segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Histórias do Billi J. - Desisto de tudo, mas não de você





A vida não poderia ter sido melhor, Renata estava de volta(clique no marcador 'histórias do Billi J.' no fim do texto e você entenderá), por ela, e também por si mesmo, havia mudado de emprego, seu irmão já não incomodava-o de maneira insistente e tola, seus pais já não pareciam ser empecilhos na sua tentativa de mostrar ao mundo que era possível viver de um jeito diferente e não havia sequer um pensamento ruim na cabeça do Billi J. .

Tudo ótimo, sim, até que...

Bom, nem mesmo o Billi J. sabe como isso começou, o que originou, porém aconteceu e é isso o que vem ao caso agora. Ele e sua amada Renata desentenderam-se. Normal para namorados, principalmente para quem se conhece tão bem quanto eles. Pequenas diferenças fazem grandes estragos nesse caso. E foi mais ou menos isso o que aconteceu. Entretanto esse desentendimento não era normal para Billi J. e a Renata. Porque afinal de contas, depois de toda a distância e do tempo, o simples fato de estarem juntos já era a prova de que nada poderia separá-los(e entramos no auge do famoso 'acreditar no amor').

Houve o dia, o momento, a visão.

Renata estava chegando em casa quando foi abordada por um sujeito. Segundo o Billi J. era o cara mais parecido com um ator de Hollywood que já havia visto. Ela conversou com ele. O Billi J. olhou tudo de longe. Ciúmes sim, e muito, já que conhecia os amigos de Renata e aquele sujeito não era um deles, definitivamente. Como era sensato, embora impulsivo, Billi J. apenas olhava de longe. E apertava forte as mãos, piscava como se tivesse um grande peso nos olhos, enfim, olhava com raiva.

Eles riam. O Billi J. não entendia por que a Renata estaria rindo com alguém que não conhecia. Antes de pensar coisas ruins, precipitando-se em um julgamento errôneo, decidiu sentar ali perto e esperar a conversa acabar. Depois disso, chegou na casa de Renata e indiretamente lembrou o fato de poucos instantes antes.

Respostas evasivas, como se algo estivesse sido escondido. E aquele medo cresceu, transformou-se em angústia e o Billi J. já não controlava mais. O tom da voz subiu como há muito tempo não subira. A velocidade nas palavras era incrível. Um desabafo que saiu sabe-se lá de onde, sabe-se lá por qual motivo.

Renata não entendia, mas parecia não querer entender, não tentar explicar o que talvez não precisasse de explicação, talvez não devesse ou quisesse ser explicado. Estava decepcionada com Billi, pela desconfiança, mas não deu motivo algum para que ela não existisse no Billi J., falava alto como Billi J. nunca havia ouvido e ele fez o mesmo, como se fosse algo necessário.

Ouvidos atentos sem resposta. Saiu e, sem saber para onde ir, ficou sentado na esquina da praça, triste, atordoado, sem saber o que ou por que aquilo acontecera. Sua amada Renata... não, não podia ser. Mas ela não fez a menor questão de negar. Verdade?

Ficaram dias sem se falar, sem buscar explicações. Até que, ao acaso, encontraram-se em uma esquina.
- Pensei que nunca mais fosse falar com você.
- Por que?
- Eu não sei.

Ambos afirmaram, perguntaram e mostraram-se distantes de uma resposta. Diálogo com começo e fim em ambos os lados, da mesma maneira. Perplexos e sem saber ao certo por que havia acontecido, o que havia acontecido. Não tentaram dizer o que poderiam dizer, coisas do tipo 'eu não conseguiria ficar sem nunca mais falar com você'. Não, nada desse tipo foi dito, nada além de um recíproco 'eu não sei' foi dito.

Então de mãos dadas, seguiram o mesmo caminho, sem destino, juntos. O que aconteceu ao certo ninguém sabe. O porquê desse desentendimento. Motivos, razões, explicações. Nada. Não fingiram que nada aconteceu, apenas continuaram de onde pararam, deixando de lado o que eles não precisavam lembrar. Não tentaram explicar-se, pedir desculpas, nada.

Continuaram de onde pararam. Por que explicar esse desentendimento todo se não conseguiam explicar tudo o que acontecera no tempo em que estavam longe? Algo muito maior havia entre eles e não podia ser explicado. Havia motivos para tentarem explicar algo tão insignificante?

Não. E seguiram o mesmo caminho. Juntos, porque algo verdadeiro os unia.



*Não se pode apagar o passado. 
E mesmo sem um presente ou mesmo uma perspectiva de futuro, 
o passado continuará existindo, pois ele foi vivido. 
E tudo que for indescritível, 
de tamanho imensurável, de sinceridade inegável, 
jamais será apenas passado. 
Mesmo que não seja um presente vivo, 
jamais será apenas passado 
e jamais será apagado.

5 comentários:

Taw disse...

hum... passado não é somente passado? hum... pode-se talvez separar e dizer os fatos ocorridos nem sempre ficam só no passado? :-/

hum... preciso repensar sobre essas coisas... também[?]...

hum... considero que é de responsabilidade do casal zelar pelo relacionamento todo o tempo, vigiando como que se vigia um filho... um fato assim só pode ser causado se houver irresponsabilidade de ambas as partes na minha opinião...

digo por experiência prática e não teórica.

Jééh disse...

bem o que posso dizer, digo as quatro quantos que levo a sério esse amor, pra sempre, eternamente, mas a verdade é que eu não posso ouvi, ler falar nessas histórias que fico a beira das lágrimas, sim, isso me derreto toda som essas histórias e tu nem imagina na apreensão que eu estava com a possibilidade deles não voltarem a se falar, se isso não acontece com frequência na vida real que pelo ao menso continue a existir nos contos ^^

Érica Ferro disse...

Às vezes não faz sentido. É melhor continuar de onde parou e pronto.

Sempre gosto das histórias de Billi J.

Beijo.

Anônimo disse...

Existem acontecimentos em nossas vidas que não são explicáveis...
Nem sabemos ao certo o porquê daquilo...
Mas, com o passar do tempo isso irá nos assombrar de alguma forma... Afinal, é o nosso passado...
Adoro suas histórias!!!

Bjs

Taw disse...

Hum... definitivamente... concordo.

Acredito que aos que estão submetidos a variáveis do tempo, um passado nunca será só estritamente passado, pois até pela lógica da existência do presente e do futuro, é necessário que se baseie nele... mas não só por isso... por causa do elemento causa-consequência mesmo...

é o que penso...