sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Histórias de uma vida não vivida(6)

 The Verve - Lucky man

*Eles sentem o vento batendo em seus finos porém complexos corpos. Talvez não sejam corpos mesmo, mas para eles é como se fosse. Estão no relento, o vento é forte, não traz calor e a imagem de uma grande coxilha não lhes tranquiliza. Estão inquietos com a impossibilidade de subir tudo aquilo que gostariam de subir. Estão decepcionados com o vento, que continua a passar por eles sem trazer um grama de calor para seus, já ditos, finos e complexos corpos. Malditos neurônios... estão desabilitados a pensar.

Algum dia, em algum lugar, achei que poderia viver a vida que eu quisesse. Sabem aquele negócio do carpe diem, do aproveitar o momento, viver a vida? Pois é, um dia achei que poderia seguir aquilo. Trabalhei muito, gastei muito tempo para poder chegar a tão alto cargo, mas não aguentava mais tudo aquilo, eu precisava viver. Então larguei meu emprego na maior empresa de tecnologia do mundo, meus 250 mil dólares anuais e fui aproveitar a minha vida e uma aposentadoria forçada já que quis e consegui, ganhar na loteria. Mais uns milhões na conta.

Não sabia por onde começar. Eram tantos lugares para conhecer. O Uruguai, a Argentina, Chile, só na América do Sul. E depois México, o central Park em Nova York, o Gran Canyon, Nyagra Falls, sem sair da América. Pisa, Compostela, Torre Eiffel, Wembley, Big Ban, Praça Vermelha... isso sem contar Ásia e Oceania. Talvez até a África, afinal, Nelson Mandela foi grande por lá.

Queria viajar, conhecer o mundo. Queria conhecer gente nova. Pessoas diferentes das que conviviam comigo todos os dias. Nunca mais veria a loirinha do café, a Dóris das fotocópias, o Dirceu da portaria... nunca mais veria essa gente simples, mas muito educada. Nunca mais veria o Cordeiro, maldito Renato Cordeiro, nunca vi vice-presidente de finanças tão arrogante. Nem veria o Silveira. Aquele velho careca me tirou algum tempo com seus malditos e inúteis poréns. Desses eu não vou sentir falta.

Mas, voltando ao aproveitar a vida, depois que me dei conta de que era muita coisa a ser vista em uns 40 anos bem vividos que teria pela frente, tentei achar informações dos lugares mais fantásticos. Até comprei livros sobre os lugares a serem visitados antes de morrer, mas não adiantou. Ainda era muita coisa. Muito lugar. Muita gente. Muito deslocamento.

E o tempo foi passando. Meus dias eram basicamente assim: acordar, comer, comer, programar viagens, comer, fazer necessidades e dormir. Não passava disso. E o tempo de programar viagens, por elas nunca saírem, acabou diminuindo, já que não tinha mais saco de ficar empilhando papel, buscando informação e sequer indo a esquina comprar papel higiênico. Mandava o cara do mercado trazer para evitar incômodo.

E com tanto dinheiro, com tantos planos e tanta vontade, achei que seria fácil viver a vida que sempre quis. Aproveitar os momentos que "perdia" no trabalho. Aproveitar mesmo a minha vida, afinal, o trabalho me tirava essa vida toda que eu tinha.

Me enganei. E meu erro foi achar que poderia viver somente de diversão.

Bom, até poderia mas, quando percebi que o cara do mercado me trazia papel toalha e não papel higiênico, para poder lucrar mais, percebi que eu era tão sujo quanto o papel que jogava no lixo. Que minha ambição e falta de caráter eram tão podres quando as do safado do cara do mercado. Eu busquei lucro para poder viver e esqueci que a minha vida nunca dependera de dinheiro. Meu pai nunca me deu um presente. Nunca ganhei um carrinho. Mas nunca reclamei disso. Porque meu pai me ajudava a montar carrinhos de madeira, pano e pedra.

Achei que trabalhando(e ganhando dinheiro), conseguiria dar a meus pais a vida que eles mereciam, mas esqueci que eles não tinham tanto tempo de vida quanto eu. Sequer me despedi quando morreram. Sequer disse a eles, depois de ter começado a trabalhar, que os amava e que, independentemente do que me tornasse e do que ganhasse, seria tudo graças a eles.

Todo meu dinheiro de nada adiantava. Todo o meu tempo livre era inútil. A minha vida era maravilhosa, pois eu tinha oportunidade, capacidade e, principalmente, tempo para fazer da minha vida o que eu quisesse. Me perdi em planos inúteis. Em sonhos possíveis que não tive vontade de buscar. Me perdi em mim. Não sei como consegui ser tão idiota e esquecer que, o que importava não era o tamanho da minha conta no banco mas sim o tamanho da minha vontade que definiria o que eu faria para o resto da minha vida. Queria conhecer gente nova mas sequer lembrava da data do aniversário dos meus amigos. Aliás, por onde andariam eles? Queria conhecer novas pessoas mas sequer perguntava se à Dóris(aquela das fotocópias) como ela estava. Nunca apertei a mão do Dirceu, embora muitas vezes ele tenha estendido o seu braço em minha direção.

Ganhei tudo o que sonhava. Aliás, o que achava que sonhava. Porque eu queria mesmo era ter meus pais e amigos comigo. Mas os primeiros morreram e os outros cansaram de não ter as suas ligações para mim atendidas e os e-mails respondidos. Esqueci de todos. E para que?

Para poder entender que sou um homem medíocre. De muito dinheiro, muito tempo, muito potencial mas nenhuma ação, nenhuma vontade, nenhuma vida. Até a pedra que está em cima da mesa tem mais vida que eu. Sou um medíocre.

Após muito pensar( e escrever), ele pegou aquela mesma pedra e atirou em sua televisão de 80 polegadas, importada do Japão. E foi nesse ato marginal, estúpido e grotesco que, depois de 15 anos de auto-flagelo, ele sentiu-se vivo e começou então a aproveitar tudo o que tinha. Primeiro, comprou todas as flores de todas as floriculturas da cidade e foi colocar pessoalmente no cemitério que havia construído para seus pais. Depois, como quem diz "desculpem-me amigos", comprou uma livraria e, à mão, escreveu uma carta a todos os seus amigos, indo entregar pessoalmente nas mãos dos mesmos, como prova, principalmente para si mesmo, de que havia mudado. Não poderia recuperar o tempo perdido, mas não importava mais quem ele tinha sido, mas sim, quem ele poderia ser. Passou a lutar e não pensava duas vezes em mandar plantar flores e pagar o triplo para aqueles que faziam aquilo por gosto, e não pelo dinheiro em si. Era como se fosse uma recompensa que ele dava a todos os que faziam o que, hoje, ele percebe ter sido sempre o seu grande sonho: ajudar, não quem precisa, mas quem merece. Morreu anos depois, pobre e desconhecido, mas antes de fechar os olhos pela última vez, sentiu-se feliz por ter tido tempo suficiente para sentir-se vivo, e feliz por poder encontrar seus pais no paraíso... se é que esse paraíso existe mesmo...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Retratos de uma sociedade patética(4)

Qual é a coisa mais complexa que tu podes imaginar? Qual é o momento mais distante ao qual a tua mente pode chegar? Qual é o princípio do que existe e do que não existe para a tua mente?

Essas são perguntas tão toscas quando discutíveis. A subdivisão de um ser humano ou de qualquer coisa que possua matéria até chegarmos aos átomos, quarks e afins, é uma coisa muito complexa. O princípio de tudo, o tal do big bang, ou mesmo a construção das pirâmides egípcias são dois momentos longíquos que nossa mente pode imaginar. O mesmo big bang, a evolução ou simplesmente a vontade de Deus podem ser a resposta para a terceira pergunta.

A questão toda é que, por mais que haja discussão, e muita discussão, por mais que sejam criadas teorias ufológias, meteorológicas, geológicas ou mesmo religiosas, por mais que um lado esteja achando que está certo e o outro fazendo o mesmo para a sua opinião, não temos uma resposta para isso.

Não creio que precisemos dessas respostas. No fim do dia tu vais ao mercado comprar um cacho de banana e meia dúzia de bergamtoas e não faz diferença se houve uma explosão ou se um ser invisível em si criou tudo. Não faz diferença se os et's fizeram as pirâmides ou se milhões de escravos é que puxaram aquelas malditas e imensas pedras até o alto das mesmas.

Não consigo pensar em algo além de Sol, estrelas e talvez até outros planetas. É o visível e imaginável. É o que está ao alcance de uma mente que, embora goste de simplicidade, não quer mesmo saber de muita coisa complexa.

Criam dimensões, planetas, teorias para teletransportar e conseguir estudar coisas que, como isso, não fazem muito sentido. Ninguém prova que Deus criou tudo mas ninguém consegue provar mesmo que tudo o que conhecemos hoje surgiu uma grande explosão. Indícios? Se indícios fossem fatos, não seriam indícios, mas sim, fatos. Óbvio? É. Por que então querer pensar muito além desse óbvio, que, para reles humanos com mentes pequenas e que, sem ofender, jamais entenderão tudo o que querem entender desde que começaram a pensar?

Não há motivos por uma busca desenfreada, atômica, quarkica e teórica, pura e simplesmente TEÓRICA por respostas que talvez nem existam. É importante saber de onde viemos, como tudo surgiu, dirão alguns. Importante para que? O preço da batata palha vai baixar? O kinder ovo vai voltar a ser vendido a 1 real? A fome vai acabar? Os países pobres evoluirão? As pessoas vão deixar a mediocridade, o egoísmo e o materialismo de lado?

A resposta para tudo isso é um não.

Precisamos buscar alguma respostas que nos faça chegar a esse mesmo não?

Mais uma vez, não.

Precisamos de respostas que nos façam chegar a uma mudança. Respostas à perguntas pertinentes e fundamentais para, não o conhecimento mas, a vida, a evolução de uma espécie que está apenas regredindo moral e espiritualmente. Se Deus não existe, como ainda conseguimos viver em um mundo sem virtudes, valores ou qualquer outro bom sentimento predominando? Como podemos ignorar tudo o que nos cerca apenas por pensar em nosso próprio cabelo?

O fim não está próximo porque estamos condenados a pagar um preço muito alto por tudo o que nós, seres humanos de quase todas as épocas, fizemos contra tudo aquilo que ganhamos sem ter de pagar nada. Água, árvores, céu azul, Sol, Lua, terra, areia, enfim, natureza viva e inanimada. Ar puro.

A humanidade não terá aquilo que merece. Porque antes de receber de volta o que ela merece, o mundo chegará ao seu fim.

E não haverá resposta no passado milenar(ou milionar?) que nos faça entender por que sofreremos tanto. Um passado recente ou semirrecente de descaso e ambição dará aos que tanto querem respostas, as mesmas que todos nós, pessoas "comuns" já sabemos.

Esse não foi um texto radical, revolucionário, religioso ou anti-cientistas. Foi apenas um desabafo(consciente) de alguém que teme pela existência(ou não) futura em um lugar que tinha(e ainda tem) tudo para ser uma maravilha, um verdadeiro paraíso.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Frase do dia:

"Meu melhor amigo fugiu com a minha mulher.
E quer saber? Sinto muita falta dele!"
- Jimi Hendrix



*precisava rir um pouco hoje... hahaha


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Histórias do Bandiolo - Um colono na cidade grande(2)

Aqui, a primeira história do colono Adelino na cidade grande

O Adelino, que vivia numa cidade com 19 João's e 22 José's dentre os seus 290 habitantes, digo, 289 porque o Jacó da pedra amarela morreu de catapora anteontem, teve que ir mais uma vez para a cidade grande. Desgraça do capeta. Aquele maldito pé de porco que me multou aquela vez deve ter me jogado urucubaca mesmo.

Teve que ir então, buscar recursos financeiros num banco pra poder investir em infra-estrutura para aumentar a plantação de milho e de sagu. Foi ele então, novamente, até a capital. De carroça, só que dessa vez sozinho. Vai que um outro marica agarre a minha outra filha. Decidiu evitar ter mais uma boca para alimentar em casa. Afinal, beijou filha minha vai ter que casar. Aliás, não poderia esquecer de comprar mais extrato de soja para sua filha que tinha intolerância à lactose.

Enfim. Chegando na cidade grande, de bodoque em mãos para afastar os xebas e vagabundos desempregados que ofereciam produtos inúteis ou pediam dinheiro sem trabalhar, logo achou o banco, pois a placa era maior do que a bandeira do Rio Grande que ele tinha no quarto.

Amarrou os bois, que puxavam a carroça, numa árvore, deu um pontapé no guaipeca* que queria mijar na roda da carroça, afiou bem o canivete, puxou umas papelada que o cara do bar disse que ele precisava levar e entrou. Chapéu de palha, bota zebu** cheia de barro, camisa xadrez com um buraco nas costas(maldita mulher, não costurou a minha camisa mais bonita) e calça jeans rasgada de tanto usar(ele viu uns caras vestidos com calças assim na primeira vez que estivera na capital e decidiu não mandar colocar remendos). Enfim, típico colono de cu de mundo.

Entrando no banco, não pegou senha e foi direto gritando "cade o dono dessa bosta?". Após muita discussão com as atendentes, aquelas mulheres que ficam para instruir nos caixas eletrônicos e com os seguranças, conseguiu falar com o gerente do banco. Mas para conseguir o empréstimo que queria, teria que dar algo como garantia. E não podia ser sua palavra, nem sua carroça e nem as 55 caixas de extrato de soja que já havia comprado. Então puxou de dentro da calça um saco. Cheio de notas de 100 reais. Mas ele precisava disso e daquilo. Então se irritou com o gerente. "Mas que merda. Eu trabalho o dia inteiro, corto cana, quebro e colho milho, alimento as vaca, tiro leite delas depois, crio galinha, pato e marreco, planto bergamoteira, laranjeira e bananeira e não consigo dinheiro pra poder fazer mais do que isso? Que droga de diabo é isso tchê..."

Ouvindo esse desabafo, o gerente do banco concluiu que o homem precisava de uma ajuda mesmo. Mas qual seria a garantia?

Bom, chegando em casa, contou para a mulher que tinha conseguido o dinheiro e que iam mandar as coisas que ele havia comprado na capital dentro de alguns dias. Explicara bem em quais pedras deveriam fazer as curvas para a esquerda ou para a direita, afinal, morava no cu do mundo. Indagado sobre o que havia dado como garantia para conseguir o dinheiro, ficou calado, como se não precisasse ter dado garantia alguma.

Estranharam mas, o Adelino não teria por que mentir...

Mal sabiam eles que a garantia era... a guria mais nova. A sua linda e prendada Jussara teria que se casar com o gerente se ele não conseguisse pagar toda a dívida...

"Ai se a mulher descobre..."

*cachorro
**bota pra andar no barro, feitas com couro de boi zebu

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Frase do dia:

Grandes mudanças
começam com pequenas ideias
e não com grandes atitudes.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A volta do incognificado(2 ou 4)

Não faz grande diferença saber o real motivo mas, acho que devo informar a minha falta de atualizações aqui. O motivo para isso. Não tenho conseguido manter um nível mental decente e coerente com o que sempre existiu aqui. Não tenho conseguido pensar, raciocinar e nem sentir muita coisa direito.

E mais uma vez aquela sensação de estar perdido, de se sentir um inútil, um nada ou um simples idiota vem à tona. Lembram daquela palavra, incognificado? Provavelmente não mas, isso é o que define esses meus estados de desconhecimento, decepção e "sei lá". É tão estranho e tão difícil de descrever que essa palavra surgiu como uma... luva não, uma boa solução para tentar encontrar alguma coisa no meu maldito, e cansativo, deserto de tudo e de nada.

Poderia eu continuar a escrever linhas e frases sem nexo e rima. Mas já fiz isso, mais de uma vez até. Por isso só deixo essa explicação. Um dia eu deixarei o incognificado para trás de vez. Enquanto esse dia não chegar, escrevo textos, ruins, sobre isso.

Hahaha

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Histórias do Billi J. - um outro monólogo incansável

(o primeiro desabafo do Billi J.)

"Caro amigo Vinícius Manfio. Venho através deste e-mail desabafar um pouco pois sei que no amigo posso confiar. O conheço e tenho a certeza de que terás as palavras certas para, se não me ajudar, me acalmar, pois não consigo mais guardar tanta coisa que acontece na minha vida.

Há algum tempo, depois que terminei meu último relacionamento, venho pensando bastante. Mas não imaginando, pensando mesmo. Tentando achar razões, motivos ou qualquer pingo de sujeira na minha vida, para então entender fatos passados. Não quero e nunca quis buscar explicações para o fim do meu último relacionamento, porque não é esse o caso. Não é isso que me atormenta tanto.

Quase sempre tive apoio da minha família e sempre contei com meus poucos amigos. Poucos não, raros. Sabes que tenho problemas de relacionamento, sou um quase anti-social completo, característica que, não sendo redundante, me faz ser excluído ainda mais pela sociedade, fútil e egoísta que tanto odeio. Mas na minha vida tem acontecido coisas muito toscas, no sentido negativo desse tão útil e qualificado adjetivo.

Sabes quando temos aquela dor de barriga forte, quase uma diarréia. Sabes né?! Então, a minha vida parece todo aquele excremento, toda aquela sujeira, todo aquele conteúdo que traz alívio quando passa a ser visível para nós. Enfim, a minha vida parece uma merda daquelas. Não pelo cheiro, mas pelo conteúdo. Uma porcaria completa.

Nunca fui de reclamar de ser feio, anti-social, usar óculos, não ser um grande esportista e ter ideias, ideais e convicções muito bem definidas, o que me torna um cara quase politicamente correto. Nunca reclamei sequer por ser excluído, afinal de contas, um feio tímido acaba sendo excluído sem dificuldade. Porque afinal, como tu dizes, nada é perfeito(sim, eu sei, só Deus). Meus problemas nunca foram muito fáceis de se resolver, até porque, embora minha família e meus raríssimos amigos tentassem, sempre estive sozinho nessa luta contra o que me impedia de tomar algumas atitudes, conseguir alguns objetivos e desenvolver certas características que acabam por ser implícitas em mim, se é que as tenho mesmo. Talvez só eu pudesse resolver tais problemas, mas não sei, deixa isso pra lá por enquanto.

Eu conseguia administrar isso. Essa minha incapacidade, essa minha incompetência, enfim, todos os meus problemas. Eu ignorava e fingia que nada estava errado e que eu era quem sempre quis ser, tinha o que queria ter e sonhava com o que eu poderia ter e com coisas realmente impossíveis. Nunca sonhei coisas difíceis mas possíveis. Ou eu podia chegar lá ou não. Mas jogar meus problemas embaixo do tapete não ajudou. Aliás, vejo que hoje eu consegui acumulá-los tanto que não consigo sequer diminuir o tamanho deles ou guardar em outro cômodo da "casa". Meus problemas me dominaram e hoje a minha vida é uma merda. E vejo que não é de hoje não.

Até conseguir acabar com um medo que me dominava, perdi muito tempo. Pensei que aquele era o fim de uma medo extremo que tanto me prejudicava. Entretanto me enganei. Meu erro foi achar que poderia resolver tudo conforme o tempo passasse mas acabei fugindo demais e perdendo as melhores oportunidades de ter uma vida legal, diferente, que não fosse a merda que era, que é e que inevitavelmente será.

Estou afastado de tudo o que gosto. De todos que amo. Do que fazia com gosto. Preciso recomeçar, resolvendo meus problemas e criando um mundo realmente meu. Não quero mais ficar escondido em ideias, ideais e convicções que só me levam ao desespero por ser daquele jeito. Minha vida é uma merda. Meu mundo é uma merda. Eu sou uma ameba, pensando bem, sou uma merda mesmo.

Não vou me matar. Não tenho coragem nem pra isso. Quero é recomeçar. Ao invés de esquecer, quero lembrar dos meus problemas. Ao invés de fingir, para mim, que estou certo, quero admitir e gritar que estou errado. Quero é voltar a sentir a vida que possuo. Quero viver, deixando simplesmente de existir.

Estou perdido no meu próprio mundo. Nessa merda de mundo. Meus problemas são inimagináveis. Minhas dores são desumanas. Minhas decepções são incontáveis. Não sei mais o que pensar. Não sei mais o que dizer. Não sei mais o que fazer. Trancado em casa, no escuro, escrevo-lhe por saber que lerás e entenderás meu sofrimento, minha angústia. Se a Renata estivesse aqui, me ouviria. Se meu irmão não fosse uma criança, mentalmente falando, ele me ouviria. Se qualquer pessoa aceitasse que a minha vida é mesmo uma merda, me daria um abraço.

É tanta porcaria que não sei onde começo a limpar. É tanta sujeira que não sei se tenho lixeiras suficientes para armazanar tanta porcaria. Tenho medo de resolver meus problemas, limpar minha cabeça e deixar só as lembranças úteis. Tenho medo pois acho que me julgarei o maior idiota da história. Tenho medo pois no fundo, no fundo mesmo, sei que estou cego, surdo e mudo, então não sei qual é realmente a dimensão dos meus problemas. Acho que eles são muito menores do que parecem, e é com essa esperança que lutarei para colocar um sorriso nesse rosto feio. Colocar uma alegria nesse olhar triste e conseguir ouvir um bom e velho Creedence no rádio.

Ao amigo, um abraço e o agradecimento por estar lendo mais esse meu desabafo.

Ass. Billi J."

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Histórias de uma vida não vivida (5)

Ultrage à rigor - Ciúmes

*Não há o que achar, até por esse motivo, não procuro nada entre meus neurônios. Não há nada aqui, nem ali, nem lá, muito menos acolá. Ilusão, miragem, vertigem, realidade e sinceridade. A vida dos que nunca viveram, a morte dos que sequer nasceram, o piso no fundo do poço, o sol no começo, e não no fim, do túnel e o coração no meio do peito. A morte está próxima porque há vida. A vida está distante de ser vivida pois o medo do fim, e do início, impedem que qualquer verbo substitua o existir.

Estavam sentados em cadeiras, na cozinha do salão paroquial, conversando. Sentados em cadeiras, dispostos de tal maneira que formaram um círculo. Conversa vai, conversa vem, entrou correndo na cozinha uma guria. Loira. Estatura média. Pele clara, mas não muito. Olhos azuis, daqueles que fazem um homem se imaginar na praia, à beira do mar. Ela chamou um dos guris que estavam sentados no círculo.

Uma das gurias, aquela que seria a futura namorada daquele guri, ficou meio ressabiada, preocupada com aquele chamado. Começou a bater o pé e temeu o pior. Temeu que aquela loira oxigenada(na raiva, todas as loiras são oxigenadas) fosse afastá-la de seu futuro namorado. E a viagem toda começa aqui.

Ela começou a imaginar coisas, principalmente quando ele seguiu a loira, saindo da cozinha e sumindo no meio da multidão que dançava alguma música feita para dançar. Era noite de festa, que para ela tinha acabado quando aquela loirinha adentrou a cozinha correndo e chamando o seu "amadinho". Maldita loirinha. E o simples bater de pés passou a ser acompanhado por um estalar interminável de dedos e subsequente roer de unhas, das mãos, claro.

Vendo tal inquietação, tamanha impaciência, uma das outras gurias integrantes do círculo deixou o seu posto e sentou-se ao lado da guria impaciente(pela falta de nomes, citações que fazem referências especificadoras são necessárias).
 
- Ei, não precisa se preocupar, não vai acontecer nada.

- Como você sabe?

- Conheço ele.

- Eu também, mas isso não me dá certeza alguma.

- Eu te dou certeza então. Por mais que ela possa querer, ele não quer.

- Como você sabe?

- Ele me conta tudo da vida dele.

- Então você já sabe de "nós"?

- Sei.

- Então ele é mentiroso, disse que não iria contar nada.

- Ele não contou.

- Então como você sabe.

- Desde que ele terminou o namoro, no começo do ano, não sorria como tem sorrido ultimamente.

- Isso não quer dizer nada.

- Para qualquer outro não, mas para ele sim.

- Mas então...

- Ele não é qualquer um. Qualquer um mentiria. Pegaria a guria num canto, daria uns amassos e mentiria que nada aconteceu. Talvez até marcasse futuros encontros com a mesma, mas ele não. Percebo que vocês já tem um certo compromisso. Então a tua situação é mais segura ainda. Até porque ele já me disse que não gostaria de tê-la ao lado dele como namorada. Ela não combina com ele mesmo.

- Mas como ele pode ser tão diferente?

- Ele perdeu os pais com 11 anos. Foi criado com os avós, que são filhos de italianos legítimos, que sempre pregaram o "bene e male", ou seja, o "bem e mal", o certo e o errado. Ele sempre distinguiu bem isso. Sempre procurou diferenciar e fazer o bem, evitando o mal. Meio bobo isso mas ele foi criado assim. É o jeito dele, por isso te garanto que ele não vai fazer nada.

Nem o diálogo e a certeza de que nada aconteceria acalmou a guria. Estava se descobrindo ciumenta. E muito ciumenta ainda. Ele seria, mas talvez depois daquilo deixasse de ser seu futuro namorado. Ai, e como ele demorava para voltar. Aqueles poucos minutos pareciam horas, longas e sofridas horas. Nunca imaginou que ficaria daquele jeito. Com aquela impaciência por causa de um guri.

Talvez fossem as palavras dele. As loucuras ou simplesmente o jeito simples, e põe simples naquilo. Mas não era só por isso, mas também por isso. Viu-se louca também, por descobrir que aquilo que sentia não era ciúmes em si, era amor mesmo. Queria-o por perto, embora tivessem combinado fingir que nada acontecia entre eles. Não possuía muitas razões para explicar a sua presença ali, porque só conhecia o seu "amadinho" e outro guri, o namorado daquela que viera confortá-la e tentar acalmá-la.

Quando ele voltou, ela levantou-se, empolgada. Viu que nada acontecera, pois ele mantivera a mesma cara com que havia saído do local. E sim, ele não mentia mesmo. Pelo menos não naquele assunto. Quando percebeu que todos repararam na sua impulsiva atitude de levantar da cadeira, fez de conta que estava com sede e foi até a pia pegar um copo d'água.

Nunca uma água desceu tão bem quanto aquela. Embora não fosse água, mas suco de limão.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Frase do dia

A sabedoria de um homem(ou de uma mulher) 
não está nas palavras ditas 
mas sim nas situações 
onde as mesmas são proclamadas.



Tosco isso né?!

Alone in the world without you - Glasseater

Poucos devem conhecer, mas gosto dessa música. Pela música, e até um pouco pela letra.

Alone in a world without you - Glasseater

Since day one, you've been away
And since then you...
You've made me stay
Alone in a world where i'd like to hear
The words of approval ringing in my ear

Cause i don't ask for much
Yet i want it all
I've gained nothing from this
You want to see me fall

What we will stick to our passions
We'll keep playing far and away
Alone in a world where i'd like to see
The smile on your face that means security

Cause i don't ask for much
Yet i want it all
I've gained nothing from this
You want to see me fall

Don't live life by the norm' in society
Do what you have to do to keep you happy
So what if it doesn't matter to them at all
It makes sense to you keep on, don't stall

Cause i don't ask for much
Yet i want it all
I've gained nothing from this
You want to see me fall

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Selo não repassado, reconhecimento e muito obrigado

Bom, hoje o dia não é um bom dia para escrever uma crítica, uma história ou qualquer tipo de texto louco, bobo, tosco e inútil. Hoje não é dia nem de escrever uma daquelas poesias idiotas e sem fundamento que saem da minha conturbada, perturbada e estranhíssima mente. Seja do subúrbio (limpo ou sujo) ou do bairro residencial (com plaibois e patricinhas ou não) da minha mente, nem uma ideia digna de ser repassada a quem lê o blog surgiu.

Então hoje só vou mostrar o selo que recebi da Marcella Castro, do bom blog "So let the world spin".

Peço desculpas mas não seguirei os protocolos do selo. Aquela coisa de falar sobre isso ou aquilo, o que é Roxie e o que não é. Aliás, eu não tenho nem ideia do que seja mesmo, mas não é por isso que deixarei de repassar.

O fato é que é não tenho acompanhado muitos blogs nos últimos dias. Não sei o que se passa direito. E não tenho vontade de fazer a lista. Desculpem-me mais uma vez porém também não saberia escolher 10 entre os meus parceiros e alguns que acompanho.

Não repassarei a eles, apenas deixarei o link para que quem quiser ler algo legal, leia, porque aqui no blog a coisa nem sempre é legal. Como hoje.

Letícia Dantas
Miguel Sponja
Júlia Wartha
Letícia
Jéssica
Jéssica Berdych
Débora(Bubblegum)
Camilla
A própria Marcella Castro
Camila
(com um L só)
Marina
A grande pequena Sara
E a Samia(não sei se tem acento ou não)

O fato é que agradeço a eles e elas pela parceria, pelas visitas, comentários e por não serem apenas mais algumas pessoas a terem um blog. Eles escrevem, e muito bem, fazendo a diferença na já criticada blogosfera.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Meros coadjuvantes?

Posso e até devo ser um péssimo exemplo para falar do assunto mas, com muitas conversas paralelas para conseguir escrever algo aqui, consegui ter uma noção e percebi que não sou exceção não. Aliás, concluo que meu caso é quase regra.

O texto de hoje gira em torno de escola, terceiro ano do ensino médio(ou até último semestre de faculdade) e o que isso implica, ou não, na vida de quem passa por isso.

Achei exagero mas concluo que o amigo que me disse um dia que "festa de despedida do terceiro ano é uma merda, os caras dizem que vão se ligar, se encontrar mas depois que a festa acaba eles vão se esquecer um do outro". É. A coisa está por aí mesmo.

Eu não tive formatura de terceiro ano e sequer fiz amizade mesmo durante os meus três anos do ensino médio. Muito embora o terceiro e último tenha sido divertido, proveitoso e até interessante demais pela viagem à Porto Alegre, não fiz amigos mesmo. Guardo boas lembranças desse último ano, de meus colegas mas, amizade é outra história.

Mantenho pouco contato com eles. Hoje mesmo mandei recado para duas ex-colegas para saber se vão cursar alguma faculdade, ou qual. Coisa de colega isso.

O fato é que muitos já me disseram que não mantém contato algum com seus ex-colegas e que sim, fizeram juras e promessas de troca de recados, ligações, jantas e encontros. Não me sinto melhor por não ser o único. No caso, não faz diferença alguma. Porque muitos acabam prometendo e não cumprindo.

Juras de amor que se misturam com areia e voam pelos céus levadas por ventos fortes e certeiros. Promessas de mudança que acabam sendo esquecidas tão rápido quanto foram feitas. E por aí vai.

Mas daí é outra história. Outro caso. E não vem mesmo ao assunto desse texto. Que não vão ser escritas aqui. Pelo menos não hoje.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Retratos de uma sociedade patética - e engraçada - (3)

Essa não é a pergunta que não quer calar mas é o título desse post. O fato é que hoje eu decidi escrever uma coisa bem tosca dessas para tentar chegar a alguma conclusão.

Não, o grupo citado no título não teve importância alguma no cenário mundial. Como aquele outro... o N'sync(valeu google por me lembrar desse nome) e tantos outros, o grupo citado no título não mudou em nada a história, seja da música ou do mundo. Não direi que é lixo musical porque estaria rebaixando ao nível do funk, embora não veja grande coisa nisso.

A questão toda não está em lembrar ou não. Talvez você nunca tenha ouvido esse nome, nunca tenha lido aquele outro e sequer sabia que isso existia. Nem eu lembrava até ler a lista dos primeiros lugares das paradas dos EUA. Me deparei e lembrei que minha irmã e minha prima eram fãs desses caras.

Como as Spice Girls também foram. Como Britney Spearce foi. Como RBD foi. Como Harry Potter foi. Como Beckham e Luxemburgo no Real Madri foram. Como High School Musical, Crepúsculo e Cristiano Ronaldo são. É toda aquela onda. É toda a atenção em cima deles. Topo das vendas, das paradas de sucesso ou nomes certos nas seleções de melhor do mundo(mesmo que só tivessem fama e não jogassem nada.

Não posso me esquecer de dizer. Como todos os caras que participam do Big Brother acabam sendo. Como todos os novos atores que surgem em novelas e fazem o papel superando expectativas são. Como todos os que passaram por alguma dificuldade e vencem tem seus ovos babados. Como tudo o que é momentâneo é.

Quem consegue e sabe guardar dinheiro consegue viver o resto de suas vidas no, talvez, anonimato sem se preocupar em trabalhar duro, como 95% da população tem que fazer, para viver. Quem não consegue acaba tentando voltar a ser o que nunca foi. Famoso. Sim, porque a verdadeira fama não é ganhar um apelido de fruta, conseguir alcançar o topo das paradas ou ganhar o prêmio de melhor do mundo. Tudo isso é passageiro. Se manter no topo é ser famoso. E são poucos os que conseguem se manter no topo.

Por que? Olha, pessoas que não tem nada e acabam ganhando muito de uma vez só, geralmente, não conseguem se manter lá em cima. Ficam tão vislumbrados que esquecem de onde saíram e quem estava com eles naqueles duros momentos. Ingratidão? Também. Ignorância? Não só. Egoísmo? Também. Mas, talvez acima de tudo está a ambição. Quem ganha um real não para por aí. Quer ganhar mais um, mesmo que arrisque perder o que já tem.

E acabam perdendo mesmo.

Todos somos passageiros no mundo. Na fama, poucos são. E esses poucos são a maioria daqueles endeusados e elevados a postos de reis por reles pessoas que buscam neles sair um pouco da triste e dura rotina da vida. Buscam neles, na minha opinião de maneira errada, a luz no fim de um túnel que nem sempre é tão longo.

É muita babação de ovo. Toda aquela onda. Toda aquela vendagem. Toda aquela exaltação de algo que nem é tão bom assim. Depois a maioria acaba se rendendo e rindo de si mesmo, se julgando idiota por ter achado que o Backstreet Boys fosse a melhor banda do mundo e Harry Potter o melhor livro.

No final, se contentam com qualquer bandinha de quinta que toque uma música animada, com o perna de pau que faz um gol lá de vez em quando, com "O Alienista" como livro favorito e com as mulheres que estão por perto ao invés da fruteira da Playboy.


*Hoje o Blog do Maluco completa dois anos de muita bobagem, muita sinceridade, muitas críticas, desabafos e claro, muita história sem noção e talvez até sem sentido algum. Mas é divertido fazer isso aqui. Queria que o Blog fosse mais do que é, mas enquanto eu me sentir bem e gostar de fazer ele, é a conta. Isso é o que me faz continuar... Parabéns ao blog!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Retratos de uma sociedade patética(2)

As pessoas fazem o que fazem e acham que ninguém vai descobrir. Que ninguém vai criticar. Que ninguém vai cobrar explicações e mudanças. As pessoas fazem coisas e as outras pessoas acabam aceitando isso pois, algum dia, também as fazem. Sabem aquela história de "pregar moral de cueca"? Então, é mais ou menos por aí. E nem quero falar de políticos corruptos. De policiais que favorecem o tráfico. De professores coniventes e satisfeitos com o nível de ensino no Brasil. De pais e mães que se deixam dominar por filhos que precisam de limites.

Quero reclamar daqueles que se calam. Tornam-se omissos. Hipócritas por fingirem que tudo está bem. A educação é uma merda? Então por quê aceitar que os mesmos políticos votem sempre as mesmas leis que apenas dão comida e dinheiro para pessoas vagabundas e alunos sem vontade? Por que aceitar isso? Por que sempre votar nas mesmas pessoas? Um erro não justifica o outro mesmo porém um erro leva a outro sim.

Encontramos pessoas omissas e hipócritas em todos os lados. Até na sua própria casa você pode estar convivendo com alguém conivente com algum tipo de sujeira moral, algum tipo de lixo que você tanto odeia e quer se ver afastado. Você não sabe de nada, não é mesmo? E se soubesse, faria o que? Nada. Aceitaria, afinal, é um familiar seu. Ou é um amigo seu.

Laços de amor, amizade ou laços forçados por cobranças de dívidas ou aqueles ridículos favores de "amigos". Tanto faz. Cada pessoa tem os seus motivos para esquecer o que é certo e fechar os olhos, tampar os ouvidos e colocar uma rolha na boca pra que nenhuma palavra mais seja dita. E não esqueça nunca de amarrar as mãos ao pé da cama, é mais seguro, não é?

Sociedade hipócrita. Sempre os mesmos idiotas. Sempre os mesmos erros. Sempre as mesmas desculpas. Sempre as mesmas porcarias feitas, ou não feitas. Sempre a mesma reclamação de gente que fecha a boca, os olhos e tapa os ouvidos para tentar viver melhor. Mas será que fingir que o mundo é uma maravilha não estaremos apenas escondendo de nós mesmos o inferno onde vivemos?

Não há como mudar os sistema, a sociedade, o mundo. Provavelmente você não vai conseguir mudar a sua própria vida depois de ler esse texto(embora eu não creia que alguém tenha vontade de fazer isso após ler o que escrevo agora). Até porque, não há como se isolar desse maldito mundo. Dessas malditas pessoas que podem até visitar os doentes, mas com o propósito de esconder da sociedade, e do seu nariz, que não passam de traficantes de droga ou chefes de gangues que praticam assaltos à mão armada.

Filme, ficção? Nem um pouco. Achar que a máfia é coisa do passado é a mesma coisa que dizer que jogador de futebol não é formador de opinião. Por mais que sejam idiotas, por mais que sejam analfabetos funcionais, eles bebem e fumam, falam bobagens e provam que você pode ser rico, famoso e querido por todas as pessoas(diga-se aqui vagabundas chamadas de maria-chuteira, que só querem engravidar para ganhar dinheiro) mesmo sendo um simples idiota. Nem todos são assim? Não são mesmo. Porque são as exceções que ainda mantêm o mundo. Sim, a coisa pode ser pior.

Quanto mais as bocas se calam, os olhos se fecham e as mãos se atam, quanto mais ignoramos o nosso vizinho em troca de um pacote de bala e quanto mais pensamos que a vida é uma maravilha, mais estaremos sendo merecedores de um lugar sagrado na puta que pariu do inferno. Que talvez não seja aquele inferno que fica embaixo da terra, onde o diabo tem um tridente e espeta os malfeitores. Não. Nem precisa ser isso. Acho que o grande inferno pelo qual as pessoas passam é o inferno moral. Você saber que é apenas mais um na sociedade é horrível.Já passei por isso e sei como é.

É só um grito. Um inútil grito. Que o vento levará e transformará em pó com o tempo. É só um grito. Por mais sincero que seja, por mais necessário que seja ouvido, é só um grito. Ninguém ouvirá esse grito. Porque os ouvidos foram tapados. Ou seja, não adianta gritar. Mas podem ter tapado os ouvidos, cercado e tornado inaudível aquele grito. Nada o fará calar. Nunca.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Histórias do Bandiolo - "Ai, como é difícil ser eu..."

Ela, Letícia, era uma guria normal. Tinha um cabelo normal, olhos normais, enfim, aparência normal. E como toda pessoa normal ela fazia coisas normais como ir ao shopping e gastar todo o dinheiro que seu pai ganhou após dias de árduo trabalho, comprar coisas supérfluas, comer apenas porcarias como salgadinhos, hamburgeres e beber coca cola. Ela era mesmo uma pessoa normal. Usava rosa como as pessoas normais usam. Enfim, era o exemplo de normalidade no mundo*.

Ela tinha amigas normais que, como ela, gostavam de maquiagem, de roupas novas(se forem rosas e combinarem, compram imediatamente, sem sequer perguntar o valor)("afinal de contas, meu pai tem que pagar isso mesmo"), de sapatos caros e ridículos, enfim, do bom e do melhor que a superfluosidade lhes permite gostar.

Em uma dessas longas, "cansativas" e, óbvio, inúteis maratonas de compras em um shopping bastante conhecido por esse público supérfluo, ela se deparou com a decisão mais difícil de sua vida. Não, ela não deveria escolher entre suas amigas e sua família, entre seus pai e o dinheiro, entre a vida e a morte sua ou de alguém, entre uma bota linda ou um sapato de bico fino para combinar com a saia preta nova, entre alisar o cabelo ou refazer os cachos. Não. A escolha era mais difícil ainda.

Suas amigas diziam para ela não fazer aquilo. Ela não deveria. Não poderia. Sujaria. Tudo. Sua imagem, reputação, nome e até suas roupas, muito embora soubessem que isso não ia acontecer(aparentemente), pressionavam para que ela não o fizesse. Era a pior decisão de sua vida. No pior dia de sua vida(antes ela havia ido na mais cara manicure da cidade(dentro do shopping) e mandado pintar as unhas de vermelho, mas esqueceu que ela mesma estava vestindo uma mini blusa vermelha e estava com uma saia laranja bem apertada, ou seja, não combinava, ficou com tanta raiva disso que nunca mais comeu bolacha), teria que tomar a decisão mais difícil de sua vida.

Ela não sabia o que fazer. Seu instinto, seu corpo, até sua alma, diziam que sim. Suas amigas, que eram seu segundo cérebro** (se é que ela possuía um embutido na cabeça...), diziam que não, eram totalmente contra aquilo.

Ela, a Letícia, demorou tanto para pensar se ia fazer suas necessidades no banheiro do shopping(que as suas amigas diziam ser imundo mesmo nunca tendo entrado nele) ou não que acabou deixando suas excretas líquidas molharem sua saia apertada.

Sentindo-se idiota, chegou em casa e, ainda molhada, decidiu que mudaria de vida. Colocou um coletor de urina embutido em todas as suas saias, para que aquilo não acontecesse mais.

E seguiu sua vida, como se nada tivesse acontecido. Claro, teve que contratar alguns capangas para dar um fim nas suas amigas(para que essas não espalhassem o seu fiasco), mas nada que fugisse do normal..., porque afinal, ela era apenas uma guria normal com uma vida normal.


*não coloquei minha opinião contra essa normalidade superficial, patética e capitalista pois não era essa a intenção do texto;

**fique bem claro que eu não disse que as amigas tinha cérebro, mas que eram o segundo cérebro da outra, o que, no caso, pode(e deve) ser apenas aparência.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pelas próprias pernas, pela própria vontade

(relacionado ao texto "Eu vou, mas de escada", publicado em 12/01/09)

Cheguei. Ao nono de dez andares, o meu objetivo. Cheguei subindo de escadas, sem mãos amigas nem elevador. Sem sequer um par de tênis que me ajudasse no caminhar. Duros degraus. Altos e baixos. Com vigor e cansado. Subi. Caminhei. Acelerei e tive que descansar um pouco em alguns momentos. Loucura total. Viagem total. Cansaço total. Tudo porque a dedicação foi total.

Nunca pensei que fosse assim. Nunca quis que fosse assim. Certamente preferia algo mais direto, algo mais rápido, algo bem mais simples. Porque afinal, sempre gostei do simples. Preferia algo que não me fizesse tão mal no final das contas.

Sim, me fez mal. Me senti um perdedor por ter chegado ao nono andar e ter que voltar ao começo apenas porque outros eram melhores do que eu. Eles tiveram mãos amigas e tênis mais confortáveis e propícios para a longa jornada. Estavam unidos, embora cada um quisesse sozinho o seu objetivo. Eu estava só de todas as maneiras.

Era até idiota pensar que chegaria lá. Cheguei. Ao oitavo. Muito mais do que imaginei. Muito mais do que, talvez, minhas pernas aguentassem. Mas queria mais, sabia que poderia ter ido mais longe. Não por fatos, mas pela vontade que tive. Queria ter ido mais longe.

Porém o que talvez fosse inacreditável virou realidade. Fui ao nono andar. Nem acreditei quando descobri que estava lá. Chegar ao décimo pode ser questão de tempo. O que importa mesmo é que cheguei a um lugar onde não sabia que chegaria. Queria e tentei, mas não acreditava muito, pelos já citados motivos.

Loucura saber que todo o meu esforço não foi em vão. Que não sou um fracassado. Que a minha vida não precisa de um novo recomeço. Loucura saber que uma simples nota, um simples 9(.1) fez tanta diferença. O andar não importa mais. Ter tirado 9.1 em uma redação de vestibular numa universidade federal foi algo que me fez gritar, literalmente, de felicidade.

Saber que escrever aqui não é um passatempo inútil como meu pai diz é bom demais. 9° suplente sim, mas com um 9.1 na redação, certamente uma das notas mais altas, foi talvez a coisa mais significativa que já consegui na minha vida.

Vou em busca de outra. Muito mais importante, muito mais difícil, muito mais distante, embora perto. Mas superei um andar, teria fortes motivos para não superar um obstáculo em linha reta? O tipo, o nível de dificuldade e qualquer outro argumento que jogue no time dos poréns do que quero, tudo isso e mais o que não lembro de escrever agora, é pouco.

Me sinto forte. Como escrevi ontem, me sinto vivo. Não preciso da plena felicidade, insisto nisso. Não preciso da perfeição. Não preciso de muito. Só de saber que a minha dedicação, as minhas horas, os meus sonos fazendo contas de matemática, não foram em vão. Só de saber que consegui com minhas mãos, meus livros e sem professor algum. Só de saber que me orgulho de algo que fiz... só de saber que me orgulho de mim...

Sei que poderia ter chegado mais longe, mas isso não faz mais diferença.

Acho que nunca tinha sentido orgulho de algo que havia feito.

Talvez nem consiga cursar o curso que queria(ou não). Já não faz mais diferença. Descobri que posso me dar ao luxo de sentir orgulho de algo que fiz. Nota 9.1. E é verdade...

Chega de escrever. Não vou conseguir retratar em palavras o sentimento que se passa em meu coração hoje.



Frase do dia:

Quando você olhar para um olho 
e achar que pode estar olhando para o mar 
pense bem, 
você precisa consultar um psiquiatra, 
pois é grande o risco de você estar louco...

Seja a loucura que for.

Estou vivo!

Como sinto orgulho de dizer que não apenas existo, mas sim, vivo, geralmente escrevo sobre coisas que acontecem durante esses meus momentos de pura, intensa, singela e sincera vida. Nesses momentos que, mesmo com os seus poréns, consigo realmente sentir que há vida sim. Que a minha tosca cabeça de maluco pseudo cerebrado serve para comandar atitudes que, mesmo com seus poréns(2) me trazem lembranças muito boas e aquele sentimento de vida, de ar puro(mesmo que haja um gato morto no local), aquela sensação de auto-dever-cumprido, enfim, cada um define o seu viver de uma maneira.

(O Manfio e o Polaco)

Não vou falar em aproveite cada momento, seja você mesmo, ame sua família e amigos, nada disso. Até porque já devo ter escrito isso.

(A Line e o Vine)

Eu só quero escrever que ontem foi legal. Do nada mesmo, no meio da tarde, um convite. Outros dois convites. Três respostas positivas. Três boas razões para não ficar em casa, para sair, para aproveitar o resto da primeira sexta-feira do mês.

Não sei mais o que dizer. Não estou plenamente feliz. Talvez devesse, mas não estou. Porque faz tempo que não me sinto plenamente feliz. Não que os já citados poréns das coisas me façam desanimar. Não. Nesse caso nem me motivam a tentar melhorar na próxima vez. Esses poréns não fazem diferença porque sei que em qualquer lugar do mundo, em qualquer atitude, em qualquer vida, há poréns. Ou talvez apenas um porém.

(O povo todo no busão, quase morremos, mas tudo bem... hahaha)

O fato é que assim concluo que nada é perfeito.

E não busco a perfeição, embora pareça.

Então, se a perfeição é estar tudo bem, plena felicidade seria uma felicidade perfeita, um estado de espírito perfeitamente feliz...

Somando as raízes dos cúbicos de alguns números mentais. É. A plena felicidade não existe, embora possa parecer.

Pode até existir para alguém, no conceito do mesmo. Para mim, no meu realista(e muito contraditório utópico) conceito, perfeição não existe, logo, plena felicidade não existe.

E eu fui bastante idiota em querer ser plenamente feliz. É, gente burra é outra coisa.

Se bem que nunca exigi ser plenamente feliz. Nunca exigi nada parar rir, embora tenha ficado muito tempo sério demais.

(O Vini e a Maria)

A plena felicidade não existe Vinícius Manfio seu idiota. Me sinto genial por descobrir o quanto fui burro. E é tão legal isso.

(Pois é. No momento não tenho fotos, mas vou editar essa postagem quando as tiver, colocando-as)

Quero dizer, escrever, pensar e lembrar. Quero acreditar que não será o último dia em que chego em casa, cansado pra caramba, com fome, com dores nas pernas e no pescoço, com sono e sem nenhuma vontade de dormir, entretanto feliz e com um estranho sorriso no rosto, que me prova a cada vez que, mesmo que seja do meu jeito, eu sei viver.


E por fim, mesmo:

Quando você olhar para um olho e sentir que está olhando para o mar pense bem, você precisa consultar um psiquiatra, pois é grande o risco de você estar louco...

Seja a loucura que for.



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

E mais uma vez todos sabem mas ainda assim são burros

Liberdade é, segundo o dicionário que está na minha frente(atualizado com as novas regras da maldita língua portuguesa), direito de uma pessoa de agir segundo sua vontade.

Aí entram as (malditas ou úteis) exceções dessa regra, desse conceito, desse enquadramento de liberdade. Dizer que a minha liberdade acaba quando a liberdade do outro começa é normal, comum, clichê, chavão, enfim, coisa que todos sabem.

Mas eu não quero falar das exceções nem sequer pensar nelas. Talvez nem escreva sobre liberdade em si. Porque no fundo, liberdade não deixa de ser (apenas) mais uma palavra que todos conhecem, sabem dizer, pronunciar, separar as sílabas e no fundo não sabem o que realmente significa na prática.

Livres são os pássaros, que podem voar. Sim, mas eles voam por necessidade. Precisam comer, arrumar um ninho, não acabaria então a liberdade deles? Claro que eles podem ir para onde o bico deles aponta mas, uma hora terão que parar e dependerão de si mesmos, provavelmente de outros também, para conseguir alimento ou lugar para descansar.

Esse simples exemplo não foi dado para destruir a imagem de liberdade que os pássaros tem. Porque se o dicionário diz que liberdade é agir da maneira que se quer, os pássaros são livres. Só que é mais complexo que isso.

Ninguém consegue dizer em uma palavra o que é liberdade. O que é ser livre. Por que? Ninguém é livre. Mas ao mesmo tempo, todos somos livres, essa é a grande tosquice da questão toda. Ser e não ser, ter e não ter, poder e não poder, querer e não querer. Não faz sentido. A liberdade não faz sentido porque somos livres para fazermos o que quisermos mas não conseguiremos fazer sempre o que quisermos. Teremos duas escolhas, ou até mais, em determinados momentos(você pode escolher entre um pastel, um cachorro quente ou um sorvete, viu, são 3 opções), mas por algum motivo você acaba escolhendo o que não gosta, o que não deseja, o que não quer, por algum motivo.

Cada um tem seus motivos. A liberdade tem os motivos dela.

Sonha-se com liberdade. Busca-se liberdade. Deseja-se liberdade. Mas ninguém consegue definir liberdade, buscar liberdade e saber ao menos o que é liberdade.

Um mundo sem liberdade não existe. Mas um mundo só com liberdade também não existe. Imagine se não houvessem leis que impedissem uma proliferação maior da libedade de alguns. Imagine só se não seria pior.

Não busco a liberdade. Como não faço o que o sistema me induz fazer.

Talvez porque, como todos, não queira definir e explicar as duas coisas. Ou não saiba. Ou pior de tudo, não queira saber o que são eles. Quem conhece apenas um dos dois é ignorante. Quem conhece os dois é mentiroso. Agora, quem não conhece nem um dos dois, faz bem. É melhor não conhecer o desconhecido. Podem ser bem ruins as consequências dessa descoberta.



Final alternativo do texto, escrito antes do final original
(E nem digo pelas mortes, tiros, socos, pontapés e afins. Isso já se sabe como seria.

Eu quero que imaginem como seria um mundo dominado por emos, patricinhas e plaiboizinhos. Porque afinal de contas, por terem mais dinheiro, sem leis, eles se sobressairíam sobre os pobres "comuns" como nós.)


Só eu mesmo para publicar o final alternativo(e tosco) de um texto igualmente tosco.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Esse é o meu mundo

Acho que se não escrevi perdi tempo. Mas se escrevi, fiz bem.

A questão dessa frase acima são os blogs. A tal blogosfera de um modo geral. Que coisa mais louca. Que coisa mais diversificada. Enfim, que coisa mais legal.

É claro que sempre há os idiotas que passam nos blogs dos outros, não lêem o texto, comentam apenas por comentar, para receber uma visita em troca. Há sempre também os que não se sentem capazes(talvez porque, por fazer o que fazem, não sejam capazes mesmo) de escrever um texto, tirar uma foto e fazer algo diferente, enfim, inovar, criar, inventar, e acabam copiando coisas de outros lugares, textos de outros autores e trazendo para si a autoria.

Sim, concordo, há muita sujeira entre nós blogueiros. E digo nós porque acho difícil que alguém leia blogs sem ter um blog. Acho difícil ler, gostar e não criar um blog para si, para ser a sua cabeça perante um mundo novo(agora nem tão novo assim) e ainda não muito bem conceituado para a nossa preconceituosa e ridícula sociedade que só vê grandes valores em coisas lucrativas e fisicamente prazeirosas.

Entretanto, vejo muita coisa boa nos meus momentos de blogueiro. É legal demais ler um texto original, criativo ou simplesmente um desabafo sincero. É legal demais perceber que há sim, muita vida além da minha, há muita experiência pela qual talvez um dia passe. Há muita coisa acontecendo longe do meu cercado. Há muitas pessoas inteligentes, loucas, sinceras ou simplesmente criativas que fazem o mesmo que eu. Que se dedicam à mesma coisa que eu. Que constroem a sua personalidade e mostram-se ao mundo da maneira que desejam.

Cada um escrever o que quer. Posta o que quer. Mostra o que quer. Sendo pessoal ou impessoal, sendo poesia(também tem o seu valor apesar de eu não gostar) ou prosa, com ou sem rima, com ou sem criatividade, longo ou curto, todo blog acaba tendo o seu valor. Mesmo as já citadas exceções, embora eu não considere esse valor uma grande coisa.

São histórias, são fatos ou simplesmente frases ou fotos que constroem um mundo diferente. Um mundo muito complexo e ao mesmo tempo muito simples. A aparência não faz diferença porque cada um planta o que quiser na frente da sua casa. Seja uma rosa ou um pé de bergamota, cada um mostra-se do jeito que bem entender, do jeito que preferir. Afinal, a casa é sua. O blog é seu. Por mais que critiquem, duvido que alguém considere a aparência, o layout como peça chave de um blog.

O que importa é o conteúdo.

E não só o do blog, mas o da cabeça de quem o faz.

Agora que não sou mais estudante(espero que só até o final do ano) posso dizer, com orgulho ainda, que a minha profissão é ser blogueiro.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Viva la vida - uma maneira diferente de um jeito igual

Coldplay - Viva la vida

Embora minha vontade seja de comprar todos os bons cd's existentes nas lojas, não possuo dinheiro sequer para comprar um geladinho de 25 centavos. Então, só me resta colocar para baixar álbuns completos. E como um apreciador da boa música, há alguns dias foi concluído o download do Viva la vida, novo(ou nem tanto) álbum do Coldplay.

Não vou discutir música aqui, apenas deixar a minha opinião.

Não imagino que algum dia a intenção de Chris Martin e companhia tenha sido fazer músicas que animassem e alegrassem aqueles que as ouvem. Nem quero ter essa bizarra imaginação. Para mim o Coldplay sempre teve em seu repertório, salvo algumas exceções, músicas meio... deprimentes diria eu. Sim, uma coisa boa de se ouvir porém, não recomendada para aqueles que buscam um sorriso em uma música.

Muito embora as letras possam até ser bonitas, legais e reais, o ritmo, a sonoridade e o raio que o parta de termo que possa definir melodia sempre foram os mais calmos, os mais lentos porém, nesse Viva la vida, a coisa passou dos limites. Achei as músicas todas parecidas, lentas e deprimentes.

Tentei ouvi-las em volume baixo, como fundo para outras atividades, e em volume alto, como personagem principal das minhas ações. Mas não consegui gostar muito das músicas. Entretanto, devo admitir que gostei da letra da música que dá o nome ao álbum. Gostei da música em si, mas não é um gostei muito animado não.

Deprimente. Não por ser ruim, mas por ser meio melódico, meio lento demais, meio igualzinho a tudo o que o Coldplay já fez.