quinta-feira, 22 de maio de 2008

Estou escrevendo e ao mesmo tempo não escrevo nada. Sim e não, não e sim, o talvez está de férias

O copo não está cheio. Mas felizmente não está vazio. Se bem que tanto faz. Não agüento mais tomar nada. Até porque está doce demais. Mas engraçado que antes eu precisava de um doce, agora não quero mais nem chegar perto de algo que seja doce. Só que sei que amanhã terei novamente vontade de alguma coisa doce, porque só salgado não adianta.

Esses extremos, ou doce ou salgado, ou agora ou nunca, ou bergamota ou leite, são coisas mais rotineiras do que ver muita gente na missa de Corpus Christi. Mas diferente da missa, esses extremos acontecem todos os dias. E vai dizer que não... se for, diga nos comentários.

Mas ou tu escolhes um suco de laranja ou um de limão. Nunca os dois. Por que isso acontece? Porque não posso eu espremer um limão e uma laranja no mesmo copo e tomar? Por que eu não posso comer bergamota e tomar leite ao mesmo tempo? Por que eu preciso escolher só um dos dois?

Será que é pelo mesmo motivo que eu não como mais iogurte depois de comer um bife? Talvez sim, talvez não, mas preciso experimentar comer uma bergamota e tomar um leite ao mesmo tempo. Porque a rotina de escolher é muito cansativa. O cara acorda e tem que escolher se vai comer ou escovar os dentes primeiro. Mas só após decidir se vai tomar banho ou não. E o dia começa assim, nem vou relatar então o resto das escolhas.

Porque é sempre escolher. Ou a ou b. Ou 1 ou 2. Ou xingar um idiota ou elogiar ele. Ou ser sincero ou ser falso. Ou ser humilde ou arrogante. Ou ser egoísta ou ser generoso. Ou ser amigo ou não. Ou usar msn ou google talk. Ou usar orkut ou myspace. Ou blogger ou wordpress(nesse caso eu uso os dois, mas não deixa de ser escolha).

Que saco. Um dia eu não vou escolher nada. Vou só pelo acaso. Que nem um rio. Que merda, o rio escolhe se vai para a direita ou para a esquerda, se tem peixe ou não, se desemboca no oceano ou não. Mas um dia eu não vou escolher nada. Não vou ficar entre duas opções. Não sei como ainda, mas vou planejar todo o dia para poder não escolher nada.

Se bem que não escolhendo eu vou estar escolhendo do mesmo jeito. Que porcaria isso. O orkut não para de encher com aquele content supressed e eu me irrito aqui. Será que um maluco não pode não escolher o que fazer em um dia? Ficar dormindo não deixa de ser uma escolha.

Então vou tentar o contrário. Fazer todo o possível. Tomar banho e não tomar ao mesmo tempo. O que percebo, em pensamentos mais profundos, que é bem possível. Vou tentar lembrar como eu fazia quando era criança. Não que eu fosse um porco imundo, o que em alguns dias foi verdade(como no dia que eu voltei para casa no porta-malas do carro de um colega meu, junto com o meu colega), mas era legal fingir que eu tomava banho e não tomava.

Depois eu vou comer e escovar os dentes ao mesmo tempo. Depois eu vou à escola e não vou, o que é bem passível de ser chamado de rotina por alguns atualmente. Depois eu volto para casa e não volto. Depois almoço e não almoço. Depois vou à aula denovo e não vou. Depois volto e não volto. Depois fico em casa e saio. Tudo ao mesmo tempo. Depois assisto um jogo, leio um jornal, e ao mesmo tempo também, não faço nada.

E é tudo passível de escolhas. Lanço uma campanha: aproveite o seu dia ao máximo, usufruindo todas as tuas opções, fazendo e não fazendo tudo o que lhe for possível, querendo mesmo sem querer.

Podem começar com esse post. Lendo sem ler. Visitando o blog sem visitar. Comentando sem comentar.

Tão tá!

Um comentário:

SiL disse...

"cada escolha é uma renúncia, isso é a vida "

bj vini