segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O vazio de viver e só(11)


Me peguei pensando longinquamente. Parado, pensando no nada. Uma, duas, doze vezes hoje. Nenhuma novidade. Tanto por terem sido poucas vezes. Varia muito de dia para dia. Muitas, poucas, muitas, muitas, poucas, poucas e, quando parece estar diminuindo, pensamentos distantes a quase todo momento. Não atordoa, não irrita, sequer cansa. Bom, nem um então posso colocar aqui, uma vez que não concluo nada. Da mesma forma é com os pensamentos. O pensamento. Distante e afastado da realidade. Triste sim, muito triste. Falta de sorriso, de alegria, de espontaneidade. Chato, muito chato isso. Porque não acaba nunca. Porque demorará um tanto quanto muito para acabar. Se é que irá acabar mesmo. Nem penso se quero que acabe ou não, porque... bom, os meus motivos são apenas motivos, sequer razões são porque, racionalmente, eu já teria mandado tudo para o quinto dos infernos. Bem próximo do maldito nada. Só que para tal eu precisaria parar de pensar, de sonhar, de imaginar. É a mesma coisa que dizer para um alcoólatra largar o álcool, um ladrão parar de roubar ou uma mulher não comer chocolate quando está na TPM. Por mais cômico que possa parecer, é a realidade. Seria apenas mais um racional se conseguisse parar de sonhar, e aqui os ditos pensamentos revelam-se sonhos, sim. Tão irreais quanto a razão, essa sim racional, para minhas orelhas quase borbulharem de tão quentes, enquanto escrevo. Até terminaria dizendo que não faz sentido, que não é para fazer sentido ou frase semelhante. Entretanto já escrevi e disse isso. Não é por ser sonhador, por ser utópico, per ou insistente, teimoso que seja. Não é por não ser racional em um todo.

Eu não consigo não sonhar porque sou sincero e por meus sonhos também serem sinceros.

Só por isso.

Um comentário:

Érica Ferro disse...

"Eu não consigo não sonhar porque sou sincero e por meus sonhos também serem sinceros.

Só por isso."

Você é um cara legal. Um cara digno de se conhecer.