segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O vazio de viver e só (24)

Em teoria, o que recebo é muito pouco. São eventuais, quase raras, as palavras trocadas. Poucos também são os momentos, praticamente pontuais em uma linha cronológica. Sequer recebo palavras específicas que poderiam mostrar-me alguma reciprocidade mas... mesmo que a teoria - sempre arrogante, assumindo-se (falsa) dona da verdade - diga que é pouco, quase nada, não consigo considerar pouco, quase nada, cada pequena frase, muitas vezes monossilábica. Mais uma vez teoricamente, a sensação - que vai e vem como ioiô - de abandono, aguçada por tudo o que tem me derrubado sem piedade, bem, essa sensação acaba sendo sim uma explicação para que pequenas palavras tenham grande efeito.

A teoria é mentirosa - como nesse caso - porque não é sensível às pequenas variáveis que interferem, e muito, em um resultado, gerando conclusões e, sem dúvida, preceitos nada concretos. Definir quantidade é sempre perigoso - quase sempre um erro de contagem e percepção - e então, mais uma vez, a teoria erra por não saber aceitar que uma mesma quantidade tem significados diferentes.

Infelizmente acho que não é o suficiente mas, não consigo mais esperar pelo que vem de vidas alheias - ou de uma vida alheia, como agora. Tanto faz se, no final das contas, qualquer possibilidade seja, como é costume na minha história, apenas um surto de esperança, e nada mais. Menos diferença ainda pode fazer o fato de não saber o que acontece, o que pode estar acontecendo, aquela dúvida sempre permanece.

Por tantas vezes achei que não aguentaria mais, inclusive agora, por diversos motivos. E onde estou? No chão, caído, entregue à tudo que me derruba?

Não.

A Graça Divina me possibilita sempre recomeçar. E crescer, aprendendo que, nesse caso, qualquer minúscula palavra é sim, motivo para um sorriso espontâneo.

domingo, 27 de novembro de 2011

Pedaços de um pensamento (30)

Buscar uma definição de inerte traz, inevitavelmente, diversos condicionais. Inerte é uma variável conforme o que você tem como contexto para ele porém, vem do ar a sua definição que melhor consigo encaixar em mim. Inerte, em questão de gases e, por consequência, do ar, é aquilo que não reage em condições normais. Reação como mistura, deixar-se envolver e envolver-se com o que está ao redor. Inerte estou por não conseguir me sensibilizar a um certo caos que está criado há meses na parte mais exigente da minha vida. Nada do que tenho tentado fazer tem efeito e minha mente é inerte a quase tudo que a envolve, muito ou pouco, nesses dias.

Tantos dias.

Andar junto com sucessivas ausências - e evitáveis erros - tem acentuado essa diferença entre o que não consegue provocar mudanças. Escrevo com receio de ser mal interpretado, não por possíveis ofensas e sim por preocupações demasiadas para algo que foge de responsabilidade distante daquilo que não se assimila. Entendo que estando muitas vezes no lugar errado, mesmo que sem qualquer intenção negativa, consigo encontrar os piores desfechos.

Felizmente ninguém além do meu próprio domínio é afetado com esse inerte que por vezes me domina. Cansei do morno, do simples continuar, tempo que passa e afins conformistas. Há tempos assim, recaí por influências externas daquilo que sempre foi menor preocupação. Perdi parte do meu calor e talvez essa seja a única contradição no estado em que não há reação com o que envolve.

Que o vento leve tudo o que há, então, para que possa recomeçar do frio porque, 'sejais quente ou sejais frio, não sejais morno que eu te vomito'.

Inconformado. Em silêncio.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ecos da sinceridade - Com a tristeza


Inconstante.

Difícil encontrar palavra que defina melhor os últimos dias. Dias de euforia, dias de decepção, dias de redenção, dias de lamentação, dias de sabe-se-lá mais o que e, enfim, dias de confusão. Tristeza, como o título evidencia. Jamais achei que seria eterna a alegria exponencial que havia derrubado inseguranças sobre um futuro, aparentemente, não muito promissor. Os pés no chão - chamados também de realismo - amorteceram um tanto uma queda provocada por...

... lembranças.

Recomeçar e deixar que Façam-se novas todas as coisas não evita - infelizmente - que fragmentos do passado derrubem a já quase caída euforia de momentos únicos. O problema está nessa unicidade clara de ambos os momentos, os poucos que geram euforia no presente e os lembrados que, sem dúvida, geraram euforia no passado. A distância do Sublime, por tantos pequenos motivos, ajuda nesse desentendimento com a própria mente.

Eu disse para ela, minha mente, que era passado, que o importante era a vivência do amor e da felicidade, que sonhos deveriam ser novos, sim, novas todas as coisas em toda a Terra. Por isso não me sinto culpado. Entendo, enquanto escrevo, que a minha falta de concentração, de atenção em palavras, sons e imagens, se estendeu até mesmo para meus pensamentos, minhas ordens para o meu consciente - e, ironicamente ou não, para o inconsciente também. Bem tentei e o fiz com vontade, pelas coisas novas e - sem ironias - pelas velhas, passadas, sim, pelas lembranças também.

A verdade que fica é aquela que a mente insiste em querer mudar. Não se muda uma verdade, ainda mais quando é espontânea e sincera, de uma hora para outra ou, nesse caso, de um pensamento para o outro. Berrei, e agora tento sufocar alguns outros berros, para que meus pensamentos fossem novos também, abrindo então possibilidades para novos pensamentos, para novas verdades.

Verdades. As que tenho não suprem a necessidade da mesma verdade que hoje, por ser tão somente lembrança, machuca. A tristeza é, evidentemente, amenizada pela certeza de que - bem ou mal - é melhor que sejam essas as verdades, uma vez que há felicidade nisso tudo.

Procuro a parte da felicidade que parece escondida por, nesse caso, meus pensamentos não poderem abafar uma tristeza apenas pela vontade, pela doação, pelas lembranças.

Estou, sem motivo aparente, feliz porém, essa história de sinceridade me impede de deixar passar que... estou parte triste, também.

*Verdade Absoluta, 
afasta de mim essa tristeza, 
preciso de Você.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ecos da sinceridade - Bem próximo do motivacional


Chega de dizer que não dá, que não tem como, que você é desse jeito e pronto. Chega de reclamar que Deus não te ajuda e que o mundo conspira contra. Chega, na mesma proporção, de gritar aos quatro ventos que quer mudança, prometendo que o fará imediata ou proximamente. Cansa ouvir tantas promessas, semelhantes, de pessoas diferentes.

Porque quase tudo fica só na promessa.

Antes de mais nada, se quiser mudar, escolha uma verdade, seja ela Verdadeira ou não, e acredite nela até o fim. Isso se chama convicção. Começar uma mudança tendo ao menos uma convicção absoluta é o primeiro passo para sair desse marasmo de vida, dessa rotina de pensamentos, atitudes e consequentes finais iguais.

Depois da convicção, porém, vem o primeiro problema: a coerência. De que adianta escolher uma verdade e viver como se não acreditasse nela, abrindo exceções sempre que conveniente? Nada. Não adianta querer ser alguém diferente e continuar agindo igual ou, em um exemplo bem mais pobre, vestir roupa de roqueiro e ouvir um sertanejo para dançar com aquela ruiva estonteante que você viu na festa... aliás, o que você estava fazendo em uma festa sertaneja sendo que quer ser roqueiro?

Coerência.

Depois da coerência vem... bom, geralmente aqui a mudança já é significativa, porque poucas pessoas conseguem ser bastante coerentes com suas convicções. Também não adianta ser coerente com convicções e não ser coerente com seus ideais. Sonhos, no caso. Aceite, faça sacrifícios para conseguir o que você quer, levando em conta que os sonhos, aqui, são bons sonhos, sonhados com verdade, impulsionados por amor.

São três, quatro coisas. É só isso e você já mudará de frio para calor, de mundo para céu, de utopia para realidade. Ninguém disse que vai ser fácil, mas garanto - mesmo que a minha opinião valha menos que um tostão velho - que vale à pena muda, radicalmente, para melhor, para a verdade.

Ou, no meu caso, para uma sinceridade inteligente.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ecos da sinceridade - Para com você e minha mente


O desejo é fazer estalar em você a mesma vontade que há em mim. Não o faço porque ainda sou incapaz de atingir o meio termo entre o subjetivo indireto e a sinceridade absoluta, a forma mais clara de palavras diretas. Também continuo responsável apenas pela parte que é, por direito, minha, porque, como acabei de escrever, é a única parte a qual tenho direito sobre as ações e, consequentemente, sobre as palavras. Entendo ser fruto de paranoia - e antes que seja levada adiante, não a esclarecerei - o que insiste em colocar negações atemporais, geralmente absolutas, em uma possibilidade que, em suma, nunca foi cogitada com seriedade - exceto no meu maior domínio: a minha mente.

Dizer a alguém o que fazer, estando de alguma forma ligado a situação, é um erro que a grande maioria comete. Torna-se falsa a intenção das ações e das palavras porque, no fundo, sabe-se que é para a realização da própria vontade - mesmo que não seja uma questão de vida ou morte, ou de futuro conjunto, em si - e então, por consequência, chegamos ao egoísmo. Entender que o que se sente, ou a mera vontade de buscar conhecimento mútuo, é uma verdade em potencial não justifica, em hipótese alguma, agir em benefício próprio com a desculpa de estar auxiliando ao outro.

O exemplo mais claro que vem à mente, e que pode muito bem tornar claro o que muito provavelmente ainda não está, é o seguinte:

"Um rapaz vive sua vida estando apaixonado por uma moça. Eles se conhecem desde pequenos porém, em algum ponto, ela apaixona-se e casa com outro rapaz. Anos depois o rapaz ainda a ama, porém respeita a decisão da amada, embora não se conforme com o fato de conhecê-la por anos e "perdê-la" para alguém que a conhece a muito menos tempo. Algum dia o esposo da moça sofre um acidente e morre. O primeiro rapaz da história então se aproxima ainda mais da moça, agora viúva, buscando consolá-la de todas as formas."

Esquecendo a dramaticidade, que faz esse trecho parecer de um filme hollywoodiano, e focando no que interessa, até que ponto a intenção dele por trazer conforto a ela faz parte da solidariedade e da essência de amor ao próximo? Naturalmente, em algum momento, irá usar de algum artifício para tentar fazê-la esquecer de vez o falecido esposo e então, conclui-se, começar uma vida nova ao lado de outra pessoa. Ele quer ser essa outra pessoa, sempre quis, e por mais que seja verdadeiro o seu amor, não justifica usá-lo como desculpa para tentar afastá-la rapidamente da dor e do sofrimento pelo falecimento.

Há um limite entre a sinceridade do gesto e o benefício próprio. Desconsiderando também, agora, qualquer outra regra moral implícita em nossas mentes, é óbvio que o melhor para quem perde uma pessoa é, o quanto antes, deixar de viver em função da perda. Entretanto isso também não justifica a possível - e quase sempre subsequente - intenção de começar um novo envolvimento. Tudo parece pesar a favor, eles se conheceram sempre, ele a ama e está claro, ao menos hipoteticamente, de que quer vê-la feliz só que...

Podem me chamar de chato, implicante e tudo mais porém não vejo razão para mudar de opinião. Não justifica. Como nenhuma ajuda é justificável quando feita, em primeiro lugar, para um benefício qualquer próprio. É como se você fosse a algum lugar sabendo que irá receber uma recompensa. Você, sabendo que não receberia recompensa alguma, iria mesmo assim a esse lugar? Esquecendo dos condicionais favoráveis - e contrários - duvido que iria, a não ser que a intenção de ir ao lugar fosse espontânea, desinteressada e, principalmente, incondicional.

Há muito não demonstro insatisfação indireta com alguém e, há mais tempo ainda, não justifico qualquer atitude minha por vontades, desejos e sentimentos próprios. Nada do que parte de mim justifica ou exige que algo deva partir de outra pessoa em minha direção. Além do egoísmo pela busca de algo a receber há a arrogância de colocar-se como centro de algo, sem justificativas coerentes e verdadeiras.

A verdade, quando vinda apenas de um lado, nunca justifica a verdade que parte, da mesma maneira, de, no mínimo, dois lugares diferentes.

Com o tempo se aprende isso. Embora nem todos tenham humildade para admitir.

*tenho consciência que seria muito criticado 
se alguma pessoa lesse os meus textos 
e nada do que escrevi tem a intenção de 
provocar qualquer atitude, em quem quer que seja.