sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Vamos jogar... vamos ganhar?

Comecei a jogar vôlei noturnamente há uns 2 meses. Há umas 2 semanas intensifiquei e aumentei os horários de jogo. E nesse tempo, acabei evoluindo nesse esporte que, para mim, só é bom se é jogado. Assistir um jogo de vôlei é como tomar suco de cebola com tomate frito.

O fato é que eu não vou falar sobre vôlei, mas sobre um fato, ou melhor, uma pessoa, que conheci jogando vôlei. O cara(isso elimina a possibilidade de uma suposta nova paixão, felizmente) é careca, provocador e irônico. Julga-se o sabe tudo no vôlei e um jogador de nível de seleção. Claro, o bocó não é nem metade disso como jogador. Enfim, o fato não é ainda esse.

Ele joga sério, como se fosse campeonato, como se valesse prêmio em dinheiro ou status. Todos os outros, principalmente eu e o Ricardo, meu amigo quase irmão, jogamos brincando. Levando a sério o jogar, mas não o resultado, como esse outro ser humano careca.

Ele tira ponto do adversário, do nada mesmo. Acrescenta pontos no seu time, do nada também. Bola fora para ele, se for a seu favor, é dentro. Se for na sua quadra, é fora sempre. Isso irrita. Como eu, mesmo sendo extremamente impulsivo, não quero discutir e nem brigar, porque afinal, só jogo para me divertir, e claro, para praticar mais algum esporte, não me irrito com tamanha... malandragem.

O careca, digo, o bocó, digo, o cara tem uns 50 anos, suponho. E ainda não aprendeu que o importante não é vencer. É bom vencer, sim, mas ainda se fosse um jogo oficial valeria.

Para piorar a situação, minha e dele, no meu time tinha um cara que nunca tinha jogado vôlei na vida. E ainda estávamos em 4 para cada lado. Ou seja, corremos feito loucos para compensar a falta de experiência do nosso amigo inexperiente que nunca havia jogado vôlei. E mesmo com isso, o time do careca... perdeu. Mesmo com todos os pontos invertidos e somados do nada.

O importante é competir, quase sempre. Mas ganhar de um cara que só quer ganhar, é bom também... ainda mais se ele for careca....(brincadeira...)

Tão tá!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Palavras que mostram alguma coisa

Aqueles que podem ver, buscam alívio nas mais belas paisagens e nas mais belas poesias escritas.

E aqueles que não podem ver? Ou pior, e aqueles que não querem ver?

Aqueles que ouvem, buscam consolo nas palavras ditas, sejam sinceras ou não. Aqueles que ouvem, querem uma melodia que os acalme e lhes traga uma paz interior que alivia a dor.

E aqueles que não podem ouvir? Ou pior, e aqueles que não querem ouvir?

Aqueles que podem falar, falam muito, gritam, desabafam. Porque afinal, as palavras estão aí para ser ditas, independente de haver alguém que as leia ou não.

E aqueles que não podem falar? Ou pior, e aqueles que não querem falar?

Aqueles que podem sentir, buscam um carinho, seja ele em um abraço ou um aperto de mão. Buscam para sentirem segurança e terem a certeza de que não estão sozinhos.

E aqueles que não querem sentir? Ou pior, e aqueles que não têm alguém que lhes faça sentir esse carinho?


É... fui ao chão... só assim para escrever uma coisa dessas...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Histórias do Billi J. - a luta do Billi J. contra a ignorância(final)

(continuando)
Esse, vendo a obrigação do pedido, não disse nada. O idiota ameaçou bater no Billi J. se ele se recusasse a desculpá-lo. E o Billi J. continuava sem mencionar uma palavra sequer, mas não parou um momento sequer de recolher o lixo(claro que para isso ele andava, mas o povo, esperando uma briga, o seguia). Depois de muita ofensa, mesmo tendo a orelha puxada pela guria, o Billi J. resolveu dizer:

-Me deixe recolher esse lixo em paz.
-Aiaiai, para com isso Manuela - disse o idiota para a guria - não vê que ele quer que eu vá embora?!
-Então se desculpe seu asno!
-Me desculpa logo infeliz!
-Vai embora.

E ficaram nesse vai, não vai, manda, obedece, não adianta nada, até que, em determinado momento, o Billi J. o desculpou e o idiota foi embora. Após o ocorrido, a guria perguntou para o Billi J.:

-Por que você não bateu nele? Duvido que não tenha força para tal...
-Eu tenho que terminar de recolher todo esse lixo que os porcos imundos dessa cidade jogam no chão todos os dias.
-Ah, então você é lixeiro?
-Não.
-Então?
-Se depender da prefeitura para ter uma cidade limpa, viveremos sempre no lixo.

Após compreender a lição de moral, ela insiste:
-Mas por que não deu um soco nele? Ele mereceu...
-É seu namorado?
-Não.
-Irmão?
-Não.
-Última tentativa, primo.
-Não. Ele é apenas meu colega. Um idiota que acha que pode tudo. Merecia levar uma surra. Por que não fez isso com ele?
-Eu poderia lhe dizer muitas coisas, lhe dar uma lição de moral ou de grandeza, dizendo que não me rebaixo ao nível dele ou coisas do tipo, mas não quero.
-Então?
-Não bati naquele infeliz apenas porque se o fizesse teria que fazer com todos aqueles que fazem a mesma coisa que ele fez hoje. Com todos aqueles que, ao invés de ajudar, acabam sempre atrapalhando.
-E por que continua fazendo isso, mesmo sabendo que sempre será maioria a parte da população que atrapalha ao invés de ajudar?
-Não sei.
-Como?
-Não sei o porquê de fazer isso.
-Ãhn?
-Nem tudo precisa ter uma razão para existir.
-Mas nesse caso...
-O que ainda fazes aqui? Uma guria tão bem vestida deve ter um motorista à espera.
-Hahaha, tá me cantando então guri?!
-Ãhn?
-Confessa vai...
-Confessar o que?

Percebendo que o Billi J. não era como todos os idiotas que ela conhecia, continuou...

-Nada não.
-Então me deixe com o meu lixo e os meus pensamentos.
-Os pensamentos podem ser seus, mas o lixo não.
-Alguém tem quer dono dessa porcaria toda. Nunca leu "O pequeno Príncipe?"
-Sim, mas o que tem a ver?
-"...tu te tornas responsável por aquilo que cativas..."
-E tu por acaso considera esse lixo importante?
-Sim.
-Como?
-O lixo é uma prova de que alguma coisa está sendo feita, mesmo que essa coisa esteja errada.
-Hum... e?
-E eu faço isso muito mais porque me sinto bem recolhendo esse lixo e colocando nas lixeiras.
-Mesmo que os lixeiros joguem grande parte disso no chão novamente, pelo fato de os caminhões de lixo estarem sempre abarrotados de sujeira?
-É, nem tudo são rosas.
-Se você achar uma rosa aqui...
-Não se preocupe... eu guardo ela para você
-Ui...
-Mas você se sente bem recolhendo lixo mesmo?
-Algumas pessoas pintam, outras tocam algum instrumento, outras escrevem... eu ajunto lixo. Qual o problema?
-Você é o problema.
-E ainda por cima, como diria a minha avó, mente ocupada não pensa besteira.
-E o que seria besteira para você?
-Esquece, não te conheço para te contar a minha vida.
-A...

O Billi J. a interrompeu.

-Peraí!
-O que?
-Eu sou o problema?
-Sim.
-Nem me conheces e me chamas de problema, por que isso?
-Não sei. Você é diferente.
-Tá, se queres chamar os caras do hospício, anda logo...
-Hahaha, não vou fazer isso. Você é um problema bom.
-Ãhn?
-Sim. As pessoas lhe vêem como um problema pois sabem que há alguém que foge da hipocrisia rotineira de usar e jogar fora. Você é o problema para todos, inclusive para mim.
-E o que pensas fazer? Me matar?
-Não. Deves ter alguém que continuará o teu serviço. E vejo que você é teimoso. Então é mais fácil fazer outra coisa.
-O que?

Ela pegou um saco de lixo do bolso do Billi J. e saiu as catas de lixo, assim como o Billi J. estava fazendo. Ele então a indagou:

-Mas por que isso?
-Não sei...
-Como?
-Não sei... nem tudo precisa de uma explicação, não é mesmo?

E com um sorriso lindo, ela continuou a recolher o lixo. Ele também o fez, mesmo que não tivesse entendido muito bem o porquê de tudo aquilo. Talvez a vida solitária do Billi J. tivesse começado a mudar, porque, pelo menos naquele dia, ele não estava sozinho na luta que deveria, pelo menos na teoria, ser de todos.

*essa lição não deveria ter uma moral e o Billi J. deveria ter surrado o infeliz do plai... digo, do idiota daquele bocó de mola lá. Mas enfim, mais uma vez o Billi J. surpreende, mesmo sem ser muito surpreendente.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Histórias do Billi J. - a luta do Billi J. contra a ignorância(parte 1)

O Billi J. estava naquela fase em que o mundo é o fim do próprio mundo e que a sociedade é o maior lixo que há no planeta. Ele queria porque queria fazer alguma coisa para mudar essa situação e, quem sabe, poder encontrar uma namorada que também seguisse os seus ideais de luta contra a monotonia porcamente capitalista e superficial que predomina na maior parte daqueles que habitam aquela já referida(pelo menos umas duas vezes) sociedade imunda na qual vivia.

O Billi J. não podia ver um papel no chão que ajuntava. Papel de bala ou salgadinho ele colocava no bolso e depois jogava no lixo, quando achava um. Sim, na cidade onde morava, eram poucas as lixeiras, por isso demorava até o Billi J. achar um lixo. Ah, garrafas pet também eram encontradas em grande número.

Ele sempre, mas sempre recolhia esse lixo, mesmo que não fosse seu e mesmo que o seu lixo estava sempre nas lixeiras, latas de lixo, ou mesmo, lixos da cidade, da universidade ou da sua cozinha. Muito preocupado com o meio ambiente, ele sempre participava de ações conjuntas para limpeza de qualquer que fosse o lugar e fazia parte de uma ong, criada por ele mesmo, para limpar tudo o que estivesse sujo e, conseqüentemente, prejudicasse a cidade, mesmo que num futuro não muito próximo.

Na verdade, ele era o único membro da ong, que não era bem uma ong, mas tinha nome de ong e até blog na internet(não como esse aqui, uma coisa útil, mas que não era bem atualizada pois o Billi J. não tinha tempo sobrando para tal, era estudo, limpar a cidade e estudo, comer e dormir eram tarefas secundárias). O Billi J. era um cara que fazia isso justamente para esquecer sua vida. Jogava-se no lixo com a intenção de limpar, na esperança que alguém se comovesse e o ajudasse, primeiro a recolher o lixo da cidade e depois limpar a sua própria vida.

Tosco, como sempre, o Billi J. um dia estava na sua limpeza e promoção da campanha "não jogue copos plásticos no chão" quando um idiota que usava gel no cabelo e tinha usava aqueles colares ridículos de rapper estadunidense que só grunhe(feito porco no chiqueiro) durante a música(que música? são só barulhos). O cara era um merda. Tanto que a primeira coisa que fez foi jogar o seu copo, onde sorvia porcamente algum líquido, fazendo ruídos extremamente irritantes para o Billi J. e qualquer outro que passasse por lá naquele momento, no chão, para indignação do Billi J.. Vendo a cara de indignado do Billi J., o por... digo, o idiota do plai... infeliz daquele piá de bosta, disse, sem qualquer remorso(e para provar que não há mesmo cérebro na cabeça desse tipo de gente):

-Tá com os óio(algo que seria entendido como olhos) pra cima deu por que mané? O copo é meu e eu faço o que quero com ele... tá ligado mano?

O Billi J. pensou que poderia matar aquele idiota. Pensou que poderia fazê-lo pegar aquele copo com a boca. Pensou que todas as suas aulas de defesa pessoal serviriam para fazer aquele filho da ... mãe dele engolir o que disse e voltar atrás com a sua atitude estúpida. Pensou muitas coisas em questão de segundos. Mas nada fez. Foi até o plai... o imbecil e, inesperadamente, se abaixou e ajuntou o copo. Sem dizer uma palavra sequer.

Todos que viram e pararam para continuar vendo aquela cena ficaram chocados. Como que o Billi J.(que para eles era apenas um qualquer desconhecido que fazia algo bom) que estava fazendo uma coisa útil, não reagiria àquela atitude infeliz, mas muito comum? Ninguém entendeu como ele conseguiu fazer tal feito. Tão ignorantes quanto o idiota, começaram a gritar...

...-Cagão!
-Amarelão!
-Seu covarde!...

...dentre outros xingamentos.

O Billi J. nada fez. Continuou seu trabalho de recolher o lixo daquela rua. Até os gritos cessarem, o idiota que havia atirado aquele copo e provocado o Billi J. e foi até ele, para lhe falar mais algumas coisas. E falou mais algumas coisas. Coisas que profundamente irritaram o Billi J.. Mas ele não reagiu. Nem uma palavra, nem um soco, nem um copo na boca do imbecil. Nada. Voltara a ser o Billi J. que guardava sua raiva. Nem ele entendia como conseguia agüentar tudo aquilo.

O idiota do plai... digo, do estúpido piá de bosta continuou xingando o Billi J., mesmo que à distância, até que chegou uma guria que o puxou pela orelha e o fez calar-se. Depois, a mesma guria gritou, para todos, inclusive o Billi J., ouvirem, que ele deveria se desculpar com o Billi J.. Ela havia visto tudo o que acontecera, mas só achou que deveria se intrometer quando percebeu que o Billi J. não reagiria. O idiota, puxado pela orelha pela guria, que deveria ser sua namorada, ou irmã, ou prima, ou apenas uma guria que havia visto a injustiça, bem, para retomar a frase, o idiota foi pedir desculpas para o Billi J..

(continua)

domingo, 26 de outubro de 2008

Que praga de raio que estraga a praga da tecnologia

Um raio a mais no céu.

Uma placa de rede a mais para o meu computador.

Um novo par de caixinhas de som, também para o meu computador(2).

Um novo estabilizador, também(2) para o meu computador(3).

O fato é que dificultou a postagem aqui no blog. Até porque, odeio digitar no teclado do computador do meu pai. Que teclado mais ruim. O cara tem que dar uma surra em cada tecla para poder aparecer uma letra no lugar onde se digita.

A tecnologia é isso. Todos os avanços facilitaram, em alguns casos muito, a vida das pessoas. A praticidade é facilmente percebida para qualquer que seja o lugar onde olhamos. O fato é que a durabilidade disso é muito pequena. Por mais que tenha sido um raio, aliás, vários raios, trovões, relâmpagos, enfim, o raio que o parta saído do céu e da terra(quem não sabe como se forma um raio, clique aqui), deveria, em teoria, haver uma durabilidade maior nesses produtos cujo preço não é de banana.

Essa tecnologia se tornou praticamente descartável, o que irrita, e muito, pessoas como eu, que prezam pelo uso contínuo das coisas e acabam se acostumando com o uso contínuo de determinados produtos. Lei de mercado, capitalismo, enfim, muitas coisas desse tipo seriam, e serão, ditas para mim em virtude dessa reclamação, mas não consigo me conformar que as coisas que uso não podem durar muito tempo e já estragam, queimam, param de funcionar por motivos desconhecidos ou por ação de espíritos maléficos e invejosos que habitam o corpo daqueles que me cercam e acabam cercando todos aqueles que possuem algo que seja derivado dessa tecnologia.

Que raiva. Dinheiro que poderia ser gasto com vários e vários horários de futebol ou de vôlei tiveram que ser gastos com uma coisa que, moralmente, deveria durar muito mais do que 3 meses.

É, uma placa de rede no meu computador dura pouco mais que isso.

Que raiva(2).

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - porque nem toda história precisa seguir um padrão lógico(última parte)

Essa história termina...

O Peugeot 206 parou. A loirinha parou. Aquela loirinha linda finalmente havia parado de procurar o que estava procurando. Não havia percebido nada mesmo, pois durante horas ficou inalterada ao volante, andando com seu carro branco devagar e olhando bastante para os lados. O bocó, digo, o guri, parou também. Cansado, exausto, acabado. Mais suado que gordo correndo os 100 metros rasos. Mas como ele estava participando, mesmo que sem querer, de um reality show, foram lá secá-lo, perfumá-lo, transformaram-no em gente. O bocó, digo, o guri, estava elegante, bem cheiroso à base de perfume e até recebeu um baita de um buquê de rosas vermelhas, fantásticamente recém tiradas, e uma caixa de bombons importados da Suíça, em forma de coração, claro. Seu novo sonho estava próximo de ser realizado. Ele conquistaria-a apenas por todo o seu esforço. O mundo* parou na frente da televisão para ver o final do reality show mais idiota de todos os tempos. Ele iria conquistá-la. Chegando perto, e com uns 3 microfones na roupa, para que todos pudessem ouvir sua declaração**, ouviu um celular tocar. Era o dela. Chegou mais perto, quando então, ele e o mundo, ouviram a loirinha dizer: "Tá tudo bem amor?". O mundo acabou naquele momento. Foram até o bocó, digo, o guri, e tiraram roupa nova, buquê, bombons e até o perfume que haviam colocado nele***. Os policiais foram embora também, helicópteros e câmeras, obviamente que também foram embora. Ficou só ele. Parado. Olhando para ela. Linda mesmo. Agora, de perto, via que essa loirinha era linda mesmo. E ela falando no celular. E ele olhando para ela. Ela nem o notou. Quando ele ouviu um "amiga, estou há horas procurando a tua casa e ainda não achei...". Ele foi a loucura, então ainda tinha chances com ela.

E o bocó... que agora eu chamo de bocó mesmo, ficou parado feito um bocó, no meio da rua, vendo a loirinha bonita dizer "ah, é na outra quadra... e eu procurando nessa aqui", e acelerando o Peugeot 206**** e dobrando a direita. E ele ficou lá... até que se lembrou que tinha que ir para algum lugar não especificado para fazer alguma coisa não especificada. Porém, olhou o relógio e decidiu mesmo voltar para casa e encomendar uma pizza.*****



Algumas pessoas afirmam que isso é uma lenda urbana. Outros dizem ter escrito um dos cartazes ou visto de perto os helicópteros filmando a cena. Mas eu, do alto da minha pequenez, digo que isso é apenas uma história do Bandiolo. E, de fato, é apenas uma história do Bandiolo.

*exagerar é uma boa forma de enaltecer e elevar situações toscas e inexistentes
**vivemos em um mundo em que as banalizações ocorrem das formas mais toscas, por isso, mesmo sem sequer tê-la visto cara-a-cara, ele pode se declarar sem medo de ser ridículo ou um fanático
***nunca duvide do que as pessoas que trabalham na televisão podem fazer
****a intenção jamais foi fazer propaganda, até porque, não recebo um tostão para escrever
*****nem toda história precisa ter um final feliz, ou triste. Aliás, nem toda história precisa ter um final mesmo. O título do texto avisa tudo isso...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - porque nem toda história precisa seguir um padrão lógico

Essa história continua... mais um pouco...

O fato é que, depois da polícia, um cara, com um papel e uma caneta na mão, começou a correr ao lado do bocó, digo, do guri que estava correndo atrás do Peugeot 206, digo, da loirinha, digo, da motorista do carro, e lhe ofereceu um contrato. Apavorado e, no impulso de afastar o idiota para conseguir continuar sua jornada atrás da loirinha, digo, do Peugeot 206 branco, ele assinou, mesmo que não saiba como, pois não parou de correr, nem de olhar para a guria. O cara do contrato então sumiu. Minutos depois, um helicóptero começou a sobrevoar o local e, bem rapidamente, o bocó, digo, o guri, olhou para cima e viu que estavam filmando-o. Para que filmariam-no?

Descobriu então, depois que viu mais câmeras lhe filmando(só que essas estavam na calçada, em cima dos telhados das casas, enfim...) e algumas pessoas com cartazes de apoio, com textos do tipo "manhê, to na tv" e "esse é o cara mais idiota que já vi na minha vida, mas ainda fizeram um reality show com ele", percebeu que havia assinado um contrato para fazer um reality show com ele, com essa "perseguição", essa insistência dele em correr atrás da loirinha, que, passadas umas 6 horas e mesmo com todo o escândalo, ainda continuava olhando para os lados, vagarosamente, procurando algo que ninguém sabia o que era. A coisa ficou tão séria, que já eram 6 da tarde e o céu começou a escurecer. Não, não ia chover. Estava anoitecendo mesmo. Os vendedores de cachorro quente, pé-de-moleque, cerveja e afins, e os bocózinhos que faziam aquele serviço comunitário de distribuir água pro bocó, digo, para o guri que corria há horas, estavam indo embora, pois não agüentavam mais ver e rir daquela palhaçada toda. Foi quando então...*


*não houve asteriscos nesse texto, exceto esse, que é um explicativo do já citado

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - porque nem toda história precisa seguir um padrão lógico(parte 2)

Essa história continua...

Com o bocó, digo, o guri, correndo, mesmo que em marcha quase lenta, atrás do Peugeot 206 branco, ou melhor, da loirinha lindinha que o dirigiaa. A coisa começou a ficar chata no momento em que, 30 minutos depois(!!!), a guria dobrou, pela quarta vez, à esquerda e entrou novamente na rua onde essa história começou. O bocó, digo, o guri, não entendeu nada, mas não importava, pois aquela loirinha que dirigia aquele Peugeot 206 branco valia a pena, pelo menos pela beleza. Ele, louco por ela, continuou no seu embalo atrás do carro.

*A coisa começou a ficar chata, até que, depois de umas 5 voltas, a polícia** colocou seu carro atrás do guri, claro, em baixa velocidade. Ele explicou que não estava querendo matá-la nem nada, mas sim queria falar com ela, ou algo do tipo, de tão linda que era. Então a polícia fechou as ruas que poderiam dificultar a empreitada do bocó, digo, do guri. Ou seja, só a quadra em que ela, a loirinha lindinha e ele, o bocó, digo, o guri, estavam andando(não em círculos, mas sim, em quadrados, ou melhor ainda, em quadrado) estava disponível. Muitos policiais vieram ajudar na tarefa e duas motos começaram a escoltá-lo. Incrivelmente, a loirinha do Peugeot 206 nada fez de diferente, e continuava andando, sem pressa e olhando para os lados como se procurasse algo(que depois de tanto tempo já deveria ter encontrado). Depois de ganhar uma, estranhíssima(para não dizer outra coisa) ajuda da polícia(!!!²), algo quase mais impressionante aconteceu...

*era para ser apenas um parágrafo, mas ficou muito grande, então dividi em dois;
**pelo menos aqui a polícia faz o seu trabalho rapidamente

(continua)

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - porque nem toda história precisa seguir um padrão lógico(parte 1)

Essa história começa...
Com um bocózão. Um guri, que seja. Ele saindo de casa, rumo a algum lugar não especificado*. Logo ao se aproximar da primeira rua que iria atravessar no seu caminho, parou, pois viu que um Peugeot 206, branco, mais novo que... mais novo que... enfim, mais novo que alguma coisa bem nova, deu o sinal de que entraria naquela rua que o nosso personagem ia atravessar. Ele ficou reparando quando o carro entrava na rua e percebeu que o motorista era a motorista. E que motorista. Uma loirinha** daquelas que não precisam ter carro porque oferta de carona não falta. Que loirinha mais linda aquela ein... Bom. O bocó, digo, o guri, decidiu que iria atrás daquela loirinha, porque provavelmente ela iria parar naquela rua, que afinal, era uma rua qualquer, daquelas pequenas, uma quadra de comprimento apenas. E foi. Caminhando, pois a loirinha, digo, a motorista do carro, não acelerava pois olhava para os lados, parecendo procurar alguma coisa. Chegou ao final da rua e dobrou à esquerda. O bocó, digo, o guri, o acompanhou(acompanhou o carro). E ele, o carro, foi andando(comandado pela loirinha) vagarosamente por mais uma rua. Continuava olhando atensiosamente para os lados, mas não percebeu que um guri a seguia.

E chegado ao fim de mais uma quadra, ela dobrou, mais uma vez, à esquerda. E ele, o bocó, o guri, continuava seguindo-a. Porque afinal, ela era uma loirinha linda pra caramba.

*porque afinal, nem toda história precisa ter uma especificação de para onde vai o indivíduo, que nesse caso deve ser a personagem principal;
**toda história tosca tem que ter uma loirinha, por qualquer que seja o motivo;

(continua)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

De um sermão a um textão...

Desde que assumi minha posição religiosa, a partir da minha entrada em um movimento de juventude cristã, percebi que, para mim, sermão bom em missa é aquele que dá um tapão moral na raiz do ouvido do indivíduo e o faz repensar muita coisa.

Hoje, ou melhor, ontem, não foi diferente. O bispo daqui, ainda novo na paróquia, falou bastante, mas pelo menos 90% dos que ouviam, acredito eu, levaram uma paulada na cabeça e ouviram o que ele disse. Palavras simples, palavras com muito sentido que realmente serviram para mudar certos pensamentos na cabeça de quem ouviu.

O trecho do Evangelho de hoje mais citado na homilia(sermão) foi aquele em que Jesus disse "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Esse "dai a César...", como bem disse o bispo, não é só a questão de pagamento de impostos. Muito além disso está a honestidade, que mesmo relacionada não é propriamente dito como pagar impostos. Tem também a busca por conhecimento, o que evita que nos tornemos pessoas ignorantes perante o mundo, evita que nos tornemos hipócritas por falta de conhecimento.

Eu sei que os leitores desse blog, em sua maioria, não devem seguir qualquer religião, mas ouvir um relato como esse os faria pensar um pouco mais. A questão da honestidade é um dos maiores problemas sociais que temos. Porque onde há hipocrisia, a honestidade se torna uma simples flor no meio de tantos espinhos. Existe, sim, mas ninguém quer chegar nela, tamanha a dificuldade para passar pelos espinhos, que no caso seriam todos os corrompidos, ou corruptos, que habitam esse vaso de flor, que obviamente seria a nossa sociedade.

O fato é que torna-se muito, mas muito produtivo ouvir palavras que demonstram um conhecimento e uma visão de sociedade, e de mundo, coisa que só quem participa disso tudo pode dizer. E cabe a cada um seguir esse princípio de honestidade para poder então, sem ser hipócrita, exigir honestidade daqueles que vivem da corrupção.

A sociedade se perde na sua hipocrisia em não admitir o erro pessoal e mesmo assim criticar o mesmo erro que o vizinho comete.

Mas é isso...

domingo, 19 de outubro de 2008

Acabem com o horário de verão

Não me venham com a história de que quando o horário de verão acabar recuperaremos essa hora de vida que perdemos hoje. Isso é bobagem. Porque perdemos uma hora de vida no dia 19 de Outubro e jamais a recuperaremos.

Essa história de horário de verão é uma porcaria. Não serve pra nada. "O dia fica claro até as 8, 9 da noite". Para o inferno quem diz isso. É uma desculpa muito superficial, porque não há essa vantagem, pois de manhã fica escuro por mais tempo. Então, qual a vantagem?

É um saco ter que, todo ano, adiantar o relógio em uma hora. Porque nunca a coisa fica 100% certa. Principalmente com relógios de ponteiro. Que saco ter que mudar o horário de todos os relógios da casa. É muito trabalho apenas porque um bando de bocó achou melhor que durante alguns meses as pessoas vivessem uma hora a frente do seu tempo.

Se queriam ser progressivistas, positivistas, pessoas a frente do seu tempo, que adiantassem apenas os seus relógios, calendários e afins. Sobra pra nós, pobres coitados, a árdua tarefa de mudar o horário dos relógios e perder uma hora de vida(!!!). Que poderá, e apenas poderá, se recuperada com um dia no mês de março tendo 25 horas(um bônus para os coitados, mas mais trabalho, de atrasar o relógio também).

E se a pessoa morre nesse tempo? Ela perdeu mesmo uma horta de vida certa e muitas outras em virtude da morte. Sacanagem. Não se pode mais morrer no período do horário de verão porque não se recuperou a hora perdida por aquela maldita mudança.

Sacanagem essa ein... eu não gosto de horário de verão. Sei que sou minoria absoluta, mas gosto de relógios tradicionais, que trabalham sem serem alterados, por qualquer que seja o motivo. Questão pessoal mesmo.

E sem contar que a mudança não é em todo país... o que aumenta a confusão pra quem viaja.

Ôooo saco...

sábado, 18 de outubro de 2008

Lookin' for a reason - Creedence Clearwater Revival

(o selo está no post abaixo)

Faz tempo que não posto uma letra de música agora. Então coloco essa do Creedence. Gosto bastante dessa música, e da letra. Viva o rock!

Lookin' for a reason

I'm lookin' for a reason to stay.
I'm all wound up and tied in knots today.
I'm lookin' for a reason not to go.
When the morning comes, I'll be on my way.

Ev'ry night I ask myself again
Just what it was that made our dream begin.
It seemed like a good idea way back then.
But I'm wond'rin' now what daydream took me in.

Yesterday I tried once more to find
A way to share the trouble on my mind.
It seems like you turn away ev'ry time.
I used to like it here, I can't remember why.

*letra retirada do site Letras.mus.br
Quem quiser ouvir, clique nessa coisa aí embaixo.

Creedence Clearwater Revival - Lookin' for a reason

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Selo "Melhores 2008"


Com grande hora e uma surpresa muito maior, mostro ao público(eu tenho que fazer umas piadas graça como essa...) o selo recebido pelo Blog do Maluco da menina, guria, moça, enfim, da companheira blogueira Sara, do blog Fábrica de palavras.

Bem, o procedimento ao receber o Selo é este aqui:

1º Expor o selo no blog;
2º Colocar o link dos indicados;
3º Presentear 10 blogs.

Como combinado, repasso o Selo para outros 10 blogs, que gosto de ler, sempre que possível. Blogs que conseguem me tirar um pouco dos momentos de solidão com palavras que, mesmo que não muito bem compreendidas, são sempre lidas com atenção. Menos quando eu aviso que não consigo ler(ou quando tenho que avisar do selo). Agradeço a vocês!

1 - As crônicas mal-contadas
2- Borboleta em metamorfose
3- Contos no papel
4- Procurando a ponta do durex
5- Blog da Graziela
6- Preparados para encarar?
7- Tapibaquígrafos
8- Infinito Particular
9- O choque
10-Tosco por ser tosco - explico: os outros membros do blog me fazem pensar bastante com suas postagens, tão ruins quanto as minhas, ou melhores que as minhas bobagens lá.

Nem as capas importam mais

Antigamente dizia-se aquele famoso "não julgues o livro pela capa". E sabe, que as pessoas não julgam mais os livros pelas capas. Porque olhar a capa exige um grande esforço, muito maior do que as pessoas, querem fazer para julgar os outros. Porque afinal, eu não preciso nem ver a cara da pessoa pra dizer o que ela é.

E tudo por quê?

Simplesmente pelo fato de que posso ouvir alguém comentando e tomar aquela opinião, que não passa de uma opinião(tem aquela do "a beleza está nos olhos de quem enxerga" que se encaixa aqui), como uma verdade, e espalhar para todo mundo.

É muito fácil simplesmente dizer que alguém não presta, que é isso ou aquilo, só porque uma terceira pessoa falou. Talvez essa terceira pessoa tenha essa intenção apenas. E você acaba sendo o boca de sapo que repete aquela coisa. Difamação? Deve ser mesmo.

O fato é que antigamente as pessoas ainda olhavam para as roupas das outras, para o cabelo, se parecia ter dinheiro ou não(isso era visto no carro, casa, enfim...), para depois julgar. Hoje nem isso.

Que foda.

Se bem que há momentos em que pode-se fazer isso, mas poucos. Quando você descobre uma baita sujeira da pessoa. Por terceiros, que seja. Mas você comprova que aquilo é verdade. Comprova por si. Aí vale xingar alguém. Ofender alguém.

Agora, se você não se deu nem ao trabalho de verificar o fundamento da ofensa, então é melhor ir chupar uma laranja.

Porque sabe né...

Bom, eu ia completar a frase de cima com mais um "ditado popular", então decidi não completar, pois já foram usados muitos aqui.

Tudo isso era para ser apenas uma frase, mas como já postei duas frases seguidas, resolvi escrever algo mais.

Tenho certeza que alguém quer a minha cabeça por enrolar e não chegar a lugar nenhum com esse texto. Mas acostume-se, isso é coisa rotineira no blog...


Tão tá!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Frase do dia:

Vida de pássaro que não quer voar mas sabe que precisa... loucura de quem quer se atirar das nuvens e não o faz porque sabe que não está lá!

(frase que surgiu logo em meu primeiro recado, pra mim mesmo, naquela coisa chamada Twitter)

ps. a frase é minha sim, como todas as outras que posto aqui

Beirando a insanidade

Talvez os meus textos mais complexos tenham sido escritos em momentos como este. Momentos em que pensamentos são balões de água esperando para serem estourados e assim molhar alguém(???). Momentos em que não há passado feliz que me faça rir. Momentos em que não penso muito, apenas percebo. O bom e o ruim.

E tudo em vão.

Porque não chego a conclusão alguma.

Não me sinto bem. Não sei por quê. Não sei nem se esse "por quê" está correto. Enfim. Começo com essas bobagens. Sozinho, falo mais do que nunca. Sozinho. Andando e falando sozinho.

Nem um hospício é capaz de me ajudar. Hoje.

São ideias, são pensamentos, são lembranças, são sentimentos, são sonhos. Tudo misturado. Aliás, tudo é um exagero. Porque tudo aquilo não forma nada. E a minha mente vaga. Em imaginações. Em recordações. Em contradições.

Antigamente eu escreveria algo como "talvez seja isso... talvez seja aquilo...". Previsibilidade tosca. Tão previsível quanto uma auto-crítica(que deve, pelo menos parece dever, continuar sendo escrito da mesma forma) nesse texto. Infundado. Afundado. Em mágoas(?) ou alguma outra coisa.

Nem teimando não adianta. Nem soqueando não adianta. Nem xingando não adianta. A minha mente me abandonou hoje. Dia propício para cometer algum crime. Dia propício para jogar tudo fora, esquecendo ideias, convicções e tudo o que tanto prezo. Dia, ou melhor, noite, dar um giro de 180° e realmente mudar o destino. Meu, seu, de quem quer que seja ou que pudesse ser mudado.

Insano. Ou beirando a insanidade.

Ainda fico com a primeira opção. Mesmo tendo a certeza de que, se fosse completa insanidade, não estaria escrevendo esse texto. Se bem que, já estive pior e mesmo assim, escrevia.

Não estou bem. Talvez nunca estive.

Porém... que diferença faz? O que eu queria mudar, talvez não queira mais. E mesmo se quisesse, não adiantaria.

Então repito, que diferença faz?(2) Amanhã(dia em que será postado esse texto, pois será agendado), acordarei e perceberei(malditos verbos que mudam de forma em tudo quanto é situação) que aquele dia já passou. Que aquela confusão já passou. Que a insanidade, digamos, má, já não habita mais meu cérebro. Que minha mente voltou para o seu lugar.

Infelizmente, voltarei ao mesmo lugar, sem qualquer evolução.

Porque eu sou o único idiota no mundo que consegue pensar, ou pelo menos tentar pensar, muito, escrever, entender(pelo menos um pouco) o que se passa e não mudar nem uma vírgula das frases que regem sua vida.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Histórias do Billi J. - quando uma conversa é só uma conversa mesmo

Conversando um dia com seus colegas de faculdade, o Billi J. começou a contar sobre o seu passado(bah, quem lê isso pensa que ele tem uns 250 anos), já que é o único do grupo de 5 que conversavam no bar, que não era da turma antes da faculdade. E o Billi J. começou a contar da sua paixão pela Renata, da vez em que ele saltou de um restaurante pela janela, quebrando um vidro e depois fora, pelo menos quase, atropelado pelo pai da Renata.

Contou de tudo o que correu por ela e da dificuldade em se declarar. Contou o que fez no dia em que começaram o namoro, e no que pensou quando descobriu que ela iria embora alguns dias depois. Contou o número de declarações que fez para ela em menos de um mês(na história da humanidade, ninguém chegou perto do número do Billi J.).

Enfim. Depois de ter contado tudo isso(e mais o que já foi escrito nas outras histórias do Billi J. - para quem quiser lê-las, clique no marcador "vida do Billi" no final desse texto), o Billi J. começou a beber o seu copo de suco de bergamota com amora(!!!).

Foi então que, pensando em tudo o que havia escutado, um amigo lhe disse(e o diálogo começou):
-Billi...

-Ãhn?

-Sabe...

-Depende do que.

-Deixa eu falar seu baúco(sinônimo de tonto, bocó, animal, idiota, "xingamentos" desse tipo).

-Ninguém está te impedindo.

-Mas sabe...

-O que?

-Se eu fosse mulher, namoraria contigo.

Espanto geral, uma declaração dessas geralmente é feita numa roda de amigos de anos e anos, todos já com uma idade avançada. Todos os outros, menos Billi J., que ficou com cara de espantado, riram daquilo. O cara que disse isso então se explicou:

-Vocês entenderam gurizada..

-Sim, você se sente atraído pelo Billi J. - disse outro, aumentando a raiva do primeiro.

-Não. Claro que não. Eu só disse isso porque nunca fiz por nenhuma das minhas ex-namoradas...

(não pode completar a frase pois fora interrompido)

-Claro que nunca fez por nenhuma delas, você nunca namorou...

(as gargalhadas aumentaram, aquela conversa virou típica roda de adolescente bebendo cerveja(menos o Billi J., que bebia suco de bergamota com amora))

-Vavá-te baúco arcaide. Já tive mais namoradas do que você.

(todos ficaram em silêncio, menos o Billi J., que já estava em silêncio, pois sabiam que aquilo que fora dito era verdade, não havia na cidade, e quem sabe, no país, um cara que tivesse tantas namoradas quanto aquele cara lá, que não ganha nome, por enquanto)

-O que eu queria dizer é que eu nunca fiz por nenhuma delas o que ele fez pela... como é mesmo o nome dela?

-Renata.

-Isso. O cara brigou com um ex-melhor amigo, comprou uns xebas, correu feito condenado, enfim, fez o escarcéu para poder se declarar pra ela. Por isso que eu disse aquilo.

E todos, mesmo entendendo desde o começo, continuavam dando risadinhas, mas agora seguidas por uns "sim sim" e outros "entendi".

-Mas e agora Billi, cadê ela?

-Na Inglaterra.

-Mas vocês têm algum compromisso?

-Sim. Digo, não, Digo, talvez. Porque é complicado falar por mim e por ela. Se eu pudesse, ia morar lá.

-Hum... E a Amanda, aquela loirinha?

-Sei lá.

-Como "sei lá"?

-Nem tudo tem um porquê meu jovem...(disse isso inspirado nas frases de um antigo professor)

Continuaram conversando. E bebendo. E rindo um da cara do outro. Como amigos. Porque afinal, amigos são para essas coisas. Rir. Conversar. Confessar. Relembrar...


Não que tenha algum fundamento todas as coisas escritas acima, mas enfim... é a vida do Billi J..

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Pergunta:

Vendo umas coisas, que no caso, não interessam(nem mesmo a mim), tive uma idéia de pergunta. Porque hoje eu não tenho muito o que escrever. Percebi, como em tantos outros dias, que ainda existem coisas que preciso aprender, ou entender, ou corrigir, ou fazer. Então não tenho muito o que escrever.

A pergunta é:
Comparando-te a um produto perecível, qual seria a tua validade? Ou, até melhor, qual tu querias que fosse a tua validade?

Leve-se em conta desejos, realizações, sonhos e coisas já concretas. Leve-se em conta prioridade de valores e sentimentos. Não deve ser levada em conta a data de fabricação(??!!!).

Eu sei que é pouco isso, mas enfim...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Só não vamos chorar por isso...

Se você quer ter a atenção de alguém, não precisa se esforçar, apenas chore. Não há gesto que mais faça as pessoas sentirem pena do que lágrimas caindo de um rosto com uma feição triste. As pessoas sentem pena, lamentam, se entristecem apenas pelo fato de alguém chorar. Comoção. Essa é a palavra. As pessoas se comovem vendo a tristeza, ou até a alegria, de alguém.

O choro da vitória, justa pelo trabalho e inexplicável pela falta de apoio e condições básicas, faz as pessoas quererem "rever conceitos", exigirem "investimentos já", criticarem a falta de apoio do governo e de qualquer que seja a pessoa, ao vencedor, que nem precisa ter ganho mesmo, ficando entre os primeiros é a conta. Vimos isso nas olimpíadas. Ou não é? O futebol feminino que o diga.

O choro da tristeza então, esse é o pior. O mais comovente. O mais triste que pode acontecer com alguém. A mais simples e cruel lamentação que um ser humano machucado pode mostrar ao mundo. O primeiro sinal de fraqueza. Geralmente. A primeira mostra de dor.

O choro de alguém exige o esforço de outrem(que fique entendido no contexto, porque a existência dessa palavra é duvidosa para minha mente) para que a derramação de água salgada que insiste em sair dos olhos desse alguém, cesse. Mas não sei porque há uma busca incansável por querer parar um choro. Por que as pessoas não podem chorar? Por que elas devem parar de chorar logo que começaram a fazê-lo?

Eu não entendo essas pessoas que chegam com um pano na mão querendo secar logo as lágrimas de quem chora. O choro é uma expressão de tristeza, ou de alegria. Deve ter liberdade para correr pelo rosto de quem, querendo ou não, chora. Se querem secar alguma coisa, busquem um chão molhado para usar o pano com um fundamento bom.

Chorar alivia. Tensões e qualquer outro problema, ou semi-problema pelo qual a pessoa passa. E depois, pessoas que choram mostram que possuem sentimentos. Um coração, como diriam os mais animados. Pela sinceridade de um choro podemos dizer se a pessoa realmente sente ou apenas finge.

Só não termino o texto com um "vamos chorar!", porque assim estaria banalizando o choro...

E eu odeio banalização. Sem banalizar o odeio.

domingo, 12 de outubro de 2008

Frase do dia:

Enquanto houver uma criança sorrindo, ainda haverá esperança.

sábado, 11 de outubro de 2008

Os tempos mudam, até as crianças mudam

Amanhã é dia 12/10. Não, não é o meu aniversário. Não é um dia em que todos se reúnem pra jogar conversa fora e relembrar velhos tempos(exceto nas festas de bairros e/ou cidades). Não, não é um dia inesquecível. Mas pode ser.

Dê a um guri de 5 anos um carrinho, de plástico, de madeira, de qualquer material, pode ser até aqueles pequenos feitos de metal, para ver a reação dele. Aquele baita sorrisão. Aquela felicidade irradiada, que contagia até os mais céticos. E ele nem agradece e já sai brincar. Também, nem precisa agradecer, pois é visto que o presente valeu.

Dê a uma guria uma boneca. Ela nem vai agradecer, vai sair correndo, contando para as suas vizinhas(que nesse caso devem ter a mesma idade dela), mostrando para todos os que ela conhece a sua nova boneca. E o sorrisão também.

Acabou, por influência, dizendo aquela maldita e tosca frase "no meu tempo...", mas sei que não sou velho para dizer isso. Voltando 10 anos no tempo vejo que muita, mas muita coisa mudou. Acho que ainda existem guris que pulam de felicidade quando ganham um carrinho, uma bola, um pião(!!! - sou do tempo do pião), sei lá, coisas assim, brinquedos simples.

Lembro do dia em que ganhei uma meia de presente de "amigo secreto". Que raiva. Meus colegas ganharam carrinhos, bolas de gude e eu com uma meia. Que nem me servia. Que raiva(2). Também lembro quando tinha bingo na sala de aula. Eu era um dos últimos a ganhar, aí só sobrava fita k7 de sertanejo ou escova de dente. Que raiva(3,4,5,6).

Mas lembrando, vejo o quanto era engraçado isso. Aquelas meias eu rasguei pra fazer uma espécie de faixa no pé machucado, anos depois de ter ganho. A escova de dentes eu até usei, mas ela era muito velha, as cerdas começaram a cair do nada.

Coisa de criança. Correr na rua até no escuro. Dar um chute naquele cara mais velho que achou que poderia te fazer de saco de pancada e depois correr pra junto do pai. Puxar o cabelo das gurias só pra ter um motivo pra correr, pra brincar. Fazer montes de areia, terra, o que tiver, pra brincar de carrinho. Pegar os bonecos e começar a lutar. Tudo isso é coisa de criança.

Não cabe a mim falar sobre coisas de gurias. Porque criança guri não gosta muito de criança guria e vice-versa(isso é igual em todos os tempos, e muda depois que crescem, na grande maioria dos casos). Porque criança corre sem ter destino. Sem preocupações. Sem se importar se não pode, se os adultos não querem.

Estragaram a liberdade das crianças de hoje com televisão, computador, celular(crianças de 8,9 anos já têm celular, muitas vezes), enfim, todos esses aparatos tecnológicos que podem até facilitar, mas tiram a espontaneidade e a infância de uma criança.

Ah, amanhã é dia também da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Mas criança não quer saber disso. Quer saber do presente.

E mesmo sabendo que não vou ganhar, quero o meu...


hahahahhahahahaha

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

"Crescer todo mundo cresce. O difícil é evoluir"

(quando eu resolvo colocar um vídeo, ele é tirado do youtube... mas enfim, vou ter que reescever o texto agora)

São poucas as vezes em que olho o youtube. Mesmo sendo muito popular, acabo olhando poucos vídeos, por motivos que variam de falta de vontade de procurar até preguiça de ficar olhando vídeos. Mas achei esse e, até por ser tosco, decidi colocar aqui(mas tirei porque ele foi tirado do youtube).

Mas a frase do título, que, não por acaso, está no vídeo, chama a atenção no momento em que percebemos existirem tantas pessoas com mentes pequenas. Não pela atitude do vídeo em si(um cara estoura uma sacola de papel enquanto uma repórter gravava uma matéria para a televisão), mais pela frase mesmo(que aparece depois que o cara estoura a sacola de papel).

É(era) um comercial de uma escola, o que, no caso, não vem ao caso(muito menos agora). E isso deve ser ignorado pois não estou(estava) fazendo propaganda aqui(muito menos agora), ou pelo menos não tenho(teria) essa intenção.

Mas é interessante pensar um pouco se apenas crescemos ou acabamos evoluindo durante esse crescimento. Atitudes de criança, como a do cara do vídeo(que era até engraçado), podem ser, como podem não ser, prova de evolução, ou algum termo semelhante. Atitudes assim mostram ousadia, mesmo que o vídeo seja um comercial, e bem manjado, e um certo tom de idiotice do cara. Mas não indicam que ele seja necessariamente um idiota irresponsável..

Crescer todos crescemos, invariavelmente(os anões também crescem, mesmo que apenas em idade). Mas o importante é poder trazer alguma coisa a mais, algum aprendizado. Evoluir não quer dizer se tornar responsável e certinho. Quer dizer... bom, é relativo para cada um, cada um tem uma opinião, uma idéia de evolução.

Para mim, é entender a vida como uma coisa estranha, com chocolates e urtigas misturadas. Evoluir nos faz diferenciar o chocolate das urtigas, se é que me entendem...

E é isso. Por enquanto.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - -"Ai meu..." -"puts, acho que a velha morreu"

Essa é do tempo em que não havia tudo o que há hoje. Um tempo em que melado era a pasta de dente das crianças. Tempo em que alfafa valia alguma coisa. Tempo em que as cidades do interior estavam TOTALMENTE livres das drogas, aliás, as pessoas das mesmas nem sabiam o que eram drogas.

O rapaz era trabalhador. Aliás, nem era rapaz. Era uma criança. Tinha os seus 10, 11 anos. Mas já trabalhava. Dirigia... carroça, levando verduras, vinho e salame para a cidade. Não gostava muito, porque, para fazer curvas, a carroça emperrava.

Certo dia, o guri teve que levar a mãe de sua mãe, ou seja, sua avó, e mais umas cinco tias para outra cidade. Estrada estreita, de terra batida(nem asfalto havia naquela época), cheia de curvas. Em determinado ponto da estrada, viram(o guri e todfas as mulheres que estavam junto) um caminhão, o que naquela época era raro. Principalmente numa estrada deserta como aquela. Era um Ford, o modelo não se sabe.

Como a estrada era estreita, o caminhão foi avançando e a avó do guri se apavorou. Disse:
-Ai meu D...

Nem terminou sua fala e... teve um enfarte. Morreu. O guri, sem saber o que fazer, continuou andando, o mais beirante o possível, até que o caminhão, também fazendo um esforço para desviar, passou e seguiu viagem.

Ninguém sabia o que fazer com a velha. Então resolveram deixá-la no caminho para aliviar peso. O guri deixou suas tias na outra cidade e, quando voltou, não encontrou mais a velha, digo, a sua avó, no caminho.

Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém faz a menor idéia do que aconteceu com o corpo da velha. Nem o guri. Nem as mulheres. Nem o bocó que escreveu essa história...

*baseado em fatos reais...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

17 anos

Nesse dia, no ano passado, eu escrevi um texto sobre aniversário. Porque afinal, o dia do aniversário é apenas o dia do aniversário, que consta na certidão de nascimento e que serve apenas para informar quando nos tornamos um ano mais velho.

Eu até tinha a intenção de copiar aquele texto e postar de novo esse ano, mas como lembrei que ele fala muito em "não vai mudar nada só porque o meu aniversário é hoje", decidi não escrever.

Como hoje não tenho muita coisa a dizer, apenas consto que, de alguma maneira, uma uva quer estragar todo o futuro vinho, apenas por birra, infundada, com uma outra uva. E uma uva que não tem nada a ver, acabou percebendo o quanto essa uva é ignorante. Outro termo deveria ser empregado, mas como esse é um blog em que há um certo respeito com quem lê, esse termo não será escrito.

De fato, hoje completo 17 anos mas não começo uma nova caminhada, um novo rumo, uma nova alguma outra coisa apenas por fazer 17 anos. Nada mudou. Nada foi ganho, nem perdido. Nada de novo foi acrescentado. Nada foi pedido. Não há decepção como no ano passado. Porque chegou um ponto em que entendi muita coisa que não queria entender.

Do que não tenho, o que queria ter, pelo menos hoje, não tive.

Até que faz falta, mas, sei bem que isso não é possível. Nem hoje. Nem amanhã. E provavelmente nem nunca.

Mas que nada. Há um lado positivo nisso.

Só preciso encontrá-lo...


Hehehehe

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - Lembrem-se sempre das pequenas coisas...(continuação)

(contiunuando)

...Com o tempo, outras pessoas foram aderindo a esse “vamos pensar povo burro e não vamos aceitar as manias daquela mimada arrogante” e a turma se dividiu em dois. A rua, por influência da outra, cujas façanhas de bloqueio do estrelismo daquela que o possuía, também se dividiu em dois grupos. Logo, a cidade estava dividida em dois grupos. Poucos sabiam o porquê dessa divisão e como uma guria só conseguiu dividir uma cidade em dois blocos. Era uma guerra fria dentro de uma cidade e por motivos patéticos. Porque só a estrelinha dessa história(que não ganha nome porque eu cansei de colocar nomes nas minhas histórias) não gostou de ter sua opinião contrariada por outra guria, inferior a ela(na cabeça da personagem principal do texto)(guria cujo nome também não foi revelado porque histórias sem nomes tornam-se mais enroladas, toscas e, também por isso, tenham mais relação comigo).

E aquilo avnaçou. Ficou parecendo a divisão de Springfield num episódio dos Simpsons, ou até a Guerra Fria mesmo, só que em menores proporções. O que era birra, passou a ser mais do que birra(óbvio), mas era uma coisa estranha. Porque aqueles que não agüentavam aquela metidinha arrogante e pretensiosa, não deixavam de cumprimentar aqueles que estavam do lado dela. Mas esses não cumprimentavam aqueles só por aquela bobagem mesmo.

O tempo foi passando e a bocó da personagem principal da história teve um problema de saúde. Precisava de uma doação(não importa o quê, importa sim é quem). E adivinhem quem era a única pessoa que poderia doar para ela o que ela precisava? (eu preciso escrever uma bobagem previsível uma vez na vida...) A guria que ela julgava inferior.

Só que ela não aceitou a doação. Preferiu morrer ao invés de receber a doação(de alguma coisa não definida) daquela que tanto criticava. Mas no seu testamento(!!!), deixou escrito um punhado de bobagens, coisas como “continuem com a minha luta contra aquela atrevida que sempre me contrariou porque tinha inveja de mim”, mas no final, explicou o real motivo de toda a raiva que tinha daquela guria inferior. Na última linha do testamento, estava escrito, em letras maiúsculas(como será retratado aqui): “EU SEMPRE ODIEI AQUELA PESSOINHA INFELIZ PORQUE ELA USVA UM BRINCO DE ESTRELA QUE EU PROCUREI EM TODOS OS LUGARES DO MUNDO E NÃO ACHEI, ODEIO ELA E NO OUTRO MUNDO TAMBÉM ODIAREI ELA. MAS EU VOLTAREI, NEM QUE SEJA PARA ROUBAR AQUELE BRINCO”.


Morais da história:

1-Toda mentira tem um fundo de verdade;
2-Toda história desse blog se baseia em alguma coisa, verdadeira ou mentirosa;
3-Nem toda história precisa ter uma moral, mas essa tem;
4-Para acabar de vez com essa bobagem, a moral é algo como “pequenas coisas podem fazer grandes estragos”.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Histórias do Bandiolo - Lembrem-se sempre das pequenas coisas...

Ela era linda, mas linda mesmo. Cabelo castanho que parecia vivo de tão bonito que era. Tinha um rosto bem desenhado, com as maçãs do rosto bem salientes, o que a deixava mais linda ainda, principalmente quando ficava vermelha, por vergonha(o que era raro, pois era uma pessoa sem qualquer tipo de pudor) ou algum outro motivo não definido pelo autor.

Contrariando a regra que muitos têm na cabeça, ela era inteligente. Estudava muito, tirava boas notas, fazia trabalhos e afins, mesmo que nada valessem. Estava sempre lendo, livros, revistas, jornais, o que contivesse letras ela lia. Até coisas em outras línguas ela lia. Porque afinal, pessoas inteligentes, geralmente, sabem falar, e ler, em outras línguas.

Simpática, alegre, enfim, tinha muitas outras qualidades. Mas julgava-se boa demais em tudo. Achava-se a mais inteligente, a mais bonita, a mais incomparável(!!!!) de todas as que residiam naquela cidade. Julgava-se a pessoa mais na moda do mundo inteiro, mesmo vivendo longe de NY e de Paris. Essa guria era pequena, média e grande, em sentidos diferentes, que no caso, não vêm ao caso.

Esse "estrelismo" dessa guria era irritante. O fato é que ninguém falava isso para ela pois achavam ser os únicos a pensar isso e temiam ficar isolados do mundo ao dizerem algo para ela. Ela julgava-se, mas não era, perfeita. Principalmente por se achar "o centro do mundo". Acredito que, na maioria dos casos, somos o centro do nosso mundo, mas ela julgava-se o centro do mundo de todos.

Por esse "estrelismo", acreditava ter o poder de mudar tudo o que não estivesse de acordo com as suas vontades, no momento em que julgasse necessário. Toda vez que um professor marcava a data de uma prova, ela ia lá e, mesmo sem precisar, adiava a data da prova, pois queria mais tempo para estudar. Os professores aceitavam, pois ela era inteligente e estudava bastante, mas não sabiam que ela só estudava um dia antes de todas as provas. O tempo a mais era para não ter preocupações além de cuidar de sua grande beleza, para poder comprar roupas e acessórios da moda.

Em casa, ela mandava nos pais, no irmão e no cachorro(!). Mandava até nos vizinhos, exigindo que esses arrumassem a faixada de suas casas para que a rua se tornasse digna de ser habitada por ela. E como se sentia "estrelinha" essa pessoa. Arrogância pura e simples, com origens muito comuns.

Sempre fora mimada, tratada como rainha, digo, como princesa, porque rainhas são, geralmente, velhas. Nunca nada lhe fora negado. Ela pedia, ou melhor, exigia, e tinha em mãos dentro de pouco tempo. Tempo que variava conforme a dificuldade em conseguir o exigido por ela.

Só que um dia ela conheceu uma outra guria. Uma nova colega, que se mudara para a sua escola há pouco tempo. Guria que não era tão bonita, nem tão inteligente e muito menos tão popular quanto ela. Na opinião dela, claro. Logo de cara julgou-a inferior e logo tratou de colocar todos os colegas, vizinhos e amigos contra "a outra". Por nada. Apenas por birra, porque, de alguma maneira, "a outra"... bem, ela não sabia explicar o sentimento que vinha a sua cabeça quando via “a outra”.

Sentia-se ameaçada, porque aquela guria, aquela idiota, tinha a audácia de discordar dela. Quase sempre. Quando ela, a estrelinha, personagem principal desse texto, tentava adiar uma prova ou persuadir um professor a fazer alguma coisa que não precisava ser feita só para que ela fosse favorecida, a outra, a idiota, a feiosta, tonga, mal-vestida, a abusada, votava contra. Ia contra ela. Como podia alguém se julgar capaz de contrariá-la?...

(continua)

domingo, 5 de outubro de 2008

Dia da sujeira, da mentira, da hipocrisia

Hoje é o dia certo para criticar a política. Para pregar a votação consciente. Excomungar(no sentido de ofender) aqueles que vendem o seus ou que compram os votos dos outros. Dia propício para babar ovo de um candidato em troca de algum benefício futuro. Dia de votar. Dia de eleger. De mudar ou continuar, o que é bom ou ruim. Dia de análise. Dia de hipocrisia.

É muito fácil escolher um candidato pela aparência do mesmo, porque ele organizou uma festa ou deu dinheiro aos pobres. É fácil criticar uma gestão porque na nessa, a cidade continuou a mesma coisa. Ou porque a cidade não cresceu. É fácil dizer que mudando de candidato a situação vai mudar.

Porque é fácil imaginar. Fácil falar antes de ver. Fácil pensar num futuro que poderia ter sido o presente. Fácil afirmar que o mundo vai ser melhor porque tal pessoa vai fazer mais do que outra. Porque tal pessoa tem idéias claras e sempre trabalhou "pelo povo".

Tudo hipocrisia.

Ficar na mesma situação nunca é bom. Mas mudar sempre também não é bom. Como diz o Fão, "tão dizendo que vão mudar a cidade... mas vão colocar ela aonde? Perto do rio Uruguai?". Essa eterna, incansável e, com toda a certeza, inútil discussão de "João" ser melhor do que "Pedro", de um ser honesto e o outro não. De um ser o futuro por não roubar e o outro não. E o contrário. E o já dito.

Em todas as áreas há discussão. Mas a pior de todas as discussões é a política. Porque, repito, é tudo imaginação. Poderia ser melhor, sim, mas poderia ser pior se a pessoa a comandar tudo fosse outra.

Honestidade? Difícil achar alguém que ainda conheça o significado dessa palavra. O "João" compra votos, mas o "Pedro" não. Bobagem. Balela. Mentira. Todos compram. Porque sabem que o povo quer saber mesmo é de dinheiro. Seja direto ou em forma de compras no mercado, de litros de gasolina, etc... . O povo não quer saber as propostas do candidato. Não quer saber o que já foi feito, o que precisa ser feito. Quer saber do seu. Do seu dinheiro. No seu bolso. Para, óbvio, o seu benefício.

Porque as pessoas são hipócritas em achar que um é melhor que outro. Porque todos são sujos. Todos erram. Todos prejudicam terceiros. Prometem e não cumprem. Tentam atiçar sonhos nas cabeças daqueles que não conseguem distinguir o real do irreal e assim, prometem o céu mas não dão as pessoas a menor estrutura para que possam realmente sonhar. Querem o voto. Só isso. Enganam. Mentem. Hipócritas.

Disse certa vez, um cara muito inteligente cujo nome não me recordo, que "Aquele que vende o voto recebe mais do que vale". Eu não preciso explicar essa frase porque aqueles poucos que ainda lêem isso aqui, conseguem compreender o significado.

Sujeira e mais sujeira. Nas ruas e nas mentes. Ilusões com promessas fajutas. Elogios infundados para projetos não realizados.

Não odeio política. Odeio aqueles que fazem a política.

Prometo a mim mesmo que jamais discutirei política com alguém. Que jamais meu nome estará ligado a algum partido ou candidato.

Porque eu quero distância de tudo isso. E mesmo tentando me afastar, até por não votar, não consegui. Vi, li, ouvi muita sujeira. Do passado e de um futuro incerto. De um presente sujo. Feito por pessoas hipócritas.

Mas tenho a esperança de que ainda existem, em lugares escondidos, onde a hipocrisia foi proibida de se aproximar, gente que pensa. Gente que sabe distinguir a ilusão e os falsos elogios da realidade.

Por um mundo melhor...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E não é que o burro estava lá de novo...

Os últimos dias tem sido difíceis. Como tantos outros já foram. Não são dúvidas. Não são certezas. Não são coisas boas ou ruins. Outros dias já foram iguais. Dias em que palavras eram a última coisa que passavam por minha cabeça. Dias como hoje. Como ontem. Como talvez anteontem tenha sido também.

Os últimos dias não tem sido difíceis. Contradigo minha frase inicial porque a dificuldade em achar palavras não é dificuldade em si. É problema. Defeito. Déficit. De alguma coisa. Motivo desconhecido. Físico ou mental, não é a primeira vez que penso, tento pensar, acho que estou pensando mas não lembro de nada. Ou seja, tempo mental perdido. Tempo físico perdido. Tudo isso é apenas tempo perdido mesmo.

Ontem eu fui dormir com a impressão de que escrever poesia é mais fácil do que escrever um texto. E é. Porque poesia não precisa fazer sentido. Tendo rimas e/ou intenção/conteúdo, temos uma poesia. São palavras em frases, que passam a ser chamados versos. Bobagem. Tão bobagem quanto dizer que, plumagem, plumagem não é aragem. E tudo isso parece asneira, pois da mente não levanta poeira. E no final, comprova ser besteira.

É fácil mesmo. Mas não gosto de poesia.

Dizem que as pessoas acabam não gostando daquilo que lhes impõe dificuldades sobrenaturais, não para os outros, mas para elas mesmas. Por serem textos, ou conjunto de frases alinhadas e sem sentido, rimando, ou com sentido, e não rimando, difíceis de serem analisandos, criei um antipatia por elas.

Só que não vem ao caso.

E talvez nunca tenha vindo. Porque até acho que certas coisas que penso são poéticas. Mas não deixo que elas saiam de minha mente. Posso fazer as pessoas se sentirem mal lendo a minha forma alternativa de poesia.

Porque são palavras. Jogadas fora como um pedaço de osso a um cachorro. Para alguém vai servir. E não há problema em jogar palavras fora. Porque qualquer pessoa que se preze, domina as palavras. Sejam elas certas ou erradas. Fáceis ou difíceis de serem compreendidas. Úteis ou tão inúteis quanto cotonetes.

Porque disseram-me uma vez que o ar não valia nada. Talvez as palavras não valham nada mesmo. Talvez valham muito mais do que a minha mente, destruída pela geometria analítica, possam compreender hoje.

Meus olhos estão cansados. Preciso dormir.

Assim como o burro, que mais uma vez encontrei, ontem, no meio da rua enquanto ia para a casa da minha avó, precisa de comida.

Chega. Já escrevi muita bobagem por hoje.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Por um pouco de cultura, mesmo que seja na internet

Um dos meus textos mais comentados, não melhores, mais comentados, é um de desabafo, em que comparo certo grupo de pessoas a certo grupo de animais. Como não quero briga, não vou comentar mais sobre o conteúdo do post.

Eu postei no extinto blog do ViNícULa, que hoje é o Futebolista? Porque vive descendo lenha, o mesmo texto, apenas para ser lido por mais pessoas. Porque no caso, foi um desabafo engraçado. Uma crítica, que nem foi tão crítica, mas que foi engraçada. O fato é que, as pessoas que fazem parte dessa classe de pessoas ironizadas e comparadas no texto referido, comentaram muito.

O pior é que são comentários infundados. Primeiro porque não há a mínima noção de língua portuguesa presente nos referidos comentários. Escrevem coisas como "meldiucre e ipocrita", "Nois apenas naum fika", "fizcar si rebaixando akie" e "creticam nois,patricinhas td pira na inevejinha", que foram trechos copiados e colados dos comentários no outro blog. Isso que eu não copiei dos comentários mais antigos.

Depois, que apenas em um comentário lá, consegui encontrar conteúdo e capacidade de análise e crítica fundada. Um comentário inteligente e racional. Depois veio outro, da mesma pessoa. Isso diminui um pouco a gravidade da situação mas enfim.... Criticavam por criticar. Não sabiam o que escreviam, ou melhor, o que faziam que escreviam, porque não acho que aquilo seja escrita.

O tal do "internetês", como diz minha professora de português, é uma linguagem da moda. A maioria adere. Eu não. Não que eu seja contra, mas prefiro uma escrita correta para evitar desentendimentos e também por uma melhor compreensão. É muito mais fácil ler um "para cá" do que um "p k", que para essas pessoas são sinônimos.

O limite de ignorância na escrita já foi ultrapassado. Essas pessoas não possuem cérebros em suas cabeças. Não vou chamá-las de loiras, pois não faço mais piadinhas de loira. Mas são pessoas ignorantes. Porque mesmo quem adere ao "internetês" consegue escrever melhor, e muito melhor, que esses seres acerebrados que rondam esse meu texto nos dois blogs.

Sabe... eu não escrevo mais críticas diretas a essas pessoas. Eu cansei mesmo. Por isso não critiquei o grupo todo. Só o grupo que comentou o texto. Porque afinal, eu não agüento mais ter que ficar dois minutos tentando entender uma frase para poder responder um comentário.

Eu não sei se a internet deixou a cabeça das pessoas mais fraca, mais burra, facilitou tanto as coisas que as pessoas não querem mais o correto e buscam o mais fácil, o mais prático. Não sei se a culpa é da internet. Porque é como viver no meio da favela. Tu escolhes se vais para o mundo das drogas ou não. É opcional. Questão de escolha.

Mas daí a pessoa escreve que não é daquele grupo e depois diz algo como "poque nois temo glamur". Aí é pra acabar... com o comentário, com o blog, com esse post.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Puta merda, até aquela porcaria lá foi pega

O mundo não é mais o mesmo e todos sabemos disso. Porque afinal, muita coisa mudou no mundo. Incluindo a mente de quem vive nele. Sem fazer qualquer diferenciação dessa vez, tentarei expor mais um grave problema que vivemos atualmente e que fazem o mundo não ser mais o mesmo. O problema em si não, mas um de seus derivados.

A banalização é uma coisa há tempos criticada aqui. Os normais são bocós que banalizam tudo, o amor, a perfeição e tantas outras coisas que não se fazem necessárias agora. A banalização atinge níveis insuportáveis e insuperáveis de tão críticos.

Teoricamente só o que é bom e, por isso, invejado, é banalizado. Porque não há motivos para se banalizar o ruim. Ou não havia. Porque agora, uma das coisas mais indesejáveis e espontâneas(!!!) que surge nas relações inter e intra-pessoal, também se tornou alvo das banalizações dos normais. E com uma ferramenta como o orkut, essa moda foi disseminada sem qualquer problema.

O ódio também virou alvo de banalizações. O que é ridículo, pois ninguém quer o ódio do outro e por isso o banaliza. Os normais passaram a banalizar o ódio no momento em que... bom, não sei em que momento, ou não sei agora, ou não sei ainda, mas enfim, não faz diferença... agora.

Os normais passaram a odiar tudo. Do carinha das casas bahia até picolé com cabinho quadrado. De aula de matemática até calculadora movida a cuspe. De loira oxigenada até homem que se faz de inteligente. Odeiam tudo. Odeiam o que é pobre. O que é sujo. O que e gordo. O que é narigudo. O que é alto demais e o que é baixo demais também. Odeiam tudo, inclusive a si mesmos, em algumas situações.

Pessoas normais são ridículas, pois odeiam até aqueles que são o motivo de sua existência. Odeiam tudo o que existe e até o que não existe mais ou não foi criado ainda. Odeiam o simples fato de odiarem algo. Odeiam... apenas por odiar. Como se fosse amor por amar. A banalização é esse ódio a tudo, ou melhor, a fala de "odeio tudo", porque não acredito que os normais sejam capazes de odiar a si mesmos, o que alivia um pouco a auto-banalização. Afinal, eles se acham os máximos de pessoa(me referia aos normais consigo mesmos).

O orkut entra no momento em que são mais de duzentas e cinqüenta e dois milhões, trezentos e vinte e um mil, oitocentas e noventa e duas comunidades que usam o prefixo "Eu odeio" ou só "Odeio" no nome. O que é ridículo.

A banalização é ridícula. O ódio é ridículo. Mas o que podemos esperar... os normais, também são ridículos.

E tenho dito!


Hahahaha