sexta-feira, 28 de maio de 2010

Histórias do Bandiolo - Mas... tá.


Perder tempo no trânsito é algo que quase todos perdem, porque no fim das contas até quem está dentro de um ônibus perde tempo com congestionamentos em cidades que nem sempre são muito grandes, mesmo sendo muito mais grandes do que a maioria das outras cidades. O fato é que o sujeito busca maneiras alternativas de passar esse tempo todo, para não se irritar, para não xingar o idiota que não atravessa a droga da rua... é, bom, vocês entenderam.

O sujeito em questão, cansado de tanto estress, tanta barulheira, com a mão machucada de tanto bater na buzina tentando apressar os idio... sujeitos que estavam na sua frente, decidiu que o amanhã dele seria diferente. Ele não se estressaria, não xingaria ninguém, nem se fosse muito... é, por aí mesmo. Começaria sem xingamentos e o resto viria por consequência. Ocuparia seu tempo com alguma coisa.

Ou algumas coisas.

Encheu o carro com livros de palavras cruzadas, o guia da copa do mundo, um estojo cheio de cd's para ouvir um bom e velho Bruce Springsteen e até um mini game para jogar snake e tetris. E foi indo, e foi fondo, e fondo, e fui. Digo, foi.

Primeira sinaleira, beleza, uma página inteira de palavras cruzadas. Chega né. E a cada sinaleira cansava de uma das atividades que havia preparado para passar seu tempo. E eram tantas sinaleiras, suas opções acabaram e ele não queria repetir. O que faria na próxima sinaleira? Ah, mas que... não queria que sua raiva saísse, para o seu bem e o de outros também.

Foi então que ele viu no chão do banco do carona a sua salvação. Não era muito grande mas deveria servir. Folhearia aquilo com um prazer que jamais havia sentido lendo... propaganda de loja de eletroeletrônicos. Fosse o que fosse, não importava, era a sua última sinaleira naquele trecho.

Sortudo, era o primeiro na frente da sinaleira. Sinaleira, semáforo, o que for. Logo que parou pegou o folheto e começou a olhar, oferta por oferta, produto por produto, todas as especificações. Em um momento de agilidade, viu que várias e várias pessoas estavam paradas prontas para atravessar, mas não o faziam. Estranho, pareciam estar xingando-no.

Tirou os fones e, além dos gestos obscenos que via dos pedestres estú... calma, muita calma... ouviu buzinas e xingamentos. Mas não fazia sentido, o sinal do semáforo ainda era o...

Bom, deixa pra lá.

*baseada em fatos reais, 
não necessariamente vividos por mim

3 comentários:

Jééh disse...

qualquer tentativa de fugir da loucura que cada vez mais se transforma o transito de nossas cidades é louvável

já disse que sempre me envolve quando passo por aqui ^^

mas dá proxima vez leve só os cd's creio que seja o suficiente :D~

Liine ( : disse...

eu não consigo não me sentir assistindo as tuas histórias! é bem engraçado... envolvente eu diria ( :

Rebeca Postigo disse...

Kkkkk...
Acontece...
xD

Bjs