quarta-feira, 2 de junho de 2010

Histórias de uma vida não vivida(21)


*Como indescritível é aquilo que faz a língua enrolar, a garganta gaguejar e as frases subjetivar sem objetivo, hoje, algum ontem e por aí vai, estão sendo dias de não confuso, de sim incluso em alguma cláusula quase invisível e de descrição boba, infantil. Sem nada definido, sem imaginação, muito menos conclusão. Porque não há nada, provavelmente nunca haverá nada em um lugar que não existe, um sonho que ninguém sonhou, uma palavra que ninguém quer dizer, uma vontade que ninguém quer expressar. Felizmente isso não tira esse não mentiroso que tanta alegria tem me trazido.

Queria dizer muito mais do que te disse. Falando nisso, eu disse alguma coisa? Não lembro. Ah, sim, pedi desculpas por algo que não fiz, só para não deixá-la sozinha como culpada em uma situação da qual nem você e muito menos eu temos culpa. Quem aponta o dedo e com ele empurra críticas sobre alguma coisa não sabe de nada. Você não fez nada. Você é assim, diferente. Bem diferente. E isso lhe torna ainda mais especial.

Pouco importa se você me chama de coisas que as pessoas consideram ofensivas. Até eu considero, mas não vindas de você. Porque você me xinga, me chama de idiota, de grosso e até de monstro, mas sem maldade alguma. Você sente raiva de mim. Não, você diz sentir raiva de mim. Eu olho nos seus olhos e vejo que não há maldade, não há raiva, não há remorso ou qualquer outro sentimento ruim. Da boca para fora e até isso é exagero. Você diz porque... ainda não consigo entender ao certo a razão.

Deixei em aberto, após pouco falar, uma possível explicação. De alguma coisa que nem lembro mais o que poderia ter sido se eu tivesse dito. Curiosidade é razão para ansiedade e busca por um novo dia, no meio de um grande plural, por motivos, por vezes, invisíveis. Apenas uma vez no meio de tantas e tantas possibilidades, de tantos novos dias. No quase fim de um meio bem definido de sete em sete.

Perdi as palavras que poderia transcrever além das que escrevi dizendo sem conseguir dizer muita coisa. Sério, você me faz esquecer muita coisa. Disso você não sabe, talvez nunca saberá. Não importa. Se a grande escada para a felicidade passa pelo caminho que se escolhe e por tudo o que ele possui, você está no meu caminho. E não quero pensar em quanto tempo continuará, uma vez que não vivo o amanhã. Entretanto, admito que penso no próximo pós-sete. Penso muito. Até ensaiaria algo para explicar algumas coisas mas não, que seja como tem sido, espontâneo, impulsivo, momentâneo.

Momentaneamente prazeroso. Seja lá o que for, como for, por quanto tempo for ou puder ser. Sem sonho algum. Porque você me faz pensar na realidade. Um antes, no amanhã. Um depois, no ontem e no amanhã pós-seis. Tão confuso quanto específico. Queria poder entender você melhor, o que pensa, o que acontece na sua vida. Apenas queria, pois não tenho mais do que alguns poucos minutos para conversar com você. Ainda por cima você insiste em implicar comigo, por alguma coisa ou por nada. Critica-me paranoiando uma feiúra que não possui quando deveria ter visto o quanto esse olhar suave e digno de elogios acaba sendo observado por esses olhos humanos que possuo.

Por você, por mim, por alguma coisa a mais ou a  menos. Sim, posso dizer que você me confunde, também.

3 comentários:

Taw disse...

Hum... pra tu ver... até que ponto a verbalização é importante...

Rebeca Postigo disse...

Como gosto das tuas narrativas...
Sempre vêem recheadas de um conteúdo único...
E esse me fez pensar em algumas coisinhas...
Coisinhas que nunca havia parado pra pensar...
Obrigada por isso!!!

Bjs

Jééh disse...

velho tu tens o poder de nos encantar, amarrar e nos fazer sonhar também...Cara Eu te Amo *--*