quinta-feira, 22 de abril de 2010

Histórias do Bandiolo - Liberte-se de si, vivendo livre consigo


Livre de algemas, mas não de correntes. Tudo imaginação, exagero, não! Tudo verdade. Inconveniente e dolorida. Verdade que os males do mundo trazem à tona e o jogam na lona, para debaixo do tapete, tão inconveniente, tão deprimente, tão verdade. Preso à sua maldita rotina, que nada de maldita haveria de ter se soubesse ser, viver, fazer acontecer. Só que sozinho não conseguiria, então pegou as correntes e prendeu-se à pessoas, não muito boas, achando que sua vida seria uma grande vida, sua existência seria muito mais do que um mundinho só seu. E deu no que deu. Uma pessoa livre, acorrentada imaginariamente pela verdade, repito, inconveniente e dormente. Pois só isso queria, só isso conseguia, apenas nisso convergia, sua triste, por tola opção, vida. Que vida? Que seria dele se não quisesse ser amigo, fazer de tudo pelos amigos. Amizade de uma mão, com um só coração, sendo o outro um invejoso meio-irmão. De meio em meio chegaria a um inteiro. Que nada, eram todos forasteiros em sua vida, interesseiros no seu fazer, na sua vontade, no seu próprio viver. E ele perdeu o seu, pois o entregou a outros que apenas usaram e, quando cansaram, largaram, foram procurar outro bobo.

Só queria um pouquinho de atenção, um pedaço de algum coração, para si, para preencher o seu vazio, outrora cheio de sentimentos, hoje oco com teias nos cantos. Só queria um sorriso, um recado, uma lembrança. A prova de que alguém percebia a sua existência, a sua sincera doação, seu espontâneo coração, sua singela e pura oração.

Viu-se só, quando percebeu que já não estava mais acorrentado. Sentiu. Frio, medo solidão. E tudo aquilo que pudesse vir de bom seria vão. Um abraço. Apenas uma abraço. Ou um sorriso. Ou uma palavra. Um mísero gesto.

O tudo que não existe é nada. O nada que não existe jamais será tudo. Compreendeu então que sua vida deveria ser prioridade. E que jamais deveria querer estar ao lado de alguém que não lhe queria ao lado.

Sentido uma imensa tristeza, às lágrimas, decidiu que ali seria um marco em sua vida.

Aquele seria o dia em que passaria a ter amor-próprio.

*irritante por rimas espontâneas, mas sincero. 
Mais uma vez a realidade se faz presente, 
o que não quer dizer que seja um texto auto-bibliográfico. 
O que também não quer dizer que, 
de certa forma,
não seja.

6 comentários:

ONG ALERTA disse...

A vida as vezes nos dá a oprtunidade de escolha...então cada um busca o que for melhor para seu coração, paz.

Rebeca Postigo disse...

Hum...
Às vezes necessitamos despertar...
Sinceramente...
Me vi nesse texto...
Um pouco de alguém que já não existe mais...

Bjs

Jééh disse...

um texto com certeza repleto de emoção, um pouco de amor-própio não faz mal a ninguém, lindo *--*

Mulher na Polícia disse...

Oi Vini!!!

Pois então... eu sempre ofereço mais do que recebo nas amizades que cultivo. Pode parecer prepotente, mas até já me acostumei, acreditas?

Gosto daqui.

Beijo!

Taw disse...

hum... interessante [como sempre].

será que ele cansou dos outros, para gerar o tal amor-próprio?

ou o importante da história é só ter construído o tal amor?

Eu sempre voto pela manutenção das conexões... tipo... 90% de pessoas que fazem questão... e 10% a terem conexões a serem "conquistadas"...

só para não ficar muito "radical"...

é como eu penso.

Taw disse...

10% de conexões a serem conquistadas***