segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Foram frases. São frases

Assim como os dias e o tempo que eles percorrem, há uma diferença diária no que foi, no que um dia foi, e no que um dia talvez venha a ser.

Mas assim como os dias, sejam eles diários ou não; e suas horas, contadas ou não, que voam, ou andam, ou simplesmente sentam num banco da praça; as coisas tendem a tornar-se ou o que não foram, ou o que não fora desejado serem, ou ainda o que não fora dito desejado serem.

No final das contas, não importa coisa alguma saber se os dias são diferentes entre si, se as ideias são diferentes ou mesmo se os desejos, e quem sabe sentimentos, desses dias, ou mesmo nas horas deles, tenham sido diferentes.

O mais importante é que os dias tenham sido... dias. E as horas tenham sido parte desses dias.

Não é preciso chegar às nuvens para sonhar. Com dias ou horas.

Para sonhar é preciso apenas viver. Mesmo que o sonho não se possa viver. E mesmo que o viver não passe de um sonho.

*escrito há muitas semanas, meses...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

E de novo o tempo tá no meio...

Me sinto bem por não ter sido o único a sofrer uma mudança gradual e positiva. Não sei, gosto das exceções, mas não gosto de ser único em alguma delas. Sou único, o que não quer dizer muita coisa, mas no ser não há exceções, exceto todos os estúpidos iguais que assolam nosso planeta e fazem com que pessoas como eu, talvez você, o Miguel e outros tantos loucos, insanos, diferentes e, claro, únicos, tenhamos menos facilidade para... viver.

Me sinto bem por mudanças simples, progressivas, verdadeiras ou quase evoluções, crescimentos, amadurecimentos, sei lá, coisas nesse gênero, desse tipo e dessa raça, acontecerem com pessoas que merecem. Não que eu merecesse, mas hoje eu vejo que, com simplicidade e humildade, eu mereci uma chance. Como a maioria ganha, mas poucos acabam merecendo e são menos os que acabam aproveitando.

Quem merece e aproveita completa um ciclo, da sua, da minha, das nossas vidas. Um roteiro talvez já programado onde a única coisa que muda é o que fazemos nos dias, em momentos exatos antes, durante e depois da mudança, da evolução e do crescimento, já ditos progressivos.

É como se eu colocasse um ponto numa reta. E logo adiante um outro ponto. Px, Py, raio que o parta. Enfim, coisas do gênero. Essa reta, faz de conta, é a nossa vida. E nesses pontos alguma coisa acontece e faz com que vários dos pontos já passados tornem-se besteira, porque você quer mesmo é pensar, e fazer, novos pontos.

Essa é a moral.

Esquecer o que não importa do passado, lembrar que importa e construir um presente, para que quando ele for passado, as coisas façam mais sentido do que fazem hoje.

Meu tempo está acabando, por hoje, era isso.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Não, não é uma luz no fim do túnel. Ele está bem iluminado já.

Mais uma fase da minha vida. Uma fase nova, diferente. E muito diferente.
Uma fase de responsabilidades maiores. De exigências maiores. De consequências maiores.
Novos dias. Novos caminhos. Velhas ideias. Velhos sonhos. Velhas convicções.
Mas novos objetivos. Uma nova vontade. Um novo amanhecer.
Diferente.
Se é que um amanhecer pode ser diferente do outro. Muda o lugar, o horário, qualquer coisa. Mas o amanhecer é o mesmo.
Não.
A cada dia um amanhecer. Semelhante, parecido, porém jamais igual.
Assim como nenhum raio de sol que nos faz acordar é igual ao outro.
Parecido, semelhante, mas diferente.
Principalmente pelo que acontece conosco. Nunca acontece a mesma coisa. Uma hora vamos deixar de colocar a mão na frente dos olhos para continuarmos olhando onde paramos.
Uma hora aquele raio de sol que tanto nos incomoda vai ser tudo aquilo que sempre precisamos. Alegria, felicidade. Vai lá, até amor e amizade.
Num raio de sol?
E por que não?
Dias que virão. Raios que virão. Vidas que virão.
E o que irá?
Depende. Se eu continuar fugindo da luz, daquilo que torna tudo claro, terei uma dificuldade imensa em deixar ir aquilo que, definitivamente, não faz diferença na minha vida.
Talvez aí estejam o amor e a amizade no raio de sol.
Talvez...
Ou talvez o raio de sol não venha do sol. Talvez até nem seja um raio de sol.
Pode ser o brilho de uma estrela.
Ou da lua.
Ou mesmo de um poste de luz, num dia nublado.
Como de costume, subjetivo. Como de costume, frases. Como não era de costume, feliz.
Por um simples raio de sol,
brilho de uma estrela,
ou mesmo uma lâmpada, que mesmo apagando,
volta a acender.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Frase do dia

*ainda sem internet, quando possível escrevo algo. Gostei do último texto. Produtivo. Aulas cansativas, dias cansativos. Mas há esperança. A vida não é algo simples, mas eu já disse, é só tornar as coisas relativas que quase tudo fica mais fácil.

O que não foi não é, e não será. O que será, é e vai ser. E no que depender de mim, o tempo vai ser relativamente curto, mas realmente longo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Histórias de uma vida não vivida(11)

*Todos que me cercam proferem palavras contra mim. São xingamentos, ofensas de todos os tipos. Ofendem-me como se nada fosse. Como se essa humilhação que sofro fosse algo natural, pelo qual todos passaram. Mas ninguém sabe como me sinto. Ninguém sabe o que se passa na minha cabeça. Nem ao menos sabem por que estão fazendo isso comigo. Eu clamo por socorro, mas ninguém pode me ajudar. Eu clamo por ajuda mas, talvez, só eu possa fazê-lo.

Ele não pensou duas vezes quando viu aquele sujeito que tocou no seu ombro. Logo após virar-se para ver quem tinha tocado-o, começou a falar.

Ele precisava falar, queria falar, devia falar. Ele podia, então falou. Desabafou. Um desabafo profundo e sincero. Triste e melancólico, como todo desabafo sincero deve ser, exceto os movidos pela raiva. Ele contou toda sua vida, todos os seus problemas, tudo aquilo que lhe fazia mal.

Ele falava sem sequer olhar para os lados, sem perceber quantos carros passavam na rua ou em como era gostosa aquela loira oxigenada que passava do outro lado da rua. Seu instinto animal não estava mais funcionando porque ele precisava desabafar, contar para alguém seus problemas, suas angústias e tudo aquilo que estava lhe atrapalhando.

Mesmo quando o homem que lhe encostou no ombro e que agora era o seu melhor amigo, pois o ouvia sem xingá-lo ou julgá-lo, tentava indagar algo, ele não deixava. Pois não queria ouvir, estava cansado de ouvir, críticas, elogios, indagações, dicas ou mesmo conselhos. Estava cansado de ouvir desabafos como aquele que estava fazendo.

Angustiado, deprimido, atordoado. Perdido nos seus problemas, nas suas lamentações, nos seus desejos reprimidos. Não havia ninguém no mundo pior do que ele. Porque parecia que tudo estava contra ele. Parecia que todos riam dele, que todos achavam-no o pior dos seres humanos, a mais podre das maçãs, a mais deprimente das músicas da história do pagode, a mais fedorenta merda já posta no mundo por uma vaca.

O homem insistia em lhe dizer algo, mas ele não queria. E continuou falando. Por minutos. Horas até. Ninguém soube ao certo quanto tempo aquele homem ficou conversando com alguém que não conhecia, desabafando com um estranho, um homem que havia tocado seu ombro por...

Ficou curioso. Queria saber por que aquele homem, aquele santo homem que tanto o ajudara apenas por ter-lhe escutado os vários desabafos deprimidos, atordoados e raivosos. Queria saber por que alguém pararia para ouvir-lhe.

Então, aquele bom homem lhe disse, calmamente:
-Eu te toquei porque isso é um assalto.

Moral da história: nunca, mas nunca confie no coelho

domingo, 6 de setembro de 2009

A cada dia um recomeço(6)

Depois de muito tempo, senti que algo poderia ser acrescentado à essa série de textos que tinham como primeiro objetivo explanar, de e para mim, o que eu precisava analisar. Por si só, o título nunca fez muito sentido, mas talvez tenha feito algum dia, para aqueles que encontraram em textos passados algo produtivo e útil.

Existem pessoas mais capazes, mais qualificadas, mais inteligente e mais vividas que poderiam escrever um texto com esse título sem dificuldade alguma. Mas o meu recomeço me dá o direito de querer escrever algo desse gênero. Como já escrevi. Mas hoje será diferente. Porque a minha cabeça está diferente, porque muito tempo passou e muita coisa mudou.

Ninguém acreditou que algum dia eu poderia ser alguém. Consegui, com muito esforço, dedicação e trabalho provar o contrário. Tornei-me alguém, com caráter e personalidade próprios. E mesmo provando que eu sou capaz de reverter situações desfavoráveis, assim como todos podem ser, muitos foram os olhares de desconfiança sobre o meu futuro, cujo aspecto profissional comecei a construir ontem.

Como qualquer maldito racional, consegui fazer com que a distância, a saudade e todos os outros sentimentos que, confesso, estavam me prejudicando, ficassem guardados em um lugar acessível, porém, distante o suficiente para que eu possa viver tranquilamente, com saudade mas sem dor.

Começo de uma nova vida? Não. Recomeço da mesma vida, da mesma história, mas em outro lugar. Longe de casa, perto do nada. No meio de um imenso oceano azul, sem nenhum pedaço de terra à vista. Recomecei e, mais uma vez confesso, não achei que seria capaz de aproveitar tanto essa vida, tão longínqua e tão diferente da minha vida, do que eu quero para o meu futuro.

Continuo o mesmo. Continuarei o mesmo. A minha história não sofrerá uma grande interrupção, e nem mesmo uma grande mudança. Porque eu vou cair muito, assim como já caí. E levantarei. Tantas quantas forem as vezes necessárias.

Porque eu posso ir para o outro lado do mundo, mas, assim como aqui, encontrarei algo que me mantenha vivo. Não uma razão para viver, mas algo pelo qual eu vá lutar. Um vento no oceano, uma brisa de verão, uma flor na neve. Uma esperança.

Descobri que não adianta dizer que tudo é relativo. É preciso, além de acreditar, fazer com que o errado, o ruim e o trágico tornem-se relativos também. Facilita muito. É um(ou vários) peso a menos.

Quanto menos carregamos na mochila, mais rapidamente nos levantaremos para corrermos atrás do ônibus. Ônibus onde o motorista somos nós, e o levamos para onde quisermos.
Mesmo que seja ao infinito, e além.

Onde está o meu sonho? Não sei. Mas nunca vou descobrir a resposta dessa pergunta se ficar parado, esperando um vento.

Não precisa ventar para você sentir um ar passando por você. Porque nem sempre há vento e nem sempre irá ventar. Então, é mais fácil correr, e sentir aquele ar que você mesmo transformou em vento.

Acho que era só.

sábado, 5 de setembro de 2009

Estranho por ser estranho

Estranho por ser estranho. Assim como tosco por ser tosco. O substantivo não muda a essência e a competência(?) da frase. Um barco pode não ter um motor, mas não deixa de ser um barco. Um barco não precisa nem mesmo ser propriamente um barco para ser um barco. De onde saiu o barco e para que lado ele vá navegar eu não sei. Ainda.

Voltei para casa, ou melhor, ‘casa’ hoje à tarde com intuito e convicção de escrever o mais triste dos textos que algum dia já escrevi. Superando o “Onde está meu sonho?”. E superando por muito. Porém, um motivo me impediu de escrever. Parecia tudo tão ruim...

Mas algum vento soprou nesse deserto. Ou no meio do oceano. O barco pode não ter mudado de direção, mas agora navegava com um intuito. Está bem, sem intuito, mas com algum fundamento, seja ele justo, técnico, racional ou mesmo apenas com um fundamento.

O que não tira a importância desse vento. O que não diminui sua ‘culpa’ na movimentação do barco. Eu continuo não sabendo de onde saiu o barco, e nem mesmo de qual direção vem e para qual direção vai o vento, mas enfim.

O mais estranho do ‘estranho por ser estranho’, do barco e de tudo que foi escrito, pensado, dito e demonstrado, é que o barco foi pintado da maneira mais boba, ou tosca, que alguém poderia pintar. Tudo para disfarçar sua falta de peixes pescados. Mau dia disfarçado com boa aparência.

Não consegui. A pintura ficou pior do que se eu mostrasse ao vento que ele estava passando e ajudando o barco errado. Porque eu não merecia aquele vento, afinal, meu dia não tinha sido bom.

Mas o vento veio...

E pode não ter me trazido novamente para algum lugar, mas que me colocou em movimento, isso não posso negar.

Algum dia chego lá, e hei de merecer o sopro desse vento...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não olhe para mim

Não lembro quem escreveu, como escreveu ou por que escreveu. Mas alguém escreveu. O quê? Que os tímidos, sejam eles ou elas, possuem mania de perseguição. Caramba. Não é de hoje que sei que tenho esse distúrbio, mas a coisa está piorando.

Ta certo que sim, tem uma câmera na entrada do prédio, umas quinhentas dentro do supermercado, uma em cada canto que entro. Até na loja de revistas e livros existem, pelo menos, umas 3 câmeras. Mas eu não devia achar que no meu próprio apartamento existam câmeras. Que alguém do lado de fora, o que é difícil demais que aconteça já que não há um prédio vizinho de fato, fique a vigiar este indivíduo que escreve olhando para os lados, com medo de que alguém roube alguma frase “genial”(e sejam bem reparadas as aspas).

Tímido tem mania de perseguição porque não gosta muito de coisas novas. De pessoas novas. Logo, tímidos não podem passar muito tempo em cidades grandes. E olha que aqui não é tão grande assim mas, não é, definitivamente, uma cidade pequena. E gente nova, coisa nova, rua nova(no sentido de não ter sido ‘desbravada’antes é o que não falta.

Não é nem falta de segurança. É timidez. E com ela a mania de perseguição. De achar que todos aqueles idiotas que passam por você estão olhando e rindo de você. Tá bom, desconta o fato de num dia eu ser motivo de chacota por estar com a cara cheia de batom, mas enfim. As pessoas passam e olham como se eu fosse um... um verdadeiro motivo de chacota.

Que droga. Mania de perseguição é algo extremamente engraçado pra quem não tem e pra quem é acusado da tal perseguição que, na maioria das vezes, não existe. E quando existe, a dimensão é bem menor do que a imaginada por tímidos, como eu, e como alguém que certamente lerá isso. Porque não é possível que todas as pessoas que lerem isso vão ser pessoas não tímidas, ou descoladas, ou extrovertida, como é a maioria das pessoas que conseguem esconder a timidez ou impedir, de fato, que ela seja timidez.

Mas é complicado. Achar que sempre se está sendo seguido, observado. Que as pessoas sempre riem de você. Que aqueles que conversam com você acham que suas diferenças físicas são defeitos. Que tudo o que você é não passa de motivo para piadas de pessoas que não perdoam a timidez alheia, embora algum dia já tenham passado por isso.

Era mais fácil ser antissocial de uma vez. Mas eu não consigo deixar de fazer uma piadinha do tipo ‘não precisa de sacola, isso aqui cabe no bolso’ com a atendente do mercado. Droga, isso prova que eu não sou um antissocial.

Então que eu possa um dia, mesmo que muito distante, controlar essa mania de perseguição.

Porque acabar com a timidez. Bom, eu já desisti disso.