segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Histórias de bergamota(4)

Não era época de bergamota. Não havia uma bergamota sequer nos mercados, da cidade, do estado e do país. Não havia uma bergamota sequer no mundo inteiro. Ele entrou em desespero. Seu estoque de bergamota para épocas como essa havia acabado. Teria que passar mais dois meses sem comer bergamota. Não poderia.

Alguém como ele não tinha a capacidade de agüentar mais de 1 dia sem comer bergamota. Só ele não conseguia ficar um dia sem comer bergamota. Era o fim. Não poderia viver mais naquele mundo em que não havia uma bergamota sequer.

Estava no inferno.

Em um ato de desespero, recorreu ao outro nome da bergamota, tangerina, para ver se alguém no mundo possuía uma tangerina para que ele pudesse comer.

Também não encontrou ninguém.

Era mesmo o fim, até que, foi conversar com o padre. Pediria a extrema unção para poder ir para o céu comer uma bergamota lá, afinal, as nuvens devem ser bem férteis.

O padre lhe ofereceu um suco. Ele, como que por instinto, sentiu que seu corpo estava ativo. Aquele era suco de bergamota. Mas como aquele maldito padre conseguiu uma bergamota para fazer suco e eu não?

O padre lhe respondeu:
-É suco de pacote meu filho, é artificial.

Para ele não importava, poderia passar dois meses apenas tomando suco de pacote de tangerina, que tinha o (quase) mesmo gosto de bergamota de mercado, e assim viveria até poder reencontrar seu verdadeiro amor: a bergamota pokãn.

Comprou 5.000 pacotinhos de suco artificial de tangerina e assim conseguiu viver, mesmo que em uma doce, e artificial, ilusão, pelos meses que se passaram sem bergamota.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu não disse q vc criticou
so disse q nao sou de ta fazndo textinhos pre-fabricados pois tenho uma personalidade propria e super forte

Jééh disse...

como dizem pra tudo na vida tem uma solução, só não tem solução mesmo pra morte, mas essa pode esperar né ^^