sexta-feira, 18 de abril de 2008

Incapaz

Ele andava sozinho pelas ruas das esquinas de qualquer lugar. Ele andava e sempre que possível ajudava idosos a atravessar as ruas. Ele via carteiras caindo no chão, cheias de dinheiro, e mesmo precisando, corria e devolvia para o dono. Ele corria atrás de ladrões armados e recuperava bolsas cheias de jóias e coisas de senhoras ricas. Ele nunca pediu nada em troca. Mas ele era humano, e ficava contente com os "obrigados" que casualmente recebia. Por acaso, as senhoras de idade eram as mais educadas. Nunca entendeu porque.

Não, ele, não era o Billi J.. Mas ele ajudava. Fazia todas essas coisas, e muitas mais, que eu não vi, aliás, que eu acho que não quis ver também. Ele nunca reclamou. Nunca falou mais alto. Nunca pediu algo em troca. Nem foi mal-educado por algum fato ocorrido. Nada do que ele fazia importava, mesmo que ele impedisse o assalto ao banco da cidade, onde todos os habitantes da mesma guardavam o seu dinheiro.

Ele sempre ia na missa. Sempre tava lá, atento aos sermões do padre. Mas nunca o chamaram para ler na missa, mesmo que em todos os projetos da igreja, ele ajudasse. Não participava de movimentos, mas achava que poderia ganhar uma chance para ajudar. Só queria ler uma leitura pequena, para ver como era ler aquele livrão que ele sempre admirou. Sempre gostou das leituras da missa. As do livro dos Gálatas eram as suas favoritas.

Só queria uma oportunidade. Para saber como era, mas mesmo tentando mostrar que era capaz, ninguém nunca olhou para ele. Nem o padre, que conhecia todos os que habitavam aquela cidade. Que pena. Ele sempre teve vontade. Mas sempre o julgaram incapaz, mesmo nem sabendo do que ele era capaz.

Quantas dessas histórias quem lê isso não conhece... eu, pelo menos umas 3.

Um comentário:

Vini Manfio disse...

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