quinta-feira, 16 de abril de 2009

Histórias de uma vida não vivida(8)

*Não são palavras que saem da mente de alguém que possui um coração rompido. São sussurros, gemidos, lágrimas, angústias e dor, muita dor. O rompimento não se dá pela perda de um grande amor, mas pela decepção com pequenos amores. Hoje, essa pessoa só existe. O que seria muito pouco, pois o importante é viver e não apenas existir, acaba sendo muito, pois essa é a existência de alguém que já não sabe mais quem é.

Sentado no parque, pensativo, olhava para as folhas secas que o vento levava de um lado para outro. Teve a impressão de fazer parte de um filme naquele momento. Era tudo tão... simples, tudo tão belo, tão... natural. Pássaros faziam seus ninhos nas árvores, no alto de postes altos, e em lugares que ele nem sabia onde ficavam. Mas sabia que existiam. Porque pássaros fazem ninhos nessa época, e parques cheios de árvores, postes e lugares escondidos são locais bastante escolhidos por essas aves, que vão de pombas a todos os outros tipos de pássaros.

Sentado no parque, pensativo, olhava para o céu, azul, sem qualquer nuvem branca para trazer imagens comparativas à imaginação. Era um dia ensolarado, como poucas vezes havia visto em sua vida. Ah, sua vida... anos e anos viveu como um cego, vendo apenas preto, cinza e um branco que outro nas folhas de ofício. E aquele céu azul... trazia a lembrança do seu tempo de plantador de laranjas, no interior. Como era difícil e trabalhoso, mas como era prazeiroso e legal.

Sentado no parque, pensativo, olhava para as crianças de 3,4 ou mesmo 10 anos que corriam de um lado para o outro. E como suas mães olhavam à distância para elas, sempre atentas a qualquer tombo ou atitude "incorreta" que elas poderiam ter. Aquelas crianças não importavam-se com a terra, a areia ou qualquer outra coisa que pudesse sujá-las. Queriam apenas correr.

Sentado no parque, pensativo, olhou para as pessoas dos outros bancos. Eram senhores de idade conversando ou jogando xadrez nas mesinhas. Ou eram homens requintados, cheios de pose, terno e gravata, com jornais gigantescos, onde deveriam procurar o valor das ações de suas grandes empresas, afinal, chefes não precisam trabalhar muito depois que são chefes. Ou ainda eram senhoras de idade, que comiam um lanche antes de continuar seu passeio pelo parque. Ou mesmo casais, jovens ou velhos, que aproveitavam toda aquela natureza para deixar que seu amor aflorasse.

Sentado no parque, pensativo, lembrou de si. Seu sorriso foi substituído por uma cara séria, mas não séria ao ponto de apavorar uma criança que eventualmente passaria na sua frente e olharia-o de cima a baixo. Lembrou de si quando lembrou que aquela era sua última tarde. Seus últimos momentos de vida. Pensou em algo que ainda poderia fazer mas nada lhe parecia realmente necessário. Não que uma pessoa deva fazer somente coisas necessárias quando estiver perto da morte mas enfim... . Nenhuma pessoa lhe veio à mente. Nenhum momento marcante de sua vida veio à mente. Nem seus já falecidos pais. Nem sua já falecida esposa. Nem seu já falecido cachorro. Nem seus já falecidos filhos.

Nada. Ninguém. Sozinho no mundo. Sozinho na vida. E sozinho naquele belo parque. E nem aqueles que amou vinham a sua mente. Nem a liberdade. Nem as laranjas. Nem mesmo o seu utópico sonho de um mundo melhor. Nada daquilo lhe veio à mente. Nunca imaginou como seria chegar ao fim de sua vida. Mas nunca pensou que não pensaria em nada, em ninguém. Nunca pensou que seus últimos momentos seriam feitos de pensamentos no pensar.

Nem o céu azul, nem os pássaros, nem as folhas secas, nem o vento, nem as alegres crianças, nem as suas preocupadas mães, nem o xadrez, nem os bancos, os casais, os lanches das senhoras, nada. Nada daquilo era o que ele queria ter nos seus últimos momentos. E, naquele momento, percebeu que mesmo que quisesse, não conseguiria. Nenhum de seus planos finais havia dado certo. E agora, sem plano algum, só olhava para tudo o que o cercava.

Estava num vazio quase completo. E cada vez conseguia raciocinar menos. Até que seus olhos fecharam e ele... dormiu.

Talvez para sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

It was so simple; and satisfactory enough. I was somewhat sidetracking earlier. Relevant ideas, not hitting the mark.

It's John 6:66. Not all too conspicuous in itself. But see the context.

Who will be saved? Its told with perfect clarity in above all Matt 19:31-46.

In verses preceding John 6:66, its clearly stated the words given by the Father is the Spirit, attracting you or not. What do you say, "Oh Mystery! Oh Mystery!". No fucking "mystery" here. Just read what is said clearly enough. You don't like it? OK, just STEP BACK and misuse Matt 19:26 to explain it all away (as can readily be seen, it's the perfect tool to cancel absolutely anything just ad lib), and exclaim again: "oh, Mystery!" - and then you turn it all into precisely that kind of religious suprestitious bullsh*t mumbo-jumbo Jesus crystal creedence clearly turned AGAINST, paying dearly for it. What the heck, of course all is Mystery to the one understanding nothing. I tell you: someone that goddamn stupid does not deserve Salvation, and if he DOES understand the obvious, and still denies it, he deserves Hell.

You think God works miracles? He does nothing of the kind. That's superstition and nothing else. He works solely through Logos, his Word, and Word means word, words, so you read them and you eat it, and was it made flesh too? Sure, we've got that perfectly sound Catholic koan class perfect abstracton and reduction, Corpus Christi Amen, sacramental grace, fine, I buy that, why shouldn't I, it costs me nothing, its for free.

Jesus, as we meet him in New Testament, did NOT exist as a historical person. That's a myth. Still, I don't take back ANYTHING. It's all REAL, you just got it all WRONG. He is, to some, and greatly varying, extent part of anyone of us, and he died and resurrected through generations and through centuries. Incarnation mighty fairly good enough to me.

And, btw, I checked the books of NT, and I couldn't find another 6:66.

Waiting for His return? It's too late folks! He was already HERE, and caught you all asleep (except for me).

Whom am I then, besides that man having Judgment? What do I know, I'm just another guy. But check my natal chart Lund Sweden 25 march 1951 12:15 daytime, and ask an astronomer about Halley's Comet. Superstition? Nah, what the fuck do I know about how it all works out. Just goddamn meaningful coincidence.

And: I DO seem to be the One with judgment told about you should know where. This accepted, I'm the smartest person there ever was, and will ever be. (My IQ established by WAIS III happens to be sky high as well.)

666 means: you made it. You saved youself, or you did not, and you KNOW it. And you cannot do anything about it anymore; it's too late.

In addition, as told below, we have the striking numerical/symbolical pliabilty of 666, and the coincidental fact 6 is SEX on Swedish; and I am Swedish; and my great theological innovation is the insight into equivalence og God and Sex. To understand thiss little floating article accurately in some depth, it's highly recommendeble you read the blog in its entirety. It's Rainbow Warrior. COPYDUTY EVERYBODY.

And leat, but not last, the Number relates perfectly to the Terrible Oracle, I Ching, signyfing transfiguration of Yin to Yang, weakness to Strength, and what's that, if not Christ? Hail the Cross! Death and Resurrection. So: the Terrible Oracle itself CONFIRMS Christian Faith through the Terrible Number; and I, Peter Ingestad from Sweden, was the wiseguy to find out.

You don't enjoy this? All right, make a cleansweep, declare me insane, declare me Antichrist, I don't much care; but this WILL haunt you in your dreams from now on, and there is NO ESCAPE.

Finally: one thing: don't you FUCK with me. It ain't healthy. OK?

That's it, folks. Game over. Easter close, lights out, there will not be light again, except for the Hawking radiation of... let's say, Matthew 19:26. Good night.

In the name of the Father, the Son, and the Holy Spirit +, hail Satan.