quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Palavras claras para olhos fechados


O cansaço parece desaparecer. Um sono diário, consequência de várias situações, passa a não ser nada além de desculpa para uma piscada mais longa aqui e outra acolá. Há, claro, um envolto que afasta da realidade e aproxima da pureza, da ligação perfeita. Mas há, inegavelmente, um brilho diferente, intenso, real. Quando o sentido mais sincero é trazido à tona, a felicidade torna-se palpável. Como não perder a concentração naquilo que aproxima os olhos do chão e passar a movimentar em pró de uma luz que guia para um lugar tão sereno e sincero quanto a nuvem envolvente e racionalmente irreal. Pensar como humano, usando do livre-arbítrio, levaria a negar nuvem, sentimento, sonho e brilho. Em ambas situações. Pensar como humano tiraria a beleza, o prazer e o espontâneo. De parte em parte, pensar eliminaria o risco de insanidade, a incerteza sobre uma intensidade vibrante de pancadas vivazes e muito convenientes. Pensar apenas como um humano me tiraria o complemento de alegria de um dia que não foi feito por sorrisos, boas ações, descanso ou mesmo alegria. Não pensar como um simples ser humano, usando de uma razão indiferente ao que se vive de verdade, me impediria de escrever frases. Pensar apenas como humano me impediria de disfarçá-las nas entrelinhas, em um contexto em que por vezes eu acabo por esquecer a saída. Dúvidas que volta e meia aparecem, volta e meia podem ter sido respondidas. Não há certeza.

Pensando bem, não pensar me dá uma resposta que, se não toda verdadeira, pelo menos leva um sorriso ao final.

3 comentários:

Sujeito Oculto disse...

Acho que dessa vez você pensou demais.

Rebeca Postigo disse...

=)
Saudades de passar por aqui e ler os teus textos recheados de subjetividade...

Bjs

*Raíssa disse...

Adorei o texto! Por coincidência, refleti muito sobre isso esse ano. Pensar nos faz desistir de muitas coisas que poderiam nos fazer felizes; evita e traz certo sofrimento, por não ter arriscado. Não pensar pode nos fazer felizes, mas também sofrer muito depois. Eis o dilema: penso ou não penso?
Beijos!