quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A luta pela vida

Sábado, 1° de dezembro de 2007. Mais uma vez eu estou nessa história que talvez não tenha fundamento algum para vocês, que lêem, mas eu achei muito legal a história. Na sinceridade mesmo e não é porque eu participo dela.

Texto um pouco adaptado com relação ao que foi escrito por mim em minha agenda, enquanto o ônibus onde estava partia rumo a Planalto(destino final: Alpestre)...

Bem, dizia eu, ou pelo menos começaria a dizer, que imediatamente após o meu pé empurrar aquele pouco de água naquela direção, um arrependimento(obviamente instantâneo), atingiu minha mente. Não sei se as pessoas se arrependem quando fazem a mesma coisa que eu, mas eu me arrependi.

Não entendi em momento algum o porquê de ter feito aquilo, não entendia como eu, um admirador das obras de DEUS, poderia ter feito aquilo com tamanha precisão. A água empurrada sobre a formiga, uma formiga um pouco pequena, mas grande o suficiente para ser vista do alto dos meus 1 e 80 e pouco de altura, aquela água, tinha matado-a. Ela havia sido empurrada pela água, que havia sido empurrada pelo meu pé(quase que bato com a cabeça na parede agora em virtude das repetições), para o ralo. Ela caiu lá. E eu pensei que havia matado a inocente formiga.

Porém, em um ato de valentia, coragem, determinação e muitos outros adjetivos qualificativos mais, ela subiu pelo cano e saiu do ralo. Forte, com passadas firmes, ela conseguiu sair do ralo. Eu fiquei aliviado, pois felizmente ela não havia morrido. Só que após sair do ralo e andar um pouco, ela parou. Sei disso porque fiquei acompanhando-a com um olhar de alívio.

Ela parou, não aguentou mais tanta água. Cansou. Então abaixei-me e tentei ajudá-la. Coloquei-a em meu dedo e, lembrando daquelas cenas de filmes onde um sopro faz alguma coisa ter vida, soprei sobre a formiga, um vento fraco, mas o suficiente para fazê-la mexer-se novamente. Como estava contente, eu, por ela continuar viva.

A persistência dessa formiga me tocou. Tanto que continuei vendo ela andar em círculos em meu dedo. Parecia desnorteada. Coloquei-a então em cima da pia. E vi ela limpando, ou tentando secar as antenas. Sim, antes de ver isso, pensei que ela havia perdido uma antena. Mas não. Aquela formiga estava completa. Essa é a maior prova de que a persistência faz os pequenos virarem gigantes.

Que exemplo essa formiga me mostrou. E ainda por cima, pode ajudá-la para compensar todo o mal que a fiz, me aliviou completamente.

Não tenho a menor idéia de onde estará essa formiga agora. Não sei se eu mesmo não acabei pisando nela sem querer ou se ela acabou caindo no ralo novamente. Não sei mais nada sobre a vida dela, mas no instante em que essa formiga passou em minha vida e mostrou-me que nem mesmo sendo infinitamente prejudicados devemos desistir, algumas idéias minhas mudaram. Devemos lutar sempre, contra os problemas e tentar sair deles, de cabeça erguida, mesmo que com uma antena a menos(o que não foi o caso dela, como expliquei)(entendam esse antena num sentido figurado...).

Mas o principal, por menor que seja uma pessoa(não só em tamanho), devemos respeitá-la e ajudá-la, nunca prejudicando-a.

Abraço!

Um comentário:

Vini Manfio disse...

esse texto foi bem massa
uma situação real e simples mas que pode, como no caso aconteceu, mudar alguma coisa na vida de alguém