terça-feira, 30 de junho de 2009

Histórias do Bandiolo - Pessoas vulneráveis...

- Ei, vai quando pra Porto Alegre?

- Sexta-feira que vem, por quê?

- Para saber.

- Quer que eu leve alguma coisa pra tua irmã?

- Sim.

- O quê?

- Eu mesmo.

- Mas vai de ônibus...

- Não tenho dinheiro.

- Mas eu vou te cobrar do mesmo jeito.

- Sim, eu te pago um pastel.

- Acha que eu vou andar 300 km, te aguentando, só por um pastel?

- Tá bom, um pastel e uma cerveja.

- Mas eu não posso beber.

- Depois, quando chegarmos lá.

- Tá bom, aceito.

- Feitoooo!

domingo, 28 de junho de 2009

Frase do dia(ou, dá série:"frases saídas do twitter para o blog do maluco"):

Bidê ou balde - Mesmo que mude


O legal é que, 

quanto mais eu digo coisas deprimentes,
mais me sinto deprimido. 
Lei da atração? 
Não. 
Burrice mesmo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Frase do dia:

"Houvesse dois como tu, 
e logo, 
logo não teríamos nenhum, 
pois um teria matado o outro.(...)"

- Mercúrio
em "Romeu e Julieta"




*Tenho que dizer que isso me parece familiar...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Síndrome de perdedor sem errar

As pessoas erram. A vida é feita de erros. Os erros são feitos, ou de preguiça, ou de estupidez, ou de burrice ou, no melhor dos casos, de vontade. Erros que não eram para ser erros deixam de sê-los se pensarmos que a vida em si é um grande erro. Que acordar de manhã e não viver o dia como se fosse o melhor e último da vida é um grande erro. Que pisar em cima, figurativamente, de uma pessoa que está caída é um erro. E que provocar, intensionalmente esse tombo, essa queda ou mesmo esse deslise, é um erro terrível.

Erros involuntários no acaso e voluntários na intenção contrária, não são erros porque, se o fossem mesmo, ninguém faria porcaria nenhuma. Nenhum idiota se declararia apaixonado com medo de estragar uma amizade que, muitas vezes, acaba se estragando por si só. Nenhum trabalhador sairía de seu emprego para ser demitido no novo emprego depois de uns 3 meses se erros que não era para ser erros fossem erros mesmo. Ninguém ousaria. Ninguém tentaria. Ninguém buscaria algo diferente com medo de errar, pois se esses erros deixassem de não ser erros e se tornassem erros mesmo, a vida seria um terror.

Maior do que já é.

Erros que não são erros são uma das poucas coisas louváveis que o homem instigou nos seus descendentes desde os tempos primórdios e primários. O importante é tentar, é não desistir, é lutar até o fim. Felizmente ainda existe gente que pensa assim.

E gente que mesmo não pensando assim, age parecendo pensar assim.

Um dia eu escrevi que um erro não faz um perdedor. Muitos comentaram dizendo que "um não, mas dois, sim", ou seja, que mais de um erro faz um perdedor. E muito poderia dizer eu sobre essa síndrome de perdedor que assola a cabeça dos ser humano, de um modo geral, pois assim me sinto há alguns meses. No fundo, errar não me faz um perdedor.

Então?

Descobri que sou um perdedor quando acho que sou um. E isso não é síndrome, é racionalidade pura e complexa. Eu posso ser o que os outros acham de mim, mas dificilmente eu saberei, com a mesma sinceridade que tenho, o que os outros acham de mim. Por isso eu não posso ser quem eu acho que sou. Isso derruba teorias de psicólogos, psiquiatras e outra centena de gente estúpida que, quando com um microfone ou uma câmera ou mesmo uma caneta para escrever um texto para uma revista, acha que é Deus e que sabe tudo, inventando e dizendo as maiores bobagens que meus olhos já leram ou meus ouvidos já ouviram. Maiores do que as minhas.

Eu sou o que eu acho que eu sou, com alguns asteriscos no fim do texto. Ninguém vive tudo. Ninguém conhece tudo. Ninguém entende tudo. Se alguém conseguir tudo, do viver, do conhecer ou do entender, que morra, porque a vida não tem graça sem uma perspectiva de aprendizado, entendimento ou vida. São poucas as repetições boas.

Então, se eu penso que sou um perdedor eu sou um perdedor de fato.

Simples assim.

Mesmo que meus erros tenham sido erros que não deviam sê-los. Mesmo que meus erros não tenham sido erros.

É isso.

sábado, 20 de junho de 2009

Histórias do Billi J. - Em primeira pessoa, pela terceira pessoa


"Pois é meu amigo Vini Manfio, as coisas por aqui andam relativamente bem. Isso quando andam. É tanto trabalho, estudo pra aprimorar o inglês, o espanhol, o italiano e o mandarim que eu quase não tenho tempo de ler o teu blog. Bom, mas vou contar o que aconteceu comigo no dia 12 de junho, ou seja, na sexta-feira da semana passada.

Acordei às 6 da manhã, como faço todo dia, pensando que aquela seria uma sexta-feira bem normal, afinal, apesar de quinta-feira ter sido Corpus Christi, eu teria que trabalhar do mesmo jeito. Então fui ao banheiro, depois pra cozinha, sabe, necessidades básicas. Mas quando olhei no celular, 5 mensagens recebidas. Durante a madrugada. E não mensagens de Twitter, com 140 caracteres. Mensagens com todos os 1000 e poucos caracteres disponíveis. Muito estranho.

Mas tudo bem.

Fui lendo as mensagens enquanto comia o meu sucrilhos matinal e, tirando o fato de serem 5 escritas durante a madrugada, nada anormal. Eram mensagens cheias de "eu te amo" e tal. Da minha namorada, óbvio. Mas como eu disse, nada estranho, ela sempre faz isso.

Nos encontramos no trabalho. Ela chegou para mim cheia de afagos e beijos e eu, sem entender mas querendo aproveitar o momento carinhoso dela, retribui tudo como se alguma coisa estivesse ou fosse acontecer naquele dia. Aí cada um foi para seu lado trabalhar e pronto.

Nos encontramos no almoço. Percebi que ela não estava mais tão animada, não vinha com tanta vontade de me afagar como antes. Mas tudo bem, normal isso também. Quando repentinamente ela sorriu e disse:
- Adivinha o que eu tenho na minha bolsa...?

- Maquiagem, celular, espelho, caneta, papel, lápis, de escrever e de olho, o chaveiro que te dei,
dinheiro, documentos... acho que é isso.

- Bobinho. Até parece que não sabe que dia é hoje.

Meu amigo, aí começou o meu inferno.

- Claro. Claro que não sei. Hoje é sexta-feira, um dia normal e comum.

E ela como quem diz "eu sei que você sabe", me respondeu suavemente:
- Tá, mas você não adivinhou o que eu tenho na minha bolsa.

- Chocolate?

- Não.

- Bala de menta?

- Não.

- Bala de banana?

- Não!

E com essa exclamação eu defino que ela começou a perder a paciência. Pena que eu só fui entender isso depois.

- Eu tenho um presente pra ti!

- Presente? Por que?

- Não se faça de bobo.

Caramba Vini, agora a minha situação estava crítica e eu não tinha a menor noção disso. Tanto que continuei comendo as poucas batatas fritas que restavam no meu prato. Analisando agora, acho que ela achou que eu estava debochando, porque o diálogo continuou e o tom de voz dela começou a subir(sim, ela é um pouco estressadinha, como toda mulher é):

- Mas amor, eu não estou me fazendo de bobo(e não estava mesmo). Não tenho a menor ideia do porquê você tem um presente para mim hoje.

- Tá. Deixa assim(como quem diz "para de fingir seu filho da mãe"). Adivinha o que é...

- Um livro?

- Não.

- Um DVD do Elvis?

- Não.

- Um carrinho de controle remoto(nesse ponto eu estava querendo brincar com ela, pena que...)

- Ah, vai se catar seu idiota. (ainda bem que ela não atirou o presente na minha cara). Toma(ela praticamente jogou o presente no meu colo).

- Bah... até parece que tá naqueles dias... amor, você está naqueles dias?(a minha ironia atingiu o ápice)

- Ai...

E ela saiu, esbravejando. Ah, quanto ao presente, era um dicionário de mandarim. Completo. Gigantesco. 6.800 páginas. 30x28 a altura pela largura dele. Não me pergunte como ela carregou aquilo na bolsa e tirou da mesma com apenas uma mão. Acho que nem ela sabe.

Bom, terminei o meu prato, comi o resto do prato dela(eu estava com uma fome incrível naquele dia, até parece que estava prevendo o pior. Então voltei para o trabalho.

Não falei com ela durante a tarde. Tentei ligar, deixei recado no orkut, twitter, facebook, myspace, enfim, em tudo quando é lugar. No msn ela não me respondia, mesmo estando online. Comecei a descofiar de que ela estivesse achando que eu estava traindo ela. Mas desisti logo da ideia porque nunca dei motivo para isso. Seria a minha falta de sensibilidade para com o presente dela? Seria a minha ironia durante o almoço? Respostas que só encontraria se perguntasse para ela.

E lá fui eu Vini. Ela saía do trabalho meia hora antes de mim. Então decidi dizer ao meu chefe que precisava sair antes por que...

- Sim Billi, pode sair antes. Eu sei que hoje é dia dos namorados.

Puts. Caramba. Filha da mãe. Droga! Merda. Eu esqueci que era dia dos namorados. E agora, o comércio fecharia em alguns minutos. E eu lá, sem saber o que fazer. Em casa não tinha nada para fazer um jantar especial pra ela. Nem dinheiro eu tinha comigo. Que droga.

Mesmo assim, fui bem louco, a fim de levar umas bofetadas mesmo, falar com ela. E fui mesmo.

- Amor, o que eu fiz pra você hoje?

- Nada(aprendi com alguém que eu não vou falar quem é, que quando uma mulher diz que nada aconteceu ou que você não fez nada para ela, é porque a sua situação está bem ruim).

- Claro que eu fiz. Você nem me respondeu direito.

- Não aconteceu nada Billionárico(segundo sinal, ela me chamou pelo nome completo).

- Se não tivesse acontecido, você não me chamaria pelo nome completo.

- É...

- Eu sei, desculpa pelo meu jeito no almoço mas...(é em momentos como esse que eu me arrependo de nunca anotar esses dias "especiais", mesmo achando que o dia dos namorados é uma data hipocritamente comercial)... mas é que o que eu preparei pra ti hoje não pode ser entregue. Eu não tenho guardado no bolso...

- Sei...(sim, ela sabia que eu tinha esquecido, mas fingiu não saber só para ver se eu conseguiria não me enrolar na minha mentira)

- Sabe nada. Tu não sabes que vamos jantar fora hoje e depois assistir uma peça do Shakespeare(nesse momento eu me concentrei em uma oração, pedindo para Deus me iluminar e permitir que eu achasse um restaurante com reserva disponível e ingressos para a peça do Shakespeare que seria apresentada naquela noite).

- Sério? (a minha mentira começou a valer a partir desse momento. Só eu não sabia se isso seria bom ou ruim. Porque afinal de contas, se não desse certo, ela teria bons motivos para me chamar de mentiroso e nunca mais olhar para a minha cara. Mas claro, se desse certo, eu seria um gênio)

- Sim, é sério.

- Então vou pra casa agora me arrumar, depois você passa lá e vamos. Ai... pensei que você tivesse esquecido, que boba eu né?! Desculpa amorzinho...

Sorriso amarelo meu e uma ideia na cabeça: "EU TENHO QUE CONSEGUIR OS MALDITOS INGRESSOS PARA SHAKESPEARE".

Voltei para casa correndo e fui atrás do número da empresa que estava organizando a peça. E SIM, tinha ingressos. Caramba. Ia dar certo. Mas...

Bom, a coisa começou a piorar para o meu lado. Para a minha sorte, só não estavam vendidos os dois ingressos mais caros. A melhor visão, no camarote, comidinha e bebida de fresco de graça, mas eram 220 reais cada ingresso. Aiaiai... Não que eu ganhasse mal, mas para quem queria ir para a Europa fazer um curso e ficar por lá trabalhando, eu precisava economizar. Mas tudo bem, ninguém mandou eu ser idiota né?!

Tá, o principal tava feito. 20 horas começava. Eu iria pegar os ingressos na hora. E pagar na hora, claro. É para dias como hoje que serve ter um porquinho. Droga, tive que quebrá-lo. E ainda me sobrariam 60 reais. Mesmo assim, decidi, que antes de passar na casa dela para pegá-la, passaria no banco e retiraria mais algum dinheiro.

Me arrumei todo, fiz a barba, botei um desodorante e até um perfume que ela tinha me dado(e que eu só usava quando ia sair com ela para jantar). Tudo nos conformes. Coloquei até terno para que os caras do teatro não complicassem. Eu estava do jeito que nunca gostei de estar: engomadinho e esnobe, vestido de rico mesmo. Que droga. Aquela gravata era pequena e apertava o pescoço, mas ninguém mandou eu ser mentiroso.

Aí fui.

Vini, a coisa só não ficou pior porque ela me perguntou, quando cheguei na casa dela, em que restaurante iríamos depois do teatro. Maldita hora em que eu fui esquecer de ligar para os restaurantes bem conceituados, e claro, esnobes, para tentar fazer uma reserva. Mas tudo bem.

- É surpresa amor...

- Ai... estou tão empolgada com essa noite. Você é o melhor namorado do mundo.

Uma tragédia era iminente. Mas mesmo assim eu continuei.

- Não faço nada além do que você merece.

Pronto, ganhei o coração dela e uma paz momentânea com aquilo. Mas então fomos ao teatro. Confesso que eu estava ansioso para assistir Shakespeare, afinal, é um clássico, mas queria ter pensado nisso antes, pois 440 reais era muito para mim.

Chegando lá, o recepcionista, ou seja lá o que for, fez a parte dele:
- Suas entradas senhor.

- Eu reservei o camarote Vip. Não tenho os ingressos mas apresento o número que me deram e a identidade.

- Ah sim, o senhor é que comprou os ingressos há alguns...

- Dias.

Ele queria me ferrar, então tive que cuidar do que ele falava e interromper sempre que necessário.

- Certamente. São poucos que aproveitam todas as vantagens do camarote Vip, espero que os senhores aproveitem bem. Tenham um bom espetáculo.

Vini, se não fosse um grande espetáculo eu juro que armava uma confusão. 440 reais... ai...

Mas tudo bem. Começou a peça e eu, precisando achar um restaurante para depois, fingi uma dor de barriga e saí para poder ligar. Meus créditos estavam acabando. A bateria do celular estava acabando. Liguei para 3 restaurantes que conhecia o número e nada. Tudo bem, voltei a fim de contar a mentira para a minha namorada quando ela disse:

- Amor, se você não está bem é melhor irmos para casa e não para um restaurante depois.

Eu ganhei. Eu ganhei. Mas precisava terminar genialmente a noite. O dia, aliás.

- Mas eu queria tanto te proporcionar uma noite inesquecível...

- Mas você não está bem. E a peça está fantástica. Que bom que você se lembrou que é a minha favorita de Shakespeare.

Eu fui ao céu depois daquilo.

Sim, eu sei, menti, foi errado, mas será que essas mentiras não serão perdoadas na hora do juízo final? Não sei, mas acho que o sorriso dela será o meu perdão.

Era isso Vini, o que tinha para te contar. Espero que não tenhas lido à noite, pois pela extensão da história, tu irias dormir. Mas não sei. Tu sempre foste do contra. Talvez seja nisso também.

Um abraço!
Billi J."

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Eu voltei =)

Eu sou o que penso.

Sou os meus ideais e convicções.

Sou o meu caráter e a minha personalidade.

Sou o meu jeito louco.

Sou minhas palavras sinceras.

Minhas atitudes voluntariosas.

Meus sonhos, reencontrados em meu coração.

Devo ser também um pouco do muito que dizem sobre mim.

Sejam elogios ou críticas.

Não tiro a razão de ninguém, cada um é o que pensa. E constrói seu caráter, quando o tem, a partir disso. E das atitudes, claro.

Eu sou a minha fé, que vai sendo revitalizada a cada nascer do Sol.

Eu sou os meus amigos, pois muito deles está em mim.

Sou a minha família.

Sou o amor que sinto e que tenho em meu coração. Mesmo que para muitos não faça diferença.

Sou a coragem que por vezes não é clara.

A timidez escondida.

Sou muita coisa.

Mesmo não sendo nada.

Pelo menos não ainda.

Sou filho de um pai e de uma mãe. E de um Deus grandioso.

Irmão de uma irmã.

Neto de avôs e avós fantásticos.

Sobrinho de tios estranhos.

Sou a minha teimosia.

A minha persistência.

A minha inconformidade.

Sou a minha imaginação.

E a minha realidade.

O meu dia-a-dia.

O meu passado.

E o meu futuro.

Sou gaúcho.

Gremista.

Cristão.

Faço parte do CLJ.

Do C.Q.T.S.'06.

Sou diferente nesse mundo.

Nessa sociedade.

Talvez um pouco arrogante por pensar isso.

Mas eu sei quem sou.

O que sou.

E como sou.

Enfim.

Sou o Vinícius Manfio.

Ler isso pode ser ridículo aos teus olhos.

Você pode achar que isso não é nada.

Mas esse sou eu.

Cheio de frases.

De ideias.

De sentimentos.

De vontades.

E de sonhos.

Sou Vinícius Manfio, e essa é a minha história.




*novo "quem sou eu" no meu perfil do orkut.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Retratos de uma sociedade patética(6)


Todos odeiam falsiadade, hipocrisia, mentiras, arrogância, egocentrismo, egoísmo, dentre tantos outros defeitos. Todos odeiam tudo isso. Todos odeiam defeitos. Mas então onde estão os defeitos? Positivamente, todos são felizes porque têm apenas verdadeiros amigos. Porque são do jeito que são e são felizes assim. Felizes porque possuem admiradores e pessoas que os seguem.

Dizer que todos possuem todos os defeitos seria uma grande mentira. Assim como dizer que todos os que odeiam gente falsa são falsos. É mentira. Não existe matemática, lógica ou mesmo racionalidade que aceite ou prove isso. Assim mesmo como nada prova que alguém é seu amigo verdadeiro. A prova acontece pelo contrário, ou seja, aqueles que não são seus amigos provam que não são, mas os que são o são até provarem o contrário. Complexo não?

Então, onde estão os falsos? Onde estão os mentirosos? Onde estão os hipócritas? Aqueles que não possuem verdadeiros amigos, que não possuem pessoas que o admiram e tal. Onde estão essas pessoas? Se todo mundo é ou não é. Se diz assim ou não assim. Possuidor desses e não daqueles. Bom, todos são tudo e isso é a maior mentira.

Tendo em vista isso, pensando muito após uma reunião, tentei raciocinar e colocar em palavras o pensamento de muitos. "O certinho sempre se ...(vai lá, dá mal)".

Quem nunca ouviu, falou ou sequer pensou nisso?

Deixando de lado, por enquanto, a minha opinião, essa é uma daquelas afirmações cabíveis de muita discussão, pouca conclusão e certa incomodação(tá, parei).

A questão é que se há o certinho, o que faz o certo, o que não usa drogas, é educado, amigo, trabalhador, dedicado e outros bons adjetivos(com defeitos pequenos), há também aquele drogado, seja por crack, maconha ou álcool, que só faz merda, que briga que nem mulher por sapato novo, que fala palavrão o tempo inteiro, que é cercado de gente interesseira, seja no seu dinheiro, fama, reputação ou beleza(aí já entraria outra discussão, então deixa pra lá essa parte), enfim o erradinho.

Vemos por aí muita fama, sucesso em todas as áreas, dinheiro, festas, mulheres e muita música ruim, nas mãos, sobre a posse, real ou meramente ilusória, de gente que não sabe o que é o certo ou ignora isso para ter tudo o que tem, ao mesmo tempo ou separadamente.

E geralmente quem trabalha, se dedica, mas não é recompensado(e nem precisa ser financeiramente) da maneira devida, acaba pensando isso, porque injustiça é o sobrenome dessa nossa sociedade hipócrita e patética. Pensando e dizendo. E não há resposta ao ouvir isso. Dizer que Deus recompensará esse jeito correto de fazer as coisas, ganhar dinheiro, ter amigos e ser humano em si, é certo, mas não basta para alguém que pouco pensa na vida aqui apenas como uma fase.

É terrível saber de tanta gente de sucesso, com dinheiro e tudo o que mais de bom, ou "bom" pode haver, que só o conseguiu por meios ilícitos, derrubando e destruindo tantas pessoas, tantos sonhos, tantas vontades e tantos trabalhos, verdadeiramente merecedores de um reconhecimento, mesmo que verbal. É terrível aceitar que o errado passou a ser o certo. Porque se a maioria está certa, o certo é fazer o errado agora.

Não consigo aceitar isso. Cada um cite uma lista com problemas. Cada um tem as suas preferências para criticar, as hipocrisias para destruir e os sonhos para seguir. Cada um sabe o que quer. Mas eu não consigo aceitar a maioria como certo. Não consigo aceitar que o certo hoje é errado. Não consigo.

Perdi o meu sonho mas não perdi o meu espírito ainda. Tenho defeitos e erro, mas não me contradigo. O que digo ser errado não repito. Não aceito jamais como certo. E faço diferente para provar que é possível.

E aquele cansaço por remar contra a correnteza vem. Junto com o desgaste mental. A sensação de estar com as mãos amarradas. Sem reação.

Talvez a frase "o certinho sempre (se dá mal)" esteja certa. Para a maioria. E se é a maioria que vale então...

Entretanto, se eu quero que o meu mundo seja diferente do mundo da maioria, eu tenho que acreditar que fazer o certo é o certo, o melhor e a única maneira de viver. Se eu não acreditar nisso, se quem se julga "certinho" não fizer isso, estará entrando numa gigantesca contradição...

Sem sonho, mas com espírito e certeza de que o certo é o certo sim, e não o errado, como tantas vozes insistem em gritar e tantos corpos insistem em fazer.

Chega.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Frases e mais frases e mais frases de pura, tosca e insana loucura de uma mente que... bom, já devo ter escrito algo assim no título, então chega

Os meus dias já não são mais dias.

As minhas horas já não são mais horas.

Os meus momentos já não o são mais.

As minhas lembranças sumiram.

Não sei onde estão meus amigos.

Sequer minha família.

A minha alegria já não está mais onde estava.

Não sei mais o que é sonhar.

E nem mesmo há tristeza.

Ou desilusão.

Ou desespero.

Tudo branco.

Ou preto, para não dizerem que sou racista.

No fim das contas, não há esperança.

Não há sonho.

Não há alegria.

Amigos.

Família.

Vida.

Não há mais nada.

Bato com a minha cabeça nessa parede.

Dura.

Mas muito aconchegante.

Confortável.

E macia.

Estou internado.

Minha cabeça já não funciona do jeito que a sociedade julga ser o correto.

Estou internado.

Num hospício. Ou manicômio, que seja.

Maluco.

Doido.

Débil mental.

Louco varrido.

Insano.



E essa não é a minha história.



Mas poderia ser. 


E talvez um dia acabe sendo mesmo...





Engenheiros do Hawaii - Números



*cheguei à conclusão que não tenho mais salvação.
Só não concluí se isso é bom ou ruim.
hahaha

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Da série: Coisas que eu não poderia morrer sem fazer(3)

26 - Ajudar um amigo que ficou sem gasolina, mesmo que seja com risadas motivadoras ou frases do tipo "bah cara... hahahahaha", e indo com ele, passando por dois postos fechados(por causa do horário) e tendo que caminhar um bom bocado e voltar até onde faltou gasolina.

743 - Bater a cabeça num orelhão e ouvir da mulher que o estava usando uma frase do tipo "espera só um pouquinho(falando com a pessoa que falava com ela no telefone) que teve um idiota que bateu a cabeça no orelhão".

789 - Falar com uma árvore e receber como resposta um galho na cabeça.

Elvis Presley - Tomorrow never comes

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mais uma dentre tantas bobagens

Como hoje eu não achei algo idiota no fundo da minha cabeça, vou transferir para cá um excerto escrito na minha agenda durante uma das (muitas) noites de insônia. Mas faz tempo, foi no dia 03 de julho do ano passado, ou seja, completará 1 ano em menos de um mês. Como todos sabem, (quase) tudo que sai da minha cabeça é bobagem. Tentativas de poesia*(sendo que odeio poesia*) então, são piores(puts!) ainda do que os textos (nada) normais. E tentativas de poesia* em dias de insônia e de cabeça desordenada(mais do que o habitual) então, tornam-se a réstia da podridão de uma mente que continua sem saber coisa alguma a não ser que ainda existe um coração que bate(embora pouco) um pouco abaixo de si.

Enfim, (infelizmente) vamos àquele lixo, digo, àquela poesia*.

(já é difícil escrever alguma coisa em forma de poesia*, imagine um título, ou seja, não existe título)

Saio de casa e nada vejo,
rosas, margaridas ou violetas.
Nada.
Sequer vejo o pé de laranja-lima que vovó plantou.
Nada vejo.
Talvez esteja cego.
Mas se consigo olhar para o céu,
ver nuvens brancas e enormes,
é porque não estou cego**.
E o mais incrível é que,
para o céu,
para as nuvens
ou mesmo para o Sol,
só consigo vislumbrar a luz que sai daqueles olhos.
Olhos que não tive,
infelizmente,
a oportunidade de contemplar
pelo tempo necessário.
Necessário para dizer que rosas,
céu
e nuvens
não me fariam falta,
tanta falta quanto faria
o teu olhar faria
se, um dia realmente ficasse cego.

(P.S. Odeio poesia)


*eu sei, isso não é poesia. Mas é que eu preciso rir disso e não vejo jeito melhor de fazê-lo senão chamando essa bobagem toda, esse lixo (não-) literário, de poesia.
**a conclusão de uma frase tosca veio com uma frase óbvia, daquelas respondias com uma ironia do tipo "é sério? bah, não sabia..."

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Onde está o meu sonho?

Onde está o meu sonho?

Há algum tempo deixei de sonhar. Deixei de ser um sonhador. Deixei de olhar o mundo não como o lugar sujo, hipócrita e superficial que era e que é. Agora vejo apenas isso. Essa porcaria toda. Essa falsidade toda. Deixei, não de acreditar em um mundo melhor, mas de acreditar que essa ideia não é utopia. Distante, sonho distante que agora é utopia. Ou sempre fora utopia e só agora enxergo isso.

Onde está o meu sonho?

Não sei o que aconteceu com aquele cara louco que achava que um exemplo pode fazer a diferença. Não sei o que aconteceu com aquele estúpido idiota que fazia planos e tinha desejos anormalmente simples e que acreditava ser possível transformar a utopia do politicamente correto em uma verdade. Não sei o que aconteceu com aqueles sonhos, aqueles desejos, aquelas vontades e aquele vigor, mental e espiritual, que moviam-me em busca do viver. Do famoso viver.

Onde está o meu sonho?

Sonho de sinceridade. De fé. De justiça. De loucura. De diferença. E de fazer a diferença.

Onde está o meu sonho?

Onde está aquele pensador. Aquele idealizador. Aquele errante. Aquele persistente. Sim, onde está aquele teimoso? Aquela fortaleza ambulante. Aquela mente insanamente otimista. Aquelas ideias dignas de loucos presos em masmorras ou mesmo prisões.

Onde está o meu sonho?

Na rua. Na escola. Na igreja. Na quadra de futebol. Na minha casa. Embaixo da minha cama. Não sei. Perdi o meu sonho. Perdi o sonhar. Não encontro mais a esperança. Não encontro mais vontade. Não encontro mais aquela mesma fé.

Onde está o meu sonho?

A culpa não é de Deus. A culpa não é da minha família. A culpa não é dos meus amigos. A culpa não é sequer da maldita sociedade errônea. A culpa é minha. De tanto me prender em sonhos e na luta por esses sonhos, esqueci que existem problemas que não posso resolver. Erros que não posso corrigir. Terreno onde não posso plantar.

Sonhos, desejos, anseios, vontades, ideias, convicções. Espero um dia reencontrar tudo isso. Espero voltar a sonhar. A ter esperança. A acreditar nas utopias. A fazer a diferença. A ser diferente. Eu já escrevi que, enquanto houver um sonho, ainda haverá esperança mas, onde está o meu sonho?

Muitos acham que sabem. Muitos acham que vivem ou já viveram. Muitos acham que entendem. Mas ninguém sabe, vive ou entende. Ninguém sente o mesmo. E não quero que ninguém sinta também.

Desilusão? Decepção? Depressão? Falta de perspectivas?
Pura e simples tristeza?

Provavelmente não. Ou apenas talvez não.

Eu apenas esqueci onde está o meu sonho. 
Ou perdi. 
Ou não consigo ver. 
Ou ainda não posso ver. 
Não sei.

Deixem-me com a minha dor. Com a minha cabeça. Com o meu coração. Deixem-me fechar os olhos e tentar acreditar que existe sim esperança. Para mim, para vocês, para o mundo.

Se for merecedor, que Deus me ajude.

É só.



*Esse é certamente o 
mais triste texto 
da história do blog.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Frase do dia(ou da série "Frases escritas no Twitter"):

Eu durmo, 
tu dormes, 
ele dorme, 
nós dormimos, 
vós dormis, 
eles dormem. 
Nada poético ou inteligente. 
Só sei que eu bocejei escrevendo isso.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Da série: Coisas que eu não poderia morrer sem fazer(2)

10 - Pensar e dizer uma frase estupendamente boa, com sentido e que mude o pensamento de alguém e depois anotar isso para futuras oportunidades lembrar e não se sentir tão idiota ou burro.

841 - Escrever um estatuto como parte de um grupo de loucos que resolvem transformar um time em um clube de fato. Rir com esse estatuto e achá-lo tão bom quanto um estatuto juridicamente correto.

854 - Comprar comida e refrigerante para comemorar a aquisição do novo uniforme do time, ou clube, citado no item 841.