quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sobre xebas e xebas

Esse é um texto complicado demais para ser iniciado, porque a história, o texto ou a análise a ser feita, não tem um começo. Surgiu do nada, assim como o limo numa calçada, como as traças em papéis que não são usados há tempos e como alguns dizem que o ser humano surgiu. Do nada também, é a origem do seu, ou seus, nome(s), o que torna qualquer análise mero pedaço de uma história obscura e, com toda a certeza, estranha. Não há muito o que ser contado em forma de texto, pois qualquer definição feita terá pontos improváveis em seu corpo.

O título me tira algumas linhas de introdução extra para poder então dizer do que se trata. Os xebas surgiram... assim como, ... desse modo surgiu esse nome. Alguns insistem em dizer que é com ch, mas chebas ficaria uma coisa pateticamente ridícula. Tá, xeba não é um termo muito bonito, mas quem se importa com a beleza? Eu não. Por isso uso com x, por ser mais rápida a escrita.

Para aqueles que não moram na cidade de Frederico Westphalen, xeba é um termo municipal(pouco expandido para outros lugares, inclusive para a própria região) que designa meninos de rua, marginais, garotos pobres que possuem vários problemas familiares e que são discriminados pela sociedade, enfim, xebas.

Antes de mais nada, é preciso escrever que nem todo xeba é um marginal, mas todo marginal é, com raras exceções, um xeba. Depende do contexto social, moral familiar e do local onde o mesmo habita, mas a consciência de que é muito mais fácil se sentir excluído do mundo e pedir dinheiro pro governo, e como renda extra, roubar, leva muitos xebas a se tornarem marginais. O péssimo hábito de subir em bergamoteiras, quebrando seus galhos, para pegar bergamotas, geralmente verdes(ao contrário da história abaixo), rebaixa ainda mais o nível desses, que são, em sua maioria, drogados em potencial.

Não há como negar que a sociedade dá um baita empurrão para que eles se tornem assim, mas como eu sempre insisto, a consciência é que define mesmo. Enfim, as origens já não fazem diferença. Até porque, não coloquei a origem do nome, o que retira a necessidade do outro. Então, os xebas cometem atos normais e patéticos, como roubar boné dos plaiboizinhos(toma pra eles), corrente dos plaiboizinhos(toma pra eles(2)), dinheiro dos plaiboizinhos(toma pra eles(3)), bolsas de mulheres, cheias de maquiagem e às vezes com dinheiro. Enfim, roubam muitas coisas, mas no fundo, não sabem o que fazem. O fazem apenas para poder dizer "eu roubei aquele plaiboi lá".

Por esse fato, podem ser chamados de justiceiros. E até certo ponto são, mas poderiam, para confirmar isso, lutar mesmo por uma vida melhor para suas famílias, ao invés de ficar andando acompanhados pelas ruas de qualquer lugar, sem destino nem objetivo, apenas com uma vontade de achar alguma coisa para fazer. Ah, xebas também são aqueles que chamam qualquer guria/mulher que passa por sua frente, de gostosa.

Xebas são seres estranhos. Que roubam. Que são pseudo-justiceiros. Que fazem pouco e não tentam fazer mais do que isso. Xebas são seres estranhos... não tão complexos quanto os malucos, mas estranhos por terem motivos diferentes, idéias diferentes, e bonés diferentes.

4 comentários:

Chloe Gianuzzi disse...

Muito bom esse post :)

E nunca tinha escutado esse termo 'xeba' antes,mas é bom aprender xD

beijos

Jééh disse...

nossa eu acho totalmente encantador a diversidade de culturas que nosso país tem, e modo de expressar de cada região, porque insistimos em viajar para o exterior pra conheçermos outros povos se nosso país nos oferece isso em todas as regiões?
adorei ficar sabendo dessa informação, assim como a Bergamota ^^

Taw disse...

aaaaaahhhh... agora entendi... xD

:-p

por isso não encontrei nos dicionários que uso geralmente quando leio blogs... xD

:-p

Anônimo disse...

eu pensava que xeba era uma bunda batida>