terça-feira, 31 de maio de 2011

Pedaços de um pensamento (19)


Dedos se entrelaçam e, junto com os olhos direcionados para o chão, demonstram que há algo incomodando. A espera, em si, é tranquila e cheia de confiança, ameniza a angústia do imediato e possibilita a calmaria que sempre vem quando há certeza. Espera que vem sem tranquilidade indica que existe uma desordem em algum ponto do 'sei que será assim, então estou bem'. Não por falta de confiança no que, quererá uma Boa vontade, venha a ser de fato, tampouco por duvidar no que tudo isso trará e nas suas positivas consequências. Algo está errado na ligação disso tudo, no ato presente de parar e concluir, inconscientemente, que 'não preciso me preocupar com o que não está ao alcance de minhas mãos'. Simples seria se a mente que comanda meus pensamentos não fosse tão inconstante e desse importância a detalhes insignificantes como 'e para mim, nada?!', levando o rosto a uma triste feição e o ímpeto ofensivo da vontade à lamentável estagnação em um lugar que não deixa de ser um grande e imenso nada. Contraditório é saber o que acontece, por que acontece e o que fazer para melhorar e, aí vem o incompreensível e tolo, não fazer valer disso para escalar o poço e vir à tona, sentir o calor dos raios de Sol e poder gritar, com força e destreza provenientes da alegria espontânea, 'que vida!'. Pois então, palavras vão e voltam, distantes daqui. Estaria sendo um invejoso se, em verdade, desejasse o fim disso tudo apenas por não ter palavras semelhantes aqui, comigo. Não é o caso, não há inveja, não há raiva ou mágoa. Tudo que algum dia foi isso, por aquilo, é um passado tão insignificante que não dou certeza de sua existência. Há um desânimo, houve dias atrás a vontade de largar tudo e recomeçar em outro lugar, presencial. De que valeria sair daqui e continuar assim, em um poço de água salgada criado por mim? Não há entendimento para tudo isso além da minha mente, da origem de todas essas palavras.

Palavras que, definitivamente, serão diferentes quando chegar a hora certa. Sendo um louco ou perdendo o meu tempo, continuarei à espera. Independentemente do que condiz com a minha vontade, com o meu sonho ou com aquilo que é meu e ainda desconheço.

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