terça-feira, 13 de abril de 2010

O que não foi em horas passadas


Momentos não aproveitados passam. E você não consegue reeditá-los, mesmo que eles não tenham saído de sua cabeça, ainda. Existe uma hora certa para quase tudo. Uma hora, minuto ou mesmo instante. Talvez até um dia, em uma especificação requeridamente menor. Existe o momento certo para escrever sobre os hábitos alimentares dos gafanhotos japoneses e, se você perder esse momento, nunca mais escreverá sobre isso, ou pelo menos não da mesma maneira que escreveria quando teve a ideia, a intenção e a vontade, mas foi contra isso, por motivos quase numa totalidade menores.

E passa. Como passa a hora certa de jogar o lixo fora, de comer aquela comida que está na geladeira, de ir à missa cuja homilia seria um grande tapa na sua cara, de estudar para a prova ou fazer o trabalho, de sair correndo e esbarrar em uma pessoa que acabará sendo especial apenas pelo fato de, mesmo sem razões, lhe perguntar 'você está bem?". Como passa o momento de uma despedida decente de um ente querido.

Passa. E passou. Passará. Ou não. Depende. De mim, de você, do dono da vida e do que há de ser feito. Não dá para saber tudo, quando as coisas vão acontecer ou quando é o momento certo de acontecerem. Como não dá para saber se são as coisas certas. Como não dá para voltar e acertar no tempo certo. Também não existe acertar sempre. Não dá para saber, às vezes, nem o próprio saber.

Entretanto, é muito pior ficar parado esperando que alguém faça por você. Fale por você. Sinta por você. Viva por você. Acerte no seu lugar, na sua escolha, na sua vontade, no seu tempo.

Talvez você tenha lido esse texto na hora certa. Talvez devesse estar fazendo algo certo na hora certa enquanto estava aqui, lendo essas humildes e quem sabe desconexas frases. Talvez, talvez.

Tanto quanto o se, o talvez é muito relativo. E esse não é, com certeza, o tempo certo para expandir essa ideia em frases que certamente seriam erradas no momento errado. Um erro completo. Erro que deve ser evitado. Fazer a coisa errada na hora certa ou o contrário desmotiva sim, mas é melhor do que deixar para depois da novela, da hora de estudo que ainda nem chegou, de você comprar um cacho de uva ou ir ao mercado apenas para comprar um bombom.

Só que o tempo que se perde achando e vivendo como se existe um talvez para tudo, um empecilho para você ser você no seu tempo, nas suas escolhas, na sua vida, esse tempo não é relativo.


*algumas palavras certas,
algumas palavras erradas no momento necessário,
certo ou não só as semanas dirão.

4 comentários:

Érica Ferro disse...

Pode crer, li esse texto na hora certa.

Aliás, a maioria dos textos são dois tapas (ou mais que isso) na minha cara.
Tapas que necessários.
Puxões de orelha que me permitem ouvir melhor, me ouvir melhor, enfim...
Talvez não seja essa a intenção dos seus textos, mas obrigada mesmo assim.

E não ficará a reflexão apenas na memória. Praticarei o exercício de não deixar passar o que eu não quero que passe.

Um abraço, Vini.

(Conheci essa música do Nei ontem, por um amiga, que inclusive é fã do Wildner, como te disse anteriormente)

Unknown disse...

Não existe uma hora certa ou errada, existe apenas as escolhas que tornam o tempo a nosso favor ou não
=]

ótimo texto vini
interessante
intrigante
se cuida
bjo

Taw disse...

Hum... é mesmo véio... boa coisa pra se pensar... ser quem somos, no nosso "tempo".

já que o "tempo" faz parte da realidade.

hum... interessante.

Rebeca Postigo disse...

Gostei do que li...
Sabe...
Vivemos falando de hora certa pra tudo...
Mas às vezes esquecemos de ver as horas...
Muitas idéias em conflito...
Vou pensar sobre isso...

Bjs