quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Histórias do Bandiolo/Billi J. - tem culpa lá eu?

Ele era o Billi J.. Sim, essa história será uma mistura das duas maiores séries de textos do blog. Mas enfim, como é tudo original por aqui, não vou comentar mais nem uma palavra além deste ponto.

O fato é que o Billi J. vivia, no começo da faculdade, sentindo a falta da Renata, se arrependendo por não ter se declarado antes e cansado pela dura e cansativa rotina de faculdade. Ele já não agüentava mais ter que acordar cedo para andar de ônibus por mais de meia hora só para chegar ao ponto de ônibus que o levava à escola.

De certa forma, o Billi J. decidiu então, certo dia não definido pelo autor, repensar a sua vida. Isso foi antes daquela vez em que ele pegou a mochila e foi para uma cidade desconhecida, que no final descobriu-se ser um reallity show bem sacana.

E ao repensar sua vida ele tinha a esperança de entender todos os poréns, as demoras e as falhas de sua, curta mas bem estranha vida e do seu tosco e quase politicamente correto jeito de agir.

Uma das coisas que o Billi J. concluiu foi que ele havia sido covarde. Sim, apensar da surra que deu no seu ex-amigo, de ter tido a cara de pau de comprar uns grandalhões naquela festa e de ter saltado da janela de um restaurante, quebrando o vidro e quase se espatifando no chão, o Billi J. viu que tinha sido covarde boa parte de sua vida.

Tinha sido covarde todas as vezes em que suas notas nas provas não haviam sido boas e ele, com certa arrogância, dizia(mesmo que para si mesmo, já que não conversava com mais ninguém além de Renata) que havia ido mal porque tinha esquecido da prova(o que não deixou de ser verdade algumas vezes, mas enfim) ou porque estava cansado demais para estudar. Havia sido covarde por não admitir suas deficiências. Covarde também ao se esconder na sua visível timidez. Engulisse-a, jogasse-a no lixo, chamasse-a no tapa e desferisse nela um baita soco. Mas não, tinha sido covarde ao achar que o tempo lhe traria isso por merecimento.

O merecimento só vem para aqueles que lutam, como ele acabou lutando(não só fisicamente), por aquilo que querem. O mundo não deixava de ser injusto, mas agora era menos injusto pois ele percebeu que seus defeitos eram simples, mas grandes. Sentiu-se estranho. Como poderia ter pensado em tal coisa só naquele momento? Depois de amar, fingir amar, ser amado, ser triste e feliz, contente e decepcionado, conseguia entender o porquê de muitas coisas terem demorado muito para acontecerem na sua vida.

Já não tinha mais medo. Depois do que fizera por Renata já não tinha mais medo de nada. Já não se escondia na sua grande timidez. Afinal de contas, se fosse por ela, teria de viver sozinho para o resto de sua vida. Cansou de se esconder em frases e conceitos prontos para não se decepcionar mais. Cansou de fugir das coisas ruins com ideais bem definidos. Queria era sair gritando que sentia-se bem, mesmo não estando bem, só pelo fato de estar vivo.

Muito louco, meio bobo, meio idiota, meio tosco, meio fraco, meio forte. Esse era o Billi J.. Sentiu-se grande. Não fisicamente, mas emocionalmente. Sentia-se grande por saber reconhecer seus defeitos. Sentia-se grande por admitir ter sido covarde muitas vezes. Meio bocó o Billi J., mas não deixou de ter razão.

Depois de tudo isso, o ônibus parou e ele ficaria meia hora mais esperando o ônibus que, naqueledia, atrasou-se em 25 minutos em virtude de um congestionamento causado por um acidente.

Puts.

5 comentários:

Ju Vrech disse...

gremista... :~
mora em Frederico Westphalen?

gostei do texto, vou ler mais alguns. ^^
:*

Camilla disse...

Nossa, eu conheço tantos Billis J por aí...

Adorei! De verdade meeeeesmo :D

Beijos

Anônimo disse...

Nossa, adorei seu texto!

Seria uma crônica?!

Gostei especialmente da parte que ele admite sua culpa, e que devia ter feito alguma coisa com a timidez ao invés de esperar que o tempo se encarregasse de resolver tudo.

beijos

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
:) disse...

adoreei seu texto !

passo por aqui sempre que possivel !

super beijo (=