quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Crônica de uma política do cão


O debate na televisão mostra que os políticos não querem mais mostrar alguma qualidade. Pelo contrário, querem mostrar o máximo de defeitos possível. Do rival na disputa, óbvio. A hipocrisia é tanta que trocam acusações de coisas que, sabem eles e todos que param para pensar, nenhum têm relação direta. Passados que não são seus, histórias, erros e fracassos que não são seus. É como se eles fossem uma senhora de idade, com cabelos cor de neve, que passeia com seu cachorro pela praça. Se ela recolher as porcarias que o seu cão fez no pátio público, terá feito o suficiente. Muito mais do que muitos fazem. Coisa que muitos não fazem. Recolher a sujeira do seu cachorro na praça é o mínimo que se pode fazer. Porém, pode até custar, mas não seria ruim se essa senhora recolhesse a sujeira do cachorro feio do gordo que se arrasta bebendo cerveja. Faria por si? Não, faria por todos que ali passam. Por que fazer? Ela já está recolhendo sujeira, uma a mais, uma a menos, tanto faz, certo? Então por que balde ou caixa d’água os políticos não fazem o mesmo? Ao invés de recolher a sujeira do outro, fazendo então um bem para toda, eu disse TODA a nação, resolvem acusar o oponente que apenas conhece o gordo dono do cachorro feio. Quem caminha na praça sabe quão difícil é que alguém recolha a sujeira que não é sua, assuma o erro que não é seu ou pelo menos tente compensar ou corrigir os erros dos outros. O pior é que só é tão difícil porque é muito mais fácil apontar para o outro e dizer que ele não fez nada. Que ele olhou e não criticou o gordo. Que ele não ajuntou a sujeira do outro. Ninguém quer ser a senhora boazinha de cabelos cor de neve. Ninguém. E tudo por que? Porque é mais fácil ser o idiota que aponta o dedo para outro idiota que não corrigiu o erro do gordo beberrão, pelo bem de todos.

Então imaginem quando o filho de um dos dois idiotas pisar na sujeira que nem o gordo, nem a velhinha(que a essa altura já deve estar sentada, lamentando a discussão boba dos dois idiotas) nem os dois idiotas recolheram. Imaginem!

Eu não quero estar por perto. Porque, do jeito que vai, eu é que vou ter que limpar o sapato da criança, já que seus pais, iludidos com uma discussão inútil, não terão tempo para fazê-lo.

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