sexta-feira, 4 de julho de 2008

Dizendo sem desdizer*

Sentado em frente ao computador, sem muitas idéias na cabeça, mas com uma vontade de escrever algo. Um elogio, um xingamento, um pensamento, ou nada disso também. Quero mais é escrever, sem analisar como, e se os meus parágrafos possuem um desfecho próprio ou se eles estão de acordo com as normas da língua portuguesa.

Blogs não existem para ser bem escritos, nas normas. Podem ser, mas a maioria não é. Porque cada blogueiro é diferente, com idéias e pensamentos, que por mais que se assemelhem, nunca serão iguais. Blogueiros podem ser pessoas normais, o que não é necessariamente ruim, ou malucos, como eu.

Hoje eu quero escrever, porque não acho que o meu dia tenha sido bom. Exceto pelo fato de estar vivo, e de agora, comer bergamota, não foram muitas as coisas que me fizessem pensar que o dia foi bom. Porque na verdade, os dias não precisam ser bons, mas apenas ser. Bom, isso é assunto para outro texto.

Quero escrever, em uma situação onde outros iriam beber, fumar, namorar(e afins) ou dormir. Porque atualmente, só me resta escrever mesmo. O blog, aliás, os blogs, são talvez a única forma de aliviar a cabeça que possuo. Uns tocam violão, outros cantam, outros praticam algum esporte. Mas eu não. Não tenho aptidão especial. Mas gosto de escrever.

Hoje eu estava animado. Me desanimei. Tinha estudado, pouco adiantou. Descansei, mas de maneira errada. Caminhei, mas surpreendentemente fiquei cansado demais. Li, mas pouco entendi. E agora escrevo, sem saber se alguma coisa que possa ser lida foi escrita. Queria poder descontar em alguém. Xingar alguém por nada.

Só pelo ato de xingar. Acho que aquela almofada da sala vai ficar surda hoje. Porque ninguém merece ser xingado por mim, por mais que eu mereça xingar alguém. Aliviar a raiva, melhor dizendo, seja xingando, brigando, batendo, ignorando. Aliviar algo que prende pensamentos úteis e interrompe raciocínios fáceis.

Essa porcaria chamada raiva muda as pessoas. Muda o pensamento das pessoas. Muda até a fisionomia, que outrora fora alegre. E tudo por que? Porque um idiota simplesmente o olhou torto. Porque aquela tonga daquela patricinha foi pra aula usando rosa. Porque um orelhão saiu do lugar e atingiu a tua cabeça sem que visses. Tudo porque eu queria ter ficado deitado na cama hoje, dormindo, e esquecendo que não importa o que eu faça, não conseguirei o que queria para hoje. E para ontem, e para alguns outros dias.

Só que essa raiva, essa birra, com tudo, com todos, inclusive comigo, não pode me impedir de sair de casa, chutar uma laranja podre e comer uma bergamota lá na casa da vó. Não pode, e nem consegue, porque por mais que tente, a decepção e a tristeza, que vem das mais diversas formas, com os mais diferentes tipos de abordagem, seja direta ou indireta.

E não me sinto mal por querer o que não tenho. Não me sinto mal por isso. É sempre bom buscar algo melhor. Mas valorizo o que tenho sim, por isso simplesmente não ignoro tudo movido pela raiva e influenciado pela teimosia, pela idéia de que o mundo está contra mim. Pelo que tenho sigo em frente, sabendo que os dias passam e não voltam, que a cada dia novos objetivos precisam ser planejados.

E só. Acho que a almofada vai ouvir muita conversa ainda...

*eu sei que o título não tem nada a ver... a culpa é dos Simpsons.(não me perguntem o porquê)

Um comentário:

mari dakan disse...

estranha identificação....

hahahha