segunda-feira, 15 de julho de 2013

Reflexões de um maluco (22)

Há tantos por aí que falam em mudar 'o sistema político', 'o sistema econômico', 'a Igreja' mas não tem bom senso, e principalmente humildade, para reconhecerem que eles mesmos precisam mudar, precisam crescer, precisam ver além das sua opiniões egoístas ou influenciadas por mídia, ideologias de séculos passados, movimentos radicais pró-nada ou filósofos de banheiro. O problema não está em falar, está no que se fala. Divulgar informações erradas por interesse de uma causa - cujas lideranças nunca aparecem - não é exprimir uma opinião, é ser apenas massa de modelar nas mãos de 'alguns'. O uso errado da 'liberdade' só reafirma a impressão de que poucos sabem o seu real sentido, que poucos a conhecem de fato. Que poucos entendem a sua importância.

Enquanto não aprenderem a pensar com a própria cabeça, partindo de estudo, reflexão e pensamentos com fundamento, lógica e senso moral, todos os gritos por mudança nisso ou naquilo perderão o valor. E, vejam bem, não estou citando movimento algum. Escrevi num dos primeiros dias das 'marchas' que era preciso ser justiça, ser verdade, ser amor, ser respeito e ser honestidade para exigir de alguém - inclusive de políticos e afins - o mesmo. Para poder ensinar, no futuro, as próximas gerações e provocar uma mudança social sem a necessidade de quebrar vidraças e queimar containeres.

Quantos reconhecem os próprios erros e toleram os erros alheios? Pensando a nível pessoal, sem extrapolar a fronteira do eu. Quantos tem humildade para reconhecer que falaram sem saber, julgaram sem conhecer, exigiram algo que não estava de acordo com suas atitudes, quantos? Você, reconhece?

Seria bom refletir um pouco sobre a própria vida, sobre quem se é e quem se quer ser, antes de engajar-se em um ideal que exige mudanças sem querer mudar. As transformações do 'eu' são muito importantes e podem levar a profundas mudanças em muitos "eu's". Mas mudar por nada é permanecer a mesma coisa, o mesmo eu, sempre. E mudança que não leva à Verdade, à justiça, ao Amor e à própria essência não é, de fato, importante. Não adianta mudar as palavras, propagando paz e igualdade se o coração insiste em alimentar ódio e intolerância. Gritar e exigir ser ouvido mas sem querer ouvir. Hipocrisia social que não tolera pensamentos diferentes. Gritos de 'estado laico' vindos de pessoas que não respeitam religiões. Não faz sentido.

Para terminar, você investiria 1 real se soubesse que, após 10 dias, ganharia 5 mil reais? Investiria, certo? Além disso, você investiria esse mesmo 1 real se, além de ganhar 5 mil reais de volta, proporcionasse o bem estar de pessoas de todo o mundo, melhorando a sua imagem lá fora? Claro que sim, não é? Então, se você consegue entender esse raciocínio e tem bom senso para fazer uma analogia, pare de reclamar da Jornada Mundial da Juventude sob o pretexto que 'o estado é laico e não deve dar um dinheiro para religião alguma'. Uma parte do dinheiro arrecadado pelos comerciantes com alimentação, transporte, serviços, lembrancinhas e afins, vai, através dos impostos, para o governo que está proporcionando condições adequadas para receber turistas de todos os cantos do Brasil e do mundo. Reclamar disso é ser hipócrita e dizer não para o 'investimento de 1 real que dá retorno de 5 mil reais'. E nesse caso, além de hipocrisia é ignorância.

Quer criticar, ok, você é livre para isso mas antes de criticar apenas porque as 'ideologias do século 17' mandam você fazer, pense bem. Tenha humildade para reconhecer todos os benefícios que o evento trará. Mesmo que você não esteja inserido no mesmo. O governo ganha, comerciantes ganham, a cidade ganha em reputação(porque turista bem tratado volta para casa e faz propaganda para os outros), a juventude que vai participar (e não a que vai fazer protestos desrespeitosos) vai ganhar de diversas formas.

E, acreditando ou não em Deus, se alguém próximo a você estiver lá, certamente rezará por você. Achando isso importante ou não, considere e agradeça. Nem que seja como forma de respeito pelo que esse alguém acredita, e vive.

Não quero comentários. Mas é um direito seu fazê-lo porém, por favor, se for para falar bobagem, não fale.

Obrigado pela atenção.

Desejo a todos coragem para viver a Verdade. Coragem para ser verdade.

Coragem para permitir que a Cruz seja nossa Luz.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O vazio de viver e só (39)

Entendo que a vontade de estar em movimento, progressivo, existe. Logo, há vontade de mudar. De fazer. De deixar-se tocar. Há um querer. Há o querer algo. Melhor. Mais intenso. Sensato. Significativo.

Quero muito mais. Sei que preciso de muito mais. Consciência não falta. Sei que o orgulho cega, que os vícios derrubam e dificultam. Sei como controlá-los. Sei o que é falso nessa busca por autoconhecimento. Por autocontrole. Sei também o que faço, inconscientemente buscando um alívio e sei que isso não traz alívio nenhum. Só pesa. Muito. Complica, atrasa. E não satisfaz.

Aliás, atrapalha tantas outras satisfações.

Lembro do que fazia. Batida de banana antes do futebol das quintas, ida ao mercado só para buscar um pacote de presunto. Uma panelada de feijão com calabresa para comer durante toda a semana. Caminhadas de horas por toda a cidade. Gostava de conhecer, de rezar enquanto caminhava. De correr esporadicamente e convidar alguém para ir junto. Às vezes ouvir música enquanto isso. Gostava de escutar coisas novas, músicas novas mas sem deixar de ouvir pela milésima vez Creedence, Beatles, Foo Fighters, Oasis ou Modern love, do Bowie.

Sei que, também, faz falta a média de 2 a 3 livros lidos por mês. De rapidez e agilidade no pensamento. Faz falta devorar um livro de palavras cruzadas, estudar inglês ou editar vídeos. Criar montagens, piadas, podcasts, rir de todas essas bobagens. Faz falta escrever.

Pensar. Raciocinar. Refletir. Faz falta ouvir. Falar. Faz falta sentir. Faz falta viver.

Sei de tudo o que havia e não há mais. Sei do que dificulta, do que impede, o que é preciso fazer. Tenho vontade, coragem, estou disposto a abrir mão de muitas coisas, sim.

Se a minha vida fosse um time de futebol, entretanto, nesse time estaria faltando o camisa 10. Aquele que recebe a bola e deixa o atacante na cara do goleiro adversário, livre para marcar o gol e dar a vitória ao time.

Faltam vitórias no meu time, na minha vida, porque falta o camisa 10, o craque, decisivo mas não tão participativo assim.

Não sei o que é esse camisa 10.

E é só isso que eu não sei.