domingo, 29 de março de 2009

Histórias do Billi J. - antes que a luz apague

O sinal estava fechado. O Billi J. não tinha pressa mesmo, até porque, com aquele engarrafamento, trânsito que não fluía de maneira alguma e ele demoraria um bocado para chegar em casa.

Então ele decidiu distrair-se um pouco e olhou para o lado. Quando viu aquela guria. Mulher. Donzela. Princesa. Não, uma rainha.

Não pela beleza em si, não pelo carro(um baita Honda Civic amarelo) e muito menos por saber que todas as mulheres que possuem um Honda Civic ou são ricas ou são mulheres de homens ricos.

O olhar dela. Que coisa... não linda, não fantástica, não maravilhosa. Mas algo naquele olhar o prendia. Os olhos dela não eram azuis, verdes ou cores chamativas. Eram de um castanho bem comum. Talvez igual a cor dos olhos dele mesmo.

Mas ele ficou olhando para ela que, para espanto dele, também olhava para ele. Vidros baixos, pois o calor era imenso. Isso facilitou essa troca de olhares.

Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela. Ela olhava para ele. Ele olhava para ela.

Ele então percebeu que não tinha mais aquele olhar de criança. Aquela ternura, aquela simplicidade, aquela inocência que uma criança tem no olhar. E viu o seu olhar no olhar daquela guria, menina, mulher, fosse o que fosse. Daquele ser humano do sexo feminino. Olhar que o prendia.

Quando o Billi J. decidiu que aquela intensa e estranha troca de olhares deveria passar de uma simples, intensa e estranha troca de olhares, ouviram, os dois, buzinas. O engarrafamento havia aumentado. Os nervos daqueles que estavam atrás dos dois pareciam ter estourado. Era uma barulheira de buzina, xingamentos e afins que os dois, o Billi J. e a guria, menina ou mulher tiveram que acelerar, pois o sinal já estava no verde. Cada um foi para um lado e nunca mais se viram.

Bom, pelo menos até aqui nunca mais.

Um comentário:

Unknown disse...

Mais uma da série "comédia irônicas" HSUAHUSAUHSA!