terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Pedaços de um pensamento (63)


Há um limite, sempre há um limite. Para o que quer que você faça, queira, sonhe, para tudo o que possa vir de encontro. Há limite para uma amizade, para uma dor, para a paciência - sendo que esse limite poucos consideram, uma vez que vivem como se o superassem a cada instante -, tolerância, entendimento. O infinito é muito bonito - e inútil - na matemática, talvez na física. Infinitas vezes você mistura água com um tang e infinitas vezes terá um suco, doce, artificial. A falta de limites, aqui, existe por ser impossível contrariar a lógica, sensata ou não, da existência como um todo. O tempo, por si só, pode fazer com que limites que fogem desse contexto meramente palpável e visível sejam superados, aumentados ou, na pior das hipóteses, reduzidos. Quanto mais se tem, menos se tem, já diria um filósofo sobre queijo suíço. A questão é que, para algumas coisas, o limite inexiste quando há, por trás de pontos específicos, algo que, quando limitado, perde o valor. O amor, por si só, é limitado e traz consigo complicações inúmeras. Porém, somente quando é limitado. O amor, e o ato de amar, devem sempre superar qualquer limite. Porque, afinal de contas, em algum lugar da história, o Filho superou todos - em absoluto - os limites. E só o fez para que não houvesse mais limitação alguma entre nós e o Amor. Se não há limite para o amor que desce sobre mim, por que haveria limite para o amor que eu sinto?

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