terça-feira, 26 de agosto de 2008

Histórias do Billi J. - se eu contar ninguém acredita (final)

(continuando...)
Quando virou as costas para os malditos alemães canibais, deu de cara com Amanda. Essa, havia vindo com seu irmão atrás dele. Não sabia por que ela estava ali, mas ficou feliz em vê-la. Billi J. foi dar uma última olhada para malditos alemães canibais que iriam dominar o mundo e... deu de cara com uma câmera. Agora é que nada fazia sentido. Uma câmera, que era controlada por um idiota de um alemão que usava um boné bem gay do nx0. Não, aquilo não fazia sentido. Foi quando Amanda explicou que havia inscrito Billi J., sem que esse soubesse, em um programa da BBC inglesa, que simulava a existência de uma civilização de alemães canibais que viviam escondidos no interior do Brasil e que precisavam cozinhar mais um corpo humano com cenoura e alface para poder ter poder suficiente para dominar o mundo.

Não fazia sentido tudo aquilo. Um reallity show, um documentário, o raio que o parta. O haviam feito de bobo. Era um tolo por ter passado pela angústia que passou. Quando lhe perguntaram o que havia achado da experiência, Billi J. começou dizendo que não havia entendido muita coisa, mas depois, num acesso de raiva, chamou todos aqueles alemães de demônios de cabelo cor de ovo e mandou-os pro quinto dos infernos. Estava descontrolado, mas quando Amanda sussurou "Billi", ele se acalmou. Parecia que havia levado uma injeção tranqüilizante. Amanda se desculpou e disse que achava que seria bom para ele passar por uma situação como aquela.

O Billi J. ficou pensando. O que essa louca acha que eu sou? O que ela entende por ser bom passar por isso? Ficar horas e horas com medo de levar uma bala na cabeça, saída de uma arma controlada por um velho filho da mãe dum alemão de merda. "Malditos sejam todos vocês" - gritou o Billi J.. Ninguém estava mais agüentando aquilo e o seu irmão pegou um pedaço de pau no chão e acertou uma na nuca do Billi J., que desmaiou. Billi J. acordou alguns dias depois, no hospital. A paulada tinha sido tão forte que o Billi J. havia se esquecido de tudo aquilo. Mas só daquilo, até onde parece.

De repente, a porta foi aberta bruscamente e aquele bando de alemões gigantescos entrou no quarto do Billi J. e esse, recuperando a memória quase que por milagre, sentiu medo. Era agora que iriam comê-lo vivo, aquele bando de alemães canibais. Mas o idiota do alemão com o boné do nx0 entrou gravando tudo e riu quando aquela alemoa que gritou com o Billi J. lhe ofereceu uma sopa de cenoura com alface. Na verdade, todos riram. O Billi J. não sabia o que fazer. Tinha vontade de matar aqueles alemões de merda que tanto o incomodaram nesse tempo. E ainda tinham gravado tudo aquilo. Malditos sejam eles. Infelizes. Riem da minha cara, pensava o Billi J.. Mas o Billi J. nada fez além de se irritar. Não matou ninguém. Não atirou o prato de sopa em ninguém.

O Billi J. só pensava no motivo que havia originado tudo o que acontecera naquele dia. No dia da viagem e da sopa de cenoura com alface. Foi por querer esquecer daquilo que lhe incomodava, que lhe perturbava, que ele amava é que tudo aquilo começou. Aquela bobagem de realitty show, documentário, o raio que o parta. E no final de tudo percebeu, não pela sacanagem mas sim por aquilo que estava sentindo, que não conseguiria esquecer de Renata e, talvez até, nem de Amanda. Poderia ser passageiro, mas o que viveu ficou guardado em sua lembrança. Era como se tivesse tentado esquecer seus pais. E até seu irmão.

Sentiu-se inteligente e feliz ao perceber que, nem se quisesse, conseguiria esquecer daquilo que amava. E o cheiro de baunilha que sentiu dentro do caldeirão de sopa de cenoura com alface foi explicado pelos alemães. Uma das alemoas usava o mesmo perfume que Amanda. Coincidência sim. Depois que os alemães saíram, seu irmão entrou. o Billi J. perguntou de Amanda e ouviu um "ela foi embora com o namorado" do seu irmão. Estranhamente, Billi J. não pensou em nada. Não amaldiçoou o namorado de Amanda e nem ficou com raiva do que havia ouvido. Nem um pouco triste ele ficou.

Talvez aquilo que pensava e imaginava sentir por Amanda fosse só ilusão... doce, doce ilusão... tão doce quanto baunilha.

Um comentário:

Vini Manfio disse...

CAMPANHA: UM COMENTÁRIO POR POST!

muito louco