sexta-feira, 27 de junho de 2008

Histórias do Billi J. - quando não há outra saída senão, lutar (final)

(continuando)

...por algum motivo, lágrimas começaram a cair dos olhos de Renata. E não eram de felicidade. Algo acontecera. Renata saiu correndo, como se alguma coisa a perseguisse. Billi J. não entendia nada, mas resolveu ir atrás dela. Só que uma mão o segurou.

(antes de continuar preciso dizer que esse texto parece uma peça do Shakespeare, dadas as devidas proporções entre a inteligencia intelectual dele e a minha falta de inteligência)

Era o citado, ou não, infeliz que passara algum tempo dentro da caixa de gelo, até que alguém, que não tinha noção do que acontecia por uma embriaguez desvairada, pediu outra Polar. Billi J. teria que enfrentar o seu mais novo desafeto. E de algum modo, não podia fazer nada, porque ele era Borongo(cujo nome eu não lembro), seu amigo de infância. Eles não se falavam há algum tempo, mas Borongo mudara demais. Borongo disse que apesar de terem sido amigos, teria que dar uma surra em Billi J., esse, pensava somente em Renata, então, quando Borongo desferiu-lhe um soco, que iria quebrar seus óculos, e provavelmente seu nariz, Billi J., aproveitando de suas habilidades de auto-defesa, desviou-se e, esquecendo qualquer réstia de sentimento de amizade que pudesse existir, acertou Borongo, que ficou simplesmente imóvel no chão, gemendo de dor.

Billi J., percebendo que nada seu ex-amigo Borongo poderia fazer para atrapalhar-lhe, correu atrás de Renata. Alcançaria-a facilmente, pois ele era, estranhamente, rápido. Muito mais rápido do que ela, embora não fosse um bom atleta. Sequer um atleta de final de semana era. Mas teria que enfrentar mais quatro adversários. Aqueles com quem havia trombado momentos antes de sua declaração. Eram quatro contra 1. E quatro grandalhões. Billi J. não sabia o que fazer. Não tinha mais forças e muito menos estava querendo briga, porque somente Renata o importava. Não havia esperança de sair vivo, ou pelo menos andando, daquela iminente luta.

Billi J. lembrou-se que tinha 10 vales para cerveja. Não sabia porque tinha tantos, mas lembrou-se que todos os de sua turma ganharam tais vales. A cerveja era Polar, mas Billi J. não tomaria 10. Na verdade, nem uma, pois não gostava muito de beber. Então ofereceu esses 10 vale-cerveja para os marmanjos. que riram dele, perguntando-lhe se ele achava que eles se venderiam por vales cerveja. Billi J. foi tão sincero e disse um "Eu acho que sim!" tão convincente, que os homens aceitaram os vales e deixaram-no passar.

Tinha seu caminho livre, só faltava achar Renata agora. Tentou, enquanto corria, ligar para ela, mas logo desistiu, pois lembrou-se que ela não fazia mais nada enquanto corria. Continuou correndo, sem forças, sem quaisquer energia. Ninguém sabe como ele conseguiu chegar tão longe sem nada no estômago, pois havia apenas almoçado antes daquele baile, que estava ocorrendo por volta da meia-noite. Mas chegou até a casa de Renata. E viu que ela estava sentada no portão, do lado de dentro do terreno. Billi J. então sentou, do lado de fora. Começaram a conversar. Assuntos banais, como filmes e a situação sócio-poli-eco-agrária do país.

Os dois disfarçavam, como se nada tivesse acontecido, mas em determinado momento, aproveitando uma deixa de Renata sobre um trecho de "Loucademia de Polícia", Billi J. perguntou perguntou-a o motivo daquela atitude. Num momento estavam tão próximos, no outro tão distantes. E ele não sabia porque. Ela lhe disse que seu sonho seria estar com ele por todo o sempre que pudesse vir a acontecer. Só que não podia. Tinha pouco tempo. Em menos de um dois meses viajaria para a Inglaterra, onde moraria com sua tia e com sua prima Gabriela. Billi J. então sentiu que tudo aquilo não tinha sentido. Nada do que fizera teria sentido se ele e ela não ficassem juntos, como namorados, no final da história.

Ambos se levantaram, Renata abriu o portão e eles se abraçaram, enquanto isso, Billi J. lembrou-se das coisas que dizia quando a mesma Renata lhe falava que algo não valia a pena ser feito, pois era muito esforço para pouca coisa. Decidiu, e convenceu Renata, de que pouco importava se fosse 1 mês ou um dia que teriam para passar juntos, aproveitariam-os da melhor maneira possível. E como namorados por quase dois meses, alcançaram o ápice da felicidade. Até que Renata foi embora. E Billi J. teria que fazer a sua prova de vestibular, pensando nela, sentindo a saudade afetar seus pensamentos, mas com a esperança de um dia voltar a vê-la.

O tempo fora injusto com Billi J., mas pelo pouco que pôde realmente aproveitar com Renata, ignorava todas as "injustiças" que sofrera, mais por genética do que por prática mesmo. Billi J. passou no maldito vestibular, e faria faculdade de... Química. Nem ele sabe porquê. Muito menos eu. Enfim, o que aconteceu com ele depois é uma outra história.

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