sábado, 30 de agosto de 2008

Os efeitos do "A cada dia um recomeço" na vida do autor*

Ninguém, nem ao menos eu, poderia imaginar que uma série de textos, escritos em um blog pouco visto, pudessem fazer algum sentido e ajudar alguém em alguma coisa. Aí veio um comentário no ex-Blog do Vinícula, outro comentário(porque aqui, ninguém nunca agradeceu, se é que há motivos para agradecer...), e os textos ganharam alguma importância. Talvez, se mais lidos e vistos, pudessem fazer um sentido maior do que fizeram, mas não isso não vem ao caso agora. (para ler a saga, clique aqui)

No final das contas, com a saga encerrada, pude analisar, mesmo sem reler os últimos dois textos, o contexto no qual cada parte foi escrita. A saga começa em si no segundo texto, já que o primeiro é muito mais um comentário sobre um filme do que qualquer outra coisa. E logo no segundo consegui expor e transformar em palavras a minha decepção, naquele momento, com a atualidade, seja no mundo, nas pessoas ou na sociedade de um modo geral. Foi um desabafo, um desafogo de idéias.

Os dias foram passando e poucos dias depois, tive mais um motivo para escrever. Mais uma decepção, dessa vez bem pessoal, bem ao meu jeito. Não comentei nada de mais específico e ainda joguei pó no ventilador para que nada fosse perceptível. Foi até que inteligente essa manobra. Mas só deu certo porque havia um fundamento para escrever. O quarto fala sobre a relação do meu presente, na época, com o meu passado. Mudanças de rumo e uma motivação a mais naquele momento. Escrever me motivou. Ler o que escrevi me motivou. A última parte fugiu do ritmo em si, mas o final foi massacrante. Pra mim pelo menos.

Não re-li os textos. Lembro-me de cada um como se os fosse escrever agora(no improviso, porque não lembro o que escrevi no primeiro parágrafo desse texto). E quer saber, cheguei à conclusão que escrever é muito mais do que escrever. Eu sempre coloco uma frase tosca como essa. E com uma explicação mais tosca ainda. É divertido, espanta leitores, mas me faz rir.

Eu acho que se cada um de nós, não escritores, porque não sou escritor, mas de nós blogueiros, devemos tirar algo dos nossos textos. Nem que seja para nós mesmos, o texto deve ter um sentido de existir, mesmo que tenha sido escrito sem pensamentos, como já fiz aqui. Há tempos parei com bobagens que não condiziam com aquilo que queria colocar no meu blog. Pode não ser muito importante eu ter um blog, ou quatro blogs como é o caso, mas para mim, esse ato de escrever, me ajudou.

Não que eu tenha me aconselhado com meus textos. Não. Como eu disse, não tenho muita paciência para lê-los. Se bem que não é paciência em si, é muito mais um "eu já sei, implicitamente, o que está escrito, então não vou mais ler" do que uma falta de paciência por si só. Hoje eu descobri que as tijoladas e pedradas do passado me fizeram construir uma barreira para que hoje eu me mantivesse em pé, mesmo com mais uma paulada na cabeça.

Escrever me preparou para coisas, se não piores, pelo menos mais complexas. O silêncio é duro demais para aqueles que sofrem um golpe. Muitas vezes as palavras são mais duras, mas o ato do silêncio te faz sentir isolado. Só. Único em um mundo cheio de gente. Tem aquele provérbio chinês que diz algo como "caia-te mil vezes e levanta-te mil e uma". Eu, por um acaso, sigo isso à regra. Tantos tombos que eu até nem sei como ainda sigo em pé.

A raiva por vezes toma conta, sim, mas também já estou preparado contra a mesma. Saio no soco se necessário. No soco comigo mesmo, claro. A raiva me motiva a unicamente, xingar inconscientemente aquilo que tenta me derrubar. Pois um tombo só é completo se não há uma insistência para voltar a ficar em pé. Teimosos como eu conseguem cair tombos e não ser derrotados. Na teimosia ou na insistência, mas já é um começo.

A saga terminou. Provavelmente não terá mais nenhuma parte mesmo. Mas também, não preciso mais escrever. Seria apenas repetição...

"Não será um recomeço. Tampouco uma mudança. Muito menos um renascimento. Será apenas, mais um aprendizado."

Isso eu nunca esqueço...

Tão tá!


*com o autor no título, até parece que tenho alguma importância... hahaha

2 comentários:

Anônimo disse...

=)

Ow, Vinícula! É necessário sim escrever.Já me ajudou tanto. Talvez, como vc, eu não escreva com o intuito de me aconselhar, mas sim com aquela certeza de que me entenderei melhor se o fizer.

A saga acabou, mas a vida continua... Foi só uma página.

Anny Viana disse...

er pra mim é até uma certa terapia,
tipo coloco ali o que não falaria pra ninguém ou o que no momento me instiga :~~
gosto do que escreves :*