quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sem música, sem as mãos, sem o céu

Eu preciso ir dormir e encerrar de vez esse dia que começou e terminou com a mesma trilha sonora. Um silêncio traumatizante. Do início ao fim. Estranho demais para ser tão real quanto começou sendo. Foi. Instantes em que a cor o céu fora de um azul claro mais vivo do que o habitual. Alegria boba que desapareceu com o passar das horas. Não havia um motivo muito claro. Parecia instinto, previsão, antecipação irracional. Fica bem claro agora que não era isso. Terminar olhando para uma mão que segura a outra, em um gesto minimalista de falta de compreensão de estado e pensamento, é a prova de que não havia instinto irracional no princípio. O céu não estava mais azul. O sorriso era bobo, insano, não alegre. Cada vez desconheço mais o corpo onde minha mente habita e o coração que permite haver vida nele. Não há explicação, não há entendimento, não há, definitivamente, nada em que eu possa apoiar essas sempre inconstantes palavras. Continuo sem forças, sem vontade, sem motivação, sem sorrisos.

Contraditoriamente, estou bem. Até o ponto em que não estou mais. Não sei onde está o ponto. Poderia ser uma vírgula? Não tenho resposta. É como se uma pequena lista pudesse repercutir muito mais do que um grande livro. O desconhecido fosse mais significativo para pensar do que o pocuo que se imagina saber. Como se ao alcance das mãos não estivessem nem as próprias mãos.

Como se o céu não estivesse mais ao alcance dos olhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa! Eu adoro as coisas que vc escreve. já faz um bom tempo que descobri o seu blog e desde então eu não consegui ficar sem ver uma atualização sua. Boa noite, fica com Deus =*