domingo, 21 de setembro de 2008

Histórias do Billi J. - Cala a boca animal!(final)

(continuando...)
Dito e feito. O Billi J. comprou o pacote de bolacha(de chocolate com recheio de baunilha) e voltou para casa. Estranhou, pois em todo o caminho de volta, não sentiu um bilionésimo de ar em movimento, nem no momento em que correu sentiu o vento bater no seu rosto. Estranhou, mas enfim, melhor assim, pois não haveria falta de calor novamente.

Passaram-se as horas e, mesmo com a janela aberta, o Billi J. não sentiu mais o ar em movimento. Desde que havia reclamado do mesmo, não sentiu mais vento. Via as árvores balançando, sinal de vento, mas não sentia-o. Aquela bolacha deve ter um efeito alucinógeno. Mandou até um email para a empresa que fabricava as bolachas dizendo que as mesmas que havia comido deixaram-no alucinado. Foi dormir.

No outro dia, por um incrível e inacreditável momento de reversão completa do tempo, mesmo no inverno, o dia amanheceu quente. E bota quente nisso. Parecia que o Billi J. estava em pleno sertão nordestino, tamanho calor e clima seco. Vento? Billi J. continuava sem saber mais o que era aquilo. Mas enfim. Tinha que sair. Tinha aula, se bem que estava atrasado.

E que calor. Mais de quarenta graus aquele maldito termômetro da praça marcava. E nada de vento. O Billi J. sentia falta do vento. Quantas vezes em dias quentes fora agraciado com o prazer de ser refrescado por um vento, que mesmo não gelado, já aliviava aquele "bafo" que o calor, em meio à cidade toda concretada, gerava.

Misteriosamente, viu-se, novamente, só. Estranho, eram quase 10 da manhã e ele caminhava sozinho pelo campus da universidade. Nem 10 horas da manhã e quarenta graus de temperatura. O inferno era ali. Então pediu, mentalmente, que o vento aparecesse. Mas ouviu, mentalmente, um não. Não conseguia entender como poderia ser deixado na mão em um dia tão quente como aquele. Porém, lembrou-se que no dia anterior havia reclamado do vento.

E como foi burro o Billi J.. Sentiu-se o último dos animais na Terra. Havia reclamado de algo tão essencial. Havia reclamado daquele que nunca o fizera mal. O vento congelava sim, mas não matava ninguém. Ele só fazia a parte dele. E o Billi J. sentiu-se mais idiota ainda quando percebeu que só ele é que não sentia o vento. As árvores e todas as outras pessoas que, de longe, o Billi J. agora via, estavam tranqüilas, pois ventava bastante.

Ajoelhou-se e pediu perdão. Ao vento, pela reclamação, por ter sido injusto. Que animal esse Billi J. mesmo. Tem coisas que só acontecem com o Billi J. e isso ninguém pode discutir. O vento respondeu, na mente do Billi J. que o havia perdoado, mas que era a primeira e única vez que o faria. Então, um vento forte soprou sobre o Billi J. que já não sentia mais o calor de segundos atrás.

Depois desse momento de completa reversão do tempo, outro momento, também de completa reversão do tempo, veio e as coisas começaram a esfriar... mas essa é uma oooooutra história...

*a moral está implícita

Um comentário:

Aline Evelyn disse...

Olááá!
Sabe... fiquei pensativa depois de ler esse testo do Billi J.!
Não consegui pensar em nada inteligente o bastante pra postar aqui!
ahuahauha

Mas... vim mesmo pra agradecer o comentário no meu blog!
Berigadinha mesmo!
E... realmente, falta pela saudade, é relembrar que algo bom foi vivido!

Brigada
beijoks
^^