quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O vazio de viver e só (19)


Queria entender tudo que vem à minha mente. Ao menos a parte que acaba sendo mais importante nesse momento. Momento estranho, dispersivo e de pouca ou nenhuma atenção clara, razão pontual ou qualquer fim de frase. Não há fim, de frase, de pensamento, de entendimento qualquer em pensamento, sonho, ilusão própria de quem perde a razão, com muita paciência ou com total falta da mesma. Tanto faz, é apenas descrição do que não se consegue entender, imaginar. Mentira, imaginar é fácil. Sonhar é fácil. Querer é fácil. Fazer algo para trazer o que é fácil para a realidade, a parte difícil desse sonho, é procurar um ponto preto em uma parede branca. É preciso criatividade espontânea que leve os olhos a verem o que pode sim existir mas é difícil de perceber. Olhos que enchem de branco qualquer sorriso, apenas por serem olhos humanos, com algum ponto de muito especial, e um algo mais que para outros... olhos humanos, talvez não seja tudo o que é para esses, os meus, olhos humanos. Meus olhos que enxergam e mudam todo o entorno de um papel de parede não muito claro. Pintura infantil, pintada com lápis de cor de várias cores, tentando disfarçar os defeitos do desenho, da pintura, dos contornos todos.

Não esperava, mas queria mais. Hoje não só se tivesse plena certeza de que algum dia viesse a ter. No papel de parede, frente aos olhos humanos ou ao lado de uma mão trêmula, inconstante.

Ainda assim o abraço preencheu alguma coisa há tempos vazia. Obrigado.

*não entendo o que acontece, 
queria ter apenas uma palavra de certeza que me desse tranquilidade e razão para esperar, 
tempo curto, médio ou longo. Tempo qualquer. Tempo todo. Ainda assim, espero. Com motivo mas sem razão, talvez sequer tempo.

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