter vontade de parar de escrever), nem a decisão inesperada, e ridícula, do antecipamento da volta, nem todas as risadas já citadas.

Nada me faz pensar que hoje foi um dia ruim. Nem o problema que tivemos com o carro do Fão, o que nos obrigou a ir de ônibus(ouvindo a famosa música da barata, dentre tantos "hits" de corno e de gente que só pede uma corda para se enforcar). Nada.

Porque afinal de contas, sou eu quem escolhe o que me faz feliz, o que me deixa feliz. Eu mesmo. Sem arrogância nem petulância, apenas com uma visão bem definida de algo que, hoje parece fazer muito mais sentido do que em qualquer outro dia que já tenha sido vivido, ou infelizmente apenas existido, por mim.


Um dia as pessoas crescem, dirão alguns. Discordo. As pessoas ganham oportunidades todos os dias, sejam elas de crescimento, evolução ou simples mudança. Aproveitar isso é que faz a diferença. É o que difere os normais dos malucos. É o que mostra quem é original e quem é cópia.

Hoje, ou melhor, ontem, foi um dia diferente. Um dia bem diferente. Um dia bem bagual. Muito bem aproveitado. Um dia que seria como qualquer outro, se a gurizada não tivesse se encontrado, se as conversas não fossem brincadeira, se as risadas fluíssem, se eu não visse aquele sorriso...

Tão longe e inexplicavelmente tão perto...

sábado, 8 de novembro de 2008

Sob condicional

Supõe-se que depois de uma aula de Português, onde a estrutura de frases e palavras fora ensinada, e quem sabe(quem sabe...) aprendida, a pessoa em questão, no caso eu, comece a escrever melhor.

O fato é que isso não vai acontecer. Não por achar que não é necessário(hum...) ou que é inútil. Mas apenas porque isso não condiz com o blog. Ele foi, e ainda é, feito por uma mistura de coisas, que não devem fazer muito sentido, afinal, a minha mente não faz muito sentido.

Esse troço, ou blog, que conseguiu a façanha(inacreditável) de já ter 3 pessoas que o acompanham, sempre foi marcado pelos erros, tanto sintáticos quanto semânticos, mas principalmente, pelos mentais.

Pessoas que possuem problemas na cabeça, e que conseguem(inacreditavelmente) não serem internadas no hospício(que ninguém me denuncie...), não conseguem escrever coisas ditas úteis. Exceto quando se sentem dispostas a fazer tal coisa.

Claro, um aprendizado significa, geralmente, um crescimento, nem que seja apenas do cansaço mental e da insanidade(quem estuda muito acaba fugindo da realidade, principalmente se o assunto é mecânica quântica, o que, no caso, não vem ao caso). Ler, estudar e conseqüentemente aprender, é um dos grandes desafios que a sociedade em si, possui. Porque afinal de contas, se buscamos alguma coisa melhor(quem sabe um mundo melhor?), devemos aprender, de todas as maneiras possíveis, para poder então usar esse conhecimento, esse aprendizado, em pró do nosso objetivo.

Na relação aprendizado x blog, não há essa necessidade, pois blogs melhores são aqueles que... bom, são aqueles em que o blogueiro está feliz com o que faz. Contente com seus textos, com suas idéias, que podem, ou não, retratar fatos que ocorrem com ele, ou mesmo suas idéias.

Talvez haja, inconscientemente, uma mudança nesse blog a partir de um aumento na minha carga horária de estudo. Talvez e somente talvez. Mesmo que eu tenha criticado esse talvez em um texto abaixo.

Não é certo e não é descartado. Mas que hoje me sinto, mesmo que quase nada, mais inteligente do que era ontem, ah, isso eu não posso negar.

O problema é que não tenho certeza de que saberei amanhã o que aprendi hoje...

Enfim, o condicional é definitivo para todo esse texto.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sim... talvez... não.

Pelo que a maioria pensa, só temos duas opções para cada situação. Basicamente pensam, talvez até pensamos, dessa maneira. Só dois caminhos a seguir. Ou a certa ou a errada. Não existe meio termo quando pensamos em decisões, rumos a dar para nossas vidas.

Porém, a algumas pessoas, inclusive as daquela maioria, sabe bem que existe meios-termos. Porque para sair de um sim e chegar a um não temos que passar por algo. O talvez. O talvez deveria, talvez, desaparecer do vocabulário. Vamos ou não? Talvez. Pro inferno mesmo.

Não é bem assim. O talvez existe e faz parte do cotidiano, do costume, da cultura... é, talvez seja isso mesmo. O talvez é um dependente tão chato quanto o se é um condicional irritante.

É difícil imaginar alguém decidindo algo(como quase sempre os textos aqui não definem muitas situações) pensando no talvez, no meio termo, no quem sabe, não no sim ou não. Complicado não ter uma idéia. Se é mais sim do que não, então que seja sim. Porque a indecisão, a enrolação, a centralização de decisões não têm muitos aspectos positivos.

O talvez permite um adiamento, já que ele depende de fatores externos ao... ao treco a ser decidido ou escolhido ou o raio que o parta. (cansei de escrever assim) Só que esse adiamento é ruim. Adiar sempre é ruim. É uma fuga de compromisso, de oportunidade, de obrigação.

Não gosto dessa fuga de compromissos. Desse adiamento. Desse talvez. Quem sabe farei isso, mas só se acontecer aquilo. Que saco. É o grande sinal de acomodação. Talvez, quem sabe, pode ser que sim ou que não, enfim, tudo isso é mostra de preguiça, de falta de vontade, de outras tantas coisas que não me ocorrem agora.

Isso é uma crítica. Àqueles que mereceriam ler. Àqueles que acham que se acomodam. Àqueles que viram uma dessas frases se encaixar em suas vidas. É uma crítica a mim também.

Droga!

Hahahah

domingo, 2 de novembro de 2008

Eu gosto é de roupa velha...

Repito, eu gosto de roupa velha, gasta, usada, desgastada, enfim, aquelas roupas que nos trazem lembranças. Um jogo, um encontro, um momento. Vários momentos. Roupas são coisas tão usadas que muitos não dão valor a elas. O que não deixa de ser aceitável, pois estamos falando de objetos inanimados que não possuem sentimento algum. Ao menos aparentemente.

Olhar para uma camisa e lembrar que a usou em algum momento que te faz parar e pensar "bah, aquele dia foi massa mesmo" ou simplesmente "puta merda, eu to ficando velho". Muitas coisas vêm à mente quando olho para minhas camisas, bermudas e moletons quase pré-históricos, de tanto que foram usados.

E geralmente é difícil se desfazer de uma roupa. Nesse caso não por materialismo, mas por uma coisa, que se fosse com outra pessoa seria chamada de elo, mas nesse caso deve, ou ao menos pode, ser chamado de... enfim, o termo faltou agora, porque não imagino uma palavra que complete essa lacuna com um sentido aceitável.

Ver uma roupa gasta, com princípios de buracos ou manchas que não saíram mais depois que foram colocadas lá, é bom. Prova de que o dinheiro foi bem investido. "Dá até para pagar de novo" dirão alguns mais exaltados, ou simplesmente "essa bermuda é bagual". Roupa velha é mais confortável, não te faz sentir-se estranho e ainda por cima, é um meio de identificação. Em cidades grandes isso pode até não servir, pois devem haver umas 520 pessoas com uma camisa rosa com tiras amarelas e azuis na rua. Mas em cidades pequenas, uma pessoa pode ser sim reconhecida, e ter seu nome escandalosamente gritado durante um andar na rua.

Tênis velho. Outra coisa interessante. Até porque, um tênis precisa ser muito bom para poder ser chamado de velho. Um ano de uso, atualmente, é requisito mínimo para "envelhecer" um tênis. Mas, no meu tempo de... criança(!!!), os meus tênis duravam uns 2 anos, mesmo jogando futebol no calçamento, inimigo mortal de tênis novo. Eu só comprava, ou melhor, pedia um tênis novo de presente de alguma coisa, quando ele, o tênis que não foi especificado, começava a apertar o meu pé...(para chegar ao tamanho 43/44 o meu pé cresceu um pouco...).

Eu sei que ler isso traz a impressão de que estou escrevendo uma coisa inútil, porém, analisando e interpretando algumas frases específicas, é possível fazer uma relação de roupa velha com qualquer coisa duradoura dentre as relações inter-humanas.

Não que eu tivesse essa intenção, mas a coisa fluiu(!) de um jeito que achei interessante continuar depois da primeira frase.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Vamos jogar... vamos ganhar?

Comecei a jogar vôlei noturnamente há uns 2 meses. Há umas 2 semanas intensifiquei e aumentei os horários de jogo. E nesse tempo, acabei evoluindo nesse esporte que, para mim, só é bom se é jogado. Assistir um jogo de vôlei é como tomar suco de cebola com tomate frito.

O fato é que eu não vou falar sobre vôlei, mas sobre um fato, ou melhor, uma pessoa, que conheci jogando vôlei. O cara(isso elimina a possibilidade de uma suposta nova paixão, felizmente) é careca, provocador e irônico. Julga-se o sabe tudo no vôlei e um jogador de nível de seleção. Claro, o bocó não é nem metade disso como jogador. Enfim, o fato não é ainda esse.

Ele joga sério, como se fosse campeonato, como se valesse prêmio em dinheiro ou status. Todos os outros, principalmente eu e o Ricardo, meu amigo quase irmão, jogamos brincando. Levando a sério o jogar, mas não o resultado, como esse outro ser humano careca.

Ele tira ponto do adversário, do nada mesmo. Acrescenta pontos no seu time, do nada também. Bola fora para ele, se for a seu favor, é dentro. Se for na sua quadra, é fora sempre. Isso irrita. Como eu, mesmo sendo extremamente impulsivo, não quero discutir e nem brigar, porque afinal, só jogo para me divertir, e claro, para praticar mais algum esporte, não me irrito com tamanha... malandragem.

O careca, digo, o bocó, digo, o cara tem uns 50 anos, suponho. E ainda não aprendeu que o importante não é vencer. É bom vencer, sim, mas ainda se fosse um jogo oficial valeria.

Para piorar a situação, minha e dele, no meu time tinha um cara que nunca tinha jogado vôlei na vida. E ainda estávamos em 4 para cada lado. Ou seja, corremos feito loucos para compensar a falta de experiência do nosso amigo inexperiente que nunca havia jogado vôlei. E mesmo com isso, o time do careca... perdeu. Mesmo com todos os pontos invertidos e somados do nada.

O importante é competir, quase sempre. Mas ganhar de um cara que só quer ganhar, é bom também... ainda mais se ele for careca....(brincadeira...)

Tão tá!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Palavras que mostram alguma coisa

Aqueles que podem ver, buscam alívio nas mais belas paisagens e nas mais belas poesias escritas.

E aqueles que não podem ver? Ou pior, e aqueles que não querem ver?

Aqueles que ouvem, buscam consolo nas palavras ditas, sejam sinceras ou não. Aqueles que ouvem, querem uma melodia que os acalme e lhes traga uma paz interior que alivia a dor.

E aqueles que não podem ouvir? Ou pior, e aqueles que não querem ouvir?

Aqueles que podem falar, falam muito, gritam, desabafam. Porque afinal, as palavras estão aí para ser ditas, independente de haver alguém que as leia ou não.

E aqueles que não podem falar? Ou pior, e aqueles que não querem falar?

Aqueles que podem sentir, buscam um carinho, seja ele em um abraço ou um aperto de mão. Buscam para sentirem segurança e terem a certeza de que não estão sozinhos.

E aqueles que não querem sentir? Ou pior, e aqueles que não têm alguém que lhes faça sentir esse carinho?


É... fui ao chão... só assim para escrever uma coisa dessas...