sábado, 31 de março de 2012

Ecos da sinceridade - Compreensão, limite e aceitação


Qualquer momento que faça relembrar do que acontecia, com alguma frequência, tempos atrás acaba sendo uma pequena decepção. Não por ter acreditado que dias não bons estavam banidos para sempre e sim porque, em meio à descoberta de uma nova maneira de sorrir, julgava ser cedo demais para querer entender a fundo coisa qualquer.

O detalhe que acentua essa questão está na mesma rotina de vazio mental tantas vezes causadora de dias como hoje. Toda e qualquer explicação afim consegue apenas levar a crer que há muito mais por trás de tudo isso e nunca, de fato, houve qualquer entendimento básico, não sobre que está sendo, mas sim sobre o que é.

Trazer agora alguma expressão que derrube ainda mais o que parecia não existir - embora hoje não pareça existir em quantidade abundante - seria como beber um líquido venenoso sabendo que é venenoso. Sabotar-se dessa maneira, derrubando a si com pensamentos ocos, é uma boa maneira de acelerar a degradação da própria existência - o que não impede de, com alguma dificuldade, manter relações (pseudo) sociais com um sorriso no rosto.

Enquanto os segundos passam e não consigo cantar mais sozinho em esquinas de ruas de lugar qualquer, tento simplesmente conviver de uma maneira racional com o que não sei definir e, tampouco, explicar. Assumir a incapacidade de explicações é, também, reconhecer-se como impositor das próprias limitações, evitando novos passos pelo medo de gastar a sola do tênis - mesmo que esse já esteja velho.

Por que tento encontrar motivos e respostas quando posso aprender a conviver com tudo aquilo que está entrincheirado nos limites da minha ação? Se nem mesmo tenho certeza quanto à minha possibilidade de atuação em uma 'guerra' contra meu ego e minha concentração, como, e novamente por que, deveria compreender o que há, de fato, em torno - ou mesmo por trás - dos meus pensamentos?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Pedaços de um pensamento (42)


Mesmo que buscasse, como em outras vezes, palavras na simplicidade dos olhos, ou de qualquer outra coisa que traga à tona alguma das maravilhosas pequenas bênçãos que fazem parte de cada dia, não conseguiria encontrar nenhuma que se encaixasse com precisão indiscutível no que agora acontece. Não houve algo semelhante nas outras vezes. Conduzi tantas vezes no passado através de motivos e motivos. Hoje não os tenho. Até, se fosse pensar com pura e simples razão humana, talvez nada disso fizesse muito sentido e os motivos existiriam - só que estariam indo contra.

Sendo incapaz de descrever ou explicar o que por aqui se passa, compreendo que grande parte do que deixou de ser o fez em tempo certo. Não para a minha felicidade ou necessidade. Mas também.

Me perco em palavras que podem ser escritas por alguém que, assim como eu fazia há muito tempo, sabe bem o que se passa por ser isso algo de fácil compreensão. Naquela época não porém agora sim. Tão simples era e tão complicado está. Se fosse a mesma situação, a mesma vida e o mesmo contexto, tudo estaria tranquilo, resolvido, definido. Inexiste certeza a respeito da maioria daquilo que está acontecendo. Tampouco há clareza no que virá.

Tanto faz. Entendo que nunca tive longos períodos com um sorriso no rosto.

E esse nunca, bom, também faz parte do passado.

sábado, 24 de março de 2012

Pedaços de um pensamento (41)

Das outras vezes tentei fazer, e acabei fazendo mesmo, coisas que não queria por motivos que, hoje vejo, apenas imaginava. Não em todas as outras vezes, mas em muitas delas, quis fazer além por razões... racionais! Buscava suprir uma necessidade em potencial que, com o tempo, foi desaparecendo. Além do amadurecimento natural, há o ponto certo no momento certo da história. Quando chega a hora de certas coisas serem muito mais do que plano, inconscientemente, compreende-se inconscientemente. E não se admite, com medo de por em risco aquilo que está por vir. 

Problema algum há nisso, nesse ato de disfarçar a alegria para fugir da inveja alheia.

Mais importante é, antes de pensar naqueles que estão ao redor, reconhecer a diferença do que se era quando nada dava certo para hoje, quando as coisas parecem estar dando certo. Erros sucessivos, bobos e que, vendo hoje, foram frutos da ansiedade e da impaciência. Quando pensava programadamente  antes de fazer, escolher e falar, bem, as coisas não davam certo. Todas as vezes em que decidi escolher pela minha vontade como princípio absoluto das minhas decisões, errei e, pouco ou muito tempo depois, passei por momentos difíceis. 

Tudo por não entender que não sou eu quem escolhe.

Dito isso, ações e palavras espontâneas, compreensão de que não é possível, e sequer preciso, doar tudo para receber um pouco que seja. Não há necessidade em demonstrar sempre, falar sempre, fazer sempre algo para provar. Além do mais, agir sempre no limite da aceitação própria faz com que se corra riscos desnecessários, a personalidade fica descaracterizada e os detalhes únicos acabam sendo engolidos pelas regras gerais.

Encontrando em mim características deixadas de lado por motivos infantis facilitou a espera por aquilo que há tempos tentava encontrar. Não preciso de motivos, de explicações detalhadas e teorias. Sequer preciso fazer qualquer esforço para parecer com algo que não quero ser apenas por achar que isso facilitará tudo. Sem pressa e vivendo a minha essência, contribuo espontaneamente para o meu projeto de sinceridade e, com isso, alcanço uma felicidade que, salvo exceções pontuais, nunca tive por tempo contínuo.

Os problemas continuam, as limitações ainda impedem que essa felicidade se expanda para todos os setores da minha vida porém, não tenho mais pressa para que isso aconteça assim como, durante tanto tempo, tive para que pudesse me sentir espontaneamente e irracionalmente bem.

*escrito aos pedaços, sem revisão de coerência e... e... e... fugiu a palavra. Haha

quinta-feira, 22 de março de 2012

Pedaços de um pensamento (40)

Insistem em pegar frases de anônimos e atribuí-las a quem não precisa delas para ser reconhecido como grande. Letrados, filósofos e jornalistas passam a ser autores de frases, textos, vidas que não são suas. Por que desmerecer o pequeno e desconhecido em favor do grande e popular? Por que não aceitar que uma pessoa normal pode escrever tão bem quanto alguém tido, por suas palavras ou ideias, como fora de série, genial? Geniais são todos os que transcrevem, em palavras, imagens paradas ou em movimento e ações tão somente cotidianas tudo aquilo que sentem, que pensam, e que pode ser, sim, origem de sorrisos, de lembranças, de motivação. Qualquer uma dessas pessoas públicas poderia ganhar alguns admiradores a mais se tivessem escrito essas palavras. Qualquer pessoa normal poderia receber o reconhecimento que lhe era de direito por elas. Todos podem ser geniais, únicos, incomparáveis em algum momento. E, de fato, ao modo de cada um, todos são incomparáveis.

Falar em pássaros em analogia à liberdade virou quase uma obsessão dos poetas contemporâneos. Insistem em idealizar para os humanos uma liberdade de ir e vir própria daqueles que possuem asas e podem voar mais alto do que os nossos humanos olhos podem ver. É estranho focalizar em apenas um grupo a comparação de algo que poucos conseguem descrever, embora muitos idealizem sem saber ao certo o que é. Liberdade não é, exclusivamente, poder ir e vir quando quiser, estar onde quiser, seguir instintos e conhecer o tanto que é permitido.

Entretanto, não vou entrar na semântica, e tudo mais, da liberdade. Em si.

Não expõe de maneira correta a liberdade aqueles que pensam nela como uma dádiva absoluta, o mais alto grau de felicidade. Em adendo, não compreendem, todos esses banalizadores de liberdade, que mesmo pássaros não possuem essa liberdade somente por que lhes é de natureza e que, por isso, o ser humano deve possuí-la também. A liberdade de local e a inexistência de obrigações para com quem quer que seja, também é falsa entre as aves que cortam o céu com suas asas em movimento.

Um pássaro, depois de criado por sua progenitora, não começa a voar puramente porque a sua natureza é ser livre e transcorrer todos os percursos sem estar preso a nada. Não haveria sentido na existência, deles e de qualquer outro animal, se não houvesse um dever antes mesmo da sua própria natureza. A busca por algo que lhe permita a sobrevivência é parte da sua natureza, mas não o é em absoluto, porque não há ser vivo no mundo que sobreviva somente por si. É da natureza de todos esses seres, inclusive os humanos, que se busque meios de dar continuidade a espécie, antes mesmo da própria sobrevivência.

Uma coisa não exclui a outra porém o erro da liberdade por si só está na não associação direta e indispensável da essência pelo todo acima da essência - ou natureza, como queiram - por si só. Pássaro algum move suas asas pelo céu para satisfazer a si. Toda sua vida gira em torno da manutenção de toda a sua espécie. Ou existe por acaso algum pássaro que voe para tirar umas férias no litoral? Se o vão para lá, é por algum motivo específico, e nem um pouco egoísta.

Acreditar, e propagar, que o ser humano deve ser livre para então ser feliz é a mesma coisa que ter a certeza de que os pássaros podem voar para qualquer lugar apenas para satisfazer seu desejo de conhecer outros lugares, de ter novas experiências ou de, com o perdão da brincadeira, exercitar seus músculos. Engana-se gravemente quem pensa que é em estado de liberdade de ação que todos devem viver para que o mundo seja um lugar melhor - e aqui exclui-se a constatação de que a liberdade para ações já existe, e são muitos os humanos que destroem as suas vidas, e de outros seres(humanos ou não) também por não compreenderem bem que ser livre não é fazer o que se quer ou se gosta.

Quem associa a liberdade aos pássaros dá um tiro no próprio pé, pois esquece que nenhum ser alado - pássaro ou não - vai para qualquer lugar apenas para satisfazer a si. Se para os pássaros esse estado livre não existe, por que para os humanos, presos ao chão, existiria? 

Porque somos racionais?

Se o fôssemos mesmo, deveríamos todos compreender que não há sentido em ser livre apenas para gritar ao mundo que não estamos preso a coisa alguma. E que mesmo a utópica, e inexistente, liberdade cantada por poetas e rebeldes, necessita de responsabilidade, respeito e limite.

domingo, 18 de março de 2012

Ecos da sinceridade - A sinceridade como causa

Sinceridade.

A cada semana que passa, vejo uma evolução na minha vivência da mesma. Ignorando os lugares-comuns onde as pessoas, por comodismo ou crítica, a colocam, pode-se encontrá-la nos mais diversos momentos do dia. O grande retardador da aceitação da mesma é aquele que lhe afasta da sua verdade como a absoluta e da sua vontade como a mais importante. Concluir, portanto, que a sinceridade afasta do orgulho não é a mesma coisa que passar repelente para se manter longe dos mosquitos. Não há como viver uma vida com relevância em ações quando não se está preparado para aceitar que há igualdade naquilo que, por natureza, julga-se ter por superior.

Não corro, procuro, busco e tento fazer o máximo porque, de alguma maneira, quero satisfazer uma vontade ou mesmo um desejo. Esqueça a imaginação utópica que rondava cada pedaço de pensamento vago, ela não surge mais. A falta de vontade para com tantas outras coisas e a espontaneidade de todos os movimentos feitos por, e para, determinada finalidade deixam bem claro a insignificância daquilo que é próprio da minha natureza, o meu orgulho. A alegria, a felicidade e a inspiração, aqui, não são a causa dos pensamentos e daquela sensação de necessidade. Elas são a consequência do afastamento do orgulho e, subsequentemente, da sinceridade em um nível cada vez mais profundo.

Em todos os âmbitos da minha vida.

Ao contrário do que as minhas limitações, históricas e restritamente pessoais, levavam minha mente a tomar como necessidade, a espontaneidade em cada gesto, da busca ao encontro, do abrir mão do que é cômodo para mim em busca de algo ainda melhor - apesar de todos os poréns racionais que existem, de fato, entretanto sem importância relevante -, bem, essa espontaneidade dá um ânimo em todo e qualquer momento que insiste em fugir do controle. Nem mesmo os meus pontos fracos estão sendo capazes de me derrubar. Não é uma vitória, pois reconheço minha humanidade e consequente dificuldade de manter um mesmo nível sempre, mas é um reconhecimento de que tudo o que está desenvolvendo-se em mim, da sinceridade ao crescimento, passa por aquilo que é significativo.

Parece ser inevitável que essa sensação torne-se sentimento. Estou tranquilo por saber que essa transição está sendo feita através da sinceridade. E do Amor.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Pedaços de um pensamento (39)

Que pernas estão conduzindo meus passos? Parece ser inevitável pisar torto, assim, bem assim como estou pisando em um terreno tão familiar e ao mesmo tempo tão desconhecido. Tento me equilibrar porém não consigo por estar caminhando sem saber onde, para onde e por que. Eu não sei o que está movendo minhas pernas, embalando meus passos. É algo que parece novo mas com uma nostalgia enorme por trás. Como se fosse um déjà vu sem frescuras ou ataques psicodélicos e todas aquelas viagens oriundas de cogumelos, pós ou ervas. Não que seja a mesma sensação, os mesmos pensamentos e tal, são parecidas, sensações, pensamentos e até mesmo sentimentos porém... de uma maneira bem diferente. Rapidamente, ganha forma, tempo na mente e atenção aos detalhes que muitas coisas, em muito mais tempo, não conseguiram ganhar. Sem ser milagre, pois não é nada espetacular, tampouco absoluto, traz-me o que há tempos não tinha:

Inspiração.

*não são somente através de palavras que podemos
expressar inspiração. Mesmo que não compreendam,
e não aceitem, esse é um texto inspirado. Não pelas palavras, óbvio.
Mas pela maneira com que ele foi escrito. As palavras não foram pensadas.
 Apenas foram escritas. Isso, em mim, é inspiração.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Ecos da sinceridade - Com a preocupação

Tempos atrás levaria o dia de ontem, e muitos subsequentes, com arrependimento pesado e desgastante. Ficaria me lastimando por saber que, de fato, o erro não deveria ter sido cometido. Tenho estado tão inerte a certas coisas que, mesmo um erro grande não tem afetado ou prejudicado o que já não é bom - e que, aliás, é péssimo. Minha mente anda tão ocupada, há tanto tempo, com um parcela significativa de nada que, nem mesmo o arrependimento é capaz de mudar a sua rotina. O que nem eu e muito menos a minha mente - consciente e, principalmente, inconsciente - esperávamos é que, de uma hora para outra, um pequeno detalhe ganhasse tanta importância.

Você se preocupa com quem conhece, com quem faz parte da sua vida, com as pessoas por quem você carrega algum sentimento ou por algum motivo semelhante, nunca distante da sua própria existência. Preocupar-se está ligado, quase sempre, ao importar-se e isso diminui as chances do que está acontecendo - que por sinal, ao certo, eu não sei - passar a me preocupar porém, contra a lógica da minha própria mente inquieta, eu me preocupo, com inquietação nas mãos e vontade quase cega de ajudar.

Sem sentido porque, para importar-se é preciso, antes de mais nada, conhecer um pouco alguém. Nessa vivência de sinceridade, me perguntei muito se o que passava pela minha mente era preocupação ou havia algo mais. Não obtive resposta em palavras entretanto, com uma sinceridade singela, senti que não há motivo, explicação ou razão. Estou preocupado porque alguém não está bem. Até parece algumas vezes que não está nada bem. E tenho certeza de que não está nada bem. O sentimento de impotência, de não ser capaz de ajudar, é o que mais incomoda.

Sempre incomodou. De um jeito diferente, hoje, por não ter razão, motivo, nada. Talvez tenha incomodado, por estar preocupado, somente pelo fato de ter aprendido, enfim, o que é amar outra pessoa sem ter nesse momento por ela, especificamente, qualquer sentimento. Com qualquer outra pessoa seria assim.

É disso que falo quando coloco em pauta o crescimento pessoal. É da água desse aprendizado que quero beber. Obrigado, Senhor. E permita-me, segundo a Vossa Vontade, ajudar.

*o sono tira um pouco da percepção de conexão entre as frases. 
E do sentido literal que as mesmas podem ter.

domingo, 11 de março de 2012

Pedaços de um pensamento (38)


Encontrar um lembrete, qualquer que seja, em um momento onde as coisas se encaminham, mais uma vez para o mesmo lugar, é motivo suficiente para agradecer a paciência que a Vida num todo tem para conosco. A simples recordação, da maneira que for, de que seguir esse caminho é voltar ao mesmo erro - em lugar e momento diferentes - acaba dando um novo ânimo. Por mais que inconscientemente acabe indo para o mesmo lugar sempre, dar-se conta de que isso não é o melhor - e nunca o foi de fato - é uma esperança de que, algum dia, conseguir-se-á ir para o lugar correto. Erro e tentativa até o acerto não é, em absoluto, a melhor maneira de agir quando não se sabe ao certo o que se quer. Em verdade, é a maneira mais cômoda e covarde que existe para, após a percepção do erro, tirar de si a responsabilidade pelas próprias escolhas.

Obrigado por me lembrar das tantas vezes que o meu pensamento foi muito além de qualquer possibilidade real. É estranho que, apesar de não parecer, esse lembrete condiz muito com a vivência de sinceridade. Não é somente o espontâneo que pode pegar para si o adjetivo sincero. A vontade pelo certo e a consciência, quando verdadeiras, condizem muito mais com a sinceridade do que o espontâneo por si só.

Aceitar e seguir somente o espontâneo é, além de um erro, assumir o banal como fim de qualquer caminho.

E, haverá de concordar que... ele não é.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Intencionar e o agir

Quando alguém decide, ou diz decidir, mudar a própria vida, a primeira coisa a fazer é tomar uma decisão e seguir, à partir dela, com convicção. Pelo menos é isso que se espera quando de uma pessoa que faz todo um drama para, em algum momento, estufar o peito e dizer 'preciso tomar uma decisão e mudar a minha vida' - desconsiderando as maneiras alternativas de dizer isso. O que acontece, na maioria das vezes, é uma falta de consideração com aquilo que se diz - e que, consequentemente, imagina-se que a pessoa tomou como propósito, objetivo.

Na prática, quase sempre isso não passa das palavras para as atitudes. A mudança, em si, é um objetivo falho, geralmente porque a pessoa não está preparada para mudar. Não que você precise fazer terapia, rever seus conceitos e libertar-se de todo o seu passado. O problema que impede mesmo a maioria das mudanças, que enfraquece as decisões proclamadas aos amigos confidentes é que, quase sempre, a pessoa não está disposta a abrir mão de coisas que lhe fazem mal e, principalmente, ela não sabe onde quer chegar.

Disse alguém, algum dia, em um momento de incomparável estupidez, que 'para quem não sabe onde vai, qualquer lugar está bom'. Minha aula às 7 e meia de amanhã me impede de tecer longos comentários sobre, apenas comento - levando em conta a minha pequenez - que essa frase demonstra falta de vontade, de desejo por mudança e uma comodidade sem igual. Deixar-se levar somente pelo vento, fisicamente falando, não faz você sair do lugar. Subjetivamente falando, aquele que deixa-se levar pelo vento nunca chega a lugar algum porque, assim como o vento físico, esse vento que chamei de subjetivo também não acaba. Ele sopra para outro lugar, em outro momento, mas é contínuo, não acaba. Ele passa, e pronto.

As pessoas contentam-se em ser passageiros em suas escolhas. Não definem, não são coerentes, não ratificam suas palavras de decisão com entrega e atitudes. Não querem esperar pelo melhor pois preferem ir para qualquer lugar agora.

Impacientes. Não é ironia nenhuma concluir que todas essas pessoas que não tem convicção em suas escolhas, ou que sequer escolhem, nunca saem do lugar, porque mesmo deixando-se levar pelas escolhas alheias, pelo tal vento subjetivo, nunca conseguirão dar um passo para fora de si. E um dia nem mesmo os outros conseguirão carregar o peso de todo esse comodismo - e porque não, descaso - para com a própria vida.

Escolher errado acontece. Principalmente quando você se deixa levar pelo agora, e não pelo que o aprendizado e o crescimento, com o tempo, lhe farão escolher.

terça-feira, 6 de março de 2012

Ecos da sinceridade - Pressão e desespero


Parecia que o desespero teria um bom motivo para surgir e tomar conta. A impressão que fica é que, agora, mesmo com o suposto motivo para alívio, o desespero pode sim assumir uma posição importante. Bom, pode porque a possibilidade existe sempre mas, tenho certeza de que isso não irá acontecer. Motivos surgem, eventualmente e, muitas vezes, muito próximos uns dos outros, para que a perda da paciência, da tranquilidade e da segurança seja inevitável. Porém, o que acontece depois que a primeira impressão passa é que... nada saiu do lugar. Acho que, se preciso, conseguiria desarmar uma bomba - desde que recebesse instruções de como fazê-lo - sem tremer. Não quero dizer que não sinto medo ou que não tenho receio de algumas coisas. Temo pelos meus erros sim, mas isso não me afeta diretamente e nem indiretamente. Aprendi a lidar com a pressão reduzindo o valor das críticas que me são feitas. Quando a razão define o que é crítica importante, significativa e com bons motivos de existência, consinto e tento trabalhar em cima disso. O que é crítica por vício, pelo hábito ou por motivos pessoais, geralmente egoístas ou invejosos, deixo de lado como se nada tivesse entrado em meu ouvido além de ruídos. Não que essas últimas críticas sejam constantes hoje - um dia foram uma constante quase diária - entretanto, não querendo ir muito além, lidar com críticas e, como dito antes, com a pressão por bons resultados, por acertos ou objetivos concretizados não é problema para mim. Estou inerte a quase tudo isso, sendo uma vantagem para evitar momentos de desespero infantil, e uma desvantagem quando preciso apanhar um pouco para reagir de maneira diferente.

Ainda assim, prefiro evitar o desespero.