sábado, 5 de setembro de 2009

Estranho por ser estranho

Estranho por ser estranho. Assim como tosco por ser tosco. O substantivo não muda a essência e a competência(?) da frase. Um barco pode não ter um motor, mas não deixa de ser um barco. Um barco não precisa nem mesmo ser propriamente um barco para ser um barco. De onde saiu o barco e para que lado ele vá navegar eu não sei. Ainda.

Voltei para casa, ou melhor, ‘casa’ hoje à tarde com intuito e convicção de escrever o mais triste dos textos que algum dia já escrevi. Superando o “Onde está meu sonho?”. E superando por muito. Porém, um motivo me impediu de escrever. Parecia tudo tão ruim...

Mas algum vento soprou nesse deserto. Ou no meio do oceano. O barco pode não ter mudado de direção, mas agora navegava com um intuito. Está bem, sem intuito, mas com algum fundamento, seja ele justo, técnico, racional ou mesmo apenas com um fundamento.

O que não tira a importância desse vento. O que não diminui sua ‘culpa’ na movimentação do barco. Eu continuo não sabendo de onde saiu o barco, e nem mesmo de qual direção vem e para qual direção vai o vento, mas enfim.

O mais estranho do ‘estranho por ser estranho’, do barco e de tudo que foi escrito, pensado, dito e demonstrado, é que o barco foi pintado da maneira mais boba, ou tosca, que alguém poderia pintar. Tudo para disfarçar sua falta de peixes pescados. Mau dia disfarçado com boa aparência.

Não consegui. A pintura ficou pior do que se eu mostrasse ao vento que ele estava passando e ajudando o barco errado. Porque eu não merecia aquele vento, afinal, meu dia não tinha sido bom.

Mas o vento veio...

E pode não ter me trazido novamente para algum lugar, mas que me colocou em movimento, isso não posso negar.

Algum dia chego lá, e hei de merecer o sopro desse vento...

Nenhum comentário: