sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E não é que o burro estava lá de novo...

Os últimos dias tem sido difíceis. Como tantos outros já foram. Não são dúvidas. Não são certezas. Não são coisas boas ou ruins. Outros dias já foram iguais. Dias em que palavras eram a última coisa que passavam por minha cabeça. Dias como hoje. Como ontem. Como talvez anteontem tenha sido também.

Os últimos dias não tem sido difíceis. Contradigo minha frase inicial porque a dificuldade em achar palavras não é dificuldade em si. É problema. Defeito. Déficit. De alguma coisa. Motivo desconhecido. Físico ou mental, não é a primeira vez que penso, tento pensar, acho que estou pensando mas não lembro de nada. Ou seja, tempo mental perdido. Tempo físico perdido. Tudo isso é apenas tempo perdido mesmo.

Ontem eu fui dormir com a impressão de que escrever poesia é mais fácil do que escrever um texto. E é. Porque poesia não precisa fazer sentido. Tendo rimas e/ou intenção/conteúdo, temos uma poesia. São palavras em frases, que passam a ser chamados versos. Bobagem. Tão bobagem quanto dizer que, plumagem, plumagem não é aragem. E tudo isso parece asneira, pois da mente não levanta poeira. E no final, comprova ser besteira.

É fácil mesmo. Mas não gosto de poesia.

Dizem que as pessoas acabam não gostando daquilo que lhes impõe dificuldades sobrenaturais, não para os outros, mas para elas mesmas. Por serem textos, ou conjunto de frases alinhadas e sem sentido, rimando, ou com sentido, e não rimando, difíceis de serem analisandos, criei um antipatia por elas.

Só que não vem ao caso.

E talvez nunca tenha vindo. Porque até acho que certas coisas que penso são poéticas. Mas não deixo que elas saiam de minha mente. Posso fazer as pessoas se sentirem mal lendo a minha forma alternativa de poesia.

Porque são palavras. Jogadas fora como um pedaço de osso a um cachorro. Para alguém vai servir. E não há problema em jogar palavras fora. Porque qualquer pessoa que se preze, domina as palavras. Sejam elas certas ou erradas. Fáceis ou difíceis de serem compreendidas. Úteis ou tão inúteis quanto cotonetes.

Porque disseram-me uma vez que o ar não valia nada. Talvez as palavras não valham nada mesmo. Talvez valham muito mais do que a minha mente, destruída pela geometria analítica, possam compreender hoje.

Meus olhos estão cansados. Preciso dormir.

Assim como o burro, que mais uma vez encontrei, ontem, no meio da rua enquanto ia para a casa da minha avó, precisa de comida.

Chega. Já escrevi muita bobagem por hoje.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poesia é algo inintelígivel. Quem compreende é o poeta; A nós, cabe tentar decifrar o mistério, ou admirá-lo.
E não se preocupe, as melhores coisas da vida jamais farão sentido algum.

(Amo poesia, mas não sei rimar)

Beijos