sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Mais palavras, menos... alguma coisa

Os meus olhos não precisaram ver.

Os meus ouvidos não precisaram ouvir.

As minhas mãos não precisaram segurar.

Não sei explicar.

Mais uma vez, não quero explicar.

E pouco importa se há uma explicação, coisa que eu não acredito.

Que saco, inconformado, não sei mais o que escrever.

Não sei mais o que dizer.

Não sei mais o que pensar.

Talvez nem sei mais o que sinto.

Embora seja forte.

Insistente.

Real.

Sincero.

Estou muito mais do que a dois passos do paraíso.

Aliás, desconheço esse paraíso.

É, parece que o meu lugar, aquele do qual não consiga nunca sair é um deserto.

De tudo e de nada.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Recebi isso e vou repassar


Recebi da Ju, do Mania de escrever e da Letícia, do Pensamentos transitórios.

Sinceramente, quando recebi no Tosco, pedi para o Maurício repassar pois não me interesso muito por esses selos. Agradeço SINCERAMENTE quem me repassou, mas não é o tipo de coisa pela qual me interesso. Mas obrigado mesmo. Também agradeço à Sara, do Fábrica de Palavras, que me enviou um meme esses dias. Te disse Sara que eu não repassaria, mas agradeço a lembrança(mais uma vez).

Bom, quanto a esse selo:
Regras:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique (x) número de blogs de sua preferência;
4- Avise seus indicados;
5- Publique as regras;
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras;(opcional, repassa quem quiser)
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B !
(não seguirei esse passo)

Indico ao selo os 10 seguintes blogs(que eu já havia indicado em sua grande maioria para o Maurício indicar no Tosco):

Como perdi a minha lista de blogs aqui do Blog do Maluco, repasso para os que eu acompanho e/ou gosto de ler. Peço desculpas se alguém já recebeu isso mas, perdi a lista e não tenho mais blogs em vista. Pelo menos não por enquanto. Espero não ter esquecido de alguém bom.

Inventando batidas (me faz pensar)
Crônicas mal contadas (me faz refletir e rir)
Borboletas em metamorfose (textos bons de ler e aproximr com coisas da vida)
Contos no papel(textos bastante interessantes, sejam ficção ou não)
Fábrica de palavras(sempre elogio os textos da já citada Sara)
Idéias espalhadas(vejo personalidade forte nela)
Distribuindo sonhos(são textos diferentes)
Sussurro sujo(já ri bastante aqui)
Caixinha censurada(mais um blog bom de ler)

Mas valeu.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Frase do dia:

Quem acredita em sonhos impossíveis não merece ser chamado de outra coisa que não seja idiota.





*sim, eu faço parte desse grupo

Reedição do texto "Porque o tudo não passa de um nada disfarçado", escrito em 31/07/08

Hoje eu teria muita coisa para escrever, porém, lembrei-me de um texto que escrevi no ano passado(e que elegi como o que mais gostei de escrever nesta postagem). Como não tenho vontade de apenas trocar meia dúzia de palavras para manter uma ideia, deixo esse texto aqui, porque ele acaba retratando o dia de hoje também.


"Sinto falta, necessidade, desejo e qualquer outro sentimento que possa ajudar a aumentar a expressão da falta que sinto por algo. Preciso, quero, tento, busco, corro atrás do que um dia já me fez feliz, já me trouxe algo que seja bom de lembrar, de imaginar, de recordar, de querer reviver, de tentar fazer novamente.

São palavras que saem, que são pensadas ou não, digitadas, certa ou erradamente. São palavras que fazem muito sentido, pois a ausência é algo que faz sim algum sentido. São palavras, que não fazem sentido algum, porque não há sentido que se dê a algo que torne esse algo qualquer um algo real, importante, bom de se lembrar... e por aí vai.

Tento pensar, tento buscar mas só consigo imaginar. Porque é mais fácil, porque não é difícil, porque é tão simples quanto qualquer texto de alguém sensato. Não sou sensato, mas isso não vem ao caso. Fujo de minha mente, irritante, inconstante, instigante, indescritível* e incessante. Fujo ou tento fugir, de pensamentos estranhos, que sempre me levaram a agir de maneira estranha, mesmo que essas coisas não passem de atitudes diferentes, de uma pessoa diferente.

Fujo da mente que se fechou, sem saber se há nela alguma porta ou saída de emergência, fujo de um cofre de banco de filme estadunidense, em que há mais metal na porta do que no resto do banco. Fujo dessa mente que só sabe pensar, e mais nada.** Fujo dessa mente que me faz voar longe, de tudo o que tenho e de tudo o que algum dia tive.

Esqueço essa idéia, de passado, de futuro, e até de presente, para me concentrar no nada. Porque o nada é a resposta para se achar alguma coisa que se perdeu. Porque o nada faz com que qualquer coisa que ache, torne-se muita coisa, porque o nada é nada, mesmo que em todo nada haja um tudo implícito e escondido. Assim como há sempre branco no preto, e vice-versa.

Fugi da minha mente. Fugi de mim.

Apenas para escrever um texto. Que não é um texto. São letras, palavras, frases e parágrafos que não fazem sentido. Porque não há explicação ou idéia contida nesse texto. O que ele aparenta mostrar, apenas aparenta, porque não mostra nada. Porque não quero mostrar nada. Porque não preciso mostrar nada.

E tudo por que?

Porque ainda não achei algo na busca pelo nada. Porém, ao mesmo tempo, também não achei nada na minha busca no tudo. No tudo que tenho, que tive, que terei.

Sabem... não faz sentido. E o melhor de tudo... não é pra fazer sentido! Porque o sentido é uma direção, um rumo, um caminho. E eu estou no meio de um deserto. De nada, e de tudo.


*tinha que ter uma palavra para mostrar que não há intenção de rima;
**não sei se há alguma função na mente(não no cérebro) além de pensar, é uma discussão muito técnica..."

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um grito bem definido

Nenhum de Nós - Santa felicidade

Foram poucas as vezes em que ouvi por muito tempo música alta. Não sei, meus ouvidos não aguentam muito, enfim, não gosto muito mesmo. Questão talvez de costume ou de preferir algo mais calmo. Até porque, geralmente, deixo a música como um fundo que me faz diminuir os pensamentos. Porque no silêncio os pensamentos surgem tanto quanto surgem hipócritas na sociedade.

Mas hoje eu precisei levantar o volume. Não que tenha sido um grande volume, até porque, mesmo colocando o fone o volume não foi muito grande porém, foi o suficiente para parar de pensar um pouco no que eu não deveria pensar.

Por ouvir, e acabar cantando as músicas, altas, pensava na música e no que estava lendo ao invés de pensar naquilo que não deveria pensar(2). Eu precisava deixar um pouco de lado os balões que a toda hora surgiam em minha mente. Deixar de lado os malditos condicionais "se". Deixar de lado lembranças de fatos gerados por terceiros que, indiretamente, me afetaram.

Afogar as mágoas de um jeito diferente. Aliviar o espírito sem tomar banho de chuva. Falar alto, gritar, jogar fora palavras e pensamentos a tanto guardados. Sem receber um "para"(agora sem acento diferencial) ou um "calma" como resposta.

Levantei o volume mesmo. Não ouvi mais nada. Nem a televisão, nem a minha mãe, nem a mim e a minha mente. Só ouvi a música. Só pensei na música. Nas músicas aliás.

Eu precisava sair da rotina como fiz no domingo. Precisava gritar palavras como fiz hoje(e ontem)*. Não sei o que farei amanhã. Não sei sequer se precisarei fazer algo desse tipo amanhã(que já é hoje).

E não faz diferença também.

O que precisava ser feito, foi feito.


*período de transição de um dia para outro

Frase(ou parágrafo) do dia:

Capital inicial - Fátima


"Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã,
ainda assim plantaria a minha macieira.
O que me assusta não é a violência de poucos,
mas a omissão de muitos.
Temos aprendido a voar como os pássaros,
a nadar como os peixes,
mas não aprendemos a sensível arte
de viver como irmãos."

Martin Luther King
Jr.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um domingo...



Saímos do nada. Repentinamente. Vamos e pronto. Como quase tudo o que não é planejado, essa saída da rotina foi bagual. Pouco importou algumas coisas que por nosso caminho passaram. Pouco importou o caminho em si, com todos aqueles quilômetros de estrada de terra e consequente poeira, toda a falta de sinalização, o cara com a camisa do Vasco de mil novescentos e lá vai paulada, as tais pedras no caminho, que, nesse caso, não fizeram diferença alguma. Pouco importou o mini pastel de R$ 1,50 ou o cão da amiga do Ricardo que, na volta, apavorou os reles membros da foto, exceto o já citado.

Pouco importou as costas queimadas, a dor nos pés que pisavam nas pedras quentes. Pouco importou estarmos apenas em 5.

Pouco importou tudo isso e mais um pouco. Fomos pra puta que pariu de Taquaruçu do Sul, cidade que talvez nem no mapa esteja, e nos divertimos. Sem estragar a diversão de ninguém.

Bagual.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Retratos de uma sociedade patética

A vantagem de ser sincero é que tu nunca és convidado para certos tipos de celebração. Por mais que tu tenhas sido amigo, sido companheiro, entrosado e enturmado alguém, esse alguém só o convidará para uma festa particular ou qualquer outra porcaria que ele esteja organizando, se tu fores hipócrita e disser que ele é o cara na frente de muitas outras pessoas. Elevando o ego dele(o famoso "baba ovo" ou "puxa saco"), tu conseguirás muitas coisas em troca.

Mas eu não consigo fazer isso. Não faço nada esperando retribuição mas o que eu espero, por agir sinceramente, é que as pessoas sejam sinceras comigo. Só que a grande graça de uma história sem qualquer intenção de ser engraçada é que parece que há um receio, um medo, uma grande objeção em ser sincero com alguém que é sincero.

Em um mundo hipócrita, em uma sociedade hipócrita como é a nossa, a indignação com as atitudes já citadas se torna apenas mais um grão de areia em um deserto. Em um deserto de sinceridade. Deserto em função de uma variável quase invisível, quase inatingível, quase inútil.

De repente, quando se conhece alguém maluco, louco ou simplesmente diferente, a inveja e a vontade de sobressair-se exibicionalmente(se não existe, acabei de criar mais uma palavra) em outros planos leva normais, reles e medíocres normais a se auto-proclamarem malucos, loucos ou simplesmente diferentes. E todos os normais passam a julgar-se malucos, loucous ou diferentes.

Toda essa baboseira toda, toda essa hipocrisia, toda essa... não sei se é correto usar inveja pois não consigo entender como alguém pode ter inveja de pessoas como eu, seja pela loucura, pela diferença ou simplesmente pela sinceridade. Não vejo em mim coisas a serem invejadas, até porque, acredito que toda forma de inveja é uma busca por algo que se quer tirar de outra pessoa. Mas se não é inveja, é a simples vitória do ego dessa gente, desse povo, dessa maioria hipócrita e medíocre da nossa sociedade, sobre o seu natural e histórico(?) sentimento humanista. Porque é algo natural querer ajudar alguém. Mas houve uma mudança no meio do caminho. Mudança que transformou uma atitude singela em pura e simples hipocrisia.

Chega. Cansei disso tudo. Paro por aqui mesmo.

Mesmo que não tenha terminado o que comecei.

Talvez porque não queira terminar por aqui. Porque isso não passa de um desabafo. Um louco e cansativo desabafo...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pequenas frases

Na tristeza estava perdido. Solidão, triste, imensa e duradoura solidão.

Não achei a luz no fim do túnel mas ganhei uma caixa de fósforo e fiz uma fogueira por lá mesmo. Aqueci e clariei o meu ambiente, a minha vida.

O resto veio. O resto veio e foi. O resto surgiu. O resto surgiu e desapareceu. O resto veio, foi, virá, irá.

A minha vida não é feita de frases. Não é feita de palavras. Parágrafos.

A minha vida não foi feita assim. A minha vida não será assim.

O futebol no sábado, o pão e carne de noite, refri ao invés de cerveja, os xis na quarta, as missas no domingo. Coisas simples.

A minha vida é simples. Sem frescuras. Sem exigências. Sem exageros.

A minha vida foi uma coisa. A minha vida é outra coisa. A minha vida será uma ainda outra coisa.

É isso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Histórias de bergamota(7)

A louça está suja na pia. A escova de dentes está seca. O chuveiro não é aberto há mais de um dia. Os tênis estão lá fora ainda. O lixo ainda não foi colocado na lixeira. O desenho não foi rabiscado. O texto não foi impresso.

Tudo por fazer.

Tudo precisando ser feito.

E ele não conseguia parar de pensar naquela coisa linda, cheirosa, gostosa pra caramba.

É, nunca mais comeria uma bergamota como aquela.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

É tosco, é sem graça, mas eu achei legal

Duas lesmas caminhando, tranqüilamente, como de costume. Então uma pergunta para a outra:
-Por que somos tão lentas?
-A velocidade é relativa - responde a outra
-O que isso quer dizer? - indaga a primeira
-Não sei... mas é consolador.

Eu não vejo o futuro

Lavar a louça pode trazer conseqüências muito maiores do que poder usar pratos, talheres e copos novamente sem medo de que eles estejam com substâncias podres. Lavar a louça pode levar pessoas como eu a conclusões, oriundas de pensamentos muito loucos, bem toscas.

O fato é que fiquei pensando no dia em que estava conversando com um professor e uma colega, digo, ex-colega. Eles tentavam de todas as formas me convencer de que previsões do tempo são feitas a partir de medições de fenômenos físicos em determinados lugares que ajudam a prever, basicamente, se vai chover ou não.

Eu não gosto de previsões do tempo. Não acredito em previsões do tempo. Até porque, para mim, tanto faz se vai chover ou não. Antes de sair de casa olho para o céu, sinto se está abafado ou não e então decido se levo um guarda-chuva(com ou sem hífen na nova regra, eu vou usar).

Pessoas que acreditam, confiam e seguem previsões do tempo têm medo. Xinguem, chamem de idiota, mas eu acho que essas pessoas(que transformadas em porcentagem, passam de 90) têm medo do futuro. Têm medo de tomar um (bom) banho de chuva, de sentir frio por estarem de manga curta, de sentir calor por estarem de manga comprida em uma tarde de 38 °C, têm medo de simplesmente errarem a cor da roupa de acordo com o dia.

A imprevisibilidade* do futuro (e do clima) acaba aumentando a cautela de pessoas que, muito mais pelos outros do que por si mesmas, mudam até o que vão fazer conforme o que diz a previsão do tempo, seja ela no rádio, televisão ou jornal impresso. E a cautela é a inimiga da espontaneidade.

Acho que um propósito inteligente seria acabar com previsões do tempo. Sério. Deixa isso para países que sofrem muito com furacões e tal. Aliás, só isso deveria ter tentativa de previsão. O resto, deixa acontecer, como algo natural que é. Ou vamos ouvir as pessoas mais antigas, como o meu avô. Ele acerta muito mais apenas olhando para o céu e sentindo o clima do que todos os aparelhos que medem isso e aquilo.

E tudo isso veio de alguns minutos lavando pratos e copos...


*existindo ou não, essa palavra é fácil de ser interpretada

domingo, 18 de janeiro de 2009

Histórias do Billi J. - mas é uma criança mesmo

De tanta coisa que o Billi J. já viveu, não sei mais em que lugar cronológico da vida dele essa história aconteceu. Mas aconteceu.

O Billi J. tinha um amigo chamado J... Januário, vulgo Aquário*. O fato é que os dois eram amigos, mas tão amigos que pareciam irmãos, como tantos outros dois amigos quase irmãos, eram conhecidos por "dupla", "par", "inseparáveis", dentre outros.

Eles gostavam do mesmo rock, subiam nas mesmas árvores, usavam o mesmo tênis só para não discutir qual era o mais bonito, matavam pombas juntos a tiros de bodoque, pescavam e claro, comiam bergamota. Juntos. Onde um estava, o outro estava também.

Era legal o Janu... digo, o Aquário. Gente boa ele. O Billi J. respeitava-o muito, principalmente por ele tê-lo ajudado diversas vezes a trocar o pneu de sua bicicleta e a carregar bergamotas para sua casa.

Só que um dia o Aquário não cumprimentou o Billi J., sequer olhou para sua cara. Do nada, de repente, inesperadamente, imprevisivelmente. Sem razão aparente. O Billi J. bem que tentou descobri o motivo da birra, daquela raiva, daquele provável fim de um companheirismo antigo já.

O Aquário não falou uma palavra sequer. Apenas passou pelo Billi J. sem fazer qualquer menção de dizer ou fazer algo contra, ou a favor, desse. O Aquário então continuou seu caminho, dobrou para a direita e seguiu seu rumo, tentando começar a esquecer que algum dia fora amigo do Billi J.. O Billi J. seguiu seu rumo, dobrou à direita, chutou a lata do lixo, pegou uma pedra e quebrou uma garrafa de cerveja que o bêbado da rua havia deixado ao lado do poste, arrancou o galho de uma árvore e bateu no gato preto da mulher que por ali morava.

Estava revoltado. Não sabia o que tinha feito para o Aquário o ignorar. "Aquele idiota sequer me disse uma palavra, idiota". O Billi J. então pôs fim a uma amizade de tempos por não agüentar tal atitude do idiota do Aquário. "Que idiota mesmo, por nada esse idiota não fala mais comigo, então não falo mais com ele".

O Aquário decidiu então pensar no que havia feito. "Bah, e eu pensei que ele fosse meu amigo...". Seguiu caminhando, sem chutar nada, sem pegar nenhuma pedra na mão, sem matar nenhuma pomba... "Ele não devia ter feito isso comigo"... sem bater em nenhum gato. Caminhava com as mãos no bolso, mostrando que nada pode fazer para alterar aquela situação.

"E tudo porque ele não me avisou que ia comprar um tênis novo..."

Dois dias depois, estavam jogando futebol juntos, como de costume.


É... criança é assim mesmo.



*não faço a menor idéia da razão do apelido

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Agora sim, férias

O vestibular passou. Não tenho mais obrigação de estudar. Não terei mais remorso por não estudar mais. Não vou mais ler sobre Kant, meiose e biocombustíveis no próximo mês. Dificilmente passarei, embora tenha gostado muito da minha redação porém, para um aluno que não fez cursinho pré-vestibular, fui bem, embora esperasse mais do que os 62, alguma coisa % de acertos.

O fato é que a viagem de volta para casa foi longa. Não gosto de viagem de ônibus. Demora demais. Irrita demais. Pelo menos 4 senhoras, mas senhoras mesmo, sentaram ao meu lado. E eu tinha que me espremer no canto para evitar contato. E por ter que encolher as pernas, demorei a caminhar quando saí do ônibus. Sem contar a pessoa que tentava falar com o Rudinei e o Rudinei não ouvia. Ela avisava que estava em Oswaldo Cruz, e o Rudinei não ouvia. Eu e o Jackson, irmão do CLJ da grande Taquaruçu do Sul ríamos sem parar.

Foi engraçado. Foi cansativo. Não quero ler coisas longas por muito tempo.

Foi cansativo, porém dificilmente terá valido à pena. Experiência sim, mas não do jeito que eu queria. Queria passar mesmo, começar a faculdade de uma vez, me sentir competente. Mas acho que não deu. Estou longe dos primeiros, a menos que uns 10 ou 12 desistam ou que tenham ido mal pra caramba na redação, considerando que eu precisava ir bem pra caramba.

Complicado sim, impossível não. Sou realista, não tenho convicção alguma de que isso vá acontecer.

Mas enquanto houver chance... é. Vocês já sabem.


Não sei se cresci, se evolui ou se simplesmente estou cansado pra caramba. Acho que as três coisas.

O que importa é que estou em casa, dormirei na minha cama e poderei bater o quanto quiser nesse meu velho, mas ainda usável, teclado.

E é isso.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Histórias do Bandiolo - Um colono na cidade grande

O sujeito chama-se Adelino, nome feio deveras, mas que o identificava no meio de um número tanto quanto grande de Maria's, João's e José's. Embora a cidade, ou melhor, o cu de mundo onde viviam, não tivesse mais do que 19 João's e 22 José's dentre os seus 290 habitantes.

Após a curta, e desnecessária, apresentação, certa feita o Adelino, gaúcho criado na roça, no meio do mato, cortando cana e debulhando milho, foi para a capital acompanhar sua filha numa consulta médica, já que naquele cu de mundo onde moravam nem curandeiro havia.

Chegando lá, de carroça e tudo, cuia com chimarrão quente, água esquentada numa fogueira naquele lixão da entrada da capital, o Adelino se meteu feito bocó nas ruas movimentadas, barulhentas e irritantes da capital. Se o trânsito não fluia, ele dava um jeito. Atirava de bodoque*, pedras nas sinaleiras, todos então partiam e ele não se incomodava mais. Nunca na história da capital um número tão grande de acidentes de carro foi registrado.

Demorou dois dias para achar o consultório do tareco** do médico. Bem que fizera ir três dias antes para poder olhar uns vestidos para sua mulher, uma gaita pro guri e uma foice*** nova e bem afiada para si.

No consultório, descobriu que a filha tinha intolerância à lactose. Mas que doença de gente rica da cidade grande. E agora ele teria que comprar extrato de soja* porque a guria não podia mais beber leite direto da teta da vaca. E nem em copo, nem fervido, nem nada. Mas que porcaria. E naquele cu de mundo encontrar essas coisas é a mesma coisa que pedir que um político corrupto confesse que roubou.

Tinha então que comprar as coisas e encher a carroça de extrato de soja. Cramentua. Só podia ser praga do maldito pé de porco***** que lhe multara na estrada. Mas é um maldito pé de porco fedorento.

Foi até um mercado então. A guria ficou na carroça. Não pediu, gritou que queria duzentos e cinqüenta litros de extrato de soja. Lhe trouxeram uma caixa apenas, lhe cobraram o dobro do preço e lhe mandarm embora. Malditos. De raiva, pagou com nota de R$ 100,00, disse para ficarem com o troco e mijou na porta do mercado, só porque não tinha vontade de fazer algo mais consistente naquele momento.

Ninguém entendeu nada.

Ele então voltou com o extrato de soja da guria, jogou na carroça e viu que ela tava se agarrando com um marica que usava brinco e cabelo espetado. "Com a minha filha não seu marica desgraçado". E puxou o canivete, cortou fora o pedaço da orelha que continha o brinco, o pedaço do nariz que continha o piercing e deu uma tosada nos cabelo de espeto do marica, digo, do cara lá.

Esse, sem saber o que dizer, foi jogado para cima da carroça e levado para o cu de mundo onde viviam...

"Afinal de contas, beijou a guria, vai ter que casar na marra".


*estilingue
**semelhante à... arcaide, baúco, tongo. Adjetivo usado para qualificar sem qualificar alguém
***espécie de faca em formato de meia lua, usada para cortar cana
****leite é só de teta, como diria Válter Negão, grande mestre
*****pé de porco = policial

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Frase do dia:

Depois do texto metafórico escrito abaixo que, pelos comentários, ninguém entendeu(o que não é nem bom nem ruim, apenas é), e pelo total falta de vontade de pensar e escrever algo devido ao cansaço mental, apenas coloco aqui uma frase:


Alguns ficam por terra, outros vão ao céu 
porém no final das contas, 
o importante é não se conformar 
com nenhum dos dois caminhos.




É grande, mas é só uma frase mesmo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Eu vou, mas de escada

Talvez amanhã nem chegue, mas se chegar, será o começo de um curto caminho que decidirá um longo caminho. Não é isso o que queria que fosse feito mas é isso o que deve ser feito. Sem enrolações nem irritações, não sei o que me espera, para o que estou preparado e para o que não estou preparado.

Não quero a lua, nem o céu, nem as nuvens. Sequer o alto de um prédio. Nunca ambicionei tanto. Nunca precisei ambicionar tanto. Morar no 10° andar de um prédio que possui 18 ou 20 andares já é o suficiente. Me parece suficiente, mesmo que não seja realmente.

Também não quis elevador. Avisei para o cara do prédio que não queria elevador. "Vou de escada mesmo, preciso fazer exercícios físicos" disse-lhe. Nem um tênis novo eu quis. Preferi usar aquele velho, todo rasgado, mas que ainda me é muito confortável, embora muitos não entendam esse meu gosto.

Não carrego sacolas com compras, sejam elas roupas ou comida. Não preciso carregar sacolas com esse conteúdo, e com qualquer outro conteúdo, agora. Não quero também carregar coisas. A subida é longa, demorada, as escadas são estreitas e cheias de perigos. Há aquelas crianças que brincam de bolinha de gude e acabam deixando-as cair na escada, e lá, tornam-se uma arma perigosa contra aqueles que descem ou, no meu caso, sobem.

Não vou estar sozinho, mas vou subir sozinho. As pessoas preferem o elevador. Até porque, só um idiota quer ir até o 10° andar(no mínimo) de escada.

Se chegarei ao 10° andar eu não sei, mas que vou me esforçar para chegar, ah, isso é certo.

É isso.

(E tudo fica mais uma vez nas entrelinhas do texto...)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Frase do dia:

Estamos afogando as mágoas com Sarandi guaraná 
e chiclé de 10 centavos.




*Eu e Fão, no sábado à noite.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

5 coisas que você não deve fazer se quiser ser chamado de inteligente

1 - Não fale "nóis tamo", "nóis semo", "agente fomos" e semelhantes. Até para não machucar o ouvido alheio, não pense duas vezes em evitar essas populares expressões tão aclamadas e usadas. Termos distorcidos como "mortandela" também devem ser evitados. Furreca, caralho, pô bixo são outras expressões não aconselháveis. Também não use camisas com frases do tipo "É nóis na fita mano".

2 - Não assista novelas ou programas de auditório que debatem relacionamentos ou dão dinheiro para as pessoas de alguma maneira. Mas se assistir, negue aos olhos dos outros, diga que prefere ler um livro ou andar de bicileta e nunca diga que "aquela malvada deve ser presa mesmo". Nunca mesmo. Você pode até ser hipócrita ao negar o que faz, mas pelo menos, não será chamado de ignorante que assiste novela, mas sim de inteligente por não assistir programas como aqueles.

3 - Nunca decore frases de gênios, sejam da literatura ou da Física, mesmo que isso sempre impressione. Não fale de Bäch, Bethoven, Shakespeare, Darwin, Einstein e Kepler, já que, se você está tentando ser chamado de inteligente é porque não possui muito conhecimento, você só tenha ouvido esses nomes no ensino médio e tenha a impressão de que eles são nomes de jogadores de algum time da segunda divisão da França ou da Alemanha. Geralmente é bem perceptível quando alguém decora uma frase, e ainda anuncia o autor depois, para impressionar e ser chamado de inteligente. Não decore frases também porque você pode esquecer e ao invés de dizer "se quiser ser idiota, serei idiota com acorde próprio"*, você vai acabar dizendo "se eu quero ser idiota, serei idiota com corda própria". Nem preciso comentar mais.

4 - Não suba em mesas para chamar um amigo, não pule da janela do segundo andar para dizer oi para aquela amiga que passa na rua, não grite nem faça escândalos. Pessoas inteligentes não fazem esse tipo de loucura/bobagem. Ser chamado de idiota é o contrário de ser chamado de inteligente. Também evite discutir com alguém teimoso, mesmo que você esteja certo. Evite muito mais bater nessa pessoa por ela não calar a boca mesmo que a discussão tenha acabado. Evite qualquer coisa que vá contra os preceitos da sociedade e sempre diga, para quem lhe perguntar, que é preciso dar tempo aos governantes para que eles erradiquem a fome e a pobreza no país. Por mais que seja burrice dizer isso, lembre-se de que pessoas inteligentes são pessoas sensatas.

5 - Não fale sobre o que você não sabe, por mais que ache que sabe. Na dúvida, prefira o silêncio à asneira. A concordância à ignorância. A seriedade ao riso. Não fale sobre a crise de 1929 se você sequer sabe achar os EUA no mapa mundi. Não queira chamar Napoleão de burro por tentar invadir a Rússia no inverno se você nem sabe quem foi Napoleão ou o que foi a Revolução francesa. Não fale na busca incansável por utopias se você nunca ouviu falar em socialismo.

O fato é que esse é mais um daqueles textos para serem lidos e esquecidos. É mais uma forma de rir. Todas as palavras escritas, todas as idéias postadas não expressam necessariamente a opinião do autor. Jamais farei apologia à hipocrisia, como está escrito em um dos itens. Como disse, é mais uma forma de rir.

*J.S. Bäch

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Frase do dia(ou "Da série: frases que saem do meu perfil no Twitter para o Blog do maluco"):

Não importa o que você faça, enquanto estiver vivo, terá problemas.

Sob o sono, a falta de palavras não faz falta

(texto escrito sob muito sono, e isso pesa e atrapalha. A falta de sentido, de idéias conexas e úteis está então explicada. No caso, eu escrevi algum dia aqui que não escreveria mais nada com sono, porém, como nada é muito certo aqui neste blog, então, aqui está um texto escrito por um autor caindo de sono... hahaha)

Não gosto muito de ouvir coisas que já sei. Sinceramente. Nada contra quem as fala, muito pelo contrário, sinto-me lisonjeado por ter alguém que se preocupa comigo mas, não sei, não é bem não gostar mas... ler o que já sei, ouvir o que já ouvi não é algo que me deixe feliz. É algo como um cansaço por repetição. Não muito mais do que isso.

Sei que é preciso algumas vezes ouvir algo, mesmo que já se saiba, para então acordar ou simplesmente se tocar de algo que está acontecendo. Algo que não é bom ou que trará conseqüências* não boas ou até muito ruins. Mas acaba sendo um pouco cansativo ouvir, ou ler, até porque, sei bem que essas palavras, por mais sinceras e confortantes que sejam, pouco me ajudam. Para se ter uma idéia, me sinto melhor muito mais com a intenção de ajuda do que com as palavras que recebo.

Eu não sei tudo. Nem tenho essa estúpida intenção de saber tudo, porém, o que acabou ouvindo muitas vezes não acrescenta nada a mim. Não é culpa de quem diz. É culpa de quem ouve. Minha culpa. Porque nunca confiei muito em outras pessoas. Aprendi a não confiar e, mesmo hoje sabendo que possuo amigos, irmãos em quem posso depositar confiança, minha mente ainda não assimila algumas coisas que ouço. Não consigo tirar lição de palavras. Sou um idiota por isso. Mesmo sabendo e tendo consciência da utilidade dessas palavras, não consigo aproveitá-las, o que seria o melhor a fazer.

Tenho uma maldita mente que acha que essas palavras são apenas palavras. Por mais que sejam, deveria conseguir assimilar algo. Usar em meu favor. Mas, acabo, de tanto pensar, dizendo para mim mesmo essas palavras.

O pior é que, mesmo sendo eu o proferidor dessas palavras, elas não fazem diferença.

Talvez seja por isso que eu não gosto de palestras e livros motivacionais. Talvez por isso eu tenha encerrado os "A cada dia um recomeço", por não achar mais sentido em escrever textos que já não tinham mais o mesmo sentido para mim.

Algum dia, palavras ajudaram. Mas, algum dia já passou.

E eu continuo à espera de algo que me faça rever muita coisa que, mesmo não estando propriamente dita errada, sei estar errada.

Não quero mudanças. Não quero recomeços. Não quero renascimentos.

Quero apenas...

Ainda não descobri o que quero nesse sentido.


*sou adepto da trema, não adianta me xingar, não vou abandonar a trema tão cedo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Passo apenas para agradecer um...

...não lembro o nome desses troços, mas enfim, é coisa tradicional em blogs. O fato é que...:

Recebi da Sara Albuquerque.As 6 regras do meme(que eu infelizmente não descobri qual é) são:
1 - Linkar a pessoa que te indicou.2 - Escrever as regras do meme em seu blog.
3 - Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
4 - Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
5 - Deixar a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
6 - Deixar os indicados saberem quando você publicar seu post.

Tá.
Daí, simplificando em uma frase, sobre mim, posso dizer que sou um idiota sonhador. Aquela maldita e estúpida utopia da luta por um mundo melhor é ainda uma das minhas metas de vida. Gosto de bergamota, de escrever, de pensar. Gosto do diferente, de fugir da realidade. Gosto de futebol, principalmente o europeu. Odeio o porco capitalista, aquele velho gordo que muitos chamam de papai, mas que não passa de um barbudo estúpido de nome noel. Sou católico e vou à missa toda semana.

Era uma coisa por frase, embora tenha escrito mais de um gosto em uma das frases.

O fato é que eu não considero isso como algo que seja um prêmio para alguém. Mas estou levando isso como reconhecimento para pessoas que conseguem prender a minha atenção, mesmo que não recebam os comentários que merecem e mesmo que eu não entenda todos os textos que leio, né Miguel.

Eu indico(como de costume):
(seria o blog da Sara para provar que gosto dos blogs que acompanho)
(seria o Tosco, mas como o vice presidente de lá está em férias, seria hipocrisia mandar para lá para ter que repassar para outros)
O blog da Camila(que não é a Camilla)
(o meu monitor pisca, perde cores, voltam cores, o vermelho não, enfim, uma viagem bem tosca)
O blog da Sílvia

Bom, é isso.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Histórias de uma vida não vivida(4)

*Do esgoto mental que afeta meus pensamentos, minhas idéias e prejudica minha vida, surgem palavras que juntas formam histórias, vividas e ignoradas, ou não vividas e lembradas. Ninguém sabe, ninguém viu. Ou alguém sabe, viu, presenciou, viveu, sorriu ou sofreu, contou e falou a verdade ou mentiu. Não há provas de que seja verdade. Entretanto, ninguém poderá provar que é mentira...

Olhou para os lados, não viu ninguém por perto. Era agora. Era a sua hora. Não entraria para a história por causa disso, como o Getúlio e alguns outros entraram. Não. Nem para a sua história entraria. Porque ele não tinha história. E se tinha, queria mais era esquecer.

Sentiu-se o último dos homens. O pior dos idiotas. O mais coitado dos bobos. O mais horrível dos feios. O mais desprezado dos renegados. O último. O pior. O ruim em pessoa. Seu nome não entraria para o dicionário como sinônimo de ruindade, pois nem para isso servia. Na sua visão, é claro.

Então abandonou esse mundo. Abandonou tudo o que tinha. Tudo o que teve. Tudo o que poderia ter. Abandonou esse mundo fisicamente. Se matou. Não se sabe como. Nem ele sabia como iria se matar. Mas o fez. E o fez com tristeza.

Não era depressivo, não tinha problemas mentais. Era alegre até demais e mais inteligente que qualquer outro com quem conversava. Passara em primeiro lugar em um dos vestibulares mais concorridos de medicina. De medicina ainda. Mas havia desistido de tudo.

Não por um amor não correspondido, mas por mais um amor não correspondido. Nunca fora aceito pelo seu jeito diferente, porém muito admirado, de ser. Mas nada do que pudesse ter ouvido teria adiantado.

Deixou um bilhete colado na sua barriga, onde saberia que leriam. Dizia:

"Deixo estas últimas palavras à todos que amo e que me amam. Não tive depressão nem virei emo. Apenas desisti. Da vida. Por achar que não conseguiria mais ter forças para lutar pelo que eu queria e contra o que eu não queria. Desisti muito mais do mundo do que da minha própria vida, vida, que não consegui aproveitar. Peço perdão pelo sofrimento que terão, mas eu desisti de tentar viver em um mundo onde pessoas como eu são poucas, e acabam se entregando facilmente aos erros da maioria. Não agüentei mais ver as minhas verdades sendo superadas por mentiras, a minha sinceridade ser superada pela hipocrisia alheia, o meu amor ser superado pelo simples ego de outrém. Sou covarde por desistir agora, depois de tanto lutar. Mas não agüentei mais. Vocês não me perdoarão, infelizmente. Nem Deus me perdoará. Mas eu precisava. Alguém teria que fazer essa idiotice um dia. Que o mundo vá para o inferno junto comigo..."

Ao ver isso, sua mãe entendeu porque seu filho não comia bergamota há dois meses...


*a ordem dessas histórias é uma coisa tosca, uma engraçada e uma com apelo emocional. Ou não.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Histórias de uma vida não vivida (3)

*Da periferia mental, do subúrbio imaginário do meu cérebro, surgiram histórias, vividas e inventadas, imaginadas e pensadas, programadas e inesperadas, que fazem parte de um contexto global ou apenas mental. O tudo e o nada existem imaginariamente, se é que isso é existir. O que era sonho é realidade. O que foi não é. O que é, não foi. O que não foi, será. Ou não.

-Fala Rodrigo!
-Daêee véio.
-Firme?
-Tamo aí, mais firme que braço de atirador de metralhadora.
-Bah, então tamo bem.
-É.
-E os negócio, continua com a produção?
-Não, parei.
-Mas por que?
-O dólar subiu.
-Maldita crise. Até gente boa que nem nós é afetado por aqueles americano de merda*.
-E tu?
-Tô firme ainda, os russos são compradores fiéis, na alta ou na baixa eu tenho cliente.
-Mas e só pros russos?
-Tu sempre foi ruim de Geografia né, os russo não plantam nada lá. É tudo coberto de gelo...
-Ah é...
-E daí eles me mandam munição de volta, como parte do pagamento...
-Aí tu se protege...
-Isso aí.
-É... tem que se cuidar... tem muito pilantra safado por aí.
-Mas nem te conto, acabei com um esses dias.
-Sério?
-Claro, eu nunca minto sobre isso. Ele me sacaneou nuns negócio aí, então eu tive que dar um fim nele.
-Que merda...
-É cara, a coisa tá feia, gente decente tu não vê todo dia.
-É, mas nem te conto então o que aconteceu esses dias comigo...
-Mas conte.
-O fato é que eu tava no mercado né, comprando pão, queijo, salame, maçã...
-Não importa o que tu tava comprando cara, fala logo.
-Tá. Eu tava lá, e quando fui pagar, um cara disse que o meu dinheiro era falso.
-Sacana filho da puta*.
-Pois é. Daí a mulher analisou, olhou, olhou...
-E?
-Ela me perguntou se eram novas as notas de 70 reais.
-Puts, mas inventar nota é foda...
-Eu sei, por isso é mais divertido. Aí eu enganei ela dizendo que eram novas. Que tinham sido lançadas naquela semana.
-E ela acreditou?
-Era uma daquelas loiras oxigenadas, e desesperada por dinheiro... claro que aceitou.
-Puts, que burra. E o sacana lá?
-Quando ele saiu do mercado, fui tirar satisfação com ele.
-E?
-Ele se cagou*.
-E o que tu fez?
-Deixei ele ir embora, o cara se cagou* literalmente. E eu não ia ficar conversando com um cara que tava com cheiro de merda*...
-Puts...
-É.
-Mas então, em que negócio tu se meteu agora?
-Só lido com presidiário agora.
-Carcereiro?
-Onde já se viu alguém como eu trabalhar regularmente? Eu acordo quando quero e trabalho quando quero, esqueceu?
-Pois é, mas então qual o teu negócio?
-Tô só traficando celular, comida, bebida e porcarias de tudo que é tipo pros presos...
-Mas nós tamo em cidade pequena, não tem muito preso naquela merda de presídio...
-E os homem casado que são controlado pelas mulher... também são preso cara. As mulher controlam a vida dos cara. Não deixam toma uma Polar, comer um xis, um hamburguer, joga uma corrida no video game...
-Pois é. Tem gente que começa a namorar, acha que a guria é isso e quando casa vira um cachorro atado. Aí levam chute e, como cachorros que são, dão uma volta mas depois já tão lambendo o pé do dono depois.
-Complicado mesmo. Mas vou indo.
-Tá certo... gente ocupada é outra coisa.
-Nem é por ocupado, é que a mulher tá mandando eu ir comer.
-Mulher? Não sabia que tu tinha casado.
-Daí sim cara. A mulher que eu tô falando é a minha mãe, a única que eu obedeço.
-Verdade, mãe é mãe né!
-É.
-Tão tá, abraço!
-Falôoo!



*o moderador está de férias.

Frase do dia:

Já que é segunda-feira e faz dois dias que não
posto nada no blog, vou escrever alguma coisa.





(Isso prova o quanto estou desligado do mundo. Primeiro porque postei ontem e segundo porque hoje é sábado...)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Ainda sobre essa bobagem de datas

Mais uma ano. Mais um ano na história, porque afinal, todos os anos entram para a história. Mais um ano de vida de muitos. Mais um ano para muitos. Apenas mais um ano para muitos. Nada diferente em relação a outros anos, até porque, de um ano para outro nada muda mesmo. Só o final da data que é escrita.

Ou seja, nada importante muda apenas pelo fato de o ano estar começando. Não existe aquela bobagem de ano novo, vida nova. Isso é bobagem. É apelação. É apegação à coisas fúteis. É bobagem(2).

As pessoas fazem promessas. Listas de desejos. De ambições. De planos a serem cumpridos. E nada disso adianta. Até porque, esse tipo de lista pode ser feito até no último dia do ano, para ser realizado no mesmo dia. Bobagem ficar planejando algo só porque um ano terminou e outro começou. Só o calendário que realmente sente o ano chegar. O ano sair. O ano existir.

Porque os dias são os dias e as noites fazem parte dos dias. Porque é essa é mais uma utopia barata. E fraca. Tão fraca, e bisonha, quanto àquela de que "nós construímos um mundo melhor", utopia na qual ainda me incluo, por motivos de força maior, de consciência maior.

2009 vai ser apenas mais um ano na minha vida. Mais um ano na sua vida. Mais um ano na história. O ano passado marcou. Sim, porque todo ano marca de alguma maneira. Se não todos, alguns. Mas como todos têm um ano em especial marcado em suas vidas(nem que seja o do nascimento), então fica fácil dizer que cada ano é apenas um ano.

A festa de 31 de dezembro também é bobagem. Comemoram o que afinal de contas?

Eu já escrevi sobre essa última frase, citando um exemplo. Então não comento mais nada.

A última coisa que eu tenho a escrever é que as promessas de ano novo deveriam ser incluídas naquela "lista das maiores mentiras da humanidade". Existem pessoas que cumprem as promessas de ano novo? Deve existir sim, mas não faz diferença. Assim como os idiotas dos utópicos por um mundo melhor(já disse que me incluo nessa lista), os bocós das promessas de ano novo não fazem diferença para um mundo que, com ou sem promessa, lista, desejos, felicitações e muito dinheiro gasto em foguete, não se importa com o que acontece na casa ao lado, do outro lado da rua.

Chega. Cansei. Até porque eu não ia escrever isso. Mas escrevi.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Frase do dia

Queria fugir. Não da cidade. Não do país. Sequer do mundo.
Queria fugir de mim. Mais uma vez.





E isso que é só o primeiro dia do ano..

Será que faz diferença?

Primeira postagem do ano.

Sem champagne, caviar, carne de porco, peru, lentilha, arroz. Nada de roupa branca, taças novas ou muito valorizadas e sequer gritos e gritos, desejos de felicidade e toda aquela baboseira que qualquer data especial leva as pessoas a se expressarem desta maneira.

Meu 31 de dezembro foi o mais estranho possível. A missa demorou quase duas horas. Saí correndo para chegar a tempo de comer na casa da minha avó. Tive que caminhar lentamente por um bom trecho pois não havia, e não há, iluminação naquela parte do caminho. Chegando lá, a champagne já havia sido bebida, havia apenas lentilha, prato típico desta data que não me anima. Não comi. Carona para casa, antes da meia noite. Nesse momento tão aguardado por muitos, estava apenas com meu primo em casa, bebendo água e suco. Comendo bolacha caseira. Nada de cumprimentos. Afinal, nada de mais estava acontecendo.

Depois, casa do Fão e subseqüentemente casa do Miguel. Risos, conversas, tiração, bebida(moderada para mim), enfim, vida.

O fato é que hoje passei mal boa parte da tarde. Talvez tenha sido o iogurte de ontem. Talvez tenha sido qualquer outra coisa que não almocei ontem. Talvez tenha sido o refrigerante de hoje. Talvez tenha sido apenas um presságio de que eu deveria ter ficado em casa, dormindo.

Mas nada que me impedisse de, novamente, ir à missa(fazer o comentário).

O fato é que, para justificar o título*, tenho que escrever que, durante 18 minutos(se não me engano) foguetes pintaram os céus de Florianópolis. Sim, como em qualquer outra cidade. Porém, me pergunto se o dinheiro gasto nessa coisa SUPÉRFLUA não poderia ter sido revertido àqueles que tanto precisam de ajuda. Sim, aqueles desabrigados que perderam casas, famílias, trabalhos, enfim, perderam parte de suas vidas. O negócio do 1 minuto de silêncio para reflexão teria sido uma boa. Mas afinal de contas, não importa a vida deles. A minha vida é a mais importante. Não é?

Ironias à parte, espero que alguém, algum dia, consiga impor alguma ação dessas. Milhares de pessoas sofrendo e outras milhares comemorando como se nada tivesse acontecido. Não no outro lado do mundo, mas, quem sabe, no outro lado da rua.

Abraço!

*não há menção ao título antes do asterisco, porém, é implícito que o 31 de dezembro, assim como o dia do meu aniversário, não é um dia especial por si só.