terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pedaços de um pensamento (66)

As pessoas, em sua maioria absoluta - exclui-se aqui, apenas, os deprimidos e autoflagelados por gosto - detestam e, sempre que possível, tornam suas decepções, sejam quais forem, a pior coisa do mundo. Também porque é mania entre seres dessa sociedade rotular tudo - e aqui é difícil achar uma exceção - como 'o melhor' ou 'o pior'. Deixando, então, fora de cogitação o meio termo, o equilíbrio e coisas antiquadas como sensatez, ponderação e... já pode ser entendido.

Chamem a mim de maluco - e o nome do blog dá o devido embasamento para tal - mas, sem receio ou autodepreciação, tenho de dizer que gosto dessa coisa de decepção. Talvez grande parte disso venha por já ter passado por tantas, de magnitudes tão amplas, que acaba sendo até divertido lembrar de algumas e passar por outras que lembram as de outrora. Sejam quais forem, por quais motivos ou etc.

Acho engraçado esse processo de decepção, lamentação, perdão - porque sem ele o processo não é completo e, portanto, não há grande valor em si - , pensamentos longínquos e mais lamentação, aceitação e tristeza, lembrança nostálgica até o recomeço como se nada tivesse acontecido. É longo, demorado e, muitas vezes, não acrescenta nada porque, além do perdão, falta um desejo sincero de seguir em frente. Porém é necessário para crescimento, inevitável por sermos humanos sentimentalistas - excluam desse grupo, por favor, os banais - e engraçado, sim, porque algum tempo depois sempre há o 'como posso ter ficado tão mal com tamanha bobagem ( ou por determinada pessoa)'.

É fato, pato. Eu acho graça nisso.

Não gosto do sofrimento, gosto do processo num todo, isso é bem diferente. Gostar do sofrimento é repetir escolhas erradas, a cada dia, julgando ser, ainda assim, o melhor para si. É menosprezar o próprio valor, deixando de lado uma vida toda para manter algo que não possui. 

Exatamente assim. Isso sempre tem um fim, triste, doloroso, ainda mais quando repetido várias vezes por escolha própria. Cada vez pior mais porém sempre acaba havendo uma nova chance pelo desejo insano de que 'dessa vez' seja diferente. 'E vai ser'. Hahaha.

Chega.

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