terça-feira, 8 de abril de 2008

Histórias do Billi J. - são coisas do amor(final)

(...)

Billi J. não merecia aquilo, mas foi então conversar com alguém que entenderia o seu problema. Só que seu pai não entendia aquilo, disse para seu filho crescer e parar de pensar em uma guria. “Para que pensar em gurias nessa idade piá, vai jogar bola e brigar com os maricas dos teus colegas ao invés de ficar correndo atrás de uma guria. Tu vais ter muito problema no dia que casar.” Billi J. decidiu ouvir seu pai. Ligou para o Borongo(apelido originado por um chute mal sucedido em um porongo), seu vizinho e o convidou para irem jogar bola no campinho da rua. Borongo estudava em outra escola, e no período contrário ao de Billi J., por isso se encontraram.

Estavam jogando até que em determinado momento, num acirrado gol-a-gol, Borongo mostrou ao mundo de Billi J.(que era o único a ver) o que era um chute. Forte, sem qualquer intervenção, se uma mosca passasse naquele momento, seria explodida como um coco verde assando dentro de um microondas). Seria o gol perfeito. Iria entrar no ângulo, mas por incrível que pareça e para provar que o gol só é marcado quando a bola entra, Billi J. fez o que nunca havia feito em sua vida, se atirou sem medo de se machucar, acho que motivado pela raiva sentida pela fatídica cena vista na escola, e defendeu de maneira espetacular. Billi J. não acreditava no que fizera. Muito menos Borongo. Só que Billi J. comemorou sem perceber o tombo que iria levar. Billi J. caiu no chão. A queda foi feia. Ele abriu o seu joelho tamanha a esfolada. E ainda por cima bateu sua cabeça na recém colocada trave de taquara verde. Que dor. Quase que a taquara do travessão cai na cabeça dele. Billi J. estava sentindo muita dor.

Só que abrir o joelho e bater a cabeça na trave de taquara foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com Billi J.. Louco sou eu em pensar isso. Até o Billi J. se achou louco por pensar naquilo. Porque tamanha dor seria benéfica para ele? Billi J., sozinho agora, pois Borongo havia ido para sua casa chamar seu pai, percebia que havia dores piores que aquela sentida na escola durante a educação física. Billi J. Nem sentia mais a cabeça, mesmo que o calo tenha sido maior do que uma goiaba. Nem sentia mais o joelho aberto, mesmo que doesse mais do que comer chocolate depois de tomar suco de limão. Billi J. estava bem, pois descobrira que tudo aquilo que ele considerou dor, não passava de ilusão.(ou seria desilusão?)

Billi J. então riu, porque nunca se imaginara tão idiota. A lembrança de Renata veio novamente à cabeça de Billi J., mas o porquê disso ele nunca entendeu. E como ela era linda. E como os cabelos dela acompanhavam a direção do vento. E como os seus finos e delicados braços acompanhavam as suas leves passadas. Renata caminhava como se não houvesse chão. E como aquilo fez Billi J. sorrir. Ele esqueceu-se do mundo e ficou admirando-a mentalmente, até que seu pai chegou e o levou para o hospital.

Billi J. já não pensava mais na sua decepção, no motivo da sua decepção e nem na sua espetacular defesa. Billi J. agora sim, só se preocupava com seu joelho aberto e que sangrava mais do que emo cortando pulso com bolacha maria(essa parte do emo nada tem relação com o comentário do Mestre dos Magos supondo que a história do Billi J. havia se tornado emo). Sua cabeça também doía. Finalmente Billi J. sentiu o que era a dor física e percebeu que essa é muito pior que a dor emocional. Pelo menos ele achou isso. E não deixa de ter razão. Billi J. aprendeu caindo, no duplo sentido da palavra. Só que Billi J. não esperava que pudesse haver uma dor maior. Mas havia. E ele a sentiu no momento em que fora colocado mercúrio no aberto e sangrento joelho.

Não há moral nessa história. É apenas uma das muitas histórias vividas pelo diferente Billi J.

ps. Nunca soube se o guri que causara tamanho revés nos sentimentos do Billi J. era irmão da Renata, se é que alguém se perguntou ou concluiu isso lendo a segunda parte.

4 comentários:

.Lua disse...

gostei muito³ só da sua apresentação (Y)
parabéns (:

Farsa Cronológica disse...

._.
Idem, Lua

Gostei também da apresentação --'

Unknown disse...

cara quando eu chamei ele de emo não me referia a história em si mas a atitude dele de sai chorando.

GrazieWecker disse...

uauuu lendo toda a história eu realmente não imaginava que o final era tão bom
eu até ri (eu até ri - eu rio de tudo)
escreve mais contos pro blog