sábado, 27 de outubro de 2012

Pedaços de um pensamento (60)

Meu coração parece estar cansado de bater da mesma forma que minha cabeça está cansa de pensar. Apesar do leve drama implícito, não há nada de errado ou espantoso nisso. Ainda mais sabendo de todo o contexto. Parece brincadeira porém quase idas e supostas - sem jamais passar de suposições - voltas cansam mais do que quando há concretude em uma delas, ou mesmo em ambas.

Tento acreditar - não só porque resta apenas isso, acreditar - que algo muito grande virá depois. Da mesma forma que onde um dia abundou o pecado, abundará a graça, a montanha é proporcional ao campo de visão, etc. Analogias diversas poderiam vir à tona sem desmerecer ou desviar o assunto e o verbo acreditar, em si.

Não sei se existe um problema e se, de fato, ele existe, entendo - e tento compreender - que não passa de desvios impedindo grandiosidade em algum aspecto.

Enquanto muitos dobram seus joelhos para derramar lágrimas e, quando de pé, esquecem que o Amor recebido é o mesmo, coloco-me em situação oposta, entregando-me ao máximo quando capaz de olhar para o céu e retraindo-me - e o verbo retrair é bem diferente do verbo esquecer embora há um erro ainda maior por trás dele - nos momentos em que não há forças para sequer levantar o olhar.

Nada parece fluir. Tudo parece trancar, travar, parar. É um ritmo estúpido e facilmente criticável, passivo de entendimento somente tempos depois. Ou quem sabe nunca.

Ainda assim, consigo sair disso por alguns instantes na tentativa de prestar auxílio - não importando o grau de sucesso obtido na mesma.

Mesmo em meio às minhas imensas limitações, tentei por alguém que não eu. Felizmente não estou bem e, portanto, não corro o risco de alegrar-me com esse fato por si só.

Embora, estou certo, o Amor alegra-se quando vê manifestar-se essa doação daquilo que não se tem para alguém que não a si. Alegra-se quando nota provas singelas de caridade.

domingo, 21 de outubro de 2012

Pedaços de um pensamento (59)

Muitas coisas sobrevoam, sem pousar, aquilo que acaba sendo ponto de partida para toda essa desordem. Nada desce desse estágio flutuante porque, apesar de vontade, não há condições para tal. É como comprar um ralador de alhos sendo que você não tempera nada com alho pois esse lhe faz mal. Não adiantaria nada e seria, no final das contas, um desperdício de dinheiro, de tempo para ir comprar e, até mesmo, de espaço no armário onde será guardado.

Encontrar um local para fazer estacionar algo que atualmente não serve para nada, literalmente, é uma dessas perdas de tempo interna que certamente levam neurônios e etc a pensar coisas como 'por que ele insiste em comprar gasolina se esse veículo funciona à base de gás natural?' e por aí vai.

A vontade, e mesmo a necessidade, de organizar e tentar dar início a um novo momento, mais centrado, constante e definido, não justifica pegar e forçar algo a ser o que, por todo o contexto, não pode ser. Enquanto uns jogam fichas na mesa sabendo que estão dando dinheiro ao adversário, estou tentando manter longe da minha razão qualquer atitude que possa vir a ser desperdício de pensamentos, ideias, palavras e até mesmo sentimentos.

A indiferença às alterações rotineiras não é capaz de acabar com a sensatez.

Tem sido difícil olhar para qualquer lugar, situação ou pessoa, e pensar que há um grande propósito por trás de sua existência em si. Veja bem, nem mesmo a relação daquelas comigo vem ao caso porque não há como chegar a esse ponto sem ver e valorizar suas presenças como provas vivas de amor e bondade.

Querer antecipar a coerência, a humildade e a inteligência, trazendo para si a relação com coisa, lugar ou pessoa, antes de ver individual e contextualmente para com tudo é prova clara e patética de egocentrismo.

Não é justo que, sob a desculpa da incapacidade, veja com meus olhos antes de ver sem eles. Isso acaba com muito do que poderia ser, em condições normais, entretanto não acaba sendo pela mesma razão que lhe faz comprar chocolate quando está de dieta.

Fugindo do lugar comum, encontro tranquilidade naquilo que não é visto e sequer lembrado.

No que está muito longe de ser embora esteja sobrevoando, proximamente.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Para os ignorantes escondidos

Chega!

Não aguento mais esses sensacionalismo barato que explode em êxtase e alimenta-se de opiniões vazias e ignorantes de tão 'inocentes' que parecem ser. Estou exausto de ler e ouvir pessoas que dão suas opiniões apenas 'cada um pode dar sua opinião sobre o que quiser' sem levar em conta que é preciso ao menos ter noção do assunto. Utopias são transformadas em objetivos possíveis de imediato.

Tudo, então, é possível para esse povo que pensa ser mais do que... aqueles que pensam ser mais que os outros. E lá se vão comentários, frases e críticas a pessoas que sequer manifestam-se a respeito de determinados assuntos para evitar longas, intermináveis e inúteis discussões. Quem está certo deixa de opinar por estar de saco cheio de tanta bobagem dita em tão poco tempo.

Essa mania que as pessoas passaram a ter que lhes dá o direito, que acabou sendo pervertido para obrigação, de ter tudo o que querem - quem mesmo deu esse direito? - acaba levando a uma falta de bom senso jamais vista na história da humanidade. Todos acham que podem, devem e são obrigados a ter tudo o que querem, ver tudo o que imaginam ser o certo - e a certeza não sai dessa imaginação (in)fértil - e também passam a crer que todos devem pensar da mesma maneira, agir da mesma maneira, gostar das mesmas coisas e ter as mesmas indignações.

Chega de ignorância escondida atrás de uma "lei" do politicamente correto. Morte a esse politicamente correto que eleva as minorias aos céus, desprezando a maioria, o senso crítico, a opinião individual - o que é contraditório se pensarmos que a menor fração de minoria está no indivíduo - e eleva somente grupinhos que não sabem respeitar, não sabem dialogar, não sabem argumentar.

Porque não passam de ignorantes.

Ignorantes que não tem argumentos. Que acham que tudo o que querem deve lhes ser dado no mesmo instante e não medem qualquer consequência para seus atos. Sentem-se oprimidos -  por quem? - e julgam-se sempre, sem exceção, injustiçados pelo mundo, pela sociedade e pelas maiorias opressoras.

Maiorias opressoras é uma crítica bastante hipócrita.

Em contrapartida, essa gente não respeita o que os outros pensam, sejam indivíduos ou - como insistem em acusar com uma metralhadora em mãos - membros da dita 'maioria'. Porque o que os outros, que estão fora desses grupinhos de gente hipócrita e ignorante, pensam, o que eles falam ou no que acreditam... tudo isso é lixo, não deve ser respeitado e nem levado em conta. Xingam, menosprezam, desrespeitam e agem como se os ditos 'outros' estivessem errados.

O problema é que 'os outros' sequer cogitaram algum dia tecer qualquer tipo de crítica ofensiva. Sequer criticam. Comentários seus são transformados em críticas por aqueles grupinhos infantis porque lhes convém ter um 'motivo' para ""defender-se"".

Defender-se do que?

Sim, há exceções mas a maioria não passa de vândalos irracionais que não sabem o que é respeito, o que é possível dentro da realidade e, muito menos, que as outras pessoas podem, sim, discordar das suas 'ideologias'. Eles que oprimem, agridem verbal e fisicamente com o pretexto de estar 'apenas se defendendo'. De quem, caramba, quem é que faz os ataques, que ofende, que despreza e desrespeita?

Encaixe nas minorias os grupos que bem entender porque... você sabe de quem estou falando.

Inclusive se você faz parte deles.

Cansei de vocês. Cansei dessa bobagem de politicamente correto.

Eu não vou mais deixar de defender aquilo em que acredito para evitar discussão. Cansei da arrogância e do egocentrismo de vocês.

Pedaços de um pensamento (58)

Tento levar adiante um pensamento e...

... logo ele some.

Independentemente do porquê, isso já não causa qualquer temor ou receio. Algo está errado, há muito tempo. O que dificulta, e preocupa mesmo, são os fatores que potencializam esse desaparecimento. Sim, há coisas que influenciam e nenhuma delas tem relação, ao menos não direta, com o motivo - ou os motivos - que desencadeou esse problema.

Porque é um problema, grande, essa coisa de não conseguir raciocinar direito. As pessoas pensam que é exagero, que é desculpa, que é bobagem ou frescura. As pessoas pensam muita besteira e o fato de não conseguir igualá-las, pela incapacidade de completar um pensamento, é o único aspecto positivo desse problema.

Um problema que não tem nome. Que não tem idade. E que não tem muito sentido.

As coisas vem, vão... e daí?

Essa pergunta vem quase sempre. Por esquecimento, falta de entendimento ou algo parecido. Se ainda conseguisse, da minha insanidade e demência, criar algo genial - como tantos grandes da história o fizeram - certamente valeria a pena tê-lo, problema, comigo. O fato é que, lógico, não há genialidade. Tampouco tem havido ideias inovadoras, diferentes e... do que eu estava falando mesmo?

Ah, sim, pensamentos.

Confiança exige entrega e espera. Não conseguir pensar facilita isso, de alguma forma, porque mesmo aquilo que levaria a uma vontade de ter o que hoje não posso ter impede que longos dramas sejam alimentados. Eles surgem porém não tem uma sequencia.

E desaparecem.

Como os sorrisos oriundos de lembranças.

Lembranças que parecem ficar mais tristes a cada dia. Pela impossibilidade. Pela distância. Pela saudade.

E por algo mais.

Fim de pensamento.