segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Mente RACIONAL que volta a pensar

Fui assinante de uma revista por quase três anos. Todo mês ela chegava na minha casa e eu lia. Com calma, prestando atenção, mas sem muita vontade mesmo. Eu lia, até que gostava, mas sei lá, faltava alguma coisa. Principalmente nos últimos meses.

Hoje não sou assinante mais da revista, até por ter mudado de endereço. Mas não muda. Ontem, no mercado, vi a edição do mês daquela revista e... comprei. Parecia interessante. E era interessante. Cheguei em casa, digo, no apartamento, e li. De um nada a um ponto. De uma vírgula à outra. Caramba. Em duas horas eu li toda a revista. Toda. Até as propagandas, como diria meu tio.

Aproveitei aquela revista como há tempos não aproveitava qualquer tipo de leitura. Devorei-a, num sentido quase literal, assim como uma criança devora uma barra de chocolate na Páscoa, no Natal, ou em qualquer dia do ano. Devorei como um tubarão devora um mocinho ou um vilão num daqueles filmes bem viagem que só Hollywood nos proporciona.

Aproveitei como se fosse a minha última leitura. A minha última revista. A última oportunidade de aprender alguma coisa. Talvez não lembre de metade do que li, até porque, no período de ‘colagem’ das informações no meu cérebro, eu estava me remexendo, voando em pensamentos, deitado na cama, olhando para o teto. Mas que nada.

Talvez isso seja a prova de que voltei a ter sede de conhecimento. Ares de universidade. Ares de vida nova. Ares de necessidade de crescimento, de aprendizagem. Não que isso, de fato, mude alguma coisa. Mas é a prova de que não estava me fazendo quando dizia que não conseguia pensar por falta de exercício mental.

E olha que ontem foram só riminhas...

*não vou comentar nada sobre a falta de sono,
os vôos em e por pensamentos
e tudo o que atualmente me tira ainda mais
um sono que eu já nem sei direito qual é.

sábado, 29 de agosto de 2009

As grandes pequenas diferenças

Creio que descobri a maior semelhança entre o mundo do futebol e o mundo real. Entre os futebolistas e nós, meros e simples humanos que, embora eles também sejam humanos, não temos a mesma capacidade publicitária e muito menos podemos lançar moda, tendências, gírias ou mesmo qualquer outra coisa que mobiliza muita gente em pró... dessa coisa.

A questão é que tem jogador de futebol que só joga (mesmo que só razoavelmente) bem em time pequeno. E quando conseguem se destacar bastante, vão para um clube grande e não rendem a mesma coisa. Não adianta, é jogador de time pequeno.

Para tirar um pouco do futebol, um político tem uma boa reputação numa cidade pequena. Quando concorre a cargos maiores, não vai conseguir, porque no final das contas, ele não vai saber lidar com a massa, com o povão mesmo, com muita gente, afinal de contas, ele saiu de um fim de mundo e as poucas pessoas de lá, embora falem bem dele*, não podem ser tidas como parâmetros para um possível(ou não) futuro trabalho de larga escala.

Assim como professora de creche. De maternal. De ensino básico, ou seja, da 1ª até a 4ª série do fundamental. Ela não pode virar, do nada, professora de ensino superior, ou mesmo de ensino médio, achando que vai ser a mesma coisa. Mesmo que os pirralhos que não sabem sequer limpar direito o cocô tenham sido muito bem controlados, é notável e óbvio que não vai ser com um puxão de orelha, uma boa expressão verbal ou mesmo um pirulito que gente grande vai ser controlada e influenciada em pró do estudo.

Não adianta, as repercussões de trabalhos “pequenos”, ou mesmo de vidas “pequenas”, não podem (quase jamais) servir de exemplo para novos “grandes” trabalhos ou mesmo novas “grandes” vidas. Precisei sair da tal semelhança entre o mundo do futebol e o real para que algumas pessoas mais(o que representa duas das quatro pessoas que deverão ler esse texto) possam entender o que eu quero dizer.

A repercussão é diferente. A responsabilidade num fim de mundo e numa cidade grande é diferente. A exigência é diferente. A opinião das pessoas é diferente. É preciso sempre fazer muito mais, para que a “média de boas ações”(que só existe na cabeça daqueles que exigem que as pessoas que acabaram de chegar já “dirijam o ônibus sem esquecer uma parada”) possa ser elevada, sendo assim menor a diferença entre o “pequeno” e o “grande”.

Como o jogador de futebol. Pelo time pequeno ele faz 25 gols em 40 jogos. Pelo time grande ele faz 30 gols, só que em 70 jogos. Ele fez mais gols no time grande, só que a média é inferior. E gente chata gosta de média. Gosta de dados, estatísticas e tudo aquilo que, mesmo que só na teoria, possa derrubar alguém que merece o mínimo de trabalho feito, tempo ou mesmo respeito.

É complicado relacionar e comparar o meu falar sozinho na minha pequena e humilde cidade de 30 mil habitantes, onde as pessoas olham para mim como se eu fosse um insano saído do manicômio**, do meu falar sozinho em ruas mais movimentadas, mais escuras e mais inseguras de uma cidade de 300 mil habitantes, onde as pessoas olham para mim e fingem que não viram, que não ouviram e, se perguntadas, negariam que eu existisse.

Preciso arrumar um jeito de conseguir o meu atestado de insanidade aqui. Mas só quando eu voltar pra cá.

*ainda há esperança de haver políticos honestos e que merecem elogios
**há gente que insiste que eu sou isso mesmo
***escrito há tempos esse texto...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tão estranho quanto uma gota d'água no deserto

Se hoje tivesse acontecido há três semanas atrás, o que deveria ter sido, eu não estaria tão tranquilo. Não que nesse tempo eu tenha aprendido tudo, descoberto tudo ou mesmo resolvido tudo. Não. Muito pelo contrário, as coisas continuam de um jeito não muito positivo para mim, mas enfim, podiam estar piores.

A questão é que deixarei uma coisa que não quero levar comigo. E que há algumas semanas levaria. Talvez me arrependesse, talvez fosse o melhor a fazer, mas enfim. Deixarei aqui. Não sei como ficará, como será cuidado, mas não importa mais. Mesmo que eu queira, não posso mais levar.

Tão estranho como duas ou três semanas fizeram tanta diferença. Muito mais do que dois meses antecedentes. Não me sinto mais preparado, não me sinto mais inteligente, perspicaz ou algo do tipo. Sinto-me melhor. Só isso. Psicologicamente melhor, essa é a verdade.

Não por alguma mudança radical. Não por alguma mudança significativa. Não por alguma mudança em si. Mas por um simples pingo que chegou ao meu coração. Pingo de esperança que todos receberam, ou vão receber.

Aquela sensação de que o mundo não é tão ruim, e por motivos que quase ninguém concorda. Só aqueles que entendem o que é essa esperança e como ela atua nos nossos sistemas, na nossa vida. Sensação de que, se as coisas não estão boas, elas poderiam estar piores, então vamos aproveitar enquanto não estão.

Valorizar? Talvez. Também.

É provável que tudo isso seja só mais uma besteira da minha cabeça. É muito provável.

Mas e daí? Que seja uma besteira da minha cabeça. Não importa. Essa sensação, contraditória, que me faz ter a certeza de que não morrerei, por deixar aqui o que deixarei aqui, é minha.

Sei lá. É estranho. Meus olhos já não vêem mais, minhas mãos já não tocam mais. Mas eu continuo aqui.

Estranho.

domingo, 23 de agosto de 2009

Não conseguimos parar de reclamar

Não entendo as pessoas que reclamam da segunda-feira. Na boa, não entendo mesmo. Reclamam porque a semana começa, mas não são capazes de lembrar que a semana começa no domingo. Reclamam porque é o primeiro dia da semana onde, dizem, as coisas acontecem de maneira mais lenta, cansativa e improdutiva. Não sei do que reclamam. Acho que segunda-feira traz aquele ar de começo, de recomeço. E, se algum dia isso fosse possível, seria numa segunda-feira que o mundo seria mudado para melhor.

Agora tem os chatos que reclamam da quarta-feira. Porque é o terceiro dia de trabalho(para a maioria) e porque ainda faltam dois dias para o final de semana. Reclamações sem fundamento, mais uma vez. Porque quarta-feira é um bom dia para fazer o que não se fez na segunda e na terça, evitando um trabalho maior ainda na sexta feira. Se há um dia que deveria ser produtivo mesmo, é quarta-feira.

Outros reclamam do domingo. Porque o domingo é entediante, é cansativo, e quando vem a ideia de que próximo dia é segunda-feira, aí sim, estraga o domingo, o final de semana, a vida. Como as pessoas reclamam. De tudo. Domingo, dia do descanso, é usado para muitos como forma de ganhar um dinheiro extra. Cada um com seu domingo mas, não venha reclamar da segunda-feira também. Se um dia o mundo acabar e todos nós, seres humanos, sumirmos, será no domingo. Porque a maioria estará em casa, a trabalho ou dormindo. Porque, convenhamos, assistir televisão é complicado.

Ah é, esqueci. Pessoas como eu reclamam da sexta-feira. Porque é o último dia da semana, porque é o dia do cansaço acumulado, da falta de vontade, da incomodação, da correria, enfim. Mas também erram aqueles que reclamam da sexta-feira. Porque sexta-feira é o último 'dia útil' da semana e deveria ser usado para fazer reflexões do que foi feito, do que não foi feito e do que poderia ter sido feito. Grandes reflexões, inclusive pessoais, acontecem na sexta-feira. Ou deveriam acontecer.

Terça, quinta e sábado são dias normais. Nunca vi alguém que reclamasse da terça ou da quinta, até porque, quando surge um feriado, nas escolas, geralmente é feriadão. Aí a gurizada abusa. E acaba sobrando tudo para a segunda-feira novamente... Mas aí é o começo do texto.

E esse eu já escrevi.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Histórias de bergamota(10)

Sou grande. Enorme. Talvez a maior fruta. Ninguém consegue me comer sozinho. E se consegue, fica um bom tempo com a sensação de que nunca mais vai comer coisa alguma. Quando madura, sou pesadinha. Meu cheiro? Acho que é bom. Porque nunca ouvi alguém reclamar dele. Bom, um bando de japoneses tentou me enquadrar, mas não deu muito certo. A minha natureza é ser redonda, oval, que seja. Quadrada jamais. Malditos. Estragaram minhas semelhantes. Fiquei mais famosa do que nunca nos últimos tempos quando surgiu uma mulher com meu nome. Ridículo. Não sou tão grande assim.

Sou uma bergamota, e essa não é a minha história.



*por favor, não tente entender por que eu escrevi isso.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não é bem assim(7)

Mais uma daquelas que merecem ser criticadas. E vamos logo a ela porque eu não estou muito paciente desde ontem.
Tudo no final dá certo. Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim.

A começar pelo fato de que tudo não é tudo. Nem sempre é tudo. Em alguns casos, até geralmente, o tudo não é tudo. É querer dizer que meio copo é copo cheio. Na verdade é falta de vontade de quem serviu, mas tudo bem. Olha aí, o tudo novamente. Então tudo nunca vai ser tudo seguido do verbo dar, em qualquer tempo, e do... (ajetivo?) certo. Não adianta. Se tudo desse certo chegaríamos a uma forma de perfeição. Então esquece.
Se não deu certo deixa pra lá. Tenta novamente ou vai fazer outra coisa, como jogar bolinha de gude ou comer um pastel de camarão. Se não deu certo não vai ficar se lamentando por aí, como se fosse o fim do mundo. Ou, se vai ficar se lamentando, fique se lamentando direito. Não que nem emo, chorando e escrevendo frases depressivas em cadernos ou na testa. Fique se lamentando de maneira decente e aceitável, com frases curtas, não-depressivas. Seja deprimente, não depressivo.
Pra terminar, não chegou ao fim. Bom, o que é o fim? Quando é o fim? Como é o fim? Ninguém sabe. Então, sem mais bobagens.

domingo, 16 de agosto de 2009

Mais um na madrugada

O que eu estou fazendo aqui? 
Penso e não acho resposta. 
O fim da estrada que nunca passou de um sonho. Distante e inalcançavel. 
Obstruída por coisas que não vejo, e que, dizem por aí, são as piores coisas possíveis. 
Não posso ver. 
Não me deixam. 
Estou preso dentro de mim. 
Melancólico e deprimente término de um ciclo que, no fim, nunca deixou de ser um zero. 
Até onde consigo ver, enxergo rosas e lixo, muito lixo. 
Lado a lado. Misturados por jardineiros inconsequentes. 
Ninguém sabe de onde vem o perfume ou de onde vem o mau cheiro. 
Sou incapaz de distinguir isso. 
Sou incapaz de ver isso. 
Sou incapaz de separar o lixo das rosas. 
Sou incapaz. 
De tudo e de nada. 
Estou parado. Olhando ao meu redor. 
Tentando escolher por onde começar. 
Mas não consigo sair do lugar. Meus pés estão presos. 
Minhas mãos atadas. 
Meus olhos são vendados periodicamente. 
Minhas orelhas estão trancadas com fones que tocam a mais depressiva das músicas. 
A minha cabeça já não consegue mais pensar. 
Meu coração parou de bater.

Fim. Do que não começou, e do que não vai acabar.

*isso é ridículo, eu sei

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Reflexões de um maluco(6) - Porque pensar e viver não são verbos muito afins

Se tu pensasses na possibilidade (real) de morrer enquanto dorme, tu dormirias? A maioria (provavelmente) vai dizer que não. E talvez seja não a resposta mais coerente. Arrumaríamos um jeito de nos mantermos acordados até que, sem perceber, dormíssemos e, ao acordar, perceberíamos que não é tão perigoso assim dormir(relativo isso, também).

Pensar no que pode acontecer impediria-te de fazer muita coisa. Questão de tu contigo sabe. Tu deixarias de fazer muita coisa só porque pode morrer, ou porque pode acontecer isso ou aquilo. E tu deixas de fazer muita coisa pelo que pode dar errado né? Eu sei. Todos são assim. Todos somos assim. E quando tu dizes "que se dane" para esse empecilho(mental ou não), tu fazes e te arrependes. Né?! Então.

"Não me arrependerei de ter tentado" dirão alguns, mas essa é outra frase besta. E muito, mas muito relativa. Porque o tentar é relativo. E como só a relatividade não é relativa(em partes), não vou escrever sobre isso.

Se tu pensasses em tudo o que pode acontecer no teu dia, não sairía da cama. Ou melhor, não acordarias. Ou melhor, não dormirias. "Pensar enlouquece, pense nisso", ou algo do tipo. Pensar, lembrar, imaginar, raciocinar, concluir ou qualquer outra coisa que coloque problemas na tua cabeça, te impediriam de fazer tudo, de estar em tudo, de viver. Até de existir tu serias impedido. Por ti mesmo, claro.

E como não lembrar/pensar/(...) no que pode ser empecilho para que algo, alguma coisa, alguém ou nada seja feito? Não há como. E não é sempre que dá para apenas "jogar a bola de neve do alto da montanha que ela vai crescer" ou "virar para o lado e fechar os olhos, uma hora tu dormes". Não é sempre. Aliás, é quase nunca.

E não me venham com o "é só fazer, e não pensar" porque somos seres que pensam. Bem ou mal, muito ou pouco, produtivamente ou não. E as possibilidades ruins são preenchidas com muitos barulhos de grilo*, ou seja, é pensamento sim. Querendo ou não, (quase, mas QUASE) sempre temos algum pensamento, seja bom ou ruim.

Pensar em coisas boas para esquecer as ruis? Pensar na conclusão, possivelmente boa, do que na parte ruim do caminho? Esqueça. O ser humano não foi feito para esquecer o que pode dar errado. Não quero também exaltar o Murphy e sua lei insana, mas que a regra do "o que pode dar ruim, dará" é válida. Talvez muito.

Então, o que fazer se tudo, mas tudo, o que fazemos ou vamos fazer pode dar errado? Se tudo o que pensamos/lembramos/(...) traz um (maldito) asterisco de contradição ou contramão(teórica, nem que seja)? O que fazer?

Cada um tem a sua resposta(ou não). Para a sua vida. Talvez seja certa. Talvez seja errada. Talvez nem seja. Mas é a sua resposta. E a minha, ou a de qualquer um, eu não sei. Não sou o senhor do tempo, do céu, do mar, do sol ou da terra para saber. Não sou o senhor de nada. Talvez eu seja apenas senhor de mim. Mas isso também pode ser relativo.

*é só pensar bem que vocês vão entender de onde saíram os grilos

domingo, 9 de agosto de 2009

Até quando esperar? Até onde aguentar? Pra que lado ir?

Por que se conformar com apenas dois caminhos?

Ou

Por que não agradecer pelos caminhos serem dois, e não apenas um?

O otimista gosta da segunda, o pessimista da primeira. O conformado, o de bem com a vida, fala a segunda. O inconformado, o decepcionado com alguma coisa fala a primeira.

Quando os caminhos são dois, há de se agradecer. Porque geralmente um caminho apenas não é bom. É como o autoritarismo, totalitarismo, ou qualquer outro ismo em que alguém manda(sozinho) e o resto apenas obedece.

Mas quando são dois os caminhos, por que não querer mais? Por que não pensar que as possibilidades poderiam ser outras, que os destinos poderiam ser outros, que a vida seria outra se houvessem dois caminhos a escolher?

Também porque mais de dois caminhos, tanto escolhendo o certo quanto o errado, lhe decepcionaria menos. Se houvesse decepção. Porque se você acerta, eram várias as opções e você escolheu a certa, independentemente do motivo que motivou-lhe a escolher assim. Se você erra, eram muitos caminhos, difícil demais descobrir o certo apenas vendo o começo do caminho, sem saber se haviam cobras, buracos ou avalanches nele.

Pior ainda é não ter caminhos, mas por mais que você esteja trancado, haverá (quase) sempre dois caminhos. Ou você desiste de lutar, porque não há saída, e entrega-se àquilo que te prende, ou luta, tentando sair dessa prisão, seja qual for.

Não sei se ainda tenho dois caminhos. Não sei se tenho apenas um caminho. Não sei se tenho mais de dois caminhos. Não sei.

Assim como não sei onde está a minha cabeça. Onde está parte da minha espontaneidade. Onde está parte da minha sinceridade.

E o pior de tudo, não sei onde está a maior parte 
da minha INCONFORMIDADE.

Quase desistindo. 

Não por falta de força, de coragem, de vontade, de sinceridade ou sentimento. Desistindo porque percebo que não adianta escolher o caminho da persistência, da inconformidade, para ter de voltar para casa logo após ter chegado ao meu destino, sem ao menos poder apreciar o que me fez atravessar o caminho.

Isso tudo me parece tão estranho... acabar desistindo, mesmo tendo lutado. Sentimento de "não tentei" não haverá. Mas aquela tradicional "que droga, não deu" não vai sair da minha cabeça tão cedo. 

E talvez nunca saia.

O fim. Espero que seja apenas o fim do texto.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Frase do dia

Por que ninguém me contou 
a história do sol e da lua 
logo quando eu comecei a raciocinar? 
Se eu tivesse, desde pequeno, 
aprendido que mundos diferentes não podem ser unidos, 
hoje eu não acharia isso tão ruim.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não é bem assim (6)

Revivendo uma das séries, sagas, ou sequência (sem sequência) da história(original, mas não muito honrosa) do blog, aí vai mais uma daquelas frases que você, se tiver o mesmo senso crítico que eu, não aguenta mais ler, em perfis, páginas de recados, depoimentos ou afins.

"Ninguém pode voltar e criar um novo início,
mas todo mundo pode começar hoje
e criar um novo final"


Como de costume, ninguém sabe o autor, mas a maioria já deve ter lido. Ou ouvido. Enfim. Como todas as outras frases criticadas nessa sequência de texto(chamar de série ou saga cansou...), essa é uma frase criada por alguém(que ninguém sabe ao certo quem é, o que foi ou mesmo quando escreveu) em algum momento de 'inspiração motivacional', ou seja, momentos em que as pessoas decidem escrever algo que motive outro alguém, outrém ou, indo além(e rimando infamemente) , pessoas necessitadas desse tipo de motivação.

E, discordado da frase, eu posso voltar e criar um novo início. Posso dar um passo atrás, zerar o cronômetro e começar o caminho novamente. Posso apagar todo o texto, ou mesmo jogar a folha fora(o que não é ecologicamente correto, mas enfim) e começar a escrever novamente. Eu posso apagar todos os meus registros e começar novos registros. Ou mesmo eu posso começar a viver uma outra vida, que, no caso, é voltar ao início e sempre poderá ser feito quando o hoje não for satisfatório. Não posso voltar no tempo e ser criança, não errar e fazer tudo o que eu queria mas posso fazer tudo o que eu quero agora, começando assim uma nova vida, uma nova história. Começando um novo começo(que a minha professora de português não me xingue pela redundância (des)necessária).

E quanto ao fim, depende do ponto de vista. Se está escrito nas estrelas, todo mundo tem uma tampa para a sua panela(que no caso pode ser você*) ou o futuro a Deus pertence, mesmo se eu começar uma nova história hoje, o fim será o mesmo. Alguém sabe se tudo está definido, ou não, em nossas vidas? Ninguém. E também não interessa. Nunca saberemos. Por isso, querer mudar o fim não adianta. Querer um novo começo não adianta.

O importante é você pensar algum dia que, com qualquer começo que você possa ter tido ou com qualquer fim que possa vir, você gostaria de ter o que tem, aprender o que aprendeu, sentir o que sentiu e viver o que viveu.

*vai entender o que o ser humano é capaz de dizer