sexta-feira, 22 de abril de 2011

O vazio de viver e só (21)


O mesmo vento que, em princípio longínquo, tirava-me o calor e a alegria para não levar a lugar algum senão para fora de mim, vem a sensação, dolorosa, de estar cada vez mais obscuro em um mundo onde as luzes exaltam detalhes desnecessários, porém muito belos. Tudo tão próximo de mim e eu aqui, distante, sendo empurrado para longe por um vento do qual não conheço a origem, sequer para onde quer que possa estar indo. Não querer hoje ter o resto absoluto de uma história que não acredito ser a minha é questão de escolha motivada por muito mais do que o simples pensar em tudo o que me faz estar distante, ainda mais, das sensações que me faziam o mais utópico, e por consequência perseverante, dentre todos que algum dia já estiveram em um lugar assim, sem descrição. Com gotas de chuva que molham e esfriam, o vento vem e torna o que parecia impossível em uma realidade que faz da emoção uma utopia sem precedentes. Frio e vazio combinam-se tão bem porque na ausência de coisa qualquer em lugar algum, em tempo indefinido, fica evidente a falta de fonte de calor. Tudo tão só que nem vento ou chuva, provavelmente nem o tempo, faz-se presente para tirar o que de lá não há. Como estranho é não entender o que são palavras, é perceber que nada daquilo que o vento algum dia invejou, e buscou tirar, tem algum significado que leva a um final que fosse, em tempo presente ou futuro, minimamente indescritível.

Como em cada novo horizonte há uma luz, em cada ausência há nostalgia e, por essa e tudo aquilo que a chuva não esfriou e o vento não levou para longe, também uma tristeza. Longe dos olhos por simples consequência da falta de algo que deveria, em uma visão que parte unicamente meus próprios olhos, ser não pela nostalgia e sequer pela utopia porém, invariavalmente, por aquilo que foi e é, o que não se descreve em muito, não tem significado ou razão. Nada além da espera pelo que foi e poderia ser, com intensidade ainda maior, descrito em um adjetivo que praticamente resume quase tudo o que foi e é sensação: sublime.

Nada além da espera pelo sublime.

4 comentários:

Rebeca Postigo disse...

Saudade de vir aqui e ler teus textos confusos, ou não...
Obrigada por escrever...

Bjs

André disse...

Já curti muitas viagens pelas fossas das recordações ouvindo essa música...

# DESVENTURAS de Uma Descabelada εïз disse...

Ei boa noite...
Tenho uma duvida...
Como fasso para juntar o post do titulo?
Pois está ficando um espaço muito vago...

Por Favor se souber
me encaminhe um e-mail para : vanessa_cansi@hotmail.com

Caso saiba solucionar minha duvida...

Desde já muito grata.

# DESVENTURAS de Uma Descabelada εïз disse...

Ei boa noite...
Tenho uma duvida...
Como fasso para juntar o post do titulo?
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Por Favor se souber
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Caso saiba solucionar minha duvida...

Desde já muito grata.