sábado, 14 de agosto de 2010

O vazio de viver e só(9)


Sete, catorze, vinte e um e múltiplos de sete. De sete, de cinco, de dois, ímpares e primos, números quaisquer. Uma contagem insistente que, por pares ou ímpares, acaba em um mesmo lugar. Lugar onde dois pontos que não precedem frase destacada, fala pessoal ou gramática qualquer. Dois pontos próximos do horizonte que se nunca tivessem feito parte da história, nunca seriam percebidos, em história importante da qual fizessem parte. Dois pontos e números sequenciais, cumulativos por si e nada mais. Dois pontos que dão sentido e razão aos números sem sequer antecederem-os. Os matemáticos não explicam os dois pontos, talvez nem um sinal de igualdade, nesse caso, explicariam. Literários não explicam os números escritos por extenso, provavelmente nem os seus sabem explicar. Ninguém explica, eu entendo. Entendo também porque talvez eu não possa explicar, embora entenda também tudo isso. Mesmo que não deva fazer sentido, atordoante é uma certeza vestindo a máscara da dúvida. Pois quanto mais as dúvidas nos números crescem e dissipam-se, mais eu dou importância aos dois pontos.

4 comentários:

Marcela disse...

Muito bom.. bem escritoo.. que bom que ontem li os outros, não se se tem sequência.. mas dai consigo captar melhor!

heheheheh..
beijoooooooooooo Manfioooo

Mulher na Polícia disse...

Não reclame...
Você é bom de conta.
O problema é quando as contas não batem...

E os pontos não se ligam.

Beijos!

Matheus disse...

Pô, pra mim os dois pontos são aqueles malditos pontos que separam as horas no cantinho inferior direito da tela. Volta e meia eu olho, e volta e meia a hora tá igual, e volta e meia isso é o suficiente pra me deixar desconcertado. Mas tudo tem um motivo, não vem ao caso.
Malditos pontos.

Gostei do texto, um dia eu ainda escrevo algo como isso no blog...
ashuashuashuhuas
Abração, velho.

Matheus disse...

desconcentrado*