segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Histórias do Billi J. - a luta do Billi J. contra a ignorância(parte 1)

O Billi J. estava naquela fase em que o mundo é o fim do próprio mundo e que a sociedade é o maior lixo que há no planeta. Ele queria porque queria fazer alguma coisa para mudar essa situação e, quem sabe, poder encontrar uma namorada que também seguisse os seus ideais de luta contra a monotonia porcamente capitalista e superficial que predomina na maior parte daqueles que habitam aquela já referida(pelo menos umas duas vezes) sociedade imunda na qual vivia.

O Billi J. não podia ver um papel no chão que ajuntava. Papel de bala ou salgadinho ele colocava no bolso e depois jogava no lixo, quando achava um. Sim, na cidade onde morava, eram poucas as lixeiras, por isso demorava até o Billi J. achar um lixo. Ah, garrafas pet também eram encontradas em grande número.

Ele sempre, mas sempre recolhia esse lixo, mesmo que não fosse seu e mesmo que o seu lixo estava sempre nas lixeiras, latas de lixo, ou mesmo, lixos da cidade, da universidade ou da sua cozinha. Muito preocupado com o meio ambiente, ele sempre participava de ações conjuntas para limpeza de qualquer que fosse o lugar e fazia parte de uma ong, criada por ele mesmo, para limpar tudo o que estivesse sujo e, conseqüentemente, prejudicasse a cidade, mesmo que num futuro não muito próximo.

Na verdade, ele era o único membro da ong, que não era bem uma ong, mas tinha nome de ong e até blog na internet(não como esse aqui, uma coisa útil, mas que não era bem atualizada pois o Billi J. não tinha tempo sobrando para tal, era estudo, limpar a cidade e estudo, comer e dormir eram tarefas secundárias). O Billi J. era um cara que fazia isso justamente para esquecer sua vida. Jogava-se no lixo com a intenção de limpar, na esperança que alguém se comovesse e o ajudasse, primeiro a recolher o lixo da cidade e depois limpar a sua própria vida.

Tosco, como sempre, o Billi J. um dia estava na sua limpeza e promoção da campanha "não jogue copos plásticos no chão" quando um idiota que usava gel no cabelo e tinha usava aqueles colares ridículos de rapper estadunidense que só grunhe(feito porco no chiqueiro) durante a música(que música? são só barulhos). O cara era um merda. Tanto que a primeira coisa que fez foi jogar o seu copo, onde sorvia porcamente algum líquido, fazendo ruídos extremamente irritantes para o Billi J. e qualquer outro que passasse por lá naquele momento, no chão, para indignação do Billi J.. Vendo a cara de indignado do Billi J., o por... digo, o idiota do plai... infeliz daquele piá de bosta, disse, sem qualquer remorso(e para provar que não há mesmo cérebro na cabeça desse tipo de gente):

-Tá com os óio(algo que seria entendido como olhos) pra cima deu por que mané? O copo é meu e eu faço o que quero com ele... tá ligado mano?

O Billi J. pensou que poderia matar aquele idiota. Pensou que poderia fazê-lo pegar aquele copo com a boca. Pensou que todas as suas aulas de defesa pessoal serviriam para fazer aquele filho da ... mãe dele engolir o que disse e voltar atrás com a sua atitude estúpida. Pensou muitas coisas em questão de segundos. Mas nada fez. Foi até o plai... o imbecil e, inesperadamente, se abaixou e ajuntou o copo. Sem dizer uma palavra sequer.

Todos que viram e pararam para continuar vendo aquela cena ficaram chocados. Como que o Billi J.(que para eles era apenas um qualquer desconhecido que fazia algo bom) que estava fazendo uma coisa útil, não reagiria àquela atitude infeliz, mas muito comum? Ninguém entendeu como ele conseguiu fazer tal feito. Tão ignorantes quanto o idiota, começaram a gritar...

...-Cagão!
-Amarelão!
-Seu covarde!...

...dentre outros xingamentos.

O Billi J. nada fez. Continuou seu trabalho de recolher o lixo daquela rua. Até os gritos cessarem, o idiota que havia atirado aquele copo e provocado o Billi J. e foi até ele, para lhe falar mais algumas coisas. E falou mais algumas coisas. Coisas que profundamente irritaram o Billi J.. Mas ele não reagiu. Nem uma palavra, nem um soco, nem um copo na boca do imbecil. Nada. Voltara a ser o Billi J. que guardava sua raiva. Nem ele entendia como conseguia agüentar tudo aquilo.

O idiota do plai... digo, do estúpido piá de bosta continuou xingando o Billi J., mesmo que à distância, até que chegou uma guria que o puxou pela orelha e o fez calar-se. Depois, a mesma guria gritou, para todos, inclusive o Billi J., ouvirem, que ele deveria se desculpar com o Billi J.. Ela havia visto tudo o que acontecera, mas só achou que deveria se intrometer quando percebeu que o Billi J. não reagiria. O idiota, puxado pela orelha pela guria, que deveria ser sua namorada, ou irmã, ou prima, ou apenas uma guria que havia visto a injustiça, bem, para retomar a frase, o idiota foi pedir desculpas para o Billi J..

(continua)

Um comentário:

Vini Manfio disse...

meio enrolado esse começo