sábado, 1 de maio de 2010

Retratos de uma sociedade patética(8)


Hoje será sobre a permanência em perspectivas fadadas ao fracasso. Perspectivas falidas de um sucesso inexistente, no passado, no presente e no futuro. Perspectivas bobas, motivadas por aparências tão passageiras quanto uma nota de cem reais na mão de um pobre. Suposições e desejos de hoje que jamais serão hoje.

E tudo isso pela objetividade que transforma um sistema interno de entendimento de mundo em um sistema mais falido do que o comunismo ou, como queiram, tão fracassado quanto. Objetividade que reduz tempo e pode até ajudar em algum momento, mas não resolve perspectiva alguma, muito menos quando se está por baixo achando que poderia estar por cima, tudo por uma condicional tolamente... objetiva.

Disso e daquilo vêm o que eu quero tanto dizer, mesmo que ninguém entenda vírgula alguma. Porque ao invés de jogar-se de uma ver em um poço, com ou sem água, fica-se sentado na beira, esperando que alguém empurre para baixo aquilo que já deveria estar lá, tendo em vista que quanto antes se chega ao fundo, quanto antes se cai, antes pode-se voltar, levantar, enfim, sair do tal do poço.

A perspectiva de estar na beira do poço e achar que está tudo bem é tão tola quanto um ateu que abre os olhos e ainda nega uma Existência inegável. Você está na beira do poço e acha bom, mas não percebe que, estando na beira dele, está pior do que se já estivesse no fundo do mesmo, pois do fundo não se cai, mas da beira sim. Comentar sobre a espera pelo empurrão para uma mudança é cair em um lugar comum de palavras já ditas, repetidas e cansativas em outros dias.

Se joguem de uma vez e acabem com essas perspectivas ilusórias. Vocês na beira do poço fingem que não estão, mesmo estando. Enganam-se e julgam-se inteligentes ainda. Pensem com menos objetividade e quem sabe vocês entendam que, na real, já estão lá no fundo, chorando no meio da própria água.

Quem sabe assim vocês, eles ou aquela menina lá, passem a dar valor ao que ouvem daqueles que desistiram do objetivo há tempos. Abram os olhos para a mente, e não para a beira do poço, achando que ela é o vosso trono.

Cansa vê-los assim, iludidos em suas próprias luzes que não brilham, nem aqui e muito menos em algum outro lugar do universo, nessa ou em outra dimensão.

3 comentários:

Ana Carolina disse...

seguindo ;D

beiijo

Rebeca Postigo disse...

A beira do poço...
Já estive lá algumas vezes...
Sinceramente...
Antes tinha medo de mergulhar nele...
Mas hoje sei que muitas vezes me é necessário ir até o fundo para voltar inteira...
Excelente texto Vini!!!

Bjs

P.S.: Não precisa agradecer pelos comentários e visitas...
Venho aqui porque gosto do que você escreve...
Tuas prosas despertam em mim questionamentos que muitas vezes tranco em baús...
Tua noção critica é muito boa...
Sabe...
Eu gosto disso...
=]

Tay disse...

Adorei o texto,
muito bom.

bjus =*