domingo, 31 de agosto de 2008

É tão legal que nem precisa de título

E é estranho como, só no momento em que percebemos o que poderíamos ser se há algum tempo atrás uma pedra não fosse atirada em nossa cabeça, é que damos valor à uma coisa chamada personalidade. Não quero escrever criticando a falta dela, até porque, já devo ter escrito pelo menos um texto sobre isso nos mais de 600 desse blog. Mas é estranho, repito, dar valor ao que somos, ou pelo menos ao que achamos que somos, no momento em que colocamos em nós outra personalidade e nos imaginamos diferente daquilo que somos.

Tudo confuso até aqui, mas a idéia é bem clara. Agradeço à Deus pela minha personalidade. Sim, agradeço pela pedra que veio lá do alto, atingiu a minha cabeça, me fez cair num buraco e mesmo assim me deu força para sair do mesmo. Não precisam entender, é só saber que agradeço pelo que sou hoje e principalmente por não ser quem eu era.

Sem descrições mais detalhadas, até porque, já o fiz aqui nesse blog(2), queria apenas expressar hoje, a minha felicidade por ser como sou. Sincero, perseverante, chato, teimoso, meio tímido, peleador(de peleia, luta, mas não física), idealista, antigo em algumas coisas, feliz, enfim, muitas outras coisas que não são escritas por não serem lembradas no momento.

E acabei percebendo o quanto é bom ser assim, amado, mas principalmente, odiado, num momento muito simples. Vendo recados no orkut!!! Sim, essa ferramenta tosca, mas necessária para aqueles que, como eu, querem manter contato com pessoas de outras cidades, também nos traz lições. Eu já conheço e já vi muito o que vi hoje, mas por algum motivo, somente hoje agradeço por não ser desse jeito.

As pessoas se amam. Mas não entendo como as pessoas podem amar todas as outras pessoas. Não me venham com essa de bom samaritano, de "paz e amor", de qualquer outra coisa porque eu digo, isso é hipocrisia. Ninguém pode amar todo mundo. Porque ninguém é perfeito. Porque ninguém vê em todos, um amigo. Porque ninguém sente muita saudade de todo mundo. Porque ninguém conhece a fundo todo mundo para amar. Mesmo que o amor não exija conhecimento, pelo menos alguma coisa da pessoa deve-se conhecer, nem que seja a cor dos olhos, para dizer que ama. O pior de tudo é que não é tática pra conquistar pessoas do sexo oposto. É hipocrisia mesmo. E por objetivos não-aparentes.

Eu não sei se isso se tornou uma crítica, acho que não. Apenas um comentário. Não cito nomes. Não cito situações definidas. Não cito nada. Achei necessário escrever isso apenas para dizer o que já disse antes, que sou feliz por não ser amado por todos, por não ser querido por todos, por não ser convidado por todos para todos os lugares e por não receber todos os dias recados, de várias pessoas, que contenham as seguintes palavras: "te amo, anjo, lindo(digo no meu caso, mas é mais comum para gurias isso), querido, muita saudade, anjo, te adoro, maravilhoso findi, maravilhosa semana, foi perfeito". Ainda há outras, mas essas resumem bem a situação.

Pode até parecer que estou irritado, mas não. Porque é até engraçado escrever isso. Porque eu preciso escrever. Porque é útil escrever. Porque eu mereceria se o fizesse também. E ninguém melhor que um ex-normal para falar sobre essas coisas de gente normal. As pessoas mudam, eu sou uma prova viva e ativa disso. Fiz valer à pena a pedrada que levei e que me fez mudar. Porque eu decidi mudar mesmo e não aparentar mudança, mas principalmente, não continuar aparentando o que não era. E continuo não sendo, felizmente.

Questão de convicção. A mesma coisa que me faz dizer que eu sou feliz por não ser amado e querido por todos. Porque é legal ver pessoas virando a cara pra ti sem motivo algum. Porque é legal ouvir as pessoas rindo da tua cara só porque o teu nariz é grande. Porque é legal ser um ameba azul no meio dos amebas amarelos. Porque é legal demais poder expressar uma opinião em um blog e não ter que comentar dizendo "adorei o teu blog" sem ao menos ter lido, só para atrair visitantes, que, por isso, farão os mesmos comentários, sem ter lido. Adicionei vários blogs sem propor nada, porque depois de algum tempo, os visitantes perderam a importância. Mas fico feliz que os companheiros tenham lido e gostado dessas minhas bobagens como gostei das coisas deles.

Falando nisso, não tenho comentado nos blogs parceiros, pois ultimamente tem sido complicado motivar o meu eu-lírico nessa dura e longa jornada. Mas eu tentarei fazê-lo um dia desses. E a última frase do parágrafo acima não foi uma crítica, se é que alguém pensou que pudesse ser. Lendo blogs eu descobri mentes bem diferentes da minha. Que escrevem histórais melhores que as que o Billi J. conta. Que escrevem bem. Que escrevem com algum sentido.

Acho que é isso. Ah, mas eu tenho que repetir, que mesmo com todos os defeitos, os erros, do passado e do presente, fico feliz por ser eu. Acho tão legal...

sábado, 30 de agosto de 2008

Os efeitos do "A cada dia um recomeço" na vida do autor*

Ninguém, nem ao menos eu, poderia imaginar que uma série de textos, escritos em um blog pouco visto, pudessem fazer algum sentido e ajudar alguém em alguma coisa. Aí veio um comentário no ex-Blog do Vinícula, outro comentário(porque aqui, ninguém nunca agradeceu, se é que há motivos para agradecer...), e os textos ganharam alguma importância. Talvez, se mais lidos e vistos, pudessem fazer um sentido maior do que fizeram, mas não isso não vem ao caso agora. (para ler a saga, clique aqui)

No final das contas, com a saga encerrada, pude analisar, mesmo sem reler os últimos dois textos, o contexto no qual cada parte foi escrita. A saga começa em si no segundo texto, já que o primeiro é muito mais um comentário sobre um filme do que qualquer outra coisa. E logo no segundo consegui expor e transformar em palavras a minha decepção, naquele momento, com a atualidade, seja no mundo, nas pessoas ou na sociedade de um modo geral. Foi um desabafo, um desafogo de idéias.

Os dias foram passando e poucos dias depois, tive mais um motivo para escrever. Mais uma decepção, dessa vez bem pessoal, bem ao meu jeito. Não comentei nada de mais específico e ainda joguei pó no ventilador para que nada fosse perceptível. Foi até que inteligente essa manobra. Mas só deu certo porque havia um fundamento para escrever. O quarto fala sobre a relação do meu presente, na época, com o meu passado. Mudanças de rumo e uma motivação a mais naquele momento. Escrever me motivou. Ler o que escrevi me motivou. A última parte fugiu do ritmo em si, mas o final foi massacrante. Pra mim pelo menos.

Não re-li os textos. Lembro-me de cada um como se os fosse escrever agora(no improviso, porque não lembro o que escrevi no primeiro parágrafo desse texto). E quer saber, cheguei à conclusão que escrever é muito mais do que escrever. Eu sempre coloco uma frase tosca como essa. E com uma explicação mais tosca ainda. É divertido, espanta leitores, mas me faz rir.

Eu acho que se cada um de nós, não escritores, porque não sou escritor, mas de nós blogueiros, devemos tirar algo dos nossos textos. Nem que seja para nós mesmos, o texto deve ter um sentido de existir, mesmo que tenha sido escrito sem pensamentos, como já fiz aqui. Há tempos parei com bobagens que não condiziam com aquilo que queria colocar no meu blog. Pode não ser muito importante eu ter um blog, ou quatro blogs como é o caso, mas para mim, esse ato de escrever, me ajudou.

Não que eu tenha me aconselhado com meus textos. Não. Como eu disse, não tenho muita paciência para lê-los. Se bem que não é paciência em si, é muito mais um "eu já sei, implicitamente, o que está escrito, então não vou mais ler" do que uma falta de paciência por si só. Hoje eu descobri que as tijoladas e pedradas do passado me fizeram construir uma barreira para que hoje eu me mantivesse em pé, mesmo com mais uma paulada na cabeça.

Escrever me preparou para coisas, se não piores, pelo menos mais complexas. O silêncio é duro demais para aqueles que sofrem um golpe. Muitas vezes as palavras são mais duras, mas o ato do silêncio te faz sentir isolado. Só. Único em um mundo cheio de gente. Tem aquele provérbio chinês que diz algo como "caia-te mil vezes e levanta-te mil e uma". Eu, por um acaso, sigo isso à regra. Tantos tombos que eu até nem sei como ainda sigo em pé.

A raiva por vezes toma conta, sim, mas também já estou preparado contra a mesma. Saio no soco se necessário. No soco comigo mesmo, claro. A raiva me motiva a unicamente, xingar inconscientemente aquilo que tenta me derrubar. Pois um tombo só é completo se não há uma insistência para voltar a ficar em pé. Teimosos como eu conseguem cair tombos e não ser derrotados. Na teimosia ou na insistência, mas já é um começo.

A saga terminou. Provavelmente não terá mais nenhuma parte mesmo. Mas também, não preciso mais escrever. Seria apenas repetição...

"Não será um recomeço. Tampouco uma mudança. Muito menos um renascimento. Será apenas, mais um aprendizado."

Isso eu nunca esqueço...

Tão tá!


*com o autor no título, até parece que tenho alguma importância... hahaha

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tosco por ser lógico ou ilógico

São tantas e tão comuns as perguntas que nos intrigam quanto são tantas e tão comuns as acerolas em um pé, de acerola, durante a época de acerola. E são todas tão parecidas que só notamos diferença ao pegar na mão e analisar detalhadamente, mas a essência é a mesma. Assim como a essência do ser humano, e de suas perguntas intrigantes que regem ou pelo menos existem para tentar reger a vida daqueles que não sabem pensar por si só, é a mesma.

Aquela pergunta "de onde viemos?" já deve ter sido analisada por cada ser humano que algum dia se preocupou com aquela coisa existente chamada passado. Quem tentou imaginar de onde o homem surgiu conseguiu, de alguma forma, ficar mais perdido e menos satisfeito consigo mesmo, com a vida e com o mundo de uma maneira geral. Junto com essa vem aquela outra famosa, a "para onde vamos?", que também traz o efeito citado acima, mas que só é analisada por aqueles que se preocupam com o futuro, e não só com o seu, mas com o da humanidade, do planeta, do universo e da existência. Porque ninguém pensa em "para onde vamos" por si próprio, mas sim pela humanidade de 20 ou 30 gerações futuras. Ou mais.

Outro questionamento famoso, e muito pensado, é o "por que o céu é azul?", que caracteriza e aponta, além de curiosidade, uma superficialidade e talvez um fanatismo característicos daqueles que não se contentam com viver, portanto, querem entender tudo, assim, acabam esquecendo de viver e passam a existir. Mas como esse texto não é moral e sim tosco, indagar-se por que o céu é azul, é uma forma de escapar da rotina do "será que comer isso me fará mal?" e passar a pensar no que eu aparento ser e não nas conseqüências do que realmente importa. Pessoas fanáticas gostariam que o céu fosse vermelho, amarelo, preto, branco ou qualquer cor que representasse o seu time. A explicação física existe, mas alguém realmente acredita numa coisa dessas? Ou melhor, alguém se lembra da última explicação sobre isso?

Para finalizar, pelo menos por enquanto, esse texto tosco(eu deixei bem claro que seria tosco), a pergunta que mais tem gerado polêmica desde os tempos de nossos antepassados que viviam(ou não) em cavernas. É melhor correr ou caminhar na chuva? Depois que o homem criou essa pergunta, duzentas e cinqüenta e sete.821 milhões de respostas já foram ditas, mas nenhuma satisfez uma pessoa sequer. Nem o criador da teoria, que seria a resposta desse enigma, que só não é maior do que aquele do "o que cai em pé e corre deitado". A resposta é chuva, mas alguém já parou para pensar que a chuva não corre? Então, mais um enigma a ser feito.

Sobre o correr ou caminhar, é normal que haja uma busca incansável por aquilo que não conseguimos, e arrisco dizer que, talvez jamais conseguiremos desvendar, mas essa busca não pode ultrapassar os limites da ignorância. Que é importante saber alguns podem até discordar, mas discussões e guerras já explodiram por causa dessa simples e inofensiva pergunta.

Depois de tanto querer pensar em alguma coisa para escrever aqui, saiu uma coisa dessas. Pelo menos saiu.

Mas não consigo esquecer de imaginar num céu vermelho, preto ou amarelo com bolinhas verde-limão...

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - se eu contar ninguém acredita (final)

(continuando...)
Quando virou as costas para os malditos alemães canibais, deu de cara com Amanda. Essa, havia vindo com seu irmão atrás dele. Não sabia por que ela estava ali, mas ficou feliz em vê-la. Billi J. foi dar uma última olhada para malditos alemães canibais que iriam dominar o mundo e... deu de cara com uma câmera. Agora é que nada fazia sentido. Uma câmera, que era controlada por um idiota de um alemão que usava um boné bem gay do nx0. Não, aquilo não fazia sentido. Foi quando Amanda explicou que havia inscrito Billi J., sem que esse soubesse, em um programa da BBC inglesa, que simulava a existência de uma civilização de alemães canibais que viviam escondidos no interior do Brasil e que precisavam cozinhar mais um corpo humano com cenoura e alface para poder ter poder suficiente para dominar o mundo.

Não fazia sentido tudo aquilo. Um reallity show, um documentário, o raio que o parta. O haviam feito de bobo. Era um tolo por ter passado pela angústia que passou. Quando lhe perguntaram o que havia achado da experiência, Billi J. começou dizendo que não havia entendido muita coisa, mas depois, num acesso de raiva, chamou todos aqueles alemães de demônios de cabelo cor de ovo e mandou-os pro quinto dos infernos. Estava descontrolado, mas quando Amanda sussurou "Billi", ele se acalmou. Parecia que havia levado uma injeção tranqüilizante. Amanda se desculpou e disse que achava que seria bom para ele passar por uma situação como aquela.

O Billi J. ficou pensando. O que essa louca acha que eu sou? O que ela entende por ser bom passar por isso? Ficar horas e horas com medo de levar uma bala na cabeça, saída de uma arma controlada por um velho filho da mãe dum alemão de merda. "Malditos sejam todos vocês" - gritou o Billi J.. Ninguém estava mais agüentando aquilo e o seu irmão pegou um pedaço de pau no chão e acertou uma na nuca do Billi J., que desmaiou. Billi J. acordou alguns dias depois, no hospital. A paulada tinha sido tão forte que o Billi J. havia se esquecido de tudo aquilo. Mas só daquilo, até onde parece.

De repente, a porta foi aberta bruscamente e aquele bando de alemões gigantescos entrou no quarto do Billi J. e esse, recuperando a memória quase que por milagre, sentiu medo. Era agora que iriam comê-lo vivo, aquele bando de alemães canibais. Mas o idiota do alemão com o boné do nx0 entrou gravando tudo e riu quando aquela alemoa que gritou com o Billi J. lhe ofereceu uma sopa de cenoura com alface. Na verdade, todos riram. O Billi J. não sabia o que fazer. Tinha vontade de matar aqueles alemões de merda que tanto o incomodaram nesse tempo. E ainda tinham gravado tudo aquilo. Malditos sejam eles. Infelizes. Riem da minha cara, pensava o Billi J.. Mas o Billi J. nada fez além de se irritar. Não matou ninguém. Não atirou o prato de sopa em ninguém.

O Billi J. só pensava no motivo que havia originado tudo o que acontecera naquele dia. No dia da viagem e da sopa de cenoura com alface. Foi por querer esquecer daquilo que lhe incomodava, que lhe perturbava, que ele amava é que tudo aquilo começou. Aquela bobagem de realitty show, documentário, o raio que o parta. E no final de tudo percebeu, não pela sacanagem mas sim por aquilo que estava sentindo, que não conseguiria esquecer de Renata e, talvez até, nem de Amanda. Poderia ser passageiro, mas o que viveu ficou guardado em sua lembrança. Era como se tivesse tentado esquecer seus pais. E até seu irmão.

Sentiu-se inteligente e feliz ao perceber que, nem se quisesse, conseguiria esquecer daquilo que amava. E o cheiro de baunilha que sentiu dentro do caldeirão de sopa de cenoura com alface foi explicado pelos alemães. Uma das alemoas usava o mesmo perfume que Amanda. Coincidência sim. Depois que os alemães saíram, seu irmão entrou. o Billi J. perguntou de Amanda e ouviu um "ela foi embora com o namorado" do seu irmão. Estranhamente, Billi J. não pensou em nada. Não amaldiçoou o namorado de Amanda e nem ficou com raiva do que havia ouvido. Nem um pouco triste ele ficou.

Talvez aquilo que pensava e imaginava sentir por Amanda fosse só ilusão... doce, doce ilusão... tão doce quanto baunilha.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - se eu contar ninguém acredita (3)

(continuando...)
O Billi J. não se mexia, porque imaginava que o desgraçado daquele velho carniceiro deveria ter uma pontaria mais precisa que qualquer atirador que tenha participado da Olimpíada. Parado, com mais de meio corpo submerso, mole de tanto ficar embaixo d'água, o Billi J., depois daquela rápida análise, parou para pensar em sua vida. Pensou em sua família. Seus pais, seu irmão. Pensou em Amanda, sua última paixão. Parecia que estava sentindo o cheiro dela. Quando se deu por conta, tentou abrir os olhos e via tudo preto. Haviam colocado uma venda em seus olhos. Continuou relembrando e, todo mole por causa da água, pensou em Renata. Em tudo o que sentia por ela, e que naquele momento, não parecia nada. A imagem de Renata parecia fugir. Ao contrário da de Amanda, que insistia em voltar à sua mente.

Estranha aquela relação de fuga e aparecimento. E aquele cheiro de baunilha no ar... era incrível como parecia que havia algum demônio de um alemão comendo alguma coisa de baunilha. E não ouvia nada. E não via nada. Percebeu que, de tanto ficar embaixo d'água, não sentia mais nada. Só conseguia cheirar. E aquele cheiro de baunilha havia se tornado maldito. Em silêncio, fez uma oração. Agradeceu à Deus por tudo e decidiu que juntaria o resto de suas forças, arrancaria sua venda e, mesmo que levasse um balaço daquele desgraçado velho alemão, iria tentar fugir e não se entregaria como comida para aqueles malditos alemães canibais que iriam dominar o mundo. Num ato extremo, levantou os braços e mesmo sentindo a morte bater à sua cara com uma bala, levantou a venda e pulou para fora do caldeirão. Estranhamente não haviam colocado fogo naquela porcaria, o que só fez com que o Billi J. não se queimasse ao encostar e nem cozinhasse dentro do caldeirão.

Caiu de cara no chão ao sair do caldeirão. Mas de cara mesmo. Esfolou a face esquerda do rosto. Mas ainda estava vivo. Continuou de cabeça baixa por alguns instantes. Criou coragem, mais uma vez, e levantou a cabeça. Olhou para os lados e nada viu. Ninguém. Nem o alemãozão em quem havia trombado, nem o guri de oito anos de idade e um metro e noventa de altura, nem a alemoa que o xingou e muito menos o filho da mãe do velho da espingarda. Não viu ninguém. Não viu mais nada. Voltou à árvore onde havia dormido, pegou sua mochila e seguiu caminhando pela estrada onde viera, como se nada tivesse acontecido. Quando viu aquele bando de alemão correndo atrás dele, começou a correr, mas não conseguiu dar mais do que três passos. A água o havia deixado mole. Caiu, mais uma vez, e pensou que aquele acaso de sair do caldeirão havia acabado. Levantou-se e ao virar-se, deu de cara... com seu irmão. Sim, o animal havia ido atrás dele. Chegara à pouco.

Conseguiu negociar o Billi J. com os alemães. Comprou o Billi J. por dois pacotes de bolacha maria e um pote de sabão caseiro que o Billi J. havia feito em casa para um trabalho da faculdade. O Billi J. não entendia como seu irmão o havia achado. Seu irmão, muito menos. Disse que havia agido por instinto. Billi J. não sabia quanto tempo se passara desde que resolveu se afastar de tudo para poder esquecer... pois é, só havia se dado conta agora de que conseguira esquecer Renata e Amanda. Não havia sido tão ruim a viagem e as horas e horas de angústia por uma forte possibilidade de morte.

(continua...)

domingo, 24 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - se eu contar ninguém acredita...(2)

(continuando...)

Quando abriu os olhos e viu que um boi o estava cutucando, levantou-se depressa e saiu correndo. Quando se deu conta que o boi queria comer a grama onde o Billi J. estava sentado, sentiu-se aliviado. Via algumas pessoas na rua. Tímido, decidiu se aproximar aos poucos. Se aproximou dele uma loira. Mas daquelas bem alemoas. Branca, olhos azuis, corpo que chamou a atenção do Billi J. Só que ela estava com cara de poucos amigos. Billi J. lhe desejou um bom dia, e ela, furiosa, gritou: "Isso aqui não é fim de mundo seu colono do quinto dos inferno que não sabe nem escrever direito".

O Billi J., figuramente falando, se cagou de medo daquela alemoa furiosa. Virou as costas e quando ia começar a correr, trombou com um alemãozão, mas daqueles de dois metros de altura e uns duzentos e cinqüenta quilos, caiu e esmagou o pacote de bolacha que guardava na mochila. O alemãozão perguntou à alemoa o que havia acontecido e essa, repentinamente, mandou-o ler o aviso que estava colado no peito de Billi J.. Percebendo isso, antes que o demônio daquele alemão pudesse ler, o Billi J. amassou o papel e guardou no bolso.

Depois do ocorrido, aproximaram-se outras pessoas. O dia ainda era escuro e não havia um poste de luz sequer naquele fim de, digo, naquele vilarejo. E pensar, imaginava o Billi J., que aquele fim de mundo era cidade emancipada. As pessoas queriam matar o Billi J.. Puxaram foices, facões e aqueles garfos gigantes usados pra mexer pasto. Tinha até um velho com uma espingarda. E todos eram uns demônios de uns alemães. "Eles vão me matar e depois dominar o mundo", enlouqueceu o Billi J.. Tentou fugir, mas o agarraram. Colocaram pedaços de madeira no chão. Logo trouxeram uma grande caldeira, daquelas que as bruxas usam em desenhos e filmes.

Colocaram o Billi J. para dentro daquela coisa. Jogaram água. Começaram a cortar cenouras e alfaces e colocar, tudo bem cortadinho, dentro da caldeira onde estava o Billi J.. Eram canibais. Malditos alemães canibais. Certamente depois de comê-lo, teriam força o suficiente para dominar o mundo. Billi J. pensou em sua família. Jamais saberiam o que havia acontecido com ele. Ele seria comido, por alemães canibais. E eram gigantescos aqueles demônios, um guri, que tinha uns 8 anos, devia ter, pelo menos, um e noventa de altura. Sem contar o peso daquele demônio de calças curtas que carregava caixas e mais caixas de alguma coisa, sem descansar.

Quem diria que o Billi J. esqueceria da Amanda, da Renata, e de tudo o que o prendia, tão facilmente. Quem diria que a tentativa de esquecê-las o levaria à esquecer de tudo, e no caso, deixar de existir por completo. O grande Billi J., de tantas outras histórias, boas e ruins, legais e chatas, emotivas e radicais, estava perto da morte. E o que mais irritava o Billi J. é que ninguém falava nada. Se comunicavam através de olhares. Ah, mas depois de morrer, amaldiçoaria, de alguma maneira, aquele velho filho da mãe que sequer descansava o braço e continuava, intacto e, de tempos em tempos sem piscar, apontando aquela maldita espingarda para a cabeça do Billi J..

(continua...)

sábado, 23 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - se eu contar ninguém acredita...

Alguns dias depois da noite da enfarada de bolacha com creme de baunilha, o Billi J. ainda se sentia mal. Aquele maldito creme devia estar vencido. Também, o idiota do seu irmão não olha a data de validade antes de comprar essas coisas de comer. Só que além dos problemas físicos causados pelo creme de baunilha, o cheiro de baunilha da Amanda também não lhe saía da cabeça. Conversou com Renata a respeito disso, e essa, chorando(o que era visto pela webcam), lhe disse que era bom que ele tivesse encontrado alguém, e que deveria lutar por ela(até eu já estou de saco cheio dessa enrolação toda do Billi J.).

O Billi J., sentindo ter errado com Renata, e com Amanda, decidiu que por alguns dias, fugiria do mundo. Estava em férias, por isso não perdeu muita coisa da aula. Seu irmão dizia a quem lhe ligava, que era das duas uma, sua mãe ou Amanda, que o ele havia viajado para um lugar desconhecido. Billi J. havia arrumado uma mochila, colocado umas roupas, um pacote de bolacha(mas com creme de morango e não de baunilha) e uma lanterna(nunca se sabe onde e quando vamos precisar de uma luz...) e partiu sem rumo. Bom, sem rumo definido após a chegada a rodoviária, que fique bem claro.

Escolheu a menor cidade para onde partiam ônibus. Não era bem aquela, mas a atendente da rodoviária havia lhe sugerido-a dizendo que era uma cidade bem pequena, e conseqüentemente, calma. E foi. Decidiu esquecer Amanda e Renata, a Engenharia Química, sua família e seu irmão, enfim, todos que lhe cercavam. Decidiu que não pensaria nisso. Ligou o mp3(ganho em uma rifa) e estava só. Os fones de ouvido abafavam todo e qualquer barulho, e nem a estrada de chão totalmente esburacada o atrapalhou. Estava só também, porque era o único no ônibus, além é claro, do motorista.

Chegando na cidade, decidido a se isolar, foi procurar um hotel. Mas a cidade era tão pequena que não havia um hotel sequer. Nem pousada, nem pensão. Só casas, e poucas, de família. Eram duas da madrugada. Onde dormiria? O motorista já havia voltado, claro, sem levar passageiro algum. Não sabia onde iria dormir. Resolveu ir até a igreja da cidade. Mas não havia igreja em lugar algum. A praça foi tentada, mas não havia também praça. Não tinha um lugar sequer para se refugiar. Começou a correr e menos de dois minutos depois disso, percebeu que a cidade era tão pequena que ele havia atravessado-a naquela pequena corrida.

O que faria o Billi J., sem teto, com pouco dinheiro, às duas da madrugada em uma cidade que não tinha igreja, nem praça, e deu-se conta depois, que não havia nem um boteco sequer. Eram apenas casas de família. Pensou em sua mãe e na mijada que iria levar por ter ido para aquele fim de mundo. Sim, aquilo era um fim de mundo. Ou um começo, porque tinha a certeza, o Billi J., de que o começo também era um nada. Então ele estava no começo e no fim do mundo. E por mais ruim que poderia parecer aquela situação, ele não se abalou. Decidiu achar uma árvore e por lá, ia dormir, pois estava com sono.

Antes de dormir, puxou o caderno, fez algumas anotações e depois escreveu em uma folha a seguinte frase: "não sou um bêbado, só durmo aqui porque esse fim de mundo não tem hotel". Grudou a folha com esse aviso no seu peito. Encostou a cabeça na árvore, e mesmo demorando umas duas horas, dormiu. Pouco depois de ter dormindo, sentiu um cutucão. Não queria abrir os olhos ainda, pois havia descansado pouco. Mas aquela coisa pontuda, que, de olhos fechados, o Billi J. imaginara ser um pedaço de pau ou um facão, era na verdade, um chifre.

Mas como poderiam lhe cutucar com um chifre?

(continua...)

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

5 coisas que você precisa fazer para ser um plaiboizinho

1 - Em primeiro lugar, tenha a certeza de você é a única pessoa importante no mundo. Ignore qualquer outra forma de existência e sempre diga a você mesmo e a todos os que estiverem por perto: "eu sou único e insuperável". Só tendo a certeza de que não há um outro ser humano que possa lhe superar, é que poderá viver em paz consigo mesmo. As outras pessoas, convença-se, só servem para que a sua superioridade fique evidente.

2 - A sua opinião é a única no mundo, devido ao item acima. Você sabe tudo e sempre está certo. Se alguém no mundo disser que está certo, contrariando uma opinião sua, ironize-o, humilhe-o e faça de tudo para que, como sempre, a sua opinião e as suas atitudes de filhinho mimado da mamãe sobressaiam-se sobre a opinião fajuta e estúpida daquele idiota que achou ser bom o suficiente para ter uma opinião superior à sua.

3 - Mesmo que você seja o maioral, o melhor em todo os sentidos, não demonstre, sobre hipótese alguma, qualquer réstia de inteligência. Todos sabemos que você não a tem, mas mesmo assim, todos os idiotas têm relampejos de inteligência. Você deve evitar isso ao máximo. Pessoas legais, queridas por todas, poderosas, enfim, pessoas superiores não possuem inteligência alguma. Então faça o maior número de bobagens possíveis, pois assim demonstrará que você está na moda e não é nenhum cara careta. A sua popularidade irá aumentar à medida que você mostrar que faz as coisas apenas por fazer. E o que importa, todos sabem, é que o seu cabelo esteja cheio de gel.

4 - Ignore aquelas antigas frases do tipo "o dinheiro não compra tudo" e "o dinheiro não traz felicidade". Você sabe que são bobagens, porque o dinheiro compra sim tudo e ele traz felicidade, e muita felicidade. Seu pai, mesmo que não tenha muito dinheiro, certamente dará um jeito de conseguir pagar todas as suas vontades e consertar, com dinheiro, todos os prejuízos causados por você. Mostre que você tem dinheiro, mesmo que você não tenha. O importante é comprar um tênis novo por mês e sempre estar com os seus aparelhos modernos de última geração.

5 - Não adianta fazer o que está acima se você não parece. No mundo superficial em que vivemos, é muito mais importante vestir uma camisa larga, que deixe os seus braços de academia bem à mostra. Não esqueça jamais de colocar bastante gel no cabelo, usar um daqueles correntões no pescoço e das pulseiras, mesmo que de pano, como se você fosse um daqueles rappers poderosos. Aparente ser sempre o que você não é. Ande sempre olhando pra cima, porque afinal, você é superior. Se algum dia olhar pra baixo, será para pisar em alguém. Os tênis, já citados, devem ser aqueles de skatistas, que são pelo menos duas vezes maiores que os seus pés. A calça, com ou sem cinto, deve estar sempre caindo, mostrando a cueca na maior parte do tempo. Ande sempre balançando bem os braços e o corpo inteiro. A pose é mais importante do que o saber andar.

Mas nunca se esqueça de quem você é, ou melhor, de quem você aparenta ser.


*esse texto é uma crítica velada à todos aqueles que merecem.
**não há especificidade nas críticas

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O fracasso de um paraíso afundado

Pode ser que os governantes sejam os culpados. Pode ser que a falta de dinheiro seja a culpada. Pode ser que os ricos sejam os culpados. Pode ser que a mesmice seja a culpada. Pode ser que a falta de auto-confiança seja a culpada. Pode ser que o sistema global seja o culpado. Pode ser que a falta de tempo e de paciência seja a culpada. Pode ser que tudo seja o culpado. Como pode ser que nada disso seja o culpado.

Ninguém sabe ou entende como um país "em pleno crescimento e desenvolvimento" pode ter um resultado tão pífio assim em uma competição grande como as Olimpíadas. Porque no Pan americano do rio, no ano passado, ficamos atrás apenas dos EUA. Sim. Tiago Pereira reinou nas piscinas. Sim. O futebol ganhou tudo. Sim. Só que não dá pra levar em conta uma competição regional como o Pan americano. Porque os melhores não vêm pra cá. Nem os dos outros continentes e muito menos os estadunidenses. Um torneio regional, e mesmo assim, ficamos em segundo lugar, contra os reservas estadunidenses.

Há valor nas conquistas do ano passado? Para o brasileiro há. E a explicação é que ele, o povo brasileiro, se contenta com pouco. E obviamente os atletas também se contentam com pouco. Um oitavo lugar entre os 10 melhores é um grande resultado. Bobagem. Todo esporte precisa dos ruins para que os bons tenham de quem ganhar. Mas 8° lugar não é honroso coisa alguma. É falta de querer algo melhor. E com esse comodismo, não há esforço para que se chegue à um lugar melhor. O futebol, masculino e feminino, amarelou, e feio. O grande nadador do Pan do ano passado afundou mais rápido do que o Titanic e não levou um bronze sequer.

E os esportes vão sendo listados e as decepções também. Falta investimento? Concordo. Mas não adianta investir em perdedores, em atletas que pensaam pequeno, que se contentam com marcas nacionais e com superação de metas como "ser o primeiro brasileiro a chegar na final de tal esporte". Se houvesse uma gana maior, uma ambição maior em ganhar medalhas, mesmo, certamente novos investimentos seriam feitos. O vôlei é uma das poucas coisas que ainda pode trazer alguma medalha significativa. Se não amarelar denovo, como aconteceu contra a Rússia em Atenas.

Com menos desvios de verba sobrará mais dinheiro para investimentos, em estruturas, em viagens e em novas oportunidades. Mas ficar se contentando com oitavos lugares dentre 10 participantes é apelação. Quem sonha com pouco, quem quer pouco, quem se faz de coitadinho dentre os mais bem afortunados, obviamente não vai conseguir nunca superar posições medíocres e ser apenas mais um a "participar".

Isso sem contar nas amareladas típicas de atletas brasileiros nos momentos decisivos...

Frase do dia:

"Podem até me tirar o coração e aqueles que amo, mas se querem mesmo me matar, arrumem um jeito para me impedir de sonhar..." - Vini Manfio

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Histórias do Bandiolo - E o teu nome será esse...(parte 2)

(continuando...)
(só pra ninguém esquecer: que fique bem claro que, mais uma vez, o texto não possui sentido algum, apenas escrevi por escrever e por achar engraçado colocar no blog uma idéia alucinada como essa, então sem comentários do tipo "que ridícula essa tua opinião", certo?!)

O homem busca, desde o momento em que pronunciou aquele ruído que identificava algo, rotular as coisas que o cercam. Até por raiva. Por que será então que muitas pessoas não gostam de palavras como ouro, gasolina, geléia e pinça? Por que não conseguem compreender o que os seus antepassados tinham na cabeça para colocar nomes como esses. E não me venham com aquela baboseira de origem das palavras que isso não serve.

Essas palavras só existem porque o homem, antigo, começou a rotular as coisas conforme o seu gosto. Alguém gritou "batata" num certo dia, e pegaram um vegetal amarelo(na maioria das vezes) e decidiram que aquilo seria chamado de batata. Por raiva daquele vegetal. Hoje, algumas pessoas têm esse apelido, por raiva que outras tinham delas. E esses apelidos pegam.

Não há prova maior de raiva e ódio do que apelidos. As pessoas só colocam apelidos em outras por raiva. E não comentem dizendo que apelidos como "chuchuzinho"(que vem do chuchu, aquela verdura verde) são carinhosos, porque não são. "Bombonzinho" e "amorzinho" também não servem. Só se coloca apelido naquilo que se tem raiva. Talvez até ódio.

O homem rotula tudo. O simples ato de olhar o sol descendo no horizonte ganhou o nome de "ver o pôr-do-sol". Ridículo. O homem precisa rotular tudo para se sentir bem. Para se sentir superior aquilo que o cerca. Para ter a certeza de que é ele quem manda nessa joça chamada planeta Terra. E o faz por que?

Por raiva.

Simples como escrever tanta bobagem assim, e dividir em duas partes.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Histórias do Bandiolo - E o teu nome será esse...(parte 1)

(que fique bem claro que, mais uma vez, o texto não possui sentido algum, apenas escrevi por escrever e por achar engraçado colocar no blog uma idéia alucinada como essa, então sem comentários do tipo "que ridícula essa tua opinião", certo?!)

O ser humano, há séculos e séculos atrás, mais precisamente no momento em que pronunciou o primeiro som consciente para identificar alguma coisa que mais tarde seria chamado de palavra, ou vocábulo, começou com uma das piores e mais discutíveis relações com o meio, incluindo as pessoas, que o cerca.

Essa relação de ódio recíproco, que nos leva a crer que o mundo só é do jeito que é, porque o homem odeia tudo o que o cerca, desde seus vizinhos até o filho da puta do cachorro que fez cocô no gramado da sua casa. Sim, o rancor presente no subconsciente do homem fez com que ele criasse tudo o que hoje existe de não-natural, apenas para tentar amenizar o seu ódio pelas coisas, principalmente pelas outras pessoas.

Assim, surgiram os pentes, e com eles, o gel. Assim surgiu o esmalte, e com ele, a acetona. Também por esse ódio, ou melhor, nesse auto-ódio, ele criou tantas outras coisas, como cortadores de grama e travesseiros. Mas isso não vem ao caso.

De tanto odiar o seu semelhante, o homem criou os emos. Sim, por odiar e não querer que os seus semelhantes vivam de maneira aceitável, ele resolveu criar os emos para fazer todas as merdas musicais possíveis. Dessa invenção sobrou aqueles que hoje são chamados de funkeiros. Sim, os emos mais idiotas e menos chorões viraram sinônimo de batidão e ruídos mal organizados. (continua)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

E antigamente era só o galvão...

É engraçado ouvir comentários sobre um jogo, feito pelo neto, da Band, ser que é tão desprezível que não merece ter seu nome escrito com letra minúscula. É engraçado porque há uma falta de capacidade evidente daquele animal em falar alguma coisa que faça sentido. Não vou entrar no detalhe do jogo, mas para ele, ou é 1 ou é 1000. Exageros em todos os comentários. Creio que ele seja um deus, tamanha a sua superioridade aos outros, porque afinal, ele sabe tudo, por isso pode dizer o que é certo e o que é errado. E quando está errado, fala o jeito certo de fazer.

A televisão é um aparelho deprimente. Suas emissoras e seus programas são deprimentes. As pessoas que fazem a televisão são deprimentes. São, como o ignorante citado no parágrafo acima, pessoas que não fazem a menor idéia do que seja imparcialidade. Não há uma preparação para que essas pessoas possam aprender algo sobre o assunto do qual têm que falar. Mesmo que o animal tenha sido jogador de futebol, seus comentários são piores do que os do nosso presidente, também analfabeto funcional, sobre o álcool.

Alguns dizem que a televisão é um meio de comunicação muito útil para a sociedade. Bobagem. A televisão só tira a cultura daqueles que a assistem. O futebol sempre foi uma exceção, mas há algum tempo não é mais. A burrice daqueles que aparecem e falam na televisão, é contagiante. Daqui a pouco estaremos dizendo "de chapa" a qualquer momento do nosso dia, seja para pedir comida ou para mandar alguém lavar a louça.

Posso até assistir um jogo comentado por aquele animal novamente. Mas certamente baixarei o volume da televisão, para evitar que a doença da ignorância seja transmitida. Felizmente escapei ontem, mas na próxima, vou evitar ouvi-lo.

E antigamente era só o galvão...


*insisto que se alguém quiser ler algo não idiota como esse texto, que olhe na lista ao lado, onde selecionei os melhores textos do blog.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sem título(mais uma vez)

Complicado hoje é o fato de ter limitados os movimentos da mão esquerda, que em virtude de um tombo idiota e do qual a areia contida no asfalto recém feito foi culpada, esfolei parte da mão. E como é aquela mesma lei de alguma figura de linguagem da literatura, a parte pelo todo e o todo paga por uma parte.

Tombos como os que levei ontem, e que acabei levando mais alguém comigo(desculpa...), são comuns para aqueles que ignoram uma normalidade de andar apenas por andar, de apenas fazer o certo e no final das contas ter aprendido muito pouco. Eu poderia fazer uma alusão a tombos psicológicos, mas não o farei, pois já encerrei a saga "A cada dia um recomeço".

Hoje é um domingo típico. Churrasco e maionese de almoço. Suco de laranja. Acordar tarde e não ver nada que preste na televisão. Saber que amanhã as aulas recomeçam. Pensar que a semana começou. São coisas típicas de domingo. Domingo típico.

O blog anda abandonado e não culpo mais nada. Porque já escrevi bastante aqui e por enquanto não há nada de muito importante a ser escrito.

É isso.

sábado, 16 de agosto de 2008

A volta do gigolo

*baseado em fatos reais

Estavam, ou melhor, estávamos todos em festa. As mentes que pensavam e compreendiam as coisas, os olhos que viam todas as porcarias que eram feitas e os ouvidos que ouviam novas notícias, indignados com o que aconteciam, ficaram felizes com a partida daquele que era sinônimo de coisa ruim, sinônimo de mau.

Falta de caráter? Falta de vergonha na cara? Não sabemos bem ao certo explicar o que aquele sujeito tinha. E ainda tem. Estávamos felizes, verbo no passado, pois a ruindade voltou ao nosso convívio. Aquela preguiça desenfreada e extremamente patética voltou ao nosso convívio. Foi para voltar. E para que?

Para nos dar uma alegria e depois nos irritar novamente, e ainda mais, pelo simples fato da volta. O aproveitador, o preguiçoso, o parente dos comedores de capim com chifres na cabeça, aquele animal está de volta à família, e nada podem fazer aqueles, que como eu, vêem as sujeiras praticadas pelo mesmo.

Talvez seja um pouco de exagero de minha parte escrever isso, mas seria melhor sim, que aquele gigolô aproveitador, tivesse se afastado de vez do nosso convívio...

Hehehehehe

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - será que foi tudo em vão?

Depois de alguns poucos meses tentando namorar via internet, Billi J. e Renata decidiram, de alguma maneira, que seria melhor terminar o namoro, que por si só, durou menos de um mês, talvez. Depois disso, continuaram conversando, mas como amigos. O Billi J. se sentia sozinho. Sem carinho. Sem atenção. Sem qualquer forma de afeto, o que piorava se pensarmos que ele faz Engenharia Química, e mexe apenas com substâncias, o que não exige contato humano.

Só que certo dia, no laboratório, o Billi J. começou a sentir um cheiro de baunilha. E como ele gostava demais de cheirar baunilha, foi atrás e tentou descobrir de onde vinha aquele cheiro. Que experiência deveria fazer para conseguir sentir aquele cheiro? Respostas não encontrou. Mas no momento em que saía da aula, viu uma colega sua, a Amanda, aquela que era chacoteada por todos mas que na sua timidez tentava esconder olhos mais verdes do que o próprio verde, e após ela passar sentiu o cheiro de baunilha.

Como não era mais a outra criança de outrora, foi atrás dela, e pediu como ela conseguira produzir um cheiro de baunilha tão autêntico. Ela disse que não havia feito nada com cheiro de baunilha. Ele insistiu no sim. Ela insistiu no não. Ele então perguntou como podia sentir cheiro tão bom de baunilha. Ela disse que era seu perfume. E com esse simples e rápido diálogo, abriu-se uma conversação tão intensa quanto... bom, não vou usar outro comparativo.

Foram conversando durante o caminho, no ônibus, e descobriram que moravam perto um do outro. Ela morava há duas quadras daquela rua estranha onde o Billi J. morava. E então começaram a ir juntos para a escola. Billi J. pensava nela e naquele cheiro de baunilha, que ela descobrira ser da essência que todos os dias passava no cabelo, com uma finalidade desconhecida pelo Billi J.. Foram cada vez conversando mais. E antes que pudessem virar amigos, o Billi J. decidiu que não seria a mesma perda de tempo que havia sido com Renata, quando ele enrolou e temeu até que no dia em que fez, descobriu que não seria por muito tempo, e, vendo-se apaixonado, ao deixá-la em casa certa feita, beijou-a. Na boca. E o mais estranho, com sentimento.

Billi J. sentia algo por Amanda(essa história já foi contada... só que com outra pessoa). Mas não era o amor que ele sentia por Renata. Mas mesmo assim aquele beijo deixou marcas. Em ambos. Depois do ocorrido, Billi J. olhou para Amanda e viu seus olhos brilharem como diamantes, mas loco depois, sua face mostrou uma tristeza absurda. Amanda declarou-se encantada com Billi J., mas disse que já tinha namorado. O coração de Billi J. partiu-se. Quebrou-se. Explodiu-se. Estatelou-se. E todos os -se possíveis.

Billi J. pediu desculpas e virou-se para ela. Que fez menção de pronunciar alguma palavra, mas Billi J. disse a ela que o silêncio era melhor naquele momento. Billi J. saiu, arrasado. Chegou em casa, deu um tapa no seu irmão e esse, adivinhando o ocorrido, disse a ele para não desistir. Billi J. ouviu, e foi comer bolacha recheada... com creme de baunilha...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pra tudo há um começo

Cheguei à conclusão de que para mudar o mundo, não basta vontade, união, fé, trabalho, persistência. É preciso coisas muito menores do que isso. Talvez muito mais simples. Coisas que mesmo sendo simples, são dificílimas de se conseguir. Para mudar o mundo, dependemos de pessoas que não vão querer nos ajudar, por mero egoísmo.

Começando, escrevo que para mudar o mundo, se faz necessária uma mudança radical no mercado de calçados. Sim, porque tênis que é usado todos os dias não dura nem 6 meses inteiro. E como poderemos mudar o mundo se nossos tênis não duram muito tempo? Usar uma forma alternativa de calçado, como sapatos e/ou chinelos, dirão alguns. Só que o tênis alia a proteção ao pé e a resistência(a água e coisas que façam o pé escorregar), lhe permite correr e ao mesmo tempo é tão confortável(se tu usas um tênis que aperta o teu pé, o problema não é meu) quanto um chinelo.

Sem tênis bons não poderemos mudar o mundo, pois depois de algum tempo caminhando, o solado começa a desaparecer, e quando percebemos, há um furo enorme na parte de trás do solado, onde mais encostamos o pé. E pra quem caminha torto, a coisa é pior, pois aquele sentimento de "que merda, só meio tênis estragou e eu já não posso mais usar" só retarda a compra de um tênis que impede que nosso pé se machuque ao bater diretamente contra o chão, e que por isso, impede que nossas meias fiquem furadas.

Como eu disse, multinacionais, por egoísmo e capitalismo, não farão tênis com solados melhores e costuras mais resistentes, pois assim os tênis durariam mais e eles venderiam menos. O preço aumentou, a qualidade diminuiu. Maldito mundo capitalista. Maldito mundo que nos faz comprar tênis, não para um ano, mas para apenas seis meses. E não me falem que é tênis de jogar futebol que estraga rápido, porque eu vou responder com xingamento.

Meu tênis, que uso todo dia, mas todo dia mesmo, está se acabando. O solado não é mais o mesmo e os buracos da estrutura interna já aparecem. Coitado, nem durou um ano e daqui a pouco não poderei mais usá-lo. Coitado. E pensar que algum par de tênis meu durou bem mais do que um ano. Já tive um que, usando dois anos seguidos, todo dia, e jogando futebol nos outros anos, durou 4 anos. Quatro anos é tempo demais para um tênis. Como 6 anos foi tempo demais para o meu chinelo.

Concluindo, precisamos de calçados melhores se quisermos usar o mundo, pois antigamente andava-se de pé descalço, só que era em estrada de chão. Com asfalto, calçamento e coisas como cacos de vidro que são altamente perigosas, não podemos andar de pé no chão muito tempo. Temos que proteger os nossos pés para que no sábado possamos jogar o nosso futebol...

E é isso.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Da série: Histórias do Bandiolo - Vamos logo para o inferno

Há pessoas que não crêem que exista um céu ou um inferno, mas mesmo assim, não deixam de pronunciar essa palavras quando querem dizer algo bom ou ruim. E pode até ser mesmo questão de acreditar em céu(espiritual) e inferno(que não seja o astral), porque ninguém sabe mesmo se existe, mas não devemos negar ou taxar de idiota alguém que fale nisso. Até porque, todos já passamos por uma situação em que tivemos a oportunidade de dizer céu para algo bom e inferno para algo ruim.

Tirando toda a porcaria escrita acima, escrevo hoje que certo dia, nasceu um guri. Como qualquer outro dia. Só que naquele dia, o céu se escureceu, São Pedro despejou tudo quanto era água que tinha lá em cima e o diabo(outra questão de acreditar ou não) fez com que os vulcões entrassem em erupção para poder libertar seus caçadores de espírito, que de alguma maneira, teriam que achar esse guri que nascera naquele dia. Ele nasceu logo no primeiro minuto do dia, e até o final do dia, ele se manteve como o único guri a nascer naquele dia. Em todo o planeta.

Se não fosse uma coincidência somente provada anos após o seu nascimento, tudo estaria certo. Mas algo que veio dos céus impediu que outras criaturas nascessem naquele dia, pois teriam o mesmo destino que esse guri. Guri que desde que aprendeu a falar, só reclamava. Queria comer. Queria brincar. Queria chorar. Queria mamar, mesmo que já tivesse 7 anos de idade. Queria comer denovo. Queria dar um chute na vizinha gorda. Queria por que queria tudo. E sua mãe jamais negou nada, pois havia algo nos olhos dele que a impedia de o proibir.

Jamais nasceu um fio de cabelo ou um pêlo no corpo daquele guri. Ele era tão liso quanto caloteiro. Nem espinhas, nem sardas, nem pintas, nada. Nada além do básico nascia naquele corpo. Nunca se importou com isso, com as gozações, com qualquer coisa que fosse, pois sempre julgou-se superior. Quem parece não ter nada, tem muito. E acreditava cegamente nisso. E quanto aos colegas que o taxavam de banana nanica descascada, de alguma maneira ele fazia-os sofrer. Com golpes inacreditáveis, surrava um a um, ou humilhava, como na vez em que fez um aluno comer dois pacotes de bolacha maria sozinho e sem parar.

Ele foi crescendo, pensando, imaginando que um dia mudaria o mundo. Seria lei que todos fossem carecas em sua homenagem. Havia se tornado diabólico. Mas no momento em que viu aquele tênis da Dal Ponte, novo, azul, preto e branco, com um cadarço diferente e com forrado duplo, sola hiper-duradoura, quis comprá-lo. Mas não tinha dinheiro. Pediu para sua família, e eles também não tinham. E não havia nada na casa que, se vendido, pagasse o tênis. Chutou tudo e foi embora. Entrou na igreja, pela primeira vez em sua vida, e rezou de olhos fechados, mesmo sem saber como, exigindo que Deus lhe desse aquele tênis.

Abriu os olhos, e ao não ver o tênis em sua frente, roubou o dinheiro que as velhinhas colocavam na caixinha do altar. Mas aqueles míseros reais não eram suficientes. Começou a roubar, mas não conseguia juntar o dinheiro. Decidiu então vender sua alma. Por ser um ser superior a todos os outros viventes do planeta, sua alma valeria muito, pelo menos o suficiente para pagar o tênis. Só que não sabia como vendê-la. Um dos enviados do diabo que perambulava até então, o encontrou, mas ele não se importou. Deu uma surra(não me perguntem como) e ainda chamou o enviado do diabo de incompetente.

Seguindo o seu caminho, entrou em uma casa de penhores, onde foi atendido por um velhinho. Este, pagou pela sua alma exatamente o preço que faltava para o guri comprar o tênis. Ele assinou um papel escrito "Minha alma" e se foi com o dinheiro. Comprou o tênis. E agora queria também uma camisa do Chicago Bulls, que combinaria com aquele tênis. Sem alma, o que venderia? Nem cabelo tinha. Usava dentadura pois dentes também não haviam nascido em sua boca. Não tinha nada. Sua família tinha menos que ele. E agora nem alma tinha.

Viveu seus últimos e poucos dias de maneira melancólica, escutando Chitãozinho e Xororó e chupando as mangas que conseguia roubar do, também careca, dono da barraquinha de mangas. Seu tênis era o melhor já produzido. Ele era o melhor ser já produzido. Mas não tinha mais alma. Suas palavras não faziam mais sentido. Seus pensamentos não faziam mais sentido.

Decidiu se entregar... foi até o hospital e serviu de cobaia para várias experiências, até que ganhou dinheiro e comprou sua alma novamente.

Morreu dois dias depois, pois aquela alma que comprara, era uma cópia da sua que havia sido... falsificada no Paraguai.

E só...

Nós somos juventude construindo...

Quem não conhece não precisa entender o motivo... mas essa foto tá relacionada com os dois últimos textos...

Valeu por tudo gurizada, pra quem tava junto na foto e pra quem não tava...

Voltando à rotina

Depois de algumas semanas atípicas e únicas, com atividades, projetos e sonhos, um final de semana produtivo, inimaginável e mais atípico ainda. Um final de semana único. E um sonho a mais riscado da minha lista. Mais um realizado. Mais momentos a serem lembrados com um sorriso no rosto. Mais uma vez um sentimento de que valeu à pena todo o esforço e cansaço que possa ter surgido. Mais uma vez, uma batalha foi vencida, mesmo que certo vento contra, desprovido de cabelo, tenha tentado nos barrar.

O fato é que ontem estava tão cansado que nem tinha espaço suficiente na minha mente para poder achar mais um ente e fazer uma rima besta que nem essa. Passei o dia inteiro piscando profundamente as pálpebras que protegem os meus olhos e pouco consigo me lembrar das coisas que vi nas aulas que tive ontem. Não lembro nem o que almocei, tamanho o cansaço mental e físico de ontem.

Quando chego a esse ponto, é porque a coisa está complicada mesmo. Estava, no caso. Um nível de cansaço desses só revela que algo realmente grande estava sendo produzido.

As aulas voltaram. O curso voltou. A semana voltou. A rotina voltou. Uma pena. Porque embora o corpo precisasse de um descanso, faria tudo novamente.

Tão tá...

sábado, 9 de agosto de 2008

Peleia corrida

Corremos. Em terra seca, mas também em terra molhada. E tentamos aproveitar essa terra molhada para que pudéssemos plantar sementes. Sementes que algum dia, esperamos que virem árvores. Com flores ou não. Sementes, que talvez não possam nascer, mas que mesmo assim, serão guardadas, para alguma outra ocasião, para alguma outra terra molhada.

Corremos. Subimos e descemos, ladeiras e montanhas. Com muita ou pouca esperança de que isso fizesse algum sentido. Com um intuito de querer expandir cada vez mais, uma idéia que não sai de nossas cabeças. Com força o suficiente para empurrar o carro se o mesmo parasse e com coragem o suficiente para não nos decepcionarmos.

Corremos. Contra o tempo, que insistia em nos pregar peças. Por vezes sobrava tempo, e assim, deixávamos, o tempo, passar. Por vezes, faltava tempo, e assim, tínhamos que buscar novas maneiras para que pudéssemos concluir tudo... a tempo.

Corremos. Com armas em punho. Peleando contra guerreiros verdes que eram favorecidos pelo meio ambiente. Mas lutamos. E como lutamos. Perdemos armaduras, mas nada nos feriu gravemente. Pelo menos nada físico. Porque de alguma maneira, certos gestos, longínquos, acabam nos afetando da pior maneira possível. Perdemos moral mas ganhamos espírito, e essa coisa, que alguns chamam de fé, nos impediu de desistir.

Corremos. Para chegar à tempo de descansar da preparação, para que no final de tudo, a batalha fosse vencida. Para que o tempo, o ambiente e os gestos longínquos não fizessem diferença alguma. E passada a fase crítica dessa luta, podemos nos sentir as pessoas mais felizes do mundo, unicamente porque estamos vivos, porque o nosso exército permaneceu em pé e unido.

Corremos. Trabalhamos. Lutamos. Pensamos. Falamos. Cansamos. Fizemos. E alguns nos chamam de loucos... mas o que seria de nós se não tivéssemos essa luta? Provavelmente não seríamos ninguém. Ninguém mais do que aqueles que nos criticam.

Corremos. Porque havia um ideal. Um ideal sincero. Uma verdadeira causa. Um sonho. E por isso, podemos dizer que ganhamos a guerra. Moralmente, mas ganhamos.

Lutamos pelo nosso líder. Que não é autoritário. Que não exige. Que não obriga. Porque o nosso líder, mesmo sendo superior, agia como se fosse igual a nós. Por isso hoje ele é o líder.

Obrigado a todos vocês que fizeram parte dessa luta...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Análise sem rumo

De hoje, aliás, de ontem até domingo será bem complicado escrever algo aqui. Mas tentar não custa. E pessoas que almejam algo, devem sempre arranjar espaço para novas ocupações. Agora, não me peçam uma explicação justa e fundada sobre tal frase, porque nem ao menos sei de onde saiu tanta profundidade temporal.

Ultimamente, diferente de outras épocas de falta de texto ou algo do tipo, eu não tenho pensado em muita coisa. Porque sempre há algo a ser executado, seja físico ou mentalmente. E nem é tanto necessário, por vezes, um esforço, mas acaba sendo necessário um planejamento, o que ocupa a mente, que, no meu caso, muitas vezes não ajuda e até atrapalha, pois os neurônios se chocam e se xingam, o que origina um terrível e problemático esquecimento.

A teoria dos choques e xingamentos neuroniais, também não terá explicação, lógica, agora. Porque não passa de uma das muitas teorias infundamentadas e loucas que só servem para encher parágrafos de pseudo-textos com bobagens que por si só já seriam necessárias para formar um livro das piores besteiras que a humanidade já disse e depois ser lançado só para que eu vendesse para uns amigos e conhecidos, apenas para poder dizer que já publiquei um livro.

Os psicólogos nunca tentaram entender mentes como a minha, pois ao entrar, talvez jamais sairiam. São ruas, neurônios, buracos, montanhas e muito mais, de tudo e nada, bom e ruim, chato e legal, interessante e patético, tosco e inteligente, tudo isso, e nada disso, misturado. E só não tentam estudar, pois são casos raros os parecidos com o meu. De milhões de pessoas, poucas nascem com uma mente tão difícil de ser analisada. Nem auto-análises servem.

Não estou me achando pois, como auto-análises não adiantam, nem eu sei se isso é bom. E com tanta coisa para se pensar, tanta coisa pra fazer, a mente só piora. Não, eu não acho que posso usar aquela frase "não tente me entender, sou incompreensível", pois a considero besta, ninguém é incompreensível, porque a regra é que pelo menos uma pessoa será a exceção que o entenderá. Não sei se já conheço quem me entende. Não sei se conhecerei. Mas há alguém por aí que tem a capacidade para tal. E não fiquem pensando também naquela coisa de alma-gêmea. É apenas entender os caminhos confusos da mente.

Acho que todos poderiam escrever um texto desses. Porque todas as mentes podem ser confusas. É só o dono das mesmas querer complicar um pouco e fazer com que alguns neurônios tirem férias permanentes e esqueçam de algumas coisas essenciais para as suas vidas, ou não. Qualquer um poderia ter escrito isso. Mas o destino quis que eu o fizesse. Bah, que bobagem essa de destino também. Mas isso, não é pra agora.

Até!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Da série: Histórias do Bandiolo - Tempos modernos...

Existia na cidade, um tal de Marcos. Bom, existiam vários Marcos na cidade. Mas ele era diferente. Julgava-se diferente. Mas não entendia o porquê de chamar tanta atenção por onde passava. Olhava-se no espelho e nunca percebeu nada de anormal em seu rosto. Tinha dois olhos, dois ouvidos, um nariz, uma boca, cabelo, não tinha espinhas, sardas ou coisas que pudessem chamar muito a atenção. Não entendia todo aquele espanto para com ele. E era em todo lugar.

Na fila para um show do Metallica, um guri chegou para ele e disse: "Aqui não é lugar pra ti bugre véio, te manda". Só então foi perceber que o fato de ser um índio chamava a atenção. E por usar camisas pretas do Metallica. E por ter uma tatuagem de uma caveira nas costas. E por ter várias tatuagens de caveira nos braços. E por ter um cabelo moicano, pintado de preto, amarelo e vermelho, como a bandeira da Bélgica. E por usar uma daquelas argolas no nariz. Era por isso então que todos olhavam para ele com cara de espanto. Só que nunca tinha percebido que era por isso.

Para ele, aquilo era uma coisa normal. Qualquer um poderia fazê-lo. Só que ele era índio. Bugre. Marrom. Já havia vendido balaios e arco e flecha nas ruas. E um dia ouviu "Master of Puppets" e decidiu que fã do Metallica seria. Apenas o cabelo não tinha relação com a banda. Na verdade, nem ele sabia porque usava um cabelo listrado com as cores da bandeira da Bélgica. Mas achava legal.

Então, mesmo com o que o guri lhe disse, continuou na fila. Chegando a sua vez, a mulher disse que não havia mais ingressos. Ele saiu desolado. E se revoltou quando a mesma continuou vendendo ingressos na fila. "O senhor não faz parte do tipo de pessoas pra quem vendemos ingressos para esse tipo de show". Quanto preconceito. E tudo porque ele era o primeiro índio na face da terra a usar cabelo moicano, fazer tatuagem de caveira e gostar de ouvir Metallica. Qual o problema? Era índio. E as pessoas não gostavam, e ainda não gostam, de índios.

Por que? Só queria saber o motivo para isso. Era diferente. Gostava de rock, do Metallica. Como todos aqueles que estavam naquela maldita fila desde as duas horas da madrugada. Por que todos o discriminavam só pelo fato de ser índio? Por que pensavam, tolamente, que ele iria roubá-los? Por que pensavam que ele exigiria ter mais direitos só por ser um verdadeiro nativo desta terra? Por que ele poderia querer se apossar do local do show dizendo que era de antigos antepassados seus? Ele era índio mas não era manipulado pelas elites estrangeiras que tinham interesses desconhecidos.

Trabalhava, lia, ouvia rock. Ouvia rock! Queria ir para o show porque era do Metallica. E como toca o Metallica... . Nunca matou ninguém, nunca roubou, nunca foi pela cadeia por qualquer crime que fosse. Jamais havia usado drogas. Então por que o discriminavam?

Voltou para casa e ficou pensando naquilo. Resolveu então não gostar mais do Metallica e foi até a bodega da esquina e pediu a pior droga que o cara tinha. O vendedor então deu um CD do NX0. Voltou para casa e o ouviu durante horas. Então decidiu que aquele era o fim. Fez chapinha no cabelo, e mais uma vez, havia sido o primeiro índio a fazer alguma coisa. Foi então que surgiu, o primeiro índio Emo.

Ninguém sabe o porquê direito, dos caras não o quererem no show do Metallica. Talvez fosse apenas porque eles não aguentavam ver um índio gostar de rock. Só isso...


(E espero que não haja mal entendidos com esse texto)

Tão tá!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

As bobagens, a perda de tempo e os blogs

Antes de começar, mesmo sem saber o quê, digo que o texto abaixo teve um sentido diferente do que eu quis mostrar. Não era pra ser uma coisa séria, mas sim, quis mostrar um assunto, de maneira diferente, pseudo-literária. Enfim, acho que ninguém descobriu o que seria a estrada, mas enfim... .

Eu sempre me mostrei contra palestras de motivação, livros de auto-ajuda e coisas desse gênero. Se ainda não escrevi muito sobre isso, talvez, e repito, talvez o faça agora. Porque palestras de motivação e livros de auto-ajuda têm a mesma função de novelas na televisão ou de mágicos de circo. Todas essas coisas, e tirando o mágico* o resto é porcaria, não prestam, porque têm a função, única e exclusiva de iludir.

Novelas iludem criando fantasias, uma realidade que não condiz com a realidade real, com situações manjadas, heróis e vilões e tudo aquilo que o povo gosta de apreciar. Infelizmente não posso complementar a palavra povo com o adjetivo "sem cultura", porque muitas pessoas "gabaritadas" também assistem a essa perda de tempo. Assistir a uma novela é a mesma coisa que sonhar com a guria perfeita ou com o príncipe encantado**.

Mágicos são... bom, não sei muito o que falar sobre eles. Porque todos sabem que essa é a função deles. E os mesmos só foram colocados no texto para que eu pudesse escrever um parágrafo inútil, coisa que há tempos eu não fazia. Pelo menos não tão descarado assim.

Palestras de motivação e livros de auto-ajuda servem apenas no instante, para algumas horas, ou no máximo, poucos dias. Depois disso, tudo é esquecido, e mesmo que não seja, não é mais seguido, feito ou agido, da forma como fora dito na palestra ou escrito no livro. Ilusão, doce e gostosa ilusão. Quem escreve livros de motivação, não sabe o que fala.

Em sua maioria absoluta, não sabem o que falam, pois passaram suas vidas atrás de livros de outros psicólogos, psiquiatras e filósofos que sempre "entenderam tudo" na teoria, mas que nunca viveram nada daquilo para provar que agir de tal maneira, pensar positivo(olha o segredo aí... hahaha) ou não, e tentar sempre realizar os seus sonhos, são as chaves para uma felicidade.

Palestras de motivação duram menos tempo ainda. Pois muitas vezes uma frase é guardada na memória, e as outras são esquecidas pela atenção de quem vê essa palestra estar trabalhando para lembrar aquela frase. E os palestrantes falam, falam, falam com outras palavras, e no final de tudo, a cabeça sai mais confusa do que nunca.

Por esse motivo, acredito que as faculdades de psicologia deveriam ser extintas. Psicólogos lêem muito, estudam muito, sabem muito, mas no final de tudo, não vivem nada para dar um depoimento pessoal. Por isso acho que os blogueiros, como eu e os meus "a cada dia um recomeço", são muito mais capazes de ajudar alguém, pois eles, ou melhor, nós, escrevemos somente o que vivemos(tirando os que escrevem relatos sobre mortes de vacas ou piadas, ou coisas que não sejam mesmo de caráter pessoal, como um comentário sobre o futebol), aquilo que realmente aconteceu. Toda história escrita em blog, acaba tendo sempre um pouco do pessoal de quem escreve, o que torna a história mais interessante.

Blogs são espontâneos, são diretos, são pessoais. São coisas melhores do que novelas, porque em alguma linha, sempre há algo interessante para ser lido.

Orgulho de ser blogueiro... e eu xingo quem disser que isso não é nada...

Tão tá!


*não que eu goste de magia, mas enfim... tenho que respeitar a classe dos mágicos do brasil, antes que eles me processem;
**tenho que escrever para ambos os sexos;

domingo, 3 de agosto de 2008

E a estrada é longa mesmo...

No começo era uma linha reta. Ele estava no meio do nada, perdido no entre a multidão, que por incrível que pareça, não o via. Ele tentava acertar em alguém para chamar a atenção, mas nada conseguia, a não ser a continuação de seu caminho em linha reta. Não havia obstáculos, pois parecia que ele não existia. Tentava achar alguma coisa que pudesse lhe ajudar, mas nada. Era tudo nada para ele, tudo não, tudo 0, tudo ausência.

Então pensou em desistir. Em dizer adeus. Em abandonar a estrada, antes mesmo da primeira curva. Pois estava demorando bastante aquela reta. Não havia uma curva sequer em seu caminho. E não fazia a menor idéia de quão longo seria o caminho até a primeira curva, o primeiro objetivo, a primeira oportunidade, o primeiro reconhecimento.

Era um caminho longo. A idéia de desistir lhe convinha, mas insistia, apenas por teimosia. Cada dia que passava, e aquela reta não parecia ter fim, mas ele dizia "só mais um dia, só mais um dia". Até que esse só mais um dia trouxe-lhe algo. E a motivação veio. Com a primeira curva, novas idéias, imagens, pensamentos, pessoas, desejos, sonhos.

Curvas parecem dificuldades, mas para ele não. Era oportunidade. Algumas retas vieram, mas agora ele se via cercado, por poucos, mas já eram pessoa que o viam, que o reconheciam. Não como alguém importante, bonito, inteligente ou algo do tipo. Apenas o reconheciam. Bem ou mal, mas reconheciam. Não que ele quisesse ser visto, mas sabia que todos os grandes e importantes já haviam sido pequenos e desimportantes, ou desconhecidos.

E ele foi subindo o morro. Depois descia o morro, mesmo querendo ficar lá mais algum tempo. E vieram montanhas, depressões, planaltos e planícies. Até retas surgiram, mas não as de outrora. Ele já não se sentia tão bem quanto no começo dessa estrada cheia de curvas, que só foram encontradas após muito tempo andando em linha reta no meio do nada. Nem sempre foi ele mesmo, mas nunca roubou nada de alguém.

Então, mesmo não sendo mais aquele mero viajante do passado, pensou em desistir, pois, tolamente, pensou que já havia dado o máximo de si ao mundo. Pensou não ser mais útil aquela estrada, que tanto o fizera pensar e descobrir novas maneiras, novos lugares, novos caminhos, novas idéias.

Quis desistir, mas aquela estrada, agora longa demais para ser ignorada, o chamava. Então olhou para o lado, e viu alguém caminhando. Foi de relance. Por pouco não havia visto-a. E, de alguma maneira, sentiu-se motivado. Apertou o passo e seguiu pela estrada, longa estrada. Que cada vez parece mais longa.

Não há mais aquela empolgação de outros tempos. Muito menos a necessidade de subir ainda mais e ser cercado por mais pessoas ainda. Mas há apenas a estrada. E pelo simples fato de ter caminhado tanto, já se motiva para chegar à um objetivo. Que não será tão cedo quanto parecia, mas não será tão tarde quanto poderia ser, se em algum momento, tivesse desistido.


Blog do Maluco, do ViNícULa, 595 postagens.

*fica difícil a compreensão do que seria a estrada, mas é só tentar imaginar que fica fácil...
**deveria postar isso quando chegasse aos 600, mas esse blog nunca foi uma coisa muito coerente com números...
***não há asteriscos no texto, antes que alguém volte e procure

sábado, 2 de agosto de 2008

Caminhando pelas ruas de algum lugar atrás de alguém

Chega a ser um fato comum procurar e não achar onde alguém mora. Comum porque nem todo mundo pode saber onde mora todo mundo. E isso é óbvio. Mas geralmente quando precisamos de uma pessoa, do nada, não sabemos mesmo onde ela mora. Nem com o nome da rua é fácil ajudar, até porque, muitas ruas não têm placas que indicam seus nomes.

E como eu não quero deixar essa rua aqui muito longa, escrevo a idéia que um amigo comentou ontem. Que seria legal que todo mundo tivesse na frente da casa o nome de quem mora na casa, como se fosse um daqueles cartazes de aprovado em tal faculdade. Seria interessante mesmo que cada um tivesse o seu nome na frente da casa, e evitaria situações onde não achamos as pessoas.

Porque nunca procuramos alguém, apenas por procurar. Geralmente há um motivo, importante ou interessante para um dos lados quando há uma procura pela casa. Porque falar pelo telefone é mais fácil, mas não é a mesma coisa que falar pessoalmente, principalmente quando há um objeto, como um saco de bala ou uma caneta, a se entregue.

Pensando bem, eu gostaria que alguém viesse me entregar um saco de bala. Mas quem faria isso? Hahaha, é divertido apenas pensar. Mas voltando às casas, se é que eu achei-as, quando a pessoa mora em apartamento é pior ainda. Porque saber o prédio é o de menos, agora, e o número do apartamento? Eis a pior das piores questões. Poderia ter uma lista ao lado do interfone com o nome da família que mora lá. Facilitaria, até para carteiros, que ficam em dúvida se o número escrito é um 5 ou um 6, um 1 ou um 2.

Enfim, é mais um problema a ser solucionado pela sociedade... mas não me esqueço do pacote de bala...


Tão tá!