quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Retratos de uma sociedade patética(4)

Qual é a coisa mais complexa que tu podes imaginar? Qual é o momento mais distante ao qual a tua mente pode chegar? Qual é o princípio do que existe e do que não existe para a tua mente?

Essas são perguntas tão toscas quando discutíveis. A subdivisão de um ser humano ou de qualquer coisa que possua matéria até chegarmos aos átomos, quarks e afins, é uma coisa muito complexa. O princípio de tudo, o tal do big bang, ou mesmo a construção das pirâmides egípcias são dois momentos longíquos que nossa mente pode imaginar. O mesmo big bang, a evolução ou simplesmente a vontade de Deus podem ser a resposta para a terceira pergunta.

A questão toda é que, por mais que haja discussão, e muita discussão, por mais que sejam criadas teorias ufológias, meteorológicas, geológicas ou mesmo religiosas, por mais que um lado esteja achando que está certo e o outro fazendo o mesmo para a sua opinião, não temos uma resposta para isso.

Não creio que precisemos dessas respostas. No fim do dia tu vais ao mercado comprar um cacho de banana e meia dúzia de bergamtoas e não faz diferença se houve uma explosão ou se um ser invisível em si criou tudo. Não faz diferença se os et's fizeram as pirâmides ou se milhões de escravos é que puxaram aquelas malditas e imensas pedras até o alto das mesmas.

Não consigo pensar em algo além de Sol, estrelas e talvez até outros planetas. É o visível e imaginável. É o que está ao alcance de uma mente que, embora goste de simplicidade, não quer mesmo saber de muita coisa complexa.

Criam dimensões, planetas, teorias para teletransportar e conseguir estudar coisas que, como isso, não fazem muito sentido. Ninguém prova que Deus criou tudo mas ninguém consegue provar mesmo que tudo o que conhecemos hoje surgiu uma grande explosão. Indícios? Se indícios fossem fatos, não seriam indícios, mas sim, fatos. Óbvio? É. Por que então querer pensar muito além desse óbvio, que, para reles humanos com mentes pequenas e que, sem ofender, jamais entenderão tudo o que querem entender desde que começaram a pensar?

Não há motivos por uma busca desenfreada, atômica, quarkica e teórica, pura e simplesmente TEÓRICA por respostas que talvez nem existam. É importante saber de onde viemos, como tudo surgiu, dirão alguns. Importante para que? O preço da batata palha vai baixar? O kinder ovo vai voltar a ser vendido a 1 real? A fome vai acabar? Os países pobres evoluirão? As pessoas vão deixar a mediocridade, o egoísmo e o materialismo de lado?

A resposta para tudo isso é um não.

Precisamos buscar alguma respostas que nos faça chegar a esse mesmo não?

Mais uma vez, não.

Precisamos de respostas que nos façam chegar a uma mudança. Respostas à perguntas pertinentes e fundamentais para, não o conhecimento mas, a vida, a evolução de uma espécie que está apenas regredindo moral e espiritualmente. Se Deus não existe, como ainda conseguimos viver em um mundo sem virtudes, valores ou qualquer outro bom sentimento predominando? Como podemos ignorar tudo o que nos cerca apenas por pensar em nosso próprio cabelo?

O fim não está próximo porque estamos condenados a pagar um preço muito alto por tudo o que nós, seres humanos de quase todas as épocas, fizemos contra tudo aquilo que ganhamos sem ter de pagar nada. Água, árvores, céu azul, Sol, Lua, terra, areia, enfim, natureza viva e inanimada. Ar puro.

A humanidade não terá aquilo que merece. Porque antes de receber de volta o que ela merece, o mundo chegará ao seu fim.

E não haverá resposta no passado milenar(ou milionar?) que nos faça entender por que sofreremos tanto. Um passado recente ou semirrecente de descaso e ambição dará aos que tanto querem respostas, as mesmas que todos nós, pessoas "comuns" já sabemos.

Esse não foi um texto radical, revolucionário, religioso ou anti-cientistas. Foi apenas um desabafo(consciente) de alguém que teme pela existência(ou não) futura em um lugar que tinha(e ainda tem) tudo para ser uma maravilha, um verdadeiro paraíso.

6 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Vini! Parabéns, tu escreve mto bem.:)

Zenon disse...

Olá

Apesar de nunca termos achado a verdadeira resposta para as perguntas mais complexas, creio que o que interessará para nós no final de tudo isso, não será a resposta em si, mas sim, o que discobrimos, e o quanto avançamos para a obtenção de tais respostas.
O como Egípcios levantaram aquilo, é um questionamento que ainda nos trará frutos, pois mesmo que tenha sido levantado por escravos, a suposição de que foram levantados de outra forma, fará com que nós descobrícemos uma suposta forma revolucionária de levantar tais blocos. E tudo por tentarmos descobrir algo que concideramos interessante.
Assim é com o processo de obtenção das outras respostas....
Abraços

Unknown disse...

É como no livro "A Garota das Laranjas", escrito por Jostein Gaarder: Quando estamos morrendo, não choramos por ter que nos separar de teorias, da geometria, ou até da internet. É por pessoas que amamos que sentimos quando temos de deixar o mundo...

Marcella Castro disse...

Certas respostas são melhores não sendo questionadas...
Bela reflexão a tua :)
Beijos!

Taw disse...

Exato. Não faz diferença saber essas coisas. É inútil, pois o que é útil não depende dessas variáveis.

O padrão cultural que quer se estabelecer no ocidente aproxima as pessoas do é distante, e de pouca influência na melhora da vida prática, e afastando-nos dos que poderiam estar mais próximos.

Isso aeee... importância ao que realmente é importante na vida prática cotidiana!!!

É nóis!!!

xD

Anônimo disse...

Mas é um bom desabafo.

Eu acho válido buscar descobrir sobre "a origem das coisas"...desde que seja descoberto, primeiro, o que existe dentro de cada um. E isso compete à própria pessoa descobrir, sem intermediários ( como pastores picaretas, por exemplo).

O problema é que a humanidade não aprende as lições. Estudou o passado, descobriu como várias coisas funcionam, como decisões afetam nosso presente e, mesmo assim, persiste-se nos erros. Taí o exemplo de Israel.

abs!