Aquela ideia de descanso, férias mesmo, por um longo período sempre parece atraente aos olhos de quem não desfruta disso. E se você ainda não entendeu, estou reclamando por não ter responsabilidade alguma. É. Não tenho para para fazer e tenho todo o tempo do meu dia para "descansar".
Uma vida tão boa, mas que de tão boa é ruim. E por mais fácil que possa parecer passar esses dias, digo-lhes que não há coisa mais entediante do que o próprio tédio de saber que ainda restam alguns meses até que a minha vida volte a ter algum sentido prático e útil.
É bem fácil dizer que queriam estar no meu lugar. Mas o que ninguém consegue entender é que, pelo menos para mim, aguentar muito tempo sem fazer nada é uma tarefa tão árdua quanto o próprio trabalho. Tenho tempo para descansar a cabeça mas não o faço porque não consigo em meio à tanta coisa inútil que cerca, ronda e que faz com que meus neurônios sejam os únicos que tenham trabalho. Mesmo que seja um trabalho inútil.
O blog reflete isso. Sem disposição para pensar, sem disposição para escrever. Entediado. E não me venham com "você pode acabar com o seu tédio" porque isso é mentira. Só resposabilidades podem acabar com o tédio. E eu preciso de responsabilidades que me façam pensar e agir integralmente.
Minha mãe tem um livro, o "Socorro! Preciso de motivação", o qual não lerei por ser um livro de auto-ajuda(duas vogais juntas, coloca hífen - eu acho). Mas é isso. Mesmo que não tenha nada para fazer e que é certo que em agosto terei pouco tempo para escrever aqui, no Tosco e no Futebolista, não consigo ficar contente por poder descansar o dia inteiro de ter ficado o dia inteiro anterior sem fazer praticamente nada.
E não me venham também dizer que estou reclamando sem motivo. Pode ser que alguém aguente. Que alguém goste. Que alguém ache a melhor coisa do mundo. Eu também dizia isso. E queria isso. Mas não há nada pior do que essa nulidade física e mental pela qual tenho passado e pela qual passarei um bom tempo ainda.
Aos que ficam, aos que vão, nada mais a dizer.