sábado, 1 de dezembro de 2012

Retratos de uma sociedade patética (11)

Em primeiro lugar, que não apareça algum falso moralista por aqui porque não há motivos para moralismo. A ironia é uma forma de expressar algum tipo de indignação e não de preconceito. Logo, se quer encontrar algo para incomodar-se, vá até um gramado e coce as costas com um pedaço de urtiga. Dito isso, segue.

Depois de muito ouvir, ler e, claro, vomitar sobre a tal da 'não orientação' infantil, resolvi manifestar minha opinião do meu jeito. Sincero e irônico, uma vez que não devo satisfações a nenhum ser meramente mundano. Não sou, de forma alguma, um preconceituoso de qualquer tipo, racista, homofóbico ou social. Minto, sou um preconceituoso contra a modinha estúpida do politicamente correto, que é uma afronta ao respeito e ao bom senso. De qualquer forma, os elementos desse grupo são desprezíveis por todas as infantilidades egocêntricas e sensacionalistas. Quem já foi alvo de seus tiros infundados certamente detesta, como eu, esse tipo. Entretanto, não é um grupo consolidado, que faz passeatas, tem cotas em universidades, etc. Logo, é um grupo desprezível nesse caso. E você que está lendo, provavelmente, não faz parte dele. Você é mais inteligente do que isso.

Voltando ao assunto da não orientação, fui além da minha capacidade imaginativa e pensei anos a frente. Com meus filhos em idades diferentes.

Atestam alguns, membros desse grupo sensacionalista autoritário que parece - e exclusivamente parece - defensor dos direitos de alguma coisa, e diz que 'é preciso deixar a criança livre para ser o que quiser.

Esquecendo detalhes que, aqui, não fazem qualquer diferença, vou chegar para meus filhos e dizer algo como:

"Vocês não precisam ser menino ou menina." - Poderia ter, claro, um "Não precisam ser descendentes de descendentes de italianos(como eu) e, se quiserem, não precisam ser nem meus filhos ou pensar, ou comer ou, sei lá, abrir os olhos", mas isso é o de menos.

A linha de raciocínio que a tal liberdade desse povinho prega é por aí, embora pareça - e mais uma vez apenas pareça - estar concentrada apenas na orientação sexual.

Essa gente não pensou - e se pensou não admite que o fez - na possibilidade dos seus filhos ouvirem isso. E, se pensaram, não se deram conta que não há liberdade alguma em dizer 'NÃO precisa ser tá tá tá'. Indução maior do que essa só se encontra naquele terrorismo psicológico do 'então coloca a mão na água fervendo para ver o que acontece'. Se a criança não sabe que algo fervendo queima, independentemente da forma que possa ter aprendido, ela enfia a mão ali por curiosidade e porque - isso aquele povinho não quer admitir ou não é capaz de concluir - foi induzida, diretamente, a isso. Criança alguma conhece ironia, sarcasmo ou hipérbole.

Você diz que é o Homem Aranha e ela vai vigiar-lhe o dia inteiro para vê-lo em ação.

Por que, então, coloca a negação antes da sua natureza não seria uma indução? A psicologia não quer admitir, mas é um atentado indireto dizer 'NÃO precisa ser isso'. Nesse caso, é a mesma coisa que dizer 'não SEJA isso'. E você sabe bem que crianças entendem o mundo literalmente - e por isso são criaturas adoráveis e irritantes simultaneamente.

Grite para uma porta 'seja uma janela' e nada acontecerá. Diga para uma criança 'você não deve comer com as mãos sujas' e ela nada fará enquanto não passar muito mal e lhe explicarem que foi por aquilo que isso aconteceu. Embora ela vá repetir o processo algumas vezes até assimilar bem, mas isso não vem ao caso.

"Filho, você não precisa ser menino como todos os meninos que parecem com você são(mais uma contradição). Você pode ser o que quiser, eu lhe dou liberdade para isso".

Pense bem, você acha mesmo que a criança não é capaz de dizer: "Então quero ser um peixinho colorido!"

Será que não?

O que essa gente fará quando ouvir essa frase de um filho? Irá jogar ele no aquário e alimentar ele com pedacinhos de pão?

Ah, façam-me um favor e acertem suas cabeças em uma porta, porém com força. Quem sabe assim as ideias voltem para o lugar. 

Ou tenhamos uma cabeça oca a menos no mundo.

Um comentário:

Unknown disse...

Não entendi nada!!! :(