quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Reedição do texto "Porque o tudo não passa de um nada disfarçado", escrito em 31/07/08

Hoje eu teria muita coisa para escrever, porém, lembrei-me de um texto que escrevi no ano passado(e que elegi como o que mais gostei de escrever nesta postagem). Como não tenho vontade de apenas trocar meia dúzia de palavras para manter uma ideia, deixo esse texto aqui, porque ele acaba retratando o dia de hoje também.


"Sinto falta, necessidade, desejo e qualquer outro sentimento que possa ajudar a aumentar a expressão da falta que sinto por algo. Preciso, quero, tento, busco, corro atrás do que um dia já me fez feliz, já me trouxe algo que seja bom de lembrar, de imaginar, de recordar, de querer reviver, de tentar fazer novamente.

São palavras que saem, que são pensadas ou não, digitadas, certa ou erradamente. São palavras que fazem muito sentido, pois a ausência é algo que faz sim algum sentido. São palavras, que não fazem sentido algum, porque não há sentido que se dê a algo que torne esse algo qualquer um algo real, importante, bom de se lembrar... e por aí vai.

Tento pensar, tento buscar mas só consigo imaginar. Porque é mais fácil, porque não é difícil, porque é tão simples quanto qualquer texto de alguém sensato. Não sou sensato, mas isso não vem ao caso. Fujo de minha mente, irritante, inconstante, instigante, indescritível* e incessante. Fujo ou tento fugir, de pensamentos estranhos, que sempre me levaram a agir de maneira estranha, mesmo que essas coisas não passem de atitudes diferentes, de uma pessoa diferente.

Fujo da mente que se fechou, sem saber se há nela alguma porta ou saída de emergência, fujo de um cofre de banco de filme estadunidense, em que há mais metal na porta do que no resto do banco. Fujo dessa mente que só sabe pensar, e mais nada.** Fujo dessa mente que me faz voar longe, de tudo o que tenho e de tudo o que algum dia tive.

Esqueço essa idéia, de passado, de futuro, e até de presente, para me concentrar no nada. Porque o nada é a resposta para se achar alguma coisa que se perdeu. Porque o nada faz com que qualquer coisa que ache, torne-se muita coisa, porque o nada é nada, mesmo que em todo nada haja um tudo implícito e escondido. Assim como há sempre branco no preto, e vice-versa.

Fugi da minha mente. Fugi de mim.

Apenas para escrever um texto. Que não é um texto. São letras, palavras, frases e parágrafos que não fazem sentido. Porque não há explicação ou idéia contida nesse texto. O que ele aparenta mostrar, apenas aparenta, porque não mostra nada. Porque não quero mostrar nada. Porque não preciso mostrar nada.

E tudo por que?

Porque ainda não achei algo na busca pelo nada. Porém, ao mesmo tempo, também não achei nada na minha busca no tudo. No tudo que tenho, que tive, que terei.

Sabem... não faz sentido. E o melhor de tudo... não é pra fazer sentido! Porque o sentido é uma direção, um rumo, um caminho. E eu estou no meio de um deserto. De nada, e de tudo.


*tinha que ter uma palavra para mostrar que não há intenção de rima;
**não sei se há alguma função na mente(não no cérebro) além de pensar, é uma discussão muito técnica..."

2 comentários:

Anônimo disse...

O que não faz sentido sempre é melhor :)

beijoos

Letícia disse...

oii :)
tem um selo pra ti no meu blog

http://pensamentostransitorios.blogspot.com

;*