domingo, 31 de agosto de 2008

É tão legal que nem precisa de título

E é estranho como, só no momento em que percebemos o que poderíamos ser se há algum tempo atrás uma pedra não fosse atirada em nossa cabeça, é que damos valor à uma coisa chamada personalidade. Não quero escrever criticando a falta dela, até porque, já devo ter escrito pelo menos um texto sobre isso nos mais de 600 desse blog. Mas é estranho, repito, dar valor ao que somos, ou pelo menos ao que achamos que somos, no momento em que colocamos em nós outra personalidade e nos imaginamos diferente daquilo que somos.

Tudo confuso até aqui, mas a idéia é bem clara. Agradeço à Deus pela minha personalidade. Sim, agradeço pela pedra que veio lá do alto, atingiu a minha cabeça, me fez cair num buraco e mesmo assim me deu força para sair do mesmo. Não precisam entender, é só saber que agradeço pelo que sou hoje e principalmente por não ser quem eu era.

Sem descrições mais detalhadas, até porque, já o fiz aqui nesse blog(2), queria apenas expressar hoje, a minha felicidade por ser como sou. Sincero, perseverante, chato, teimoso, meio tímido, peleador(de peleia, luta, mas não física), idealista, antigo em algumas coisas, feliz, enfim, muitas outras coisas que não são escritas por não serem lembradas no momento.

E acabei percebendo o quanto é bom ser assim, amado, mas principalmente, odiado, num momento muito simples. Vendo recados no orkut!!! Sim, essa ferramenta tosca, mas necessária para aqueles que, como eu, querem manter contato com pessoas de outras cidades, também nos traz lições. Eu já conheço e já vi muito o que vi hoje, mas por algum motivo, somente hoje agradeço por não ser desse jeito.

As pessoas se amam. Mas não entendo como as pessoas podem amar todas as outras pessoas. Não me venham com essa de bom samaritano, de "paz e amor", de qualquer outra coisa porque eu digo, isso é hipocrisia. Ninguém pode amar todo mundo. Porque ninguém é perfeito. Porque ninguém vê em todos, um amigo. Porque ninguém sente muita saudade de todo mundo. Porque ninguém conhece a fundo todo mundo para amar. Mesmo que o amor não exija conhecimento, pelo menos alguma coisa da pessoa deve-se conhecer, nem que seja a cor dos olhos, para dizer que ama. O pior de tudo é que não é tática pra conquistar pessoas do sexo oposto. É hipocrisia mesmo. E por objetivos não-aparentes.

Eu não sei se isso se tornou uma crítica, acho que não. Apenas um comentário. Não cito nomes. Não cito situações definidas. Não cito nada. Achei necessário escrever isso apenas para dizer o que já disse antes, que sou feliz por não ser amado por todos, por não ser querido por todos, por não ser convidado por todos para todos os lugares e por não receber todos os dias recados, de várias pessoas, que contenham as seguintes palavras: "te amo, anjo, lindo(digo no meu caso, mas é mais comum para gurias isso), querido, muita saudade, anjo, te adoro, maravilhoso findi, maravilhosa semana, foi perfeito". Ainda há outras, mas essas resumem bem a situação.

Pode até parecer que estou irritado, mas não. Porque é até engraçado escrever isso. Porque eu preciso escrever. Porque é útil escrever. Porque eu mereceria se o fizesse também. E ninguém melhor que um ex-normal para falar sobre essas coisas de gente normal. As pessoas mudam, eu sou uma prova viva e ativa disso. Fiz valer à pena a pedrada que levei e que me fez mudar. Porque eu decidi mudar mesmo e não aparentar mudança, mas principalmente, não continuar aparentando o que não era. E continuo não sendo, felizmente.

Questão de convicção. A mesma coisa que me faz dizer que eu sou feliz por não ser amado e querido por todos. Porque é legal ver pessoas virando a cara pra ti sem motivo algum. Porque é legal ouvir as pessoas rindo da tua cara só porque o teu nariz é grande. Porque é legal ser um ameba azul no meio dos amebas amarelos. Porque é legal demais poder expressar uma opinião em um blog e não ter que comentar dizendo "adorei o teu blog" sem ao menos ter lido, só para atrair visitantes, que, por isso, farão os mesmos comentários, sem ter lido. Adicionei vários blogs sem propor nada, porque depois de algum tempo, os visitantes perderam a importância. Mas fico feliz que os companheiros tenham lido e gostado dessas minhas bobagens como gostei das coisas deles.

Falando nisso, não tenho comentado nos blogs parceiros, pois ultimamente tem sido complicado motivar o meu eu-lírico nessa dura e longa jornada. Mas eu tentarei fazê-lo um dia desses. E a última frase do parágrafo acima não foi uma crítica, se é que alguém pensou que pudesse ser. Lendo blogs eu descobri mentes bem diferentes da minha. Que escrevem histórais melhores que as que o Billi J. conta. Que escrevem bem. Que escrevem com algum sentido.

Acho que é isso. Ah, mas eu tenho que repetir, que mesmo com todos os defeitos, os erros, do passado e do presente, fico feliz por ser eu. Acho tão legal...

Um comentário:

GrazieWecker disse...

nossa... fazia muito tempo que eu não lia um post por aqui... teus textos são muito grandes hehehehe

eu também às vezes penso coisas como "como é legal ser eu"...